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Milton Nascimento terá playlist da Warner pelos seus 80 anos

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Por Fabian Chacur

No dia 26 de outubro deste ano, Milton Nascimento completará 80 anos de idade. Como forma de homenagear o nosso querido Bituca, a gravadora Warner colocou pela primeira vez nas plataformas digitais Irmãos Coragem (Nonato Buzar e Paulinho Tapajós). Trata-se da releitura da clássica canção de 1970 que, em 1995, foi usada na abertura do remake da célebre novela global, assinada pela saudosa Janete Clair(1925-1983). A gravação contou com a participação do cantor Leonardo Bretas, e ficou linda, bem próxima da beleza do registro original de Jair Rodrigues (ouça aqui).

Esta faixa fará parte da playlist Milton 80, que será disponibilizada em breve nas plataformas digitais e que incluirá gravações feitas pelo cantor, compositor e músico durante o período em que ele esteve sob contrato com a Warner, entre 1993 e 2003. Nesse período, ele lançou os álbuns Angelus (1993), Amigo (1995), Nascimento (1997), Tambores de Minas – Ao Vivo (1998), Crooner (1999), Gil e Milton (2000) e Pietá (2003), além de Maria Maria/ Último Trem – Trilha Sonora Original dos Ballets (2002).

Irmãos Coragem– Milton Nascimento e Leonardo Bretas:

Jair Rodrigues, a eterna alegria que nos deixa

Por Fabian Chacur

No press-release enviado à imprensa junto com seu recém-lançado álbum Samba Mesmo (Volumes 1 e 2) pela gravadora Som Livre, Jair Rodrigues afirmava, ao comentar seus 75 anos de idade e 55 de carreira artística: “A gente só para quando Deus leva. E eu converso sempre com Ele pra me deixar ainda bastante tempo por aqui”. Infelizmente, a realidade foi outra, bem menos agradável.

Jair Rodrigues, o Cachorrão, o cara mais simpático da história da MPB, um verdadeiro dínamo de alto astral, alegria, carisma e simpatia, um dos melhores cantores de todos os tempos, saiu desta dimensão nesta quinta-feira (8) para encontrar com sua parceria e amiga Elis Regina. Vítima de infarto, ele foi enterrado nesta sexta-feira (9) no Cemitério do Morumbi.

Entrevistei inúmeros artistas nesses meus 29 anos como jornalista, mas poucos se mostravam tão bem-humorados e acessíveis como o Jairzão. Tive a oportunidade de fazer isso várias vezes, sendo a melhor de todas há uns 20 e poucos anos, em um local nobre: o sítio no qual morava, em Cotia, o mesmo no qual infelizmente encontrou o seu momento derradeiro de vida.

Eu e o fotógrafo que me acompanhou para a matéria fomos extremamente bem recebidos, com direito a uma deliciosa limonada feita com limão galego extraído do pomar ali localizado. Era uma delícia conversar com esse cara, pois as histórias sempre valiam a pena, ainda mais contadas com tanto bom humor, simpatia e carisma. Duvido que alguém não gostasse dele no meio artístico. Como resistir a tanta alegria?

Nascido em 6 de fevereiro de 1939 na cidade de Igarapava (SP), Jair batalhou muito até conseguir seu espaço no meio artístico, o que ocorreu de fato a partir do estouro em 1964 com Deixa Isso Pra Lá, aquele samba descontraído que hoje é considerado pioneiro do rap nacional. No ano seguinte, a parceria com Elis Regina se iniciou, gerando três LPs e o programa O Fino da Bossa.

Sua performance em 1966 no 2º Festival da MPB interpretando Disparada ajudou a firmá-lo de uma vez por todas no cenário da música brasileira. Dono de um vozeirão e swing inconfundíveis, ele se consagrou inicialmente como sambista, mas também se deu bem ao abraçar gêneros musicais como a seresta e a música sertaneja, esta última com o megassucesso de A Majestade o Sabiá, música de Roberta Miranda gravada por Jair em parceria com a dupla Chitãozinho & Xororó.

