Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Quem disse que a música precisa de um formato único?

Por Fabian Chacur

 

Desde que os arquivos mp3 invadiram o mundo musical, muito se questiona sobre o futuro dos formatos físicos, e de uma possível substituição pelos virtuais/digitais. Essa discussão se abre, quando entra em cena a questão de que, pela via digital, é mais habitual serem lançadas faixas de forma individual, o que permite a comercialização das mesmas em unidades, e não necessariamente em álbuns com 10, 12 ou 14 músicas. O produtor Rick Bonadio, no caderno Informática da Folha de S.Paulo de hoje, por exemplo, acha que o formato álbum “já está acabando, e é totalmente desnecessário”. Prefiro discordar dele, e por uma razão lógica. Na verdade, a grande lição que fica dessa confusão toda é que o consumidor não quer mais saber de que lhe imponham a forma como ele irá consumir a música de que tanto gosta. Uns preferem o CD. Outros, o até a pouco considerado extinto vinil, que está voltando com força às lojas físicas e virtuais do Brasil e do mundo. Há quem curta os formatos digitais, adquirindo ou músicas sortidas, ou álbuns inteiros. Lógico que tem aqueles que só querem saber de “levar vantagem em tudo” e baixar tudo de graça, sem pensar que estão lesando não as gravadoras, mas sim os artistas e profissionais envolvidos em cada gravação. O que todos esses seres humanos tem em comum é o fato de não abrirem mão de escolher a forma mais adequada para curtir o novo LP do U2, ou a nova música do Roberto Carlos, ou o novo CD do Radiohead (foto). Este último, por sinal, deu uma aula quando lançou In Rainbows em 2007 em inúmeros formatos. Não irão mais ocorrer ditaduras do tipo da imposta pelas grandes gravadoras nos anos 90, no Brasil, quando os singles foram extintos devido à ganância das mesmas em impor os CDs “cheios” aos consumidores. Por sua vez, os artistas é que saberão o que é melhor para cada um deles, se lançar uma música, duas, um álbum cheio ou o que lhes convir. Liberdade de expressão é o que dever prevalecer. Como me dizia o saudoso amigo Nilson Pamplona, diretor da extinta Revista do Nopem, a música sempre irá sobreviver a todas essas questões e crises. É por aí.

 

Videoclipe de Fake Plastic Trees, do Radiohead:

 

http://www.youtube.com/watch?v=HeowFbvpu0U

 

4 Comments

  1. Isso me fez lembrar da questão do Napster em 1999(ou 1998?).
    A Alanis Morrisete deu uma opinião muito parecida com a minha dizendo mais ou menos o seguinte: que o MP3 é como se fosse a nova rádio, o público vai ouvindo e depois escolhe o que vai consumir.Cabe a capacidade do artista em convencer o público.

    É mais ou menos isso, conheço muitas pessoas, inclusive eu que adora ter o CD(e muitos até compram o CD usando a justificativa de não lesar o artista) e usa o MP3 para ter uma prévia.
    Seja lá como for, ainda tem o mercado de shows que supre isso, tendo ouvido em MP3 ou CD , tem muita gente que paga para ouvir ao vivo.

    A Trama faz aquele esquema bem interessante de Download Gratuito e a cada download o artista recebe.Adotando parcerias e patrocínios, ninguém perde nesta troca.

    O caso do Radiohead eu adorei, cada um pagava o que bem entendesse pela música, ou nada, se caso quisesse.

    É o mundo tecnológico que tanto amo.=)

    Saudações, Chacur!

  2. E viva a liberdade. Especialmente quando bem utilizada. Obrigado pela opinião qualificada e e pela visita!

  3. Alexandre Damiano

    March 27, 2009 at 1:46 pm

    Tenho uma ideia.
    Pq as gravadoras não se transformam em portais de música?

    coloca o download por 1 dolar e cria uma maneira eficiente de cobrança.

    abs
    Alexandre

  4. Toda idéia é sempre válida, especialmente nesse momento, no qual a falta de certezas parece ser a tônica não só no mercado fonográfico, como no mundo como um todo. Grande abraço, Alexandre, e obrigado pela visita!

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