dylan_modern.jpgFaz tempo que Bob Dylan integra aquela comunidade de artistas da qual a gente já sabe mais ou menos o que esperar, quando sai um disco novo. Isso não quer dizer necessariamente se tratar de um trabalho previsível no sentido negativo da palavra, mas ninguém espere duetos de Mr.Zinnerman com Christina Aguilera, ou coisas do gênero, só para ganhar uns trocos a mais. Rock, folk, blues, country, aquela deliciosa voz de pato rouco inconfundível etc. Modern Times segue essa mesma fórmula, e agradará em cheio aos fãs fiéis, embora possa também surpreender quem não o conhece, ou conhece pouco.

Os arranjos são minimalistas, sem complicações. Dylan tem a seu lado a mesma banda com quem tem feito shows, que inclui o baixista Tony Garnier (com ele desde 1989), o baterista George G. Receli (desde 2002), os guitarristas Stu Kimball e Denny Freeman (desde, respectivamente, 2004 e 2005) e Donnie Herron (desde 2005, toca violino, mandolim e pedal steel guitar). São dez músicas, várias delas ultrapassando os cinco minutos de duração.

Uma delas já pode ser considerada das melhores do ano: a balada Workingman’s Blues # 2 , prima distante de Jokerman que cativa desde seus primeiros segundos. Dois rocks básicos lembram grandes momentos de Chuck Berry e Elvis fase Sun Records, Thunder On The Mountain e The Leeve’s Gonna Break . Os blues rápidos Someday Baby e Rollin’ And Tumblin’ (adaptação de hit de Muddy Waters) chacoalham o esqueleto, e as baladas jazzy Spirit On The Water , When The Deal Goes Down e Beyond The Horizon são deliciosas. A balada rock Nettie Moore e a envolvente (nove minutos de duração) Ain’t Talkin’ , que lembra o mood do álbum Oh Mercy , completam o elenco de canções. Um disco para se ouvir muitas vezes, e sorver cada canção, cada verso, cada grunhido da voz rouca de Mestre Zinnerman. Leia mais sobre o CD em http://mondopop.net/blog/?p=180.
Site com escalação de todas as bandas que acompanharam Dylan :

http://www.geocities.com/trevormidgley/GiggingBands.html