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Tag: r.e.m.

Losing My Religion, do R.E.M., vira EDM nas mãos de Steve Aoki

steve aoki losing my religion 400x

Por Fabian Chacur

O DJ americano Steve Aoki, um dos mais bem-sucedidos mundialmente na música eletrônica, mais especificamente em uma de suas tendências mais populares, a EDM (electronic dance music), acaba de lançar uma releitura que irá surpreender a muita gente. Trata-se de Losing My Religion, maior hit do R.E.M. lançado há exatos 30 anos. A nova versão, com uma batida fortemente dançante e timbragem eletrônica com sabor de anos 1990, traz os vocais da cantora canadense MLKA e também os DJs Gattuso e Aukoustics.

MKLA é conhecida no cenário dance por ter participado em 2019 do single Save Me, do brasileiro Vintage Culture, enquanto o americano Gattuso já havia também transformado outro clássico roqueiro dos anos 1990, Creep, do grupo britânico Radiohead, e Aukoustics é talento da nova geração.

Em texto enviado à imprensa, Aoki, de 43 anos, explica a motivação desse remake sonoro, gravado em seu estúdio situado em Las Vegas a partir de uma demo criada por Gattuso:

“Losing My Religion é a minha favorita do R.E.M., eu a amava quando criança. Era hora de trazer de volta e fazer uma versão 2021 para as pistas, e as pessoas não esperariam. Nós a fizemos especial.”

Losing My Religion– Steve Aoki, Gattuso, Aukoustics, MKLA:

Michael Stipe lança versão demo de uma nova e belíssima canção

michael stipe 2020-400x

Por Fabian Chacur

Neste domingo (29), Michael Stipe colocou no ar uma versão demo de uma nova canção. E que canção! No Time For Love Like Now é daquelas faixas que, mesmo assim, aparentemente inacabada, já soa como clássica logo em seus primeiros acordes. Gravada com uma câmera caseira no que parece ser um cômodo de sua residência, o ex-cantor do R.E.M. nos emociona com uma balada linda cuja letra registra tudo o que precisamos nesses tempos cinzentos.

No Time For Love Like Now foi composta em parceria com o cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista americano Aaron Dessner, conhecido por integrar as bandas The National e Big Red Machine.

Essa maravilha é a terceira faixa que o astro nos proporciona desde outubro de 2019. Após o anunciado fim do R.E.M. em 2011, as expectativas em torno de como a carreira de Stipe seguiria adiante eram enormes.

Foram anos e anos de expectativa. A primeira amostra conpleta foi a deliciosa Your Capricious Soul (ouça aqui), disponibilizada no dia 5 de outubro de 2019 e com os direitos doados ao grupo de ativistas ambientais Extinction Rebellion.

Como forma de celebrar seus 60 anos de idade, ele lançou no dia 4 de janeiro um segundo single, Drive To The Ocean (ouça aqui), uma canção envolvente de clima árabe e com belos vocais de apoio. Seus direitos foram doados pelo prazo de 365 dias para a Pathway To Paris, organização sem fins lucrativos que apoia iniciativas inovadoras relativas ao meio ambiente.

Em entrevista concedida em 2019, Stipe afirmou ter 18 canções prontas, mas não deu detalhes de como serão lançadas, se em um álbum em formato convencional ou apenas em singles.

Para mim, a lógica deve ser o lançamento de um ou outro single a seguir e, depois, um álbum completo. Seja como for, é ótimo ver um artista do seu calibre novamente na ativa, e com três músicas tão boas. Que venham logo as outras!

No Time For Love Like Now (demo)- Michael Stipe:

Green, do R.E.M., volta em versão turbinada

Por Fabian Chacur

Em 1988, o R.E.M. enfrentou provavelmente o maior desafio de sua carreira. Após quase dez anos atuando na cena independente, o quarteto havia acabado de emplacar o álbum Document no Top 10 da parada americana, graças especialmente ao estouro do espetacular single The One I Love, e passou a ser a banda mais disputada pelas gravadoras majors naquele momento. O que fazer?

