Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Tag: rock (page 6 of 16)

Black Sabbath desfalcado virá ao Brasil

Por Fabian Chacur

Uma grande produtora de shows anunciou oficialmente nesta quarta-feira (3) que em outubro o Black Sabbath fará três shows no Brasil. As cidades que receberão a lendária banda de heavy metal serão Rio, São Paulo e Porto Alegre. O mesmo comunicado informou que maiores informações sobre os shows- preços, locais etc- serão divulgados em maio.

Mais uma vez veremos esta seminal banda britânica sem a sua formação original. Será, como diria o amigo de fé, irmão, camarada (e grande jornalista e biógrafo) Ayrton Mugnaini Jr., um “Black Sabbath à prestação”. A explicação para a genial expressão virá logo a seguir. Ele a criou nos anos 80 devido a uma situação vivida por mim.

Nunca tive a honra de ver o Police ao vivo. Não consegui ir aos shows que a banda realizou apenas no Rio em 1982 e 2007. No entanto, vi o Sting mais de uma vez (a primeira em 1987) e estava no show de abertura da segunda encarnação do Projeto SP, inaugurado com um show que reuniu a cantora Debra Holland (quem?) e os monstros sagrados Stanley Clarke (baixo) e os outros integrantes do The Police, Stewart Copeland (bateria) e Andy Summers (guitarra).

Diante desse fato, Mugnaini me soltou a pérola: “bem, no fim das contas você viu o The Police à prestação, pois teve a chance de ver seus três integrantes ao vivo em ocasiões diferentes”. É o mesmo que alguns fãs do Black Sabbath mais velhos (ou mais experientes, you name it) poderão dizer se os shows de outubro de fato se concretizarem.

A segunda visita do Black Sabbath ao Brasil ocorreu em agosto de 1994 no festival Philips Monsters Of Rock. Naquela ocasião, a banda trouxe o vocalista Tony Martin, acompanhado por Iommy, Butler e o baterista original do time, Bill Ward.

Ozzy Osbourne, como todos sabem, cantou aqui pela primeira vez em janeiro de 1985, no primeiro Rock in Rio, e voltou em outras ocasiões, incluindo uma na edição de 1995 do mesmo Philips Monsters Of Rock. Como tive a oportunidade de ver esses dois shows, eu também vi a formação original da banda que criou clássicos como Iron Man a prestação. Eita!

Desta vez, será Bill Ward quem não marcará presença nos shows da nova turnê do Sabbath. Ele saiu fora do time em 2012, alegando discordâcias em relação aos valores que seriam pagos por sua participação na turnê. Para substituí-lo, entrou no time Brad Wilk, baterista da banda de metal alternativo Rage Against The Machine.

Vale lembrar que uma outra encarnação do Black Sabbath também tocou duas vezes por aqui, desta vez com o lendário e saudoso Ronnie James Dio nos vocais. Em 1992, usaram o nome Black Sabbath mesmo (eu estava lá!), e em 2009, em seu retorno, o nome do álbum mais cultuado dessa fase da banda, Heaven And Hell. Ufa!!!

Veja o clipe de Iron Man, com o Black Sabbath:

Of Monsters And Men surpreende no Brasil

Por Fabian Chacur

Surgida na distante Islândia há apenas três anos, a banda Of Monsters And Men já é um nome familiar para os apreciadores de folk rock nos quatro cantos do mundo. E isso com apenas um álbum, o delicioso e delicado My Head Is An Animal, que saiu por aqui pela Universal Music e inclui os hits fofinhos Dirty Paws, Little Talks e Mountain Sound.

Na última sexta-feira (29/3), o quinteto se apresentou no palco Butantã do Lollapalooza Brasil 2013 e se firmou como uma das mais agradáveis surpresas do evento. Suas armas: um show simples, bom de se ver e ouvir, boas canções e a ótima atuação de seus dois cantores, a simpática Nana Brindis e o gordinho gente boa Ragnar Raggi Porhallsson (que também toca violão acústico).

Completam o time os também competentes Brynjar Leifsson (guitarra), Arnar Hilmarson (bateria), Arni Gudjohnsson (teclados) e Kirstjan Pall (baixo). Após mais dois shows na cidade, um deles no formato pocket marcando a estreia no Brasil dos Go Shows do Vevo Brasil, plataforma de vídeos que pode ser acessada via Youtube, eles se foram do país nesta terça (2).

