Mondo Pop

Por Fabian Chacur

Se eu tinha alguma dúvida acerca de Bruce Springsteen, a mesma foi esmigalhada após o excepcional show que o cantor, compositor e músico americano fez encerrando o mega-concerto Human Right Now!, no glorioso Estádio Palestra Itália, no já longínquo 1988. Com mais de duas horas e meia de duração, só o bis, com uma versão avassaladora de Twist And Shout, já teria valido o ingresso. Às vésperas de completar 60 anos de idade, o que, se Deus quiser, ocorrerá no dia 23 de setembro de 2009, The Boss volta com um disco de inéditas excelente, que, na verdade, só tem um único pecado: o início. Outlaw Pete, que abre Working On a Dream, nova bolachinha prateada do roqueiro americano, dura mais de oito minutos, e é uma pálida tentativa de emular outras canções épicas de seu repertório, como Born To Run. A melodia é fraca e o refrão, bem chatinho. Daí para frente, no entanto, é só alegria, como dizem por aí. Rocks básicos vibrantes, baladas rock certeiras, blues e canções acústicas dão o tom, no último trabalho a contar com um de seus fiéis escudeiros da E-Street Band, Danny Federici (organista), que infelizmente faleceu no ano passado, sem poder conferir o álbum pronto. A faixa título, com ecos de Roy Orbison, o rockão My Lucky Day, a deliciosamente country Tomorrow Never Knows e a psicodélica/sessentista a la Byrds Life Itself arrebatam, assim como The Wrestler, tema do filme homônimo estrelado por Mickey Rourke. Working On a Dream é daqueles discos que dignificam o rock and roll, e prova que esse estilo só morrerá quando gente do naipe de Springsteen não estiver mais por perto. Aliás, a frase definitiva sobre esse tema foi escrita por Neil Young no final dos anos 70: “hey, hey, my, my, my, rock and roll will never die”. Ponto!

Confira o videoclipe de Working On a Dream:

http://www.youtube.com/watch?v=XtS78vUUzJo&feature=channel_page