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Astro Venga e NDK são duas atrações do Rio Novo Rock

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Por Fabian Chacur

Com três anos de existência e ótima repercussão, o projeto Rio Novo Rock (RNR) prossegue nesta quinta-feira (9) às 20h no Rio, mais precisamente no Imperator Centro Cultural João Nogueira (rua Dias da Cruz, nº 170- Meier- fone 0xx21- 2597-3897), com ingressos a R$ 10,00 (meia) e R$ 20,00 (inteira). Na programação, as bandas Astro Venga e NDK, além da participação da DJ Priscila Dau e do VJ Miguel Bandeira.

O power trio carioca Astro Venga tem como marca registrada tocar nas ruas, o que o impulsionou a fazer uma média de mais de 150 shows por ano. Eles já lançaram dois discos com registros de suas performances ao vivo, repletas de um rock instrumental vibrante e repleto de boas influências. Os caras prometem para breve seu primeiro álbum de estúdio, com nove músicas autorais.

Oriundo de Jundiaí (SP) e há 12 anos na estrada, o grupo NDK (FOTO) faz uma mistura de rock, rap, reggae e pop. Integrado por Caio, Marcola, Rike e Mizão, contam em seu currículo com apresentações que abriram shows de Jota Quest, O Rappa, Forfun, Nando Reis, Fresno e Raimundos. Eles estão lançando um novo EP, Impermanência, cujo repertório estará no show no RNR.

Astro Venga ao vivo na Carioca:

Lulu Santos e o seu divertido CD com músicas de Rita Lee

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Por Fabian Chacur

Baby Baby!, novo álbum de Lulu Santos, está sendo lançado nesta sexta-feira (20) pela Universal Music no formato CD e também nas plataformas digitais. Trata-se do amplamente divulgado trabalho no qual o cantor, compositor e guitarrista carioca relê 12 músicas de Rita Lee. A homenageada já teceu belos elogios ao colega em seu perfil no Facebook: “Minha vontade é pegar esse menino no colo e encher de beijinhos e carinhos sem ter fim. Gracias muchissimas, mi amor”.

Com 64 anos de idade e na estrada musical desde a década de 1970, Luiz Mauricio Pragana dos Santos já passou por todos os estágios possíveis na carreira. Integrou banda de rock progressivo (Vímana, com Lobão e Ritchie), estourou como artista solo na cena pop-rock dos anos 1980, reinventou-se com pegada dance/r&b nos anos 1990 e dessa forma voltou às paradas de sucesso, sumiu dos charts nos anos 2000, virou em 2012 jurado do reality show musical The Voice…

A essa altura dos acontecimentos, esse cara pode se dar ao luxo de fazer o que quiser, ou nem fazer nada, se for o caso. Seus discos de inéditas deste século passaram batidos, alguns injustamente. Ele os mesclou com trabalhos ao vivo, ou mesmo um só de releituras, Lulu Santos Canta & Toca Roberto e Erasmo (2013). Ao ler Rita Lee- Uma Autobiografia, teve a ideia de gravar este Baby Baby!, uma boa ideia, afinal de contas.

O repertório do disco, cujo título saiu do quase refrão de uma das faixas escolhidas, Ovelha Negra, tem como pontos extremos em termos cronológicos Fuga Nº II (de 1969, dos Mutantes) e Paradise Brasil (única mais recente, de 2015, do álbum Reza). As outras dez são dos anos 1970 e 1980, fase áurea da eterna Rainha do Rock Brasileiro. Nada de lados B, é um hit atrás do outro.

Com arranjos simples e que não descaracterizaram as melodias, Lulu nos oferece um recital leve e descontraído, sem aparente pretensão de criar versões definitivas de cada uma dessas canções. A impressão que temos é de ele ter se divertido bastante ao gravar este álbum, no qual se vale de poucos músicos de apoio e uma infraestrutura enxuta e coesa.

Lógico que não é fácil reler composições de Rita Lee, que costuma ser a melhor intérprete daquilo que escreve. Normalmente, com raras exceções, as versões definitivas de suas musicas levam sua voz. Mas vale o comentário feito para mim pelos integrantes do grupo Roupa Nova, em 1999, quando lançaram Agora Sim!, no qual reliam músicas de seu próprio repertório: “Essas novas versões não invalidam as anteriores”.