A dúvida em aceitar ou não o convite da Warner naquele momento era compreensível. Outras bandas independentes promissoras como Replacements e Husker Du toparam assinar com essa gravadora , e acabaram quebrando a cara em termos comerciais, partindo para a separação não muito tempo depois. O medo de perder a credibilidade indie e não ganhar em troca o sucesso comercial ficava no ar.

Mas Michael Stipe (vocal), Peter Buck (guitarra), Mike Mills (baixo) e Bill Berry (bateria) preferiram não ter medo do desafio. Green (1988), o primeiro fruto dessa nova parceria, não estourou como se esperava (chegou ao número 12 na parada americana), mas obteve sucesso suficiente para que a Warner continuasse apostando nos rapazes. O álbum agora surge em uma reedição simplesmente imperdível para os fãs dessa saudosa banda ianque.

Feito pelo grupo com o objetivo de não soar como seus trabalhos anteriores lançados pela IRS Records de Miles Copeland (irmão de Stewart Copeland, baterista do Police), Green é um típico álbum de transição, trazendo elementos típicos da banda mas ao mesmo tempo oferecendo novos rumos, que iriam ser desenvolvidos com categoria nos anos que viriam. Mas é um belíssimo trabalho, repleto de singles bacanas.

Uma dessas novas facetas apresentadas é uma aposta em rocks mais diretos e acessíveis, com delicioso tempero bubblegum. Podem ser encaixados nessa descrição as certeiras Pop Song 89 (com homenagem a Hello I Love You, dos Doors), Stand e Get Up. São precursoras da deliciosa Shiny Happy People, por exemplo, e mostram como ser pop sem ser banal.

Como forma de ampliar as sonoridades de suas canções, o grupo inseriu em seu contexto novos instrumentos musicais, entre os quais o mandolin. Peter Buck encaixa esses sons melodiosos na maravilhosa You Are The Everything e Hairshirt, dando uma prévia do que viria posteriormente em hits como Losing My Religion, por exemplo. E uns intrincados vocais a la Beach Boys também começaram a aparecer.

Os rocks vigorosos que marcaram Document apareceram aqui também. Orange Crush e Turn You Inside-Out são daquelas de levantar as plateias em shows. Por sua vez, World Leader Pretend (primeira letra a ser incluída em um encarte de disco da banda de Athens) e I Remember California cativam pela intensidade e por suas belas mensagens. E ainda temos uma décima-primeira faixa que, embora ótima, nem ao menos recebeu um título, ficando como uma espécie muito bacana de “música-secreta”.

Se a versão remasterizada do álbum original já é ótima, o CD bônus incluído nesta reedição de Green é ainda mais apetitoso. Ele traz o registro de um show feito pela banda em Greensboro em 1989 durante a turnê que divulgou o trabalho de estreia do R.E.M. na Warner. Trata-se de uma gravação crua, sem firulas, que mostra os caras em ótima forma e soltando o verbo sem dó nem piedade, sem se descuidar de suas sutilezas sonoras.

O repertório traz 21 faixas, sendo sete de Green, duas até então inéditas (Low e Belong, que só seria lançada no álbum Out Of Time, de 1991) e clássicos de seus álbuns anteriores, entre as quais The One I Love, Cuyahoga, Life And How To Leave It, Fall On Me, Finest Worksong e It’s The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine). Um show à altura dessa banda.

De quebra, ainda temos um belo encarte com fotos legais, ficha técnica e um excelente texto assinado por Allan Jones, editor da ótima revista Uncut. Essa reedição de Green comemora não só os 25 anos de seu lançamento original, mas também o fato de o R.E.M. ter conseguido se tornar uma banda do primeiro time do rock sem ter se vendido ao comercialismo mais banal. Uma bela façanha.

Veja o clipe de Orange Crush, com o R.E.M.:

Coletânea dupla marca o fim do R.E.M.

Por Fabian Chacur

Entre as más notícias que o ano de 2011 nos ofereceu, uma das piores ocorreu no dia 21 de setembro: o R.E.M. anunciou o seu fim, após 31 anos de uma carreira de muito sucesso artístico e comercial.

Como último lançamento para marcar essa triste separação, chegou às lojas a coletânea dupla Part Lies Part Heart Part Truth Part Garbage 1982-2011, com 40 faixas, sendo três delas inéditas.

