Na metade dos anos 80, Fábio Golfetti (vocal e guitarra) e Cláudio Souza (bateria) saíram do Zero, banda emergente no underground paulistano, para montar, com Ângelo Pastorello, o Violeta de Outono.
Em pouco tempo, o trio cativou um público fiel com sua fusão de psicodelismo e rock progressivo.
Gravaram dois álbuns pelo selo Plug, da multinacional BMG em 1987 e 1988. O time atual inclui, além do guitarrista e do baterista, o tecladista Fernando Cardoso e o baixista Gabriel Costa. Em plena turnê de lançamento do CD Volume 7, eles passaram pelo Auditório Ibirapuera no dia 30 de março.
O grande mérito do Violeta de Outono, desde seu início, foi trabalhar em cima do que há de melhor no psicodelismo e no progressivo. Passam longe da porra-louquice exagerada de alguns grupos que se dedicavam ao primeiro, e do tecnicismo exacerbado que domina seguidores do segundo. Volume 7 é ótimo, e a entrada em cena de um tecladista encorpou a sonoridade deles.
Músicas como Caravana pegam o ouvinte e o levam a um verdadeiro universo paralelo, em estilo “viajante” que marca o que há de melhor no progressivo/psicodelia. Além das novas, o quarteto não se furtou a nos oferecer versões vitaminadas de clássicos como Outono.
A participação especial do lendário saxofonista Manito, ex-Incríveis e Som Nosso de Cada Dia, injetou ainda mais fogo em uma performance que já se antevia antológica, com direito a efeitos visuais criados pelo artista plástico André Peticov como pano de fundo.
O final, com o cover de Tomorrow Never Knows, dos Beatles, que os fãs sempre esperam com ansiedade, deu toques de perfeição a uma aula de rock. E a capacidade de Fábio Golfetti em tirar timbres diversificados e lindos de sua guitarra é suficiente para apontá-lo como um dos melhores do rock brasileiro de todos os tempos.
April 21, 2008 at 1:13 pm
Ouço esta banda e frequento seus shows,sempre pequenos ( graçs a Deus) ha muito tempo.Sou fã ,assim como meus amigos!Tocávamos numa banda punk,mas sempre gostei dos Violeta!!