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Control é belo retrato cinematográfico de Ian Curtis

Por Fabian Chacur

Ian Curtis é daqueles seres humanos que parece que sabiam de antemão que teriam vida breve. Suicidou-se aos 23 anos, incapaz de encarar a somatória de pressões do sucesso que o Joy Division começava a ter, a tumultuada vida pessoal e, pior, a epilepsia, que lhe cobrava preço alto em termos físicos.

Se viveu pouco, aproveitou muito bem sua curta existência, deixando-nos como herança uma obra repleta de momentos marcantes, e influente até a medula. O cantor, compositor e músico britânico é retratado com sensibilidade pelo diretor Anton Corbijn em Control. Sem ter a pretensão de esgotar o assunto, ele soube passar para a tela grande o personagem Ian, artista superlativo e ser humano confuso, doente, inquieto. A escolha de filmar em preto-e-branco tornou Control perfeito para exprimir em imagens a música soturna, dolorosa e originalíssima da banda.

O ator Sam Riley encarna Curtis de forma plena, ele que, ironicamente, nasceu em oito de janeiro de 1980, ou seja, quatro meses e dez dias antes da morte do rock star. Os vocais, as danças, tudo evoca de forma perfeita o turbulento rocker. Samantha Morton, que vive a esposa de Curtis, também se saiu bem, e o filme teve roteiro inspirado na biografia da mesma.

Anton Corbjin estréia como diretor de longas, mas tem vasta obra como fotógrafo e dirigindo videoclipes para Depeche Mode, Metallica, Nirvana etc. Ele, inclusive, fotografou o próprio Joy Division, que, por sinal, o levou a ir para Londres nos idos de 1979.

A estética sombria e urbana que caracteriza seus trabalhos nessas mídias também marca Control, que tem tudo para se tornar cult, nos anos que virão. De quebra, ótimas performances de canções essenciais como Love Will Tear Us Appart, Isolation, She’s Lost Control, Atmosphere e Transmission. Outro ponto alto do filme: mostrar as crises epilépticas e o suicídio de Curtis sem cair no sensacionalismo barato, conseguindo chocar sem, no entanto, enojar o espectador. Afinal, haja saco para tanto sensacionalismo que volta e meia rola nesse tipo de transposição de vidas findadas tragicamente para a tela.

Confira o trailer do filme Control:

[youtube]xUz6y6ANIgE&hl=pt-br[/youtube]

1 Comment

  1. Marcio Furuno

    July 2, 2008 at 7:31 pm

    É verdade! Concordo!

    O Anton Corbjin fez um filme bem estiloso. Ele procurou não seguir o tradicional esquema de cinebiografia musical.

    “Control” faz um belo complemento ao documentário “Joy Division”, que já estreou nos cinemas de São Paulo. Ambos são complementares e juntos acabam formando um bom painel sobre a obra do Joy Division.

    Marcio Furuno

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