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Garbage se inspira nos protestos no Chile para criar novo single

Garbage por Joseph Cultice 1

Por Fabian Chacur

Shirley Manson, carismática cantora do Garbage, presenciou no Chile parte dos protestos da população local que tiveram início em 2019 e foram motivadas por atos do governo que desrespeitavam os direitos dos mais necessitados. Nascia ali a inspiração para No Gods No Masters, faixa que acaba de ser disponibilizada pela banda americana e que dará nome ao 7º álbum deles, que a gravadora BMG promete lançar no dia 11 de junho.

Em declaração divulgada por um press release enviado à imprensa, Manson dá mais detalhes sobre essa canção, um rock energético e com tempero eletrônico que lembra os anos 1980:

“Estava em Santiago durante os protestos ali, que foram muito emocionantes. Andávamos pela cidade e ela estava coberta de pichações, em todos os antigos museus e palácios. E eu fiquei chocada. Foi nesse momento que as pessoas incríveis com quem eu estava disseram: ‘Mas por que você está tão chocada? Estamos protestando contra a violência a vidas humanas e as propriedades, e são os edifícios e monumentos que foram danificados aqui que te chocaram?’. E, de fato, os seres humanos estão sendo massacrados, e é nisso que você deve se concentrar. Isso foi como um tapa na cara”.

No Gods No Masters (clipe)- Garbage:

Mick Jagger lança um belo single em dobradinha com Dave Grohl

mick jagger dave grohl single

Por Fabian Chacur

Muita gente tem escrito canções tendo como tema o isolamento social exigido pelo combate ao novo coronavírus. Uma das melhores acaba de ser disponibilizada nas plataformas digitais, e tem assinatura nobre. Trata-se de Easy Sleazy, canção assinada por Mick Jagger que o vocalista dos Rolling Stones canta e toca guitarra tendo o apoio de Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters) nos vocais, guitarra, baixo e bateria. O resultado é uma faixa bastante energética, na melhor tradição dos Rolling Stones e com uma letra muito inteligente.

Sobre sua motivação, Jagger falou o seguinte, em comunicado enviado à imprensa: “É uma música que escrevi sobre como sair do lockdown, com um certo otimismo, que é muito necessário. Obrigado a Dave Grohl por pular na bateria, baixo e guitarra, foi muito divertido trabalhar com você. Espero que todos gostem de Eazy Sleazy”.

Por sua vez, Dave Grohl ressaltou a importância da parceria para o seu já extenso currículo: “É difícil colocar em palavras o que foi a experiência de gravar essa música com Sir Mick, o que isso significa para mim. Está além de um sonho tornado realidade. Bem, quando eu pensei que a vida não poderia ficar mais louca … achamos a música do verão, sem dúvida!”.

Easy Sleasy (clipe)- Mick Jagger e Dave Grohl:

Documentário mostra rumos tortos do genial Kurt Cobain

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Por Fabian Chacur

Triste alguém com tanto talento, dinheiro e milhões de fãs como Kurt Cobain poder acabar de forma tão triste, aos 27 anos, tirando a própria vida. Pior: pai de uma linda menininha que estava com menos do que dois anos quando a tragédia ocorreu. Como entender uma coisa dessas? O documentário Cobain: Montage Of Heck, de Brett Morgen, tenta nos dar algumas pistas.

O filme se vale de vasto material cedido pela família do artista, incluindo os pais, irmã e a viúva, a roqueira Courtney Love. Temos também algumas animações muito bacanas representando bem momentos da vida do líder do Nirvana em várias fases de sua vida, trechos de entrevistas, shows, clipes, ensaios e também alguns depoimentos de músicos e produtores que atuaram com ele.

Ver aquele moleque loirinho com algo em torno de dois anos dizendo “sou Kurt Cobain” chega a ser desconcertante, pois fica difícil imaginar que aquele lá é o mesmo sujeito que no futuro iria nos proporcionar Smells Like Teen Spirit, In Bloom, Serve The Servant e All Apologies, só para citar alguns clássicos nirvânicos mais óbvios. Sim, seria ele mesmo.

É sempre fácil achar culpados nesse tipo de situação, e Montage Of Heck nos proporciona vários. Pelas entrevistas de Don e Jenny Cobain, fica claro que os dois não tiveram garra suficiente para encarar o filho problemático, e foram jogando a bomba no colo um do outro, até que o problema, digo, Kurt, cresceu totalmente perturbado.

O moleque dava a entender que desejava uma família que lhe desse apoio, mas também não se mostrava alguém muito fácil. Nessas, passou de família para família, pois os pais se separaram. A madrasta o expulsou de casa, e pela forma que ela conta a história, com o marido calado ao lado, dá para notar um certo arrependimento do cidadão.