É bem por aí. Em alguns momentos, Lulu chega perto, como em Baila Comigo, Fuga Nº II, Caso Sério e Mania de Você. Em outros, não deu muito certo, como exemplificam Ovelha Negra, Agora Só Falta Você e Mamãe Natureza. Mas, no geral, Baby Baby! é extremamente bom de se ouvir como um todo. Nada para se levar muito a sério, ou para se endeusar. É só música boa, cantada por um craque do pop-rock brasileiro em um momento no qual ele só quer saber de se divertir. E consegue nos divertir, também. Tá ótimo!

Baila Comigo (lyric video)- Lulu Santos:

Andre Gimaranz lança seu CD Supermoon com show no Rio

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Por Fabian Chacur

Se você é daqueles fãs de classic rock com um tempero caprichado de blues, jazz e folk e busca algum artista atual que desenvolva bem essa fórmula mágica de se fazer música, precisa ouvir urgente Andre Gimaranz. O cantor, compositor, guitarrista e arranjador brasileiro esbanja categoria nessa praia em Supermoon, álbum de altíssima qualidade artística que ele lança no Rio de Janeiro nesta terça-feira (17) às 20h30 na Casa de Cultura Laura Alvim (avenida Vieira Souto, nº 176- Ipanema- fone 0xx21-2332-2016), com ingressos de R$25,00 a R$50,00.

Lógico que um álbum com a qualidade de Supermoon não sairia do nada, e o pedigree de Gimaranz é dos mais elogiáveis. Filho do violonista e guitarrista Antônio Carlos, que tem no currículo parcerias com Roberto Menescal e foi bastante atuante nas décadas de 1950 e 1960, ele é formado em guitarra na mitológica Berklee School, em Boston, e atuou como músico de estúdio e produtor de vinhetas para publicidade e trilhas sonoras nos EUA, especialmente em Nova York e Los Angeles.

Em 2014, ele resolveu investir em um trabalho autoral, que sairia no ano seguinte, o álbum Handmade. O álbum trazia composições próprias e duas releituras, Murder By Numbers (do The Police) e I Can’t Stand The Rain (hit com Tina Turner, Eruption e diversos outros artistas). “Pensava inicialmente em só incluir canções próprias, mas resolvi regravar essas duas, pois consegui fazer releituras delas de forma bem pessoal”, diz, em entrevista via telefone a Mondo Pop.

Além de fazer shows de divulgação do álbum nos EUA e no Brasil, Gimaranz também foi indicado nas categorias Disco do Ano e Música do Ano (Even) no IMEA Awards, importante prêmio criado pela Associação Internacional de Artes de Entretenimento da América. “O meu primeiro álbum teve uma aceitação interessante no meio independente internacional. Foi o possível para alguém independente”.

Depois de muito tempo radicado nos EUA, atualmente o músico se concentra um pouco mais em seu país, tanto que Supermoon foi gravado por aqui, com a masterização realizada em Nashville (EUA). Em relação ao 1º CD, algumas diferenças se sobressaem. “Desta vez, tenho alguns parceiros nas composições. Isso deu uma cor maior nesse segmento do meu trabalho”. Outra novidade: duas músicas em português.

Admito Que Perdi (de Paulinho Moska) e Construção (de Chico Buarque) me deram a oportunidade de investir no meu lado de arranjador, pois as trouxe para o meu universo musical; gravei oito tracks de guitarra em Construção, ficou bem diferente da versão original”. São as duas primeiras músicas gravadas por ele em português. “Não me sinto muito confortável para compor em português, mas pode rolar no futuro, quem sabe com um parceiro letrista”.

Supermoon conta com a produção do experiente Kadu Menezes (que já trabalhou com Kid Abelha, Leo Jaime e Lobão, entre outros). Marcam presença no disco músicos como Flávio Guimarães (Blues Etílicos), Billy Brandão e Guilherme Schwab (Suricato), entre outros. O álbum não se perde em solos excessivos de guitarra. “Lógico que o disco tem bastante guitarra, mas não vejo necessidade de fazer solos exibicionistas, procuro mostrar mais texturas, investir nos arranjos e valorizar as canções”.

Com dez faixas, o álbum inclui desde rocks mais vigorosos como State Of Rage And Fear e Tough Guys Don’t Dance até as delicadas Falling Appart e Reaching, com direito a cordas e metais. A diversidade do material bate com a concepção musical do artista. “Sempre ouvi muita coisa diferente, como rock, jazz,blues, bossa nova, e acho que sempre terá um pouco de tudo isso no que eu fizer; tem coisas mais pesadas, mais leves, o meu negócio é música boa, sempre”.