Trata-se da primeira compilação abrangendo toda a carreira do grupo, incluindo 13 faixas de sua fase no selo independente IRS Records e 27 dos anos na major Warner Music.

Uma curiosidade fica por conta da inclusão de Shiny Happy People, de 1991, seu hit mais pop e ensolarado, que eles vetaram na coletânea The Best Of R.E.M., só com faixas da fase Warner. Os caras tem uma certa vergonha dessa música, acredite se quiser…

As inéditas são muito boas. A Month Of Saturdays é um rock despretensioso e curto (tem apenas 1m40), mas We All Go Back To Where We Belong e Hallelujah são canções de melodias densas e clima emotivo, de despedida, mesmo. Muito belas.

O encarte inclui comentários dos integrantes do grupo para cada canção, em seleção de repertório bem representativa do que de melhor o quarteto até 1997 e trio desde então fez nesse tempo todo de carreira.

Não tem como não sentir falta de algumas músicas, mas são 31 anos de carreira, não iria caber tudo em uma única coletânea, mesmo dupla. Então, ficaram de fora, por exemplo, Drive, Can’t Get There From Here, All The Way To Reno e Don’t Go Back To Rockville.

Da fase independente, Radio Free Europe, So. Central Rain, Driver 8, Life And How To Live It, Begin The Begin, Finest Worksong e a emblemática The One I Love (seu primeiro single a entrar no top 10 americano) são destaques e bons exemplos de sua consistência artística desde o começo.

Houve quem achasse que a banda iria “se vender” quando assinou com a multinacional Warner em 1988, mas isso definitivamente não ocorreu. O grupo manteve sua integridade artística e conseguiu mesmo assim ampliar e muito seu público.

Hits como Losing My Religion, Shiny Happy People, Everybody Hurts, Man On The Moon e What’s The Frequency Kenneth?, que ajudaram isso a ocorrer, estão aqui nesta compilação.

O R.E.M. sempre foi uma das minhas bandas do coração desde que os conheci, em 1985, ao comprar seu primeiro álbum a sair aqui, o emblemático Fables Of The Reconstruction.

Sua fusão de pós-punk, folk rock, folk, country e sixties rock fez e certamente fará parte das trilhas sonoras das vidas de muita gente.

E esta coletânea dupla serve ao mesmo tempo para completar a coleção dos fãs detalhistas (tipo eu) ou servir como um resumo sintético ou mesmo como uma introdução a uma das mais importantesd bandas da história do rock.

Ouça Hallelujah, inédita da nova coletânea do R.E.M.:

It’s The End Of The World As We Know It– R.E.M.:

R.E.M. anuncia a sua separação após 31 anos

Por Fabian Chacur

O R.E.M., uma das melhores e mais influentes bandas da história do rock, anunciou nesta quarta-feira (21) o seu fim. O comunicado está postado em seu site oficial, o www.remhq.com, que no momento está praticamente impossível de ser acessado.

A banda, que se manteve na ativa durante 31 anos, começou sua mensagem de despedida da seguinte forma:

“A nossos fãs e amigos: decidimos encerrar a banda. Estamos felizes por tudo o que conseguimos realizar. A todos que foram tocados por nossa música, nosso mais profundo agradecimento.”

O grupo integrado por Michael Stype (vocal), Peter Buck (guitarra) e Mike Mills (baixo) garantiu, no mesmo comunicado, que a separação ocorreu de forma pacífica, sem brigas ou desentendimentos.

“É a hora de seguirmos adiante, embora não tenha sido fácil tomar tal decisão. Já dizia um sábio que  o importante ao ir a uma festa é saber a hora de partir. Construímos algo extraordinário juntos, e agora iremos embora. Tudo precisa acabar, e queríamos fazer a coisa certa, do nosso jeito.”

Essa decisão pode explicar o fato de o grupo não ter saído em turnê para divulgar seu mais recente álbum, Collapse Into Now, lançado há seis meses. Era habitual eles irem para a estrada nesses casos.

O grupo surgiu na cidade americana de Athens em 1980, e tinha como outro integrante original o baterista Mike Mills, que saiu do time em 1997 após ter sofrido problemas de saúde.

