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James Morrison é branco de alma negra

Por Fabian Chacur

 

Perdoem-me o título-clichê, mas o mesmo se encaixa feito uma luva no perfil de James Morrison. O cantor e compositor britânico surgiu há dois anos com o álbum Undiscovered, dando mostras de que seria uma das grandes revelações no meio da soul music contemporânea. O disco vendeu bem, rendeu ao jovem artista vários prêmios e gerou boas expectativas em relação à continuidade de sua trajetória. A prova dos nove acaba de chegar ao mercado. Songs For You, Truths For Me é merecedor dos maiores elogios, pois se trata de um trabalho raro nos dias de hoje. Durante suas 13 faixas, consegue misturar de forma brilhante apelo pop, culto à soul music dos anos 60/70 sem cair na mera cópia e, principalmente, alma. Afinal, para cantar esse gênero musical sem cair na paródia é preciso mergulhar de cabeça, botar os sentimentos para fora, mas de forma atenta, para fugir dos exageros. E esse artista de apenas 23 anos esbanja tarimba, potência vocal e categoria. Acompanhado por ótimos músicos e com produção simples e de muito bom gosto, Morrison apresenta uma performance que evoca influências dos registros vocais de gente do naipe de Rod Stewart, Stevie Wonder e Otis Redding, sempre a quilômetros luz da imitação. As canções investem em letras simples e melodias repletas de espaços para a performance afetiva do artista britânico. Não faltam destaques, entre eles o dueto com Nelly Furtado em Broken Strings, o balanço soft em tons menores de Nothing Ever Hurt Like You, a contundência aliada a metais de The Only Night, a delicada You Make It Real e a densa Please Don’t Stop The Rain. James Morrison é a prova de que, sim, existe muita gente da nova geração com talento suficiente para ser cultuado por quem é exigente, ao contrário do que alguns ranzinzas por aí adoram pregar. Um branco de alma negra, devotado à melhor soul music.

 

Confira o videoclipe de You Make It Real:

 

http://br.youtube.com/watch?v=bU1Yau9K9YQ

 

3 Comments

  1. Felipe (Otacilio Costa - SC)

    December 27, 2008 at 12:35 pm

    VALEU FABIAN

  2. Tiago Ferreira Taino

    December 27, 2008 at 11:28 pm

    Fabian, ótima indicação desse cara, curti muito a música, me lembrou um pouco algumas do Dave Mattheus.

    Não sabia que o Kraftwerk iria abrir o show do Radiohead, só me deixou mais afim ainda de ir, mesmo infelizmente vendo esse contra-senso que é o Kraftwerk com toda sua história abrir o show do Radiohead (garotos perto dos alemães).

    Sobre o Marron 5, vc definiu com uma frase, um som gostoso de ouvir… suave, amigável… uma pena eu não ter ficado sabendo do show deles por aqui.

    E sobre o James Morrison, ele já passou dos 27 anos?? hehe sabe como é né, com esse nome é melhor prevenir…

    Abraços.

  3. Leonardo Pessoni

    December 28, 2008 at 7:35 am

    Esse cara realmente é bão!!!!!

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