O álbum Supermoon pode ser encontrado em CD e também nas plataformas digitais, em lançamento do selo do artista, o Flawless Imperfections. Sobre a atual situação do mercado discográfico, Gimaranz tem uma opinião própria. “A internet trouxe coisas boas para os artistas independentes, e as gravadoras passaram a ser basicamente empresas de marketing. Acho que, no futuro, as gravadoras irão retomar a sua importância no surgimento de novos valores, pois é complicado para o artista fazer tudo ao mesmo tempo”.

Em termos de rock no Brasil, ele põe o dedo na ferida. “O rock perdeu muito espaço no Brasil, nos últimos 20 anos. O que se faz atualmente é muito ruim, sem melodias, nem acordes, falta criatividade. Acho que é um ciclo. E tem pouco rock nas rádios. O artista novo nasce morto por causa da pouca remuneração do streaming, que atualmente predomina. E para fazer shows, é preciso que conheçam a sua música, o artista com trabalho próprio sofre”.

Para acompanha-lo no show desta terça (17), Andre Gimaranz terá consigo uma banda afiadíssima formada por Billy Brandão (guitarra), Bruno Migliari (baixo), Alex Veley (teclado), Kadu Menezes (bateria) e ele próprio nas guitarras, violão, ukulelê e charango. No repertório, músicas de Supermoon, algumas de Handmade e releituras como Wolverine, dos Picassos Falsos.

Nesta segunda (16), Gimaranz fará uma Facebook Live Session a partir das 17h direto do estúdio Palco 41, no qual ele e sua banda estão ensaiando para o show desta terça (17). Você poderá ouvir um bate-papo com ele e também performances ao vivo. O link é aqui.

Falling Apart (clipe)- André Gimaranz:

Uganga lança videoclipe com sua releitura de Motorhead

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Por Fabian Chacur

Às vésperas do início das gravações de seu novo álbum, a banda Uganga lança um videoclipe para ilustrar sua ótima releitura de Damage Case, clássico lançado pelo Motorhead em 1979 em seu segundo álbum, Overkill. A gravação faz parte do tributo Going To Brazil- The Brazilian Tribute To Motorhead, álbum duplo lançado pela gravadora britânica Secret Service Records que também traz bandas como Ratos de Porão, Distraught, Claustrofobia e Torture Squade, entre outras.

Gravado em Goiânia (GO) no estúdio Rocklab, a gravação mostra a banda integrada por Manu Joker (vocal), Rafael “Ras” Franco (baixo), Christian Franco (guitarra), Maurício “Murcego” Pergentino (guitarra), Thiago Soraggi (guitarra) e Marco Henrique (bateria) mais entrosada do que nunca. A edição do clipe ficou a cargo de Ras, que fez a montagem com cenas registradas durante as sessões.

Na estrada desde 1993 e oriunda de Uberlândia (MG), a Uganga se consolidou no Brasil e no cenário mundial do heavy metal. Boa prova disso é o fato de que seu próximo álbum terá como patrocinadora a Wacken Foundation, organização alemã sem fins lucrativos criada em 2008 pelos organizadores do Waken Open Air, um dos maiores e mais tradicionais festivais de heavy e hard rock do mundo, cujo objetivo é incentivar bandas de rock pesado do mundo todo.

Com um trabalho consistente e vigoroso, o grupo traz como destaque o vocalista Manu Joker, que foi baterista da histórica banda Sarcófago, pioneira do heavy rock mineiro ao lado do Sepultura. Sua discografia traz itens bacanas como Eurocaos Ao Vivo (2013), gravado ao vivo na Europa, e Opressor (2015, leia a resenha de Mondo Pop aqui).

Damage Case (clipe)- Uganga:

Efeito Borboleta, bela viagem rocker de Rodrigo e Fernando

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Por Fabian Chacur

Quando entrou no Barão Vermelho, em 1992, Rodrigo Santos não só tornou-se membro do primeiro time do rock brasileiro como também ganhou um novo parceiro musical, o guitarrista Fernando Magalhães. Depois de 25 anos, essa amizade não só se consolidou como agora rende um primeiro trabalho em dupla. E que trabalho! Efeito Borboleta (lançado pela Coqueiro Verde) equivale a uma bela viagem rocker.

A ideia dos dois amigos é que este CD seja o primeiro de uma trilogia. Neste volume inicial, temos 15 músicas assinadas por eles. Rodrigo se incumbe de vocais (todos), baixo e violões, enquanto Fernando é o cara das guitarras e violões. Completam o time o tecladista Humberto Barros, que tocou com Rodrigo no Kid Abelha, e o baterista Lucas Frainer, do grupo Rodrigo Santos & Os Lenhadores.

