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Rodrigo Bragança equilibra emoção e criação

Por Fabian Chacur 

Para quem não agüenta mais essa febre de artistas que aparecem do nada e somem também do nada, Rodrigo Bragança é quase uma bênção. O cantor, compositor e guitarrista mineiro nasceu em Belo Horizonte, e desde criança está envolvido com o mundo da música. Radicado em Sampa City a partir de 1996, estudou com mestres do naipe de Ulisses Rocha e Sílvia Góes, tocou com gente importante como Joyce, Danilo Caymmi, Proveta e o grupo Maskavo e também integra grupos como o Grito, de rock MPB, e o instrumental Mandu Sarará. Não satisfeito, ainda encontrou tempo hábil para uma incursão solo, que gerou Lágrimas de Chorar Estrelas, CD que está sendo lançado pelo selo Pés De Vento, com distribuição da Tratore.

Acostumado a colaborar com outros músicos e cantores, aqui Rodrigo radicaliza na individualidade, pois as 14 faixas são executadas valendo-se exclusivamente de sua ótima voz e de sua exímia habilidade com a guitarra elétrica. O resultado é um disco extremamente melódico e doce, com um quê de melancolia a nortear letras e arranjos. Há algumas afinidades evidentes com o trabalho do Clube da Esquina dos anos 70, notadamente Flávio Venturini e a vertente mais rock progressivo daquele time de conterrâneos das Minas Gerais.

O CD merece ser digerido aos poucos, sem pressa, sorvendo cada acorde, cada efeito instrumental, cada falsete vocal. Pois foi exatamente dessa forma que Rodrigo os criou. As letras são polaróides urbanas, haikais do século 21, como a belíssima Um Grito, ou Longe, ou ainda Dias de Chuva. O conteúdo de Lágrimas de Chorar Estrelas não é de fácil assimilação, mas ao mesmo tempo não é hermético. Ou seja, depende apenas de um pouquinho de boa vontade do ouvinte, que só irá ganhar com a mesma.

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3 Comments

  1. kiko,
    Sucesso é o mínimo que você pode alcançar…. o reconhecmento do que você faz e é o que desejo pra você de coração!
    Kenya Melo

  2. Di Domingues

    May 2, 2008 at 5:03 pm

    Sabe recebi de presente teu cd de um amigo em comum, Marcelo Medeiros. Disse-me ele que eu ia gostar. Errou, fiquei completamente encantada com tuas estrelas, ventos, longes, luas, anjos,chuvas ,lavadeiras…. tanta beleza em tuas lágrimas de chorar estrelas. Todo o cd parace uma só canção, seus efeitos na guitarra, no violão acentuam essa mágica poeisa, que entra na alma e não sai mais. Desejo sucesso mais do que merecido estava faltando isso …Beijo na alama, Di.
    “ora diereis ouvir estrelas? certo perdeste o senso tresloucado amigo! O que conversas com elas?
    E eu te direis no entanto, que é preciso amar para ler e ouvir estrelas.”
    Olavo Bilac – Via Láctea.

  3. Di Domingues

    May 2, 2008 at 5:09 pm

    Esqueci. Ouço tuas músicas todos os dias, uma ou outra, por vezes o cd todo. Para mim é maravilhoso ouvi-las, a cada vez que as ouço, algo novo de descortina em minha mente.
    Di.

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