Em entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira (1º) no hotel Renaissance, em São Paulo, o grupo mostrou muita simpatia e também timidez nas respostas dadas às questões dos jornalistas presentes. Provavelmente ainda estão se acostumando com o assédio dos jornalistas. Nós, os eternos malas…

“Ficamos muito surpresos e impressionados com a reação do público brasileiro. É o melhor público que já tivemos até hoje em nossa carreira”, afirmou Ragnar. Nos shows, ele tocam músicas do primeiro álbum e também alguns covers, entre eles uma canção do grupo Yeah Yeah Yeahs e Close To Me, do The Cure.

Eles se dizem felizes com a repercussão que o seu estilo musical, uma versão pop do folk rock, está obtendo no mundo atualmente, com direito a estouro de bandas como o Mumford & Sons. “Há um maior interesse pelo tipo de som que fazemos, assim como uma nova concepção musical em torno dele”, dizem.

A banda se assume como integrada por fãs de estilos bem distintos, que incluem o próprio folk, rock e até música erudita (“menos heavy metal”, garantem, rindo). Em São Paulo, foram a uma churrascaria e se perderam na Vila Madalena. “A mulher do nosso agente é brasileira, e fomos recepcionados com uma festa”, disse Ragnar.

Para Ragnar, o som que eles fazem é universal, com um pequeno tempero islandês na mistura. “Queremos ser universais em teros musicais, mas nossa origem se reflete no que fazemos. A atmosfera de nossa musica tem um tempero islandês, não é uma batida ou um tipo de melodia, pois não existe um ritmo musical próprio na Islândia. Acho que nossa música reflete um pouco da melancolia existente nas paisagens e montanhas de nosso país”.

Eles curtiram bastante tocar no Lollapalooza Brasil, e afirmam que foram convidados para se apresentar por aqui após terem tocado na versão do evento realizada na cidade americana de Chicago em 2012. “Antes, tocávamos mais em lugares fechados, mas achamos mais cômodo e agradável para nós tocarmos em festivais em locais abertos, tem mais a ver conosco”.

O nome da banda, segundo Rágnar, deveria ter denominado uma revista em quadrinhos planejada por eles. “O enredo iria enfocar o contraste entre os homens e os monstros, e as suas semelhanças, mas a revista não saiu e achamos que seria legal dar esse título à banda.

Além do Brasil, Nana e seus colegas afirmam que seus maiores públicos se encontram nos EUA, Canadá e Austrália. Para quem aguarda um DVD com performances ao vivo deles, Rágnar não deu uma resposta muito animadora, embora bastante consciente.

“Achamos que ainda é cedo para gravarmos um DVD ao vivo. Vamos esperar ter um pouco mais de estrada para depois fazer isso, quando tivermos mais experiência”.

Veja o clipe de Mountain Sound, do Of Monsters And Men:

Eric Clapton e Paul McCartney juntos de novo

Por Fabian Chacur

Em 2012, Eric Clapton participou do álbum Kisses On The Bottom, de Paul McCartney, tocando guitarra nas faixas My Valentine e Get Yourself Another Fool. Pois agora chegou a vez de o ex-beatle retribuir a gentileza no novo álbum do astro britânico.

Macca toca baixo e faz vocais em All Of Me, faixa do novo álbum do Deus da Guitarra, Old Sock, que acaba de chegar às lojas. O álbum traz apenas duas músicas inéditas, Every Little Thing e Gotta Get Over. As outras faixas são covers escolhidos a dedo pelo ex-integrante do Cream.

Compositores tão diversos entre si como Leadbelly, J.J.Cale, Peter Tosh, George Gershwin, Hank Snow e Gary More estão no repertório. Além do autor de Live And Let Die, o álbum também traz craques do rock como o ex-colega de Blind Faith Steve Winwood (teclados em Still Got The Blues), a cantora Chaka Khan (vocais em Gotta Get Over), J.J.Cale (vocais e guitarra em Angel) e Jim Keltner (bateria em Our Love Is Here To Stay).

A banda básica que acompanha Clapton no álbum é composta pelos badalados Steve Gadd (bateria), Willie Weeks (baixo) e Chris Stainton (teclados). A produção foi dividida por Clapton com Doyle Bramhall II, Justin Stanley e Simon Climie. Um dos destaques de Old Sock é a sutil e bela releitura de Still Got The Blues, maior hit do saudoso Gary Moore (1952-2011).

