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Maria Gadú e Caetano: essa dupla dá dinheiro!

Por Fabian Chacur

Com apenas dois meses nas lojas, o trabalho gerado pela parceria de Caetano Veloso e Maria Gadú apresenta belíssimos resultados em termos comerciais, como seria de se esperar.

Segundo informações da gravadora Universal Music, o CD duplo Multishow Ao Vivo – Caetano e Maria Gadú, vendeu até agora 90 mil cópias, enquanto o DVD atingiu 52 mil cópias. E isso parece ser só o começo dessa história.

Na mesma nota, foi divulgado que, a partir de setembro, Gadú e Caetano voltarão à estrada juntos, divulgando o álbum pelo Brasil afora. Garantia de casas lotadas, sem sombra de dúvidas.

Mondo Pop fez duas resenhas de Multishow Ao Vivo Caetano e Maria Gadú:

Uma focada em Caetano:
http://mondopop.clickcultural.com.br/2011/06/a-parceria-caetanogadu-o-lado-cae/

E outra tendo Gadú como foco:
http://mondopop.clickcultural.com.br/2011/06/a-parceria-caetanogadu-o-lado-gadu/

Veja Odara, com Caetano Veloso e Maria Gadú:

A parceria Caetano/Gadú: o lado Caê

Por Fabian Chacur

Desde que se tornou um dos grandes astros da história da MPB, Caetano Veloso sempre teve como característica se aproximar das gerações posteriores à sua, o que sempre lhe permitiu renovar a base de fãs.

Marina Lima, Paulo Ricardo, Carlinhos Brown, a lista de nomes a quem o autor de Sampa acabou dando o seu aval é imensa.

Lógico que a via é sempre de mão dupla. Se por um lado ofereceu sua griffe, do outro trouxe para o seu universo nomes emergentes que sempre pintam babando ovos para o Mestre. É que narciso acha feio o que não é espelho, não, é, seo leonino?

Nada contra. Mas que foi gostoso ver Marcelo D2 rejeitando a estratégia paternalista do eterno tropicalista, lá isso foi. Mesmo tendo sido algo meio grosseiro. Mas é legal alguém que prefira seguir o seu próprio caminho, desdenhando avais ou tutelas semi-impostas.

No caso de Maria Gadú, Caetano trouxe para o seu universo a moça que é considerada a joia rara da nova geração da MPB.

Investindo nos últimos anos em uma sonoridade mais crua e próxima do rock, provavelmente sua melhor incursão pelo gênero, Caetano no entanto ficou bem longe do seu auge em termos comerciais.

Gravar clássicos populares de seu repertório ao lado de Maria Gadú em formato acústico representa uma guinada rumo ao que o americano chama “give the people what they want”. Ou, em português mais claro e direto: dar ao povão o que ele realmente quer ouvir.

No caso, canções como Sozinho, Alegria Alegria, Milagres do Povo e Desde Que o Samba é Samba.

Atitude pragmática do Mestre? Sem dúvidas. Artisticamente bacana? Também sem sombra de dúvidas. Aquela rara combinação qualidade/comercialismo.

O espírito da parceria pode ser conferido por seu próprio título: Multishow ao Vivo Caetano e Maria Gadú.

Nem foi preciso colocar o sobrenome, pois todos sabem de qual Caetano estamos falando. No caso da cantora, teve de vir nome e sobrenome. Ou será que não daria para ser Caetano e Maria? Ou Caetano e Gadú? Genipapo absoluto perde.

Seja como for, a parceria se mostrou muito adequada para o autor de Odeio. Mas ele mais ajudou Gadú do que qualquer outra coisa, podem ter certeza, embora tenha ganho muito, também. Bom para todos os envolvidos.

A parceria Caetano/Gadú: o lado Gadú

Por Fabian Chacur

Acaba de chegar às lojas o álbum duplo em CD e DVD simples Multishow ao Vivo  Caetano e Maria Gadú, lançado pela Universal Music.