A dobradinha Santos/Magalhães gerou uma fornada de canções roqueiras com várias nuances, sem cair na mesmice. O início não poderia ser melhor, com a virulenta faixa-título, cuja letra detona a situação caótica do mundo e os riscos que corremos de um fim apocalíptico.

A faixa-final, o impactante hard rock A Magnitude da Nossa Insignificância, é uma espécie de complemento da de abertura, trazendo versos ácidos sobre o quanto o ser humano é insignificante perante tudo o que o cerca, embora sempre se ache a última bolacha do pacote.

Entre uma e outra, o ouvinte poderá se divertir com um repertório que investe em rocks certeiros com vocação pop como Navegar, Juntos de Novo e A Vida Bela, a balada com slide guitar inspiradíssima Sem Deixar Pegadas, a ótima stoneana Uma Pequena Lágrima (espécie de Beast Of Burden da dupla), e a belíssima balada folk acústica O Meu Juízo.

Mano é uma bela blues ballad homenageando o saudoso percussionista Peninha, parceiro dos dois no Barãm Vermelho. Sorte é um rock melódico com cara de hit, assim como a incrível Coragem. As duas mereciam entrar imediatamente nas programações das rádios roqueiras deste país, se é que ainda existe alguma. Na pior das hipóteses, nos podcasts dedicados ao rock nacional.

Em outro momento político do repertório (sem cair no panfletário, por sinal), O Fóssil Brasileiro mistura punk e hard rock com versos incisivos como “e se o chão é duro, traiçoeiro, é mais heroico pra partir, do que o espinhoso travesseiro dos assassinos do país”. Por sinal, as letras são sempre muito bem concatenadas, independente do tema desenvolvido- amor, relacionamentos, filosofia de vida, política…

Versátil e com um currículo do tamanho de uma lista telefônica, Rodrigo Santos mostra que aprendeu e muito com todas essas experiências. Ele canta cada vez melhor, com personalidade e estilo, mostrando que sabe tanto ser sideman como frontman, sempre com a mesma categoria. Por sua vez, Fernando Magalhães joga para o time o tempo todo, sem querer ser mais do que as canções, que mandam neste álbum.

O que não significa que, em momentos como 12 Anos de Espera, Sem Deixar Pegadas e A Magnitude da Nossa Insignificância Magalhães não assuma o protagonismo com fúria, técnica e emoção. Como já sabíamos nesses seus tantos anos de Barão Vermelho, é um baita músico. E nas composições, a dupla esbanja inspiração, concisão e talento, manuseando as regras e elementos do rock and roll com uma desenvoltura destinada apenas aos craques.

Se esse é apenas o início de uma trilogia, fica a torcida para que os outros volumes venham logo, pois esta dupla dá provas inequívocas de que estão bem errados aqueles que afirmam ser o rock um gênero morto e com farofa na boca. Provavelmente, são os caras que afirmam uma asneira dessas que se encontram em tal situação. O saudoso mestre Zeca Neves amaria este álbum!

Efeito Borboleta- Rodrigo Santos e Fernando Magalhães (ouça em streaming):

Amsterdan e Stereophant são as atrações do Rio Novo Rock

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Por Fabian Chacur

O projeto Rio Novo Rock, que há três anos abre mensalmente no Rio de Janeiro espaço para as bandas do novo rock feito no Rio e em outros estados, marca presença este mês nesta quinta-feira (7), um belo feriado, por sinal. Estarão em cena as bandas Amsterdan (FOTO) e Stereophant, além da DJ Suirá e do VJ Miguel Bandeira. A festa roqueira rola a partir das 20h em seu palco habitual, o Imperator- Centro Cultural João Nogueira (rua Dias da Cruz, nº 170- Meier- fone 0xx21-2597-3897), com ingressos de pista a R$ 10,00 (meia) e R$ 20,00 (inteira).

Nesta edição da mais consistente vitrine do novo rock nacional, teremos duas representantes locais. Com um ano de atividade, a banda Amsterdan conta com Rafael Reis (vocal), Adison Filho (guitarra), Fernando Fully (guitarra), Mateus Muniz (baixo e vocais), Caio Firmo (sintetizador) e Guga Peçanha (bateria). Seu primeiro álbum, 1766, traz faixas como Natural, Labirinto e Foi-se o Tempo, e conta histórias que todos nós vivemos diariamente, na definição de seus integrantes.

O Stereophant possui dois álbuns: Correndo de Encontro a Tudo (2013, relançado este ano em versão remixada e remasterizada) e o novo Mar de Espelhos. Integram o time Alexandre Rozemberg (vocal), Vinícius Tibuna (guitarra), Thiago Santos (guitarra), Fabrício Abramov (baixo) e Bernardo Leão (bateria). No mais recente trabalho, contam uma história dividida em três blocos de cinco canções cada.