As faixas de Old Sock, de Eric Clapton:

01. Further On Down The Road (5:44)
02. Angel (3:54)
03. The Folks Who Live On The Hill (3:46)
04. Gotta Get Over (4:38)
05. Till Your Well Runs Dry (4:42)
06. All Of Me (3:23)
07. Born To Lose (4:03)
08. Still Got The Blues (5:55)
09. Goodnight Irene (4:23)
10. Your One And Only Man (4:31)
11. Every Little Thing (4:35)
12. Our Love Is Here To Stay (4:13)

Still Got The Blues, com Eric Clapton:

Rock perde Alvin Lee, do Ten Years After

Por Fabian Chacur

Alvin Lee, cantor, compositor e guitarrista que ganhou fama como líder da célebre banda britânica Ten Years After, morreu no dia 6 de março, vítima de complicações inesperadas surgidas após um procedimento cirúrgico de rotina, segundo informações postadas em seu site pessoal. O músico inglês tinha 68 anos de idade.

A formação clássica do Ten Years After incluía, além de Alvin Lee no vocal e guitarra, o baixista Leo Lyons, o tecladista Chick Churchill e o baterista Rick Lee. Eles lançaram seu primeiro álbum em 1967, com repercussão mediana. A coisa começou a melhorar para o quarteto a partir do álbum ao vivo Undead (1968).

A fama de Alvin Lee veio mesmo em 1969, quando seu grupo participou em 3 de julho do Newport Jazz Festival, algo inédito para um grupo de rock, e brilhou como uma das atrações do mitológico festival de Woodstok em 15 de agosto, ambos os eventos em solo americano, pátria de suas principais influências (rock básico, blues, folk e hard rock).

A performance de Lee em Woodstock tornou-se seu cartão visitas. No filme que registra os momentos marcantes do evento, ele simplesmente arrasa em I’m Going Home, com direito a citações de clássicos do rock, solos dinâmicos e com uma rapidez e originalidade que poucos músicos seriam capazes de se aproximar. O álbum Ssssh (1969) estourou logo a seguir.

Até 1973, Alvin e sua banda ainda emplacariam alguns hits, entre os quais a belíssima I’d Love To Change The World e também I Woke Up This Morning, Love Like a Man e Positive Vibrations, até que o grupo resolveu sair de cena, para tristeza dos fãs.

A partir daí, Alvin Lee se dividiu entre trabalhos solo e novas formações do Ten Years After. O primeiro disco solo, On The Road To Freedom (1974), conta com participações especiais de George Harrison, Steve Winwood, Jim Capaldi e Ron Wood. Em 1986, gravaria novamente com Harrison e Leo Lyons no álbum individual Detroit Diesel.

Alvin Lee se apresentou há alguns anos no Brasil no hoje extinto Palace.

I’d Love To Change The World – Ten Years After:

I’m Going Home (live in Woodstock)- Ten Years After:

DVD registra volta dos Beach Boys restantes

Por Fabian Chacur

Em 2012, como forma de comemorar meio século de existência do grupo, cinco integrantes da fase áurea dos Beach Boys resolveram se reencontrar para gravar um CD de inéditas e fazer alguns shows. Nascia That’s Why God Made The Radio, o álbum, e a turnê, cujo registro está no DVD Beach Boys 50 Live In Concert, que a Universal Music acaba de lançar nas lojas brasileiras.

Como todos sabem, dos irmãos Wilson da formação clássica dos Beach Boys, só sobrou Brian, cantor, músico, principal compositor e grande gênio da banda americana. Seus irmãos Dennis (bateria e vocal) e Carl (guitarra e vocal) infelizmente nos deixaram respectivamente em 1983 e 1998.

Al Jardine e Mike Love, da formação clássica, Bruce Johnston, que entrou no time ainda nos anos 60 (quando Brian resolveu não fazer mais shows com a banda, só participando das gravações) e o guitarrista David Marks, que gravou e fez inúmeros shows com ele, completam o time atual nesse retorno histórico.

Os cinco, no entanto, não fazem o show sozinhos, contando com uns dez músicos de apoio que tornam possível um instrumental encorpado e vocais mais consistentes e próximos daqueles originais que encantaram gerações nessas cinco décadas de boas vibrações, acordes caprichados e canções pop encantadoras.