Com um som que misturou rock, country, folk, rock e pop, o R.E.M. tornou-se o verdadeiro arquétipo do que se rotulou como rock alternativo, ou college rock, ou indie rock, nos anos 80.

Murmur (1983) é considerado um dos melhores trabalhos de estreia da história do rock, mas a banda gravaria coisas ainda melhores em sua carreira, como Fables Of The Reconstruction (1985), Out Of Time (1991), Automatic For The People (1993) e o recente Accelerate (2008).

Em 1987, eles conseguiram atingir o mainstream roqueiro com o álbum Document (1987), e em seguida saíram do selo independente IRS rumo à multinacional Warner, na qual estrearam em 1989 com Green.

O R.E.M., no entanto, conseguiu manter sua postura independente e longe dos golpes publicitários e concessões típicas do mundo pop, concretizando a dura tarefa de vender muitos discos e ao mesmo tempo continuar sendo respeitado pelos roqueiros mais conscientes.

Segundo a empresa Soundscan, que desde 1991 faz a medição de vendas de álbuns no mercado americano, o R.E.M. vendeu por lá, nos últimos 20 anos, 19.3 milhões de cópias.

Michael Stype e sua turma tocaram no Brasil duas vezes: em 2001, no Rock in Rio, e em 1998, em turnê que passou por São Paulo em antológicos shows na Via Funchal.

Eis uma perda realmente enorme no universo do rock. Felizmente, restam seus discos e DVDs para a gente matar saudades, sempre que se fizer necessário.

Ouça Everybody Hurts em versão ao vivo:

DVD mostra registro da turnê 2008 do R.E.M.

Por Fabian Chacur

Em 2008, o R.E.M. lançou um de seus melhores álbuns, Accelerate, e antes de iniciar a turnê de divulgação e do disco chegar ao mercado, fez alguns shows de aquecimento.

Um deles rendeu o excelente álbum duplo ao vivo Live At The Olympia In Dublin, resenhado aqui em Mondo Pop em 2009. Curiosamente, não tivemos um registro em DVD.

Agora, o pequeno brasileiro selo NFK (Norfolk Filmes) coloca em nossas lojas Live At Austin City Limits 2008, que flagra a banda em outros daquelas performances pré-tour.

Com duração de 50 minutos, bem menor do que a dos shows da turnê que passou pelo Brasil, temos 14 músicas, incluindo sucessos como Losing My Religion, Drive e Man On The Moon e faixas de Accelerate, como a que dá título ao álbum, Living Well’s The Best Revenge e Supernatural Superserious.
Como a apresentação ocorreu em um teatro, acabou rolando um clima bem mais intimista entre a banda e os felizardos que estavam na plateia, com direito a uma performance excelente.

Michael Stipe esbanja carisma, muito bem acompanhado por Mike Mills (baixo), Peter Buck (guitarra) e dois ótimos músicos de apoio.

Se este DVD traz 25 músicas a menos do que o CD duplo, ao menos temos aqui material de primeiríssima, em boa captação de áudio e vídeo, e ao preço médio de R$ 15. Uma pechincha.

Veja Supernatural Superserious, do DVD comentado:

R.E.M. mantém ótima fase em Collapse Into Now

Por Fabian Chacur

Em seus mais de 30 anos de estrada, o grupo americano R.E.M. nos ofereceu inúmeros momentos marcantes e outros nem tanto.

Sua pior fase certamente foi a compreendida entre os álbuns New Adventures In Hi-Fi (1996) e Around The Sun (2004).

Mesmo nessa época Michael Stype e sua turma lançaram algumas canções bem legais, mas a irregularidade dos CDs lançados no período, especialmente New Adventures… e o medíocre Up (1998) marcam os pontos mais baixos de uma excelente carreira.

Com a saída, nesse meio-tempo, do baterista Bill Berry, o grupo que inclui, além de Stype, o guitarrista Peter Buck e o baixista Mike Mills, dava a impressão de que poderia baquear, se continuasse assim.