Trata-se do registro do show feito pelo autor de Alegria, Alegria e da revelação da MPB no fim de 2010 no Rio, gravado depois de um aquecimento proporcionado por performances em São Paulo, Salvador e Recife.

A parceria surgiu quando o canal por assinatura Multishow resolveu marcar a inauguração de seu novo prédio com um show de Gadú, e achou que uma parceria com Caê poderia ser uma boa.

Ele topou, o show rolou e as afinidades entre os dois teriam aflorado de tal forma que a gravação acabou sendo o passo seguinte.

Vou analisar esse lançamento em dois posts, um sob o ângulo de Maria Gadú, e o outro, pelo ângulo do Caetano.

Em seu disco de estreia, Maria Gadú provou ser uma cantora de grande potencial, embora com timbre vocal e estilo interpretativo bastante semelhante ao de Marisa Monte.

Suas composições também ainda se mostravam inferiores ao talento vocal, enquanto sua capacidade como violonista parecia muito interessante.

Vê-la ao lado de um monstro sagrado como Caê e em um formato tão despojado (só os dois, acompanhando-se com violões) ajudou a ressaltar todas essas impressões.

A moça realmente tem uma voz belíssima, que ganha muito realce ao navegar por músicas realmente boas, como A História de Lilly Braun (Chico Buarque/Edu Lobo) ou Rapte-me Camaleoa (Caetano), por exemplo.

A violonista também é uma fera no quesito acompanhar-se, sendo capaz de criar uma base instrumental encantadora e recheada de sutilezas. Ela toca muito bem.

Se pudesse dar um conselho a ela (dizem que se conselhos fossem realmente bons, seriam cobrados, mas as melhores coisas da vida são grátis!), incentivaria a moça a investir um pouco mais em canções alheias e tentar parcerias com outros compositores para criar músicas mais consistentes.

Para ela, gravar um DVD/CD ao lado de Caetano Veloso é um ponto altíssimo em sua carreira, na juventude de seus 24 anos.

E para ele? Leia o próximo post!

Todos falam (e muito) sobre Maria Gadú

Por Fabian Chacur

Se há uma expressão que já encheu as medidas há muitos anos, é a famosa “bola da vez”.

Será que precisamos mesmo de uma “bola da vez” toda hora em todas as áreas?

Sei não…

Seja como for, na MPB, a artista que mais se encaixa nessa definição atualmente atende pelo nome artístico de Maria Gadú.

A paulista radicada no Rio lançou seu primeiro álbum, auto-intitulado, em 2009, pelo selo Slap, da Som Livre.

A apresentação visual do CD era sublime, assim como sua produção.

Fiz crítica desse trabalho aqui em Mondo Pop.

O conteúdo, no entanto, mostrava uma artista ainda imatura em seus 23 anos de idade, tendendo entre lampejos originais e a repetição de fórmulas melhor desenvolvidas anteriormente por Marisa Monte, por exemplo.

No entanto, a inclusão da simples/simplória Shimbalaiê na trilha de uma novela global tornou a cantora, compositora e violonista um fenômeno de popularidade.

Os shows que fez em 2010 ao lado do fã ilustre Caetano Veloso, que irão virar DVD em 2011, ajudaram a ampliar essa visibilidade, levando-se em conta o calibre desse aval.

No final de 2010, chega às lojas o prematuro DVD/CD ao vivo lançado em parceria com o canal a cabo Multishow, reprisando boa parte do repertório do disco de estreia e acrescentando várias releituras desnecessárias.

No momento, existem duas grandes correntes na crítica: a do que apontam a moça como um grande talento já amadurecido e a dos que a ironizam, não vendo nada de mais em Gaduzinha.

Teve até um cara que implicou, vejam só, com o fato de o sobrenome artístico da moça levar acento, como se houvesse regras gramaticais para nomes. Meu Deus…

E tem também o folclore em torno de sua orientação sexual, algo mais do que batido em pleno 2011.

Ou será que ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais?

Aos 25 anos de idade, Maria Gadú certamente é mais uma prova viva de uma teoria desenvolvida por um crítico do qual infelizmente esqueci o nome e que me foi apresentada pelo amigo Ayrton Mugnayni Jr. há uns bons anos.