O show não é excepcional, pois seus protagonistas já não ostentam a boa forma que tinham como músicos e vocalistas nos bons tempos, mas é digno e serve como boa forma de matar a saudade de canções maravilhosas como Heroes And Villains, Sloop John B, Wouldn’t It Be Nice, Sail On Sailor, Californa Girls e Help Me Rhonda, entre outras, além da nova (e bacana) That’s Why God Made The Radio.

Chega a ser irônico pensar que, dos cinco homens de frente desta reunião, quem aparenta estar melhor é Brian Wilson, justo aquele que, durante décadas, sempre estava na lista macabra dos “próximos mortos ilustres e precoces do rock”. Graças a Deus isso não ocorreu, e o cara hoje está mais produtivo do que nunca, investindo em ótima carreira solo.

Além do show, temos um segundo DVD com um documentário de aproximadamente uma hora intitulado Doin’ It Again, na qual a história do consagrado grupo de rock é contada, com direito a cenas de arquivo e entrevistas recentes com os integrantes atuais dos Beach Boys.

O show e o documentário, por sinal, caberiam em um único DVD, o que reduziria o preço do lançamento. E faltou um encarte com fotos e informações técnicas sobre o show e o documentário, ítem indispensável em um trabalho como esse. Mesmo assim, é um ítem que o fã do grupo certamente curtirá acrescentar a seu acervo.

Sail On Sailor, com os Beach Boys, gravada em 2012:

Veja o trailer do DVD Beach Boys 50 Live In Concert:

Nova de Bowie tem sabor de Scary Monsters

Por Fabian Chacur

David Bowie continua adoçando a boca de seus fãs. Após a grande repercussão obtida por Where Are We Now?, canção divulgada no dia de seu aniversário (8 de janeiro) e a primeira inédita em dez anos, ele nos oferece a segunda amostra extraída de The Next Day, seu aguardado álbum de retorno, previsto para sair em março.

The Stars (Are Out Tonight) é um rock energético com ótimas guitarras na linha de frente e camadas de teclados (e/ou cordas) ao fundo, e poderia perfeitamente estar incluída no célebre álbum Scary Monsters (1980), com direito a delicioso clima misterioso e uma interpretação impecável do Tin White Duke. Coisa fina!

O clipe, dirigido por Floria Sigismondi (já trabalhou com o mestre antes), traz como destaque a premiada atriz Tilda Swinton, que vive a esposa de Bowie. O casal, de perfil tradicional, é visitado por outro bem andrógino e do tipo “celebridades polêmicas”, e a convivência entre eles oferece transtornos e uma sacudida no universo outrora tranquilão da dupla inicial.

A canção é bem distinta da bela balada Where Are We Now?, e dá a entender que David Bowie não voltará ao cenário pop para nos fazer perder tempo com canções fracas e sem sal. Não vejo a hora de ouvir The Next Day na íntegra! E a hora está chegando!

Veja o clipe de The Stars (Are Out Tonight):

Veja o clipe de Where Are We Now? :

George Harrison aos 70: doce, filosófico, genial

Por Fabian Chacur

No dia 24 de fevereiro de 1943, nasceu em Liverpool, Inglaterra, um dos mais importantes nomes da história do rock e da música em geral. Se estivesse vivo, George Harrison teria completado 70 anos. Infelizmente, ele nos deixou em 2001, com apenas 58 primaveras. Quanta coisa boa ele ainda teria nos proporcionado!

Mas não vale a pena lamentar. Afinal de contas, o cantor, compositor e guitarrista britânico nos deixou um legado que irá durar muito mais do que o mais forte corpo humano suportaria. Sua herança musical traz belas canções, letras profundas, acordes caprichados, solos de guitarra elaborados, voz doce…

Se sua participação na maior banda de todos os tempos, os Beatles, já bastaria para lhe garantir a eternidade, a belíssima carreira solo que construiu depois do fim dos Fab Four também teria lhe valido essa difícil vitória, tamanha a qualidade do que compôs e gravou sem John Lennon, Paul McCartney e Ringo Starr. Genial só ou bem acompanhado.

Como homenagem às sete décadas decorridas desde seu nascimento, selecionei sete canções de sua carreira solo, fugindo das mais óbvias e apostando em profundidade, memória afetiva, pura beleza e intensidade. Ouçam cada uma delas e reflitam se dá para dizer que George Harrison está morto. Que nada! Sua música é imortal!

Don’t Let Me Wait Too Long -(Living In The Material World -1973)

A capacidade de George em criar melodias pop envolventes era incrível, e esta canção é uma boa prova disso. Ritmo delicioso, melodia marcante e uma letra de simplicidade elaborada que me conquistaram ainda moleque, com 12 aninhos.