Felizmente o excepcional álbum Accelerate (2008), um dos melhores de sua carreira, antecedido e sucedido por dois álbuns ao vivo exemplares, R.E.M. Live (2007) e Live At The Olympia (2009) provaram que, sim, a banda ainda tinha muita lenha para queimar.

Felizmente, Collapse Into Now, o novo filhote sonoro da banda de Athens, Georgia, os mantém nesse mesmo clima positivo, embora perca por pouco para Accelerate, na minha opinião.

Trata-se de um belo álbum de rock and roll, com direito a rockões mesclados por canções mais românticas, na melhor tradição do folk-country-hard-punk rock que marcam a banda desde o seu início.

Não faltam grandes faixas, entre as quais Discoverer, Walk It Back, Alligator Aviator Autopilot Antimatter, Me Marlon Brando Marlon Brando And I e It Happened Today.

O álbum inclui participações especiais, entre outros, de Lenny Kaye na guitarra, Peaches e Eddie Vedder.

Mas o convidado, ou melhor, convidada que realmente brilha é Patti Smith, que arrasa na envolvente Blue.

Blue, por sinal, equivale a um acerto de contas da banda com Patti, pois a participação anterior da mitológica roqueira em um disco da banda, a fraquíssima E-Bow The Letter (de New Adventures In Hi-Fi, de 1996) deixou e muito a desejar.

Aqui, não. E de quebra, Smith está também em Discoverer, onde atua de forma mais discreta.

O show que vi do R.E.M em 2008, na Via Funchal, foi um dos melhores da minha vida. Tomara que eles voltem, pois gravando discos bons como esse Collapse Into Now, só podem nos deixar com os ouvidos coçando…

Veja o curioso clipe da belíssima balada Walk It Back:

Edição especial comemora 25 anos de Fables Of The Reconstruction, do R.E.M.

Por Fabian Chacur

Fables Of The Reconstruction faz parte da lista de discos indiscutíveis de Mondo Pop. Como forma de comemorar os 25 anos do seu lançamento, a EMI acaba de lançar no exterior uma belíssima edição comemorativa.

Em formato de caixa, o álbum traz dois CDs, um com a versão remasterizada do disco original, lançado em 1985, e outro com 14 gravações demo feitas antes dos registro definitivo do disco, feito na Inglaterra.

Além disso, a caixinha inclui um pôster enorme, quatro cartões com fotos dos integrantes do grupo e um encarte com texto do guitarrist Peter Buck e ficha técnica dos dois CDs incluídos no pacote.

Tipo do ítem para fãs da banda como eu ficarem com um sorriso de orelha a orelha ao ter um exemplar do mesmo.

As faixas demo mostram que o quarteto americano foi para Londres com as músicas bem arranjadas, pois as versões são bem próximas das que ficaram conhecidas no álbum final. Faltavam apenas uns acertos nos vocais e os belos arranjos de cordas que foram adicionados em estúdio no Reino Unido.

Além das faixas do álbum, as demos também incluem Hyaena, que entraria no disco posterior do R.E.M, Life’s Rich Pageant (1986), Bandwagon (out-take lançado posteriormente na coletânea Dead Letter Office) e a inédita Throw Those Throlls Away, que é bem legal.

No texto incluído no encarte desta edição imperdível, Peter Buck afasta de vez um mito histórico, o de que o grupo não teria gostado do resultado final de Fables Of The Reconstruction. Pelo contrário. O guitarrista o considera o seu trabalho favorito como integrante da banda.

O disco tem elementos reflexivos que o aproximam do psicodelismo, além de algumas das canções mais marcantes do repertório da banda do vocalista Michael Stype, entre as quais Feeling Gravitys Pull, Maps And Legends, Driver 8, Can’t Get There From Here e Life And How To Leave It. Um clássico dos anos 80.

Disco clássico do R.E.M. terá reedição de luxo

Por Fabian Chacur

Fables Of The Reconstruction, terceiro álbum do R.E.M. e integrante da discoteca básica de Mondo Pop (Discos Indiscutíveis), será relançado no dia 13 de julho, para comemorar seus 25 anos de existência.