A mãe também queria ter sua própria vida. Assim, Cobain caiu no mundo. Temos o depoimento de uma namorada com a qual ele morou, do provavelmente melhor e mais fiel amigo e baixista do Nirvana Krist Novoselic, da irmã Kim Cobain e outros. Curiosamente, nenhuma declaração de Dave Grohl, hoje megastar por conta própria e na época baterista do Nirvana. Seria legal ter ouvido a opinião dele.

Quando Courtney Love entra em cena, o que já era uma bagunça virou a festa de todas as frutas possíveis. Baderna total. Os dois viciados em drogas que, de quebra, resolveram ter uma filha, Frances, que nasceu em 18 de agosto de 1992. As declarações atuais de Love são bem francas, mas o que realmente assusta são os filmes caseiros feitos na época.

Neles, o relacionamento de Courtney e Kurt beira a maluquice completa, com direito a papos desconectados da realidade, inseguranças postas em cena o tempo todo e, a partir da entrada em cena da filha, o medo de ver a pobre da criança pagando o pato pela maluquice dos pais. São cenas dignas de um filme do tipo O Iluminado. Só que reais…

No entanto, nada disso viria a tona se Kurt Cobain não fosse um cantor, compositor e músico genial. Com os álbuns Bleach (1989), Nevermind (1991) e In Utero (1993), proporcionou aos fãs uma mistura incrível de punk rock, rock clássico e pop repleto de energia, criatividade e letras fortes. O casal Love-Cobain foi comparado como uma mistura de John Lennon-Yoko Ono e Syd Vicious-Nancy Spungen. E era por aí.

Kurt Cobain queria que o Nirvana fosse reconhecido mundialmente, mas não estava preparado para tanto sucesso. Quando essa repercussão toda se tornou realidade, ele não segurou a onda. Como trechos de entrevistas e de shows, incluindo o feito pelo Nirvana no Hollywood Rock em janeiro de 1993 no Rio de Janeiro, deixam bem claro. Ele precisava de proteção, especialmente de si mesmo. Seria possível?

Cobain: Montage Of Heck, com seus 132 minutos de duração, ao lado do recém-lançado Amy (leia a resenha aqui ), sobre a vida de Amy Winehouse (outra morta aos 27 anos), são dois bons retratos de artistas geniais que não conseguiram encarar a barra que é ser famoso e badalado. É o que diz aquela frase: “cuidado com o que você deseja”…

Cobain: Montage Of Heck (documentário-preview):

Kurt Cobain Montage Of Heck:

Sonic Highways: Foo Fighters celebram a música americana

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Por Fabian Chacur

Em novembro, os Foo Fighters lançaram seu oitavo álbum de estúdio, Sonic Highways. O CD traz como mote o fato de ter suas faixas gravadas em oito cidades americanas diferentes: Austin, Chicago, Los Angeles, Nashville, New Orleans, Nova York, Seattle e Washington. Mais: cada gravação gerou um documentário de aproximadamente uma hora, cuja exibição no Brasil está sendo feita pelo canal a cabo Bis. São atrações ótimas.

Dave Grohl, que criou o Foo Fighters em 1995 logo após o fim do Nirvana e comanda a banda desde então, não é um daqueles roqueiros que fez a fama e deitou na cama. Ambicioso, sempre busca novos horizontes, novas parcerias. Seu excelente documentário Sound City, por exemplo, relata a história daquele lendário estúdio de Los Angeles onde foram gravados álbuns clássicos do rock como Rumours (Fleetwood Mac) e Nevermind (Nirvana).

Além de contar a história do estúdio, Grohl (que comprou a lendária mesa de som daquele hoje extinto estúdio) ainda promoveu gravações suas ao lado de gente como Paul McCartney e Stevie Nicks, valendo-se daquele equipamento vintage. Além do DVD, aquelas gravações geraram um CD de áudio que é simplesmente excelente, com rock de primeira o tempo todo.

Agora, o ex-baterista do Nirvana foi além. Aproveitou a estada dos Foo Fighters e fez documentários registrando a importância e falando com grandes músicos de cada cena local. O resultado é excelente, dando a oportunidade aos seus fãs de conhecerem músicos como Allen Toussaint, Bonnie Raitt, Buddy Guy e inúmeros outros, além de flagrar as gravações feitas pelos FF em cada lugar.