Any Road (Brainwashed -2002)

O álbum lançado de forma póstuma em 2002 (excelente, por sinal) traz essa canção fantástica, com letra incrível e uma das frases mais profundas que já ouvi na vida: “se você não sabe para onde vai, qualquer estrada pode te levar até lá.

That’s The Way It Goes (Gone Troppo-1982):

Mesmo em trabalhos não tão inspirados como Gone Troppo George sempre nos reservava ao menos umas duas canções realmente estelares. Essa balada aqui, com direito a sua inigualável slide guitar, é bom exemplo desse dom do “beatle quieto”.

Crackerbox Palace (Thirty Three & 1/3 – 1976):

No álbum mais funky/soul da carreira de Harrison, esta música particularmente me emociona, e nem sei explicar bem o porque, além de sua óbvia beleza. Acho que tem a ver com a associação que faço dela com a saudade da infância e dos sonhos de criança, e da crença de que Deus está dentro de todos nós.

Beware Of Darkness (All Things Must Pass – 1970):

Em um álbum repleto de clássicos como esse, escolhi esta canção de tom sombrio, que nos adverte a ter cuidado com as coisas ruins que nos cercam e que podem, se vacilarmos, acabar com tudo o que sonhamos e tentamos preservar de bom. Uma advertência melódica e inspirada, só para variar.

Blow Away (George Harrison– 1978):

Até me arrepia lembrar da primeira vez que eu ouvi essa maravilha tocar no rádio, lá pelos idos de 1978, quando tinha 17 anos. Balada pop certeira, com letra positiva e um daqueles arranjos que só mesmo o autor de Something sabia nos oferecer. Fico arrepiado ao ouvi-la até hoje, e ficarei sempre, pelo visto.

Blood From a Clone (Somewhere In England-1981):

Reza a lenda que a gravadora Warner queria que George fizesse uma canção que tivesse sonoridade próxima do que a new wave e/ou a disco music ofereciam, naquela época. Harrison nos proporcionou esse petardo, com guitarras nervosas, ritmo sofisticado e ágil e forte apelo pop dançante. Nunca desafie um craque da canção…

Sheryl Crow lançará álbum de música country

Por Fabian Chacur

Sheryl Crow irá lançar até o final deste ano um álbum de música country. A primeira música incluída neste trabalho já está sendo divulgada. Trata-se de Easy, que começará a ser comercializada no formato single digital nos EUA logo em março. A cantora coproduz o CD em parceria com Richard Bennett, e contará com participação do cantor e compositor Brad Paisley.

Versátil, Sheryl já trabalhou com artistas de diversos segmentos musicais, entre os quais Eric Clapton, Michael Jackson, Stevie Nicks, Keith Richards e Justin Timberlake. Sua sonoridade mistura elementos de rock, country, folk, soul e pop, entre outros estilos musicais.

Seu mais recente lançamento, 100 Miles From Memphis (2010), por exemplo, foi dedicado à soul music, misturando composições próprias inspiradas nessa sonoridade e clássicos do gênero, em resultado dos mais consistentes (leia crítica do CD aqui e do DVD ao vivo aqui).

Ela não é estranha ao meio country ianque, pois em 2002 atingiu o top 30 daquele estilo musical com a musica Picture, gravada em parceria com outra estrela do rock, o cantor, compositor e músico Kid Rock. Ela já atuou ao lado de importantes nomes da country music como Brooks & Dunn, Vince Gill, Loretta Lynn, Keith Urban e Miranda Lambert.

Com 50 anos de idade, Sheryl Crow iniciou a carreira como vocalista de apoio de artistas como Michael Jackson (participou da turnê do disco Bad-1987). A estrela lançou seu primeiro disco solo, o aclamado Tuesday Night Music Club, em 1993, e a partir do estouro da faixa All I Wanna Do, destaque daquele álbum, firmou-se com força no cenário pop.

A cantora, compositora e guitarrista americana tocou no Brasil pela primeira vez em 1995, abrindo shows de Elton John, e depois no Rock in Rio, em 2001, com performances elogiáveis. Seu talento é dos mais consistentes, pois a moça compôe, canta e toca muito, mas muito bem mesmo. Se eu sou fã dela? Adivinhão, adivinhão…

Ouça Easy, a nova música de Sheryl Crow:

Cantora das Dixie Chicks lançará CD solo

Por Fabian Chacur

Natalie Maines, cantora do trio country americano Dixie Chicks, anunciou em seu site oficial que lançará seu primeiro disco solo no dia 7 de maio. Mother, o álbum em questão, foi bancado pelo selo Columbia da Sony Music, e não significa o fim da banda ou a saída da badalada vocalista do time.