A partir dos anos 80, continuou lançando novos discos e fazendo shows. Se não emplacou novos hits nas paradas de sucesso, nunca foi esquecido, sendo figura constante em programas de TV, shows e na mídia. O sucesso de seus dois filhos na carreira artística, o cantor e músico Jair Oliveira e a cantora Luciana Mello, ajudou nessa permanente evidência.

Samba Mesmo Volumes 1 e 2 mostra o mestre em ótima forma, relendo sambas e clássicos da MPB com categoria. Produzido por Jair Oliveira, os dois álbuns são ótimos, e trazem músicas como Fita Amarela, Conceição, No Rancho Fundo (dueto com a filha Luciana), Apesar de Você, Trem das Onze e Barracão. Jairzão também participou do DVD/CD Jair Oliveira 30, lançado recentemente pelo filho (leia a crítica aqui). Uma bela despedida.

Será difícil, a partir de agora, ouvir sua fantástica interpretação para a música Tristeza sem um travo de amargura na garganta. É só lembrar dos primeiros versos: “tristeza, por favor vá embora, minha alma que chora…” A única forma é ouvir os discos e registros de vídeo desse grande ser humano e grande artista. E lembrar do gostinho daquela maravilhosa limonada…

Disparada, com Jair Rodrigues:

Tristeza, com Jair Rodrigues:

Jair Oliveira brilha em DVD retrospectivo

Por Fabian Chacur

Quem olha para o rosto de moleque de Jair Oliveira pode ter dificuldade em acreditar que o cara tem 30 anos de carreira. No entanto, basta lembrar sua participação no grupo Turma do Balão Mágico para sentir que o cara está na estrada desde criança. Como forma de celebrar essa trajetória de sucesso, ele está lançando o DVD Jair Oliveira 30 (S de Samba/Som Livre), uma completa delícia musical.

Como forma de dar um mergulho em todas as fases de sua carreira, Jair abre o show com uma interpretação emocionada de Disparada, música que tornou seu pai, Jair Rodrigues, conhecido nacionalmente. Em seguida, convida o pai coruja para um dueto em Io e Te, e logo a seguir, a ex-colega de Balão Mágico, Simony, para releituras bacanas de Coração de Papelão (Puppy Love), gravado por eles em dupla, e Superfantástico, o maior hit da Turma do Balão Mágico.

Dando continuidade à festa, ele coloca em cena os Artistas Reunidos, grupo informal que se apresentava na noite paulistana nos anos 90 e que revelou, além dele próprio, nomes como a irmã Luciana Mello, Pedro Mariano, Daniel Carlomagno, Max de Castro e Wilson Simoninha. Após o revival, com músicas como Assim Que Se Faz, Samba Raro, Simples Desejo e Voz no Ouvido, é a vez dos anos solo.

Na trajetória individual, Jair Oliveira brilhou com um estilo entre a soul music brasileira e a MPB swingada de Djavan, e músicas como Bom Dia Anjo, Zazá, Passeando com o Papai, O Samba Me Cantou e Tiro Onda servem como uma boa amostra desse período. Durante o show, ele esbanja ótima voz, presença de palco segura e um violão tocado com desenvoltura e bastante versatilidade, além de muita simpatia.

Uma segunda versão da ótima e sacolejante Tirando Onda aparece como extra do DVD, trazendo a participação de todos os convidados. No futuro lançamento no formato Blu-ray, será incluído um documentário trazendo bastidores da gravação do show, depoimentos de amigos e parceiros como Tom Zé e Ed Newton (que dirigiu o programa de TV da Turma do Balão Mágico, nos anos 80) e Jair Rodrigues interpretando Falso Amor, de autoria do filho.

No geral, o DVD, gravado ao vivo em 23 de julho de 2011 no Auditório Ibirapuera, nos mostra um artista ainda muito jovem e com um futuro imenso pela frente, mas já bastante maduro e com uma obra da qual certamente deve se orgulhar. Se isso aqui foi apenas o começo, será muito bom acompanhar seus próximos passos musicais nos anos que virão, se Deus quiser.

Bom Dia Anjo, com Jair Oliveira, do DVD Jair Oliveira 30:

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