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The Beatles – Revolver (Parlophone/EMI-1966)

revolver.jpgExiste uma frase recorrente no universo da crítica musical. Toda vez que alguém grava um disco que parece prestes a se tornar um divisor de águas em sua trajetória, o mesmo é denominado “seu Sgt. Pepper’s”. Curiosamente, o “Sgt.Pepper’s” do grupo que gravou o célebre álbum em questão, os Beatles, é na verdade Revolver. Cheque as centenas de listas de melhores discos de todos os tempos. Revolver sempre está, no mínimo, entre os dez. Com toda a justiça. Para mim, o melhor disco de todos os tempos. Ponto!Revolver saiu em agosto de 1966, em meio ao impacto do anúncio de que os Fab Four nunca mais excursionariam. Trata-se de um momento único em termos musicais, no qual a perfeição predominou. Psicodelismo, influências eruditas e orientais, rock básico, timbres maravilhosos de guitarra, linhas de baixo absurdamente criativas, soul, romantismo, está tudo lá. Começa com Taxman, rock swingado de George Harrison com solo de guitarra de Paul McCartney e letra ácida contra os impostos (parece feita para o Brasil 2006). Eleanor Ribgy, quarteto de cordas, clima erudito, poesia dura. I’m Only Sleeping, clima psicodélico e o eterno problema de John Lennon com o sono. Love You Too, melhor momento da fusão oriente-ocidente de Harrison, com cítara comendo solta. Lirismo, melodia, amor em estado puro, Here There And Everywhere. Delírio psicodélico para animar a garotada, Yellow Submarine. Guitarras mortais, viradas de bateria alucinantes, letra piradíssima, She Said She Said.

Abre o lado 2 do vinil um belo ode ao dia, Good Day Sunshine. Riff alucinante de guitarra é o mote de And Your Bird Can Sing. Lirismo melancólico, triste, doído, belíssimo, For No One. O doutor doidão que receita drogas para toda a malucada, um rockão swingado, Doctor Robert. Hard, impactante, grandes vocais, outro petardo de Mr.Harrison, I Want To Tell You. Beatles tocando soul, ou seja, Got To Get You Into My Life. E o fecho psicodélico, experimental, viajante, mântrico, Tomorrow Never Knows. O que dizer de um disco como esse? Ouça ele já, no talo!

2 Comments

  1. simplesmente fantastico, nao enjoo nunca

  2. O momento sem volta ( no ótimo sentido ) dos Beatles . O engraçado é que eu gosto de absolutamente tudo que eles fizeram , sem preferências extremas por alguma fase . Uma coisa que é fundamental , e que na minha opinião trouxe o respeito eterno pelo trabalho deles , foi essa possibilidade de correr riscos , de ir muito além do que se esperava , mesmo não sendo necessário . Ora , você tá no topo do mundo , bajulado por todos , com um sucesso comercial muito mais do que confortável , e por vontade própria arrisca tudo porque simplesmente confia nas suas IDÉIAS pra mudar a concepção de toda a música popular ? E melhor ainda , tudo isso se confirma perfeitamente ? São tantos os caminhos apontados por esse disco que fica difícil resumir em poucas palavras . Isso é coisa de gênio !!!

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