Mondo Pop

Por Fabian Chacur

Tivemos perdas significativas no meio musical internacional em 2008. Isaac Hayes, Mitch Mitchell (Jimi Hendrix Experience), Richard Wright (Pink Floyd)…… Mas falou-se pouco, por aqui, de um nome seminal para a soul music. Vou aproveitar o clima de final de ano para reviver a trajetória brilhante de Norman Whitfield (12.5.1940-16.9.2008). Ele foi um dos diversos nomes revelados pela gravadora Motown nos anos 60. Produtor e compositor, tem em seu currículo canções marcantes como I Heard It Through The Grapevine (hit na voz de Marvin Gaye e dezenas de outros), War (hit com Edwin Starr e também na regravação de Bruce Springsteen) e Ain’t Too Proud To Beg (gravada por Temptations e Rolling Stones, que se aproveitaram de um trecho dela para compor a sua própria Under My Thumb), entre outras. Sua grande obra no meio musical foi ter direcionado o quinteto vocal Temptations, até então conhecido por hits românticos como My Girl, rumo a algo que até então não existia, a soul music psicodélica. Ousado, Whitfield misturou rock e black music, gerando (em parceria com Barret Strong) obras primas do calibre de Cloud Nine, (I Know) I’m Losing You, Ball Of Confusion, Masterpiece e Papa Was a Rolling Stone. Esta última eu considero uma das dez melhores músicas dos anos 70, com direito a longa introdução instrumental, letra concisa e avassaladora e vocais arrepiantes. George Michael a regravou nos anos 90 em medley com Killer, de Adamski. Ao sair da Motown, Norman criou seu próprio selo, pelo qual lançou o excelente grupo Rose Royce, do tema do filme Car Wash e petardos pop-soul do naipe de Love Don’t Live Here Anymore (regravada nos anos 80 pela Madonna), Wishing On a Star (hit nos anos 90 em regravação das Cover Girls que foi tema de novela aqui no Brasil), Do Your Dance, Is It Love You’re After etc. Norman Whitfield deixará saudades nos fãs da melhor soul music.

Papa Was a Rolling Stone, em cena do filme sobre os Temptations:

http://br.youtube.com/watch?v=sfrau7zzc3E