A volta de Paul McCartney ao Brasil para três shows de ingressos caríssimos em novembro, um em Porto Alegre no dia 7 e dois em São Paulo nos dias 21 e 22 (enfim confirmaram o que todos já sabiam, que esse segundo show era inevitável) está me fazendo querer escrever muito sobre ele no período que antecede a nova turnê por aqui.
Aproveitei para tirar da minha coleção e colocar para rodar no meu DVD player o documentário Wingspan – An Intimate Portrait. Lançado em 2001, trata-se de uma história dos dez anos iniciais da carreira do meu ídolo máximo após sair dos Beatles.
O eixo da história é o amor entre Paul e a saudosa Linda Eastman, e de como ele resolveu unir o útil ao agradável, montando um novo grupo, o Wings, com o amor da sua vida tocando teclados.
Wingspan é sensacional, pois mistura deliciosas cenas de arquivo do próprio artista, incluindo aquelas filmagens caseiras emocionantemente toscas e afetivas, com registros de shows, entrevistas coletivas etc.
Tudo é conduzido por uma entrevista dada na época pelo ex-beatle à filha mais velha, a gatíssima Mary. O papo entre os dois é uma delícia, com direito a uma revelação entre os dois.
“Quer dizer que quando você casou com mamãe ela já estava grávida de mim?, pergunta, docemente, recebendo um sim levemente constrangido de papai McCartney.
O argumento usado por ele para rechaçar as críticas por colocar Linda em seu grupo é no mínimo sensacional:
“Eu estava montando apenas um grupo de rock, e não fazendo uma experiência química ou coisa assim. Se não desse certo, a quem poderia prejudicar? Ninguém! Não sei por que discutiam tanto isso”.
As memórias sobre os seus primeiros discos solo (McCartney e Ram), a formação do Wings, os primeiros shows, as turnês e até mesmo a inesperada prisão no Japão em 1980 que acabou pondo fim aos Wings são relatadas com riqueza de detalhes e documentação.
Os vários músicos que passaram pela banda também são apresentados, entre eles o braço direito do casal, Denny Layne.
Aliás, a explicação dele para o fim da banda é bem interessante.
“Parece que não era para a gente fazer aquela turnê. E já tínhamos feito tudo o que havia para se fazer com o Wings, era a hora de buscar outros objetivos”.
E foi exatamente o que ocorreu a partir dali. Nos anos 80, ele consolidou a carreira solo graças a discos como Tug Of War (1982) e fez raros shows até 1989, quando resolveu voltar aos bons tempos de turnês mundiais. Mas isso é outra história…
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