O conceito é simples: a música popular não aceita vácuo.

Esmiuçando, é o seguinte: se um artista estoura fazendo um determinado estilo e ou o abandona, ou sai de cena, cedo ou tarde aparecerá alguém para preencher esse espaço.

Não faltam exemplos, como os Beatles e os Monkees, Crosby Stills & Nash e o grupo America, Djavan e Jorge Vercilo etc.

Maria Gadú preenche o espaço deixado por Marisa Monte, que nos últimos anos vem se dedicando cada vez menos à música e tido grandes hiatos sem lançar novos trabalhos ou fazer shows.

O estilo da estrela carioca, no entanto, tem um número imenso de fãs que acabariam sendo atraídos por alguém que emulasse esse jeitão musical mezzo MPB mezzo pop de forma competente.

Gadú faz isso, com timbre vocal muito semelhante ao da intérprete de Bem Que Se Quis.

Por enquanto, está dando certo. Vamos dar à moça o benefício da dúvida.

Quem sabe a parceria com Caetano não acrescente a ela a originalidade de que tanto precisa?

Por enquanto, prefiro ouvir A História de Lilly Braun com Gal Costa e Baba, de Kelly Key, com ninguém, o mesmo podendo ser dito de Shimbalaiê.

Veja Shimbalaiê ao vivo, com Maria Gadú:

Maria Gadú continua sendo uma promessa

maria gaduPor Fabian Chacur

A estreia da paulista radicada no Rio de Janeiro Maria Gadú não poderia ser mais luxuosa. Seu primeiro CD, autointitulado e lançado pela Som Livre, tem apresentação belíssima, com direito a capa dura, encarte colorido com letras, informações e inúmeras fotos.

A embalagem é diferenciada, em formato digipack que sai do padrão. Além disso, a moça está com uma música, Shimbalaiê, em trilha de novela global. Com 24 anos, a moça é gatíssima. Bem, mas o assunto aqui é música: e como ficamos no quesito qualidade? Aí, a coisa está mais para cinza do que para preto ou branco. Explico melhor.

Gadú, cujo nome de batismo é Mayra, tem um bonito timbre vocal, sem sombra de dúvidas. Existe uma semelhança com o de Marisa Monte, sim, e isso se ressalta devido à sonoridade que a moça segue, que tem muito a ver com o estilo MPB pop da autora da estrela carioca.

O clima fica ainda mais próximo devido ao uso de músicos de estúdio de ótimo gabarito, mas que acabaram por ajudar o disco a soar meio pasteurizado, semelhante demais ao que se tem feito no que se rotulou de “nova MPB”, e que freqüentemente cai em um clima redundante e soporífero demais.

Oito das treze faixas incluídas em Maria Gadú, o CD, são de autoria da própria, e ela se mostra ainda em busca de uma assinatura própria, com repetição de frases melódicas e letras que investem mais em forma do que em conteúdo.

Nas releituras, mostra-se mais à vontade, mas pouco acrescenta a clássicos como Ne Me Quitte Pas (de Jacques Brel) e A História de Lilly Braun (de Chico Buarque e Edu Lobo) em relação a gravações de outros artistas. O pior momento é a faixa que encerra o disco. Gadú tenta dar a Baba, aquela mesma de Kelly Key, um clima acústico descolado, e só consegue evidenciar o quanto essa música é fraca.

Muita gente deve ter ouvido Shimbalaiê e achado se tratar de uma nova de Marisa Monte. Creio que Maria Gadú tem futuro, apesar de tudo. Não a vi ao vivo, mas pode ser que ela sofra da mesma síndrome de outra cantora talentosa, Ana Cañas: faz bons shows, mas não consegue trazer esse clima para seus discos de estúdio. Vejamos o que o futuro irá proporcionar a elas. Tomara que algo melhor.

Confira Shimbalaiê ao vivo:

http://www.youtube.com/watch?v=Ph-pLZEVWGs

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