As músicas novas são bacanas, mas o grande lance é mesmo essa apresentação detalhada de cada uma dessas importantes cenas musicais dos EUA. As entrevistas foram conduzidas pelo próprio Dave Grohl e são repletas de histórias deliciosas, além de gerar jam sessions bacanas. Cada episódio pode ser visto individualmente, e vale cada minuto.

A série é exibida por aqui na antevéspera da primeira turnê do grupo por aqui, eles que antes só haviam tocado no Brasil em grandes festivais. Os shows, que terão a abertura dos Kaiser Chiefs e dos grupos brasileiros Raimundos e Comunidade Nin-Jitsu (este apenas no Rio Grande do Sul), serão realizados em Porto Alegre (21/1), São Paulo (23/1), Rio de Janeiro (25/1) e Belo Horizonte (28/1). Informações adicionais em www.ticketsforfun.com.br.

Em São Paulo, o show será no estádio do Morumbi, com ingressos custando entre R$ 100 a R$ 640. A banda inclui, além de Grohl, os músicos Taylor Hawkins(bateria e vocais), Nate Mendel (baixo), Chris Shiflett (guitarra) e Pat Smear (guitarra). O repertório dos shows trará músicas do novo álbum e também hits desses seus 20 anos de estrada.

Ouça Sonic Highways em streaming:

Dave Grohl dá pistas sobre fim do Foo Fighters

Por Fabian Chacur

O grupo Foo Fighters, um dos melhores do rock atual, está em vias de sair de cena? Se levarmos em conta algumas declarações de seu líder, o cantor, compositor e guitarrista Dave Grohl, a resposta é um sim contundente. O que, se se concretizar, será uma pena para quem curte rock visceral e de grande qualidade artística.

Em sua participação neste sábado (29) no Global Citizen Festival realizado no Central Park em Nova York perante mais de 60 mil pessoas, o ex-baterista do Nirvana falou algumas vezes sobre o assunto, entre uma canção e outra, e certamente deixou seus fãs arrepiados no mal sentido. Afinal, ninguém quer ver o fim da banda que idolatra.

Antes de tocar a quarta música de seu set list no show (Learning To Fly), o roqueiro americano soltou a seguinte frase, segundo matéria publicada no site americano da Billboard:

“Sem fazer muita onda em torno disso, não temos outros shows marcados para realizar depois desse aqui. Era isso, pessoal. Honestamente, não sei se iremos fazer isso novamente. E este é o melhor lugar para fazer isso pela última vez”.

Após tocar a última música da apresentação, Everlong, o roqueiro complementou: “não sei quando, mas a gente se verá novamente”. O evento também incluiu The Black Keys e Neil Young & Crazy Horse, que encerraram a festa do rock.

Se esse fim realmente se concretizar, ao menos poderemos dizer que o Foo Fighters sairá de cena no auge. Wasting Light, lançado em 2011, é seu álbum mais recente, e provavelmente o melhor de todos, com produção de Butch Vig (o mesmo de Nevermind, do Nirvana) e participações de Krist Novoselic (baixista do Nirvana) e Bob Mould (vocalista e guitarrista do seminal Husker Du). Vendeu muito e é excelente em termos musicais.

Dave Grohl é uma espécie de Phil Collins do grunge. Ele foi baterista do Nirvana na fase áurea da banda, entre 1990/1994. Com o fim do trio, lançou em 1995 o Foo Fighters, no qual investiu em seu talento como cantor, compositor e guitarrista, surpreendendo a todos, tal qual Phil Collins quando assumiu os vocais no Genesis, substituindo Peter Gabriel após ter sido apenas baterista durante anos. E deu super certo nos dois casos.

Ouça All My Life, com o Foo Fighters:

Reedição luxuosa faz juz ao icônico Nevermind

Por Fabian Chacur

Se há algo que adoro são essas edições especiais de álbuns clássicos, lançadas para comemorar alguma data especial. Especialmente quando a gravadora envolvida no relançamento capricha e nos oferece um produto bacana e bem acabado.

E este é o caso da Universal Music em relação a Nevermind, álbum lançado em setembro de 1991 e que tornou o Nirvana uma banda do primeiro tíme do rock mundial.

A Deluxe Edition de Nevermind chega às lojas em formato de CD duplo. No primeiro disco, temos as 12 faixas do seminal álbum original, mais todas as músicas usadas nos lados B de singles referentes ao disco.

São nove músicas extras, incluindo seis versões ao vivo e as de estúdio Even In His Youth, Aneurysm e Curmudgeon. Como hoje os singles não são tão fáceis de serem encontrados, é um bom ítem de colecionador que você terá em mãos.