Coproduzido pelo astro do rock Ben Harper, a estreia de Maines na carreira individual inclui 10 músicas, entre elas Mother (do Pink Floyd), Lover You Should’ve Come Over (Jeff Buckley) e Come Cryin’ To Me (parceria de Maines com suas colegas de Dixie Chicks, as irmãos Martie Maguire e Emily Robinson).

Natalie afirma que procurou fazer um disco bem diferente dos trabalhos que registrou anteriormente com sua banda, até como forma de justificar essa incursão solo, o que explica a produção a cargo de Ben Harper e a inclusão de Mother, música que o Pink Floyd lançou em seu clássico álbum The Wall (1979).

Para quem se preocupa com uma possível saída de Natalie Maines do grupo Dixie Chicks, vale lembrar que o trio oriundo do estado americano do Texas já marcou três apresentações para julho em festivais no Canadá. A cantora, no entanto, promete divulgar sua estreia individual de forma bastante efetiva nos próximos meses.

Com mais de 20 anos de estrada, as Dixie Chicks estouraram em 1998 com o excelente CD Wide Open Spaces, cuja maravilhosa faixa título tocou nos quatro cantos do mundo. Sua mistura de country de raiz com elementos de rock, pop e blues rendeu mais de 27 milhões de cópias vendidas, 13 troféus Grammy e três álbuns que atingiram o número 1 em seu país natal.

São eles Fly (1999), Home (2002) e Taking The Long Way (2006). O trio também ganhou fama por razões extra-musicais. Em 2003, Natalie criticou abertamente George W.Bush pela guerra contra o Iraque, o que gerou diversos ataques dos conservadores contra as meninas.

Ouça Mother (ao vivo), com Natalie Maines e Ben Harper:

Ouça Wide Open Spaces (ao vivo), com as Dixie Chicks:

Suzanne Vega relê composições com classe

Por Fabian Chacur

Em 2010, Suzanne Vega iniciou o projeto Close-Up, no qual pretendia reler, em quatro volumes temáticos, canções gravadas originalmente por ela em seus álbuns lançados entre 1985 e 2007, com direito a algumas inéditas. Leia sobre os volumes anteriores da série aqui e aqui.

A série chega ao final com Vol.4-Songs Of Family, que inclui o maior número de faixas inéditas do pacote, quatro, além de dez de álbuns lançados pela cantora, compositora e violonista americana entre 1990 e 2007. O álbum é provavelmente o mais folk do quarteto, ao menos na opinião da própria artista.

Na minha, trata-se de mais um álbum delicioso de se ouvir, com direito à voz suave e sempre bem colocada de Suzanne, seu violão fluente em primeiro plano e um acompanhamento instrumental conciso e esparso, com direito a momentos do tipo “voice and guitar only” simplesmente certeiros por parte da autora de Luka.

As inéditas são Ludlow Street, Brother Mine, The Silver Lady e Daddy Is White, boa parte delas integrante da primeira fornada de composições de Miss Vega, e tão boas como as que a consagrariam. A moça começou no ofício de compor já com munição de alto calibre.

Quer saber? Ouvir um álbum de Suzanne Vega é bom antídoto contra a mesmice e a agressividade do mundo atual, que às vezes coloca a gente no paredão da irritação, prestes a estourar e a xingar meu lôro de urubu. Um som delicado, agradável e extremamente bem construído. Genial! O que muitas seguidoras atuais do folk seriam, se tivessem talento…

Em tempo: sai na Europa no dia 18 deste mês mais um álbum de Suzanne Vega. Novamente é composto por releituras de suas principais canções, desta vez em gravações ao vivo. O álbum duplo é intitulado Solitude Standing: Live On Barbican, e foi registrado em Londres no mesmo teatro que viu a volta dos Mutantes em 2006. Espero que saia por aqui.

Waters Of March (Águas de Março), com Suzanne Vega e Stacey Kent, ao vivo:

– Tired Of Sleeping (ao vivo) – Suzanne Vega:

Older posts Newer posts

© 2024 Mondo Pop

Theme by Anders NorenUp ↑