A nova edição virá em CD duplo, vinil duplo e também em downloads legalizados. No primeiro disco, a versão remasterizada do álbum. No segundo, intitulado The Athens Demo, 14 gravações. Para quem não sabe, o então quarteto veio da cidade de Athens, no estado americano da Georgia.

Entre essas faixas, temos demos de canções incluídas no álbum original, entre as quais Driver 8, Can’t Get There From Here e Green Grow The Rushes, além de duas fora desse contexto: uma primeira versão de Hyena, que sairia em 1986 no álbum Life’s Rich Pageant, e a inédita Throw Those Trolls Away.

Terceiro álbum da discografia do grupo de Michael Stipe, Fables Of The Reconstruction foi gravado em Londres, e é o trabalho mais próximo do psicodelismo já gravado por eles. Muitos fãs o contestam, mas eu o considero até hoje o melhor lançado pela banda, que tem grandes CDs em seu currículo.

A swingada e atípica Can’t Get There From Here foi o principal sucesso desse disco, que também inclui clássicos que eles tocam até hoje em seus shows, como Driver 8, Maps And Legends e Life And How To Live It. Green Grow The Rushes tocava muito nas rádios rock paulistanas nos idos de 1985/86.

R.E.M. ao vivo em maravilhoso desfile de lados B

por Fabian Chacur

Em 2007, o R.E.M. lançou o seu primeiro CD de carreira ao vivo.  Antes, a banda americana reservava faixas ao vivo apenas para os lados B de seus inúmeros singles, que viraram raridades disputadas pelos fãs mais fiéis.

Duplo, R.E.M. Live traz um DVD como bônus, e equivale a uma bela viagem pelos maiores hits de Michael Stipe e sua turma, interpretados com muito pique e categoria. Apenas dois anos se passaram, e eis um novo CD ao vivo.

Só que o grupo integrado por Michael Stipe (vocal), Peter Buck (guitarra) e Mike Mills (baixo) nunca aposta na redundância. Live At The Olympia In Dublin só tem duas coisas em comum com o live album anterior.

Um é o fato de também ser duplo. O outro, três músicas: Drive, I’m Gonna DJ e Cuyahoga. O conceito básico dos dois álbuns é bastante distinto. Enquanto um aposta nos hits, o outro mergulha no catálogo do trio.

Com o apoio de Scott McCaughey (guitarra e backing vocals) e Bill Rieflin (bateria), o R.E.M. se apresentou ao vivo em 2007 na cidade de Dublin, na Irlanda, como forma de se preparar para a turnê mundial que realizaria a seguir, e que passou de forma inesquecível pelo Brasil em 2008.

O repertório do show chega a ser dos sonhos para os fãs mais antigos, ou que conhecem melhor o repertório da banda. 22 das 39 músicas apresentadas pelo grupo neste álbum foram gravadas originalmente nos anos 80.

Maravilhas como Wolves, Lower, Gardening At Night, Carnival Of Sorts (Box Cars), West Of The Fields e Cuyahoga não costumam fazer parte dos set lists mais recentes dos shows dos americanos de Athens, Georgia.

Dois álbuns foram muito bem representados: o segundo, Reckoning, de 1984 (com seis faixas, entre elas Second Guessing) e o terceiro, o excelente e subestimado Fables Of The Reconstruction, de 1985, (com cinco, entre elas as maravilhosas Maps And Legends, Driver 8 e Feeling Gravitys Pull).

Além desse instigante passeio pelo passado brilhante dos rapazes, eles também ofereceram, em primeira mão para o público irlandês, nove das onze faixas que entrariam no ótimo álbum de estúdio Accelerate (2008).

Entre outras, a vibrante Living Well Is The Best Revenge, I’m Gonna DJ e Disguised (que em Accelerate aparece com o título Supernatural Superserious) representam bem a safra mais recente do R.E.M. .

Live At The Olumpia In Dublin é a prova de que uma boa banda de rock não precisa de recursos visuais milaborantes, carinhas bonitinhas e roupas chocantes para se tornar uma sensação mundial.

Basta ter grandes canções e tocá-las com vibração e competência. O que, convenhamos, não é qualquer um que consegue. O R.E.M. já faz parte desse Olimpo pop há muitos, mas muitos anos mesmo!

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