O segundo CD inclui 18 faixas, 13 delas inéditas, oriundas de três fontes: The Smart Studio Sessions, The Boombox Rehearsals e BBC Sessions. Ou seja, ensaios e gravações ao vivo feita especialmente para a rádio BBC de Londres.

Nelas, você poderá ouvir versões mais cruas das canções incluídas na versão de estúdio de Nevermind, como também músicas que viriam posteriormente em outros trabalhos.

O encarte contém fotos bem bacanas, incluindo um making off da icônica capa do álbum, informações técnicas das gravações, um texto sobre o disco etc.

Tipo do lançamento indispensável não só para os fãs mais alucinados pelo Nirvana como também para os fãs de rock em geral. Nevermind é discoteca básica há 20 anos.

Veja o clipe de In Bloom, com o Nirvana:

O que fica da passagem do furacão Amy Winehouse pelo Brasil? Heim? Heim?

Por Fabian Chacur

Acabou na noite deste sábado (15), na Arena Anhembi, a compacta turnê de Amy Winehouse pelo Brasil.

Durante pouco mais do que uma semana, a cantora britânica foi o centro das atenções da mídia brasileira.

Primeiro porque, apesar das expectativas negativas, a moça veio e fez todos os shows programados. E saiu viva deles.

Segundo, porque as performances da intérprete do hit Rehab geraram as mais diversas reações.

Não vi as performances, mas me atrevo a dar uma opinião, baseado em tudo o que ouvi por parte de quem foi conferir a mulher do cabelo de xaxim e palha de aço armado.

Quem a detonou pelo fato de a moça ter cantado por um período curto de tempo, abrindo espaços generosos para seus músicos de apoio, por um lado tem razão em chiar.

Afinal de contas, os ingressos custaram caro, a infra-estrutura dos espaços brasileiros deixou a desejar e o fã teve menos em troca do que esperava.

Na verdade, o que eu imaginava se tornou concreto: o som de Amy não foi feito para estádios ou grandes arenas, e sim para espaços fechados.

Agora, então, que ela ainda está meio cambaleante, menos ainda.

Teria de ter sido, no máximo, em um Credicard Hall da vida, onde caberia um terço do público presente à Arena Anhembi.

É duro você fazer sacrifício para pagar caro e ganhar em troca uma artista a menos de metade de sua capacidade real.

Por outro lado, todos conhecem a fama da figura.

Em várias apresentações no exterior, a intérprete de soul music não foi, cantou pouco ou fez apresentações totalmente irregulares.

Ou seja, o histórico da neosoul star dava boas dicas para que aqueles fãs da perfeição e do perfeccionismo nem passassem perto de seus shows por aqui.

Quem foi não pode dizer que a cigana ou uma mãe Dinah da vida o enganou.

Por sua vez, tem aqueles que vibraram mais com o jeitão doidona da moça, ou mesmo de quando ela caiu no palco, em Recife, do que com o que a cantora interpretava em cena.

É o mesmo pessoal que ia (ou iria, se pudesse) ver Raul Seixas e gritava “aí, maluco, bebe aí, fuma unzinho!”, doidos para ver o “ídolo” quebrar a cara e pagar mico. Povo sádico…

E tem também aqueles que foram sabendo o que veriam e que saíram babando, felizes e contentes.

Eu tive a oportunidade de conferir ao vivo e a cores uma atração tão polêmica e conturbada quanto Miss Winehouse em janeiro de 1993.

Em uma edição do Hollywood Rock, no imenso estádio do Morumbi, o Nirvana também gerou opiniões distintas após a performance do instável Kurt Cobain e seus asseclas.

O show, de quase duas horas, teve duas metades.

A primeira mostrou a banda em performance mediana, mas ao menos se esforçando em fazer um show normal, tipo greatest hits.

Na segunda parte, os malucos trocaram de instrumentos, colocaram convidados no palco e começaram a fazer covers malucos, tipo Rio (Duran Duran), Kids In America (Kim Wilde) e outros assim.

Muita gente foi embora antes do fim. Muita mesmo.

Mas teve não só quem ficasse até o final (como eu), como outros que consideram aquele anti-show como o melhor que viram na vida (que não foi o meu caso).

Mas uma coisa eu digo: não me arrependo de ter ido ver o Nirvana, uma porque foi a trabalho, e outra por ter sido testemunha ocular da história.

Se fosse tão fã de Amy como eu era do Nirvana na época, também estaria alegre só por ter visto a mulher on stage.

Como não gosto tanto assim e sabia que a moça era problema, não perdi meu tempo. Simples assim.

Veja Rehab ao vivo em 2007, no programa do David Letterman:

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