Homem ao Mar (clipe)- Stereophant:

Tony Babalu reafirma amor à música em seu novo trabalho

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Por Fabian Chacur

Os músicos sempre correm um grande risco quando possuem muito talento: achar que são mais importantes do que a própria música que tocam/criam. Quando isso ocorre, a autoindulgência os leva a se tornarem um pálida cópia do que eventualmente já foram anteriormente. Por isso, é muito bom quando podemos presenciar um grande músico não caindo nessa armadilha. É o caso de Tony Babalu, que brilha em seu novo álbum, Sessions II, lançamento da Amelis Records com distribuição da Tratore.

Babalu está na estrada desde os anos 1970, tendo trabalhado com o Made In Brazil e outros nomes bacanas do rock brasileiro, tocando e produzindo. Sua carreira solo, totalmente dedicada à música instrumental, o firmou como um dos melhores guitarristas brasileiros, menos popular do que merece mas certamente referência entre os colegas. Aquilo que alguns chamam de “músico dos músicos”. Só que, neste caso, um cara que pode ser ouvido por todos, bastando que a pessoa tenha bom gosto e abertura para sons mais sofisticados.

Sim, sofisticado, mas não necessariamente intrincado, complicado ou, usando um termo mais chulo, “chato”, como alguns mais superficiais rotulam alguns expoentes da música instrumental. Babalu demonstra muita perícia e técnica em cada acorde e/ou solo que toca, mas sem jogar conversa fora. Ele obviamente toca para seu prazer, mas também claramente para cativar seus ouvintes, e duvido que alguém o ouça e não tire essas mesmas conclusões.

Live Sessions II é o mais do que digno sucessor do ótimo Live Sessions At Mosh (2014- leia a resenha de Mondo Pop aqui). O conceito é o mesmo, com gravação ao vivo feita de forma analógica. Estão no seu time Adriano Augusto (teclados), Leandro Gusman (baixo) e Percio Sapia (bateria), músicos talentosos que mostram ótimo entrosamento.

São seis faixas. O álbum abre com Locomotiva, rock ágil e sacudido. Meio-Fio vem a seguir, marcada por belas variações de climas. Valentina é uma espécie de balada com temperinho blues que cativa por seu lirismo. Veia Latina tem aquele tempero Carlos Santana sem cair na mera cópia. O jazz fusion marca presença na intrincada e deliciosa Encrenca, enquanto In Black encerra o CD com uma levada funk cuja guitarra rítmica tem um quê do genial Nile Rodgers, do grupo Chic.

O bacana de Tony Babalu enquanto band leader é a forma como ele se integra aos músicos que o acompanham, sempre abrindo espaços para que cada um deles também tenha seus espaços para solar e dessa forma se destacar. Sessions II é uma verdadeira profissão de fé desse grande instrumentista em relação à sua musa eterna, a música, colocando-a no pedestal e a cultuando com o devido carinho e inspiração.

Encrenca (ao vivo)- Tony Babalu:

In Black (ao vivo)- Tony Babalu:

Pato Fu lança Palco e anuncia novo álbum para setembro

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Por Fabian Chacur

Fernanda Takai anda a mil por hora. Mal lançou seu novo DVD/CD solo, Na Medida do Impossível- Ao Vivo No Inhotim (leia a resenha de Mondo Pop aqui), ela agora anuncia um novo single, desta vez do Pato Fu, banda que capitaneia há mais de 20 anos ao lado do marido, John Ulhôa.

A música é Palco, de autoria de Gilberto Gil e lançada pelo mestre baiano em seu álbum Luar, de 1981. Aliás, a capa do single, cuja ilustração é de autoria de Anna Cunha, homenageia precisamente a deste trabalho. Esta canção é a primeira a ser divulgada de Música de Brinquedo 2, álbum que o Pato Fu lançará em formato físico e também nas plataformas digitais a partir do dia primeiro de setembro.

O novo CD é o sucessor de Música de Brinquedo (2010), e se vale de seus mesmos parâmetros: releituras de hits nacionais e internacionais valendo-se de instrumentos de miniatura ou de brinquedo, e com direito a vocais infantis, também. No repertório, serão 11 faixas, entre as quais Palco e também Every Breath You Take (The Police), Rock da Cachorra (de Leo Jaime e hit na voz de Eduardo Dussek) e Mamãe Natureza (de Rita Lee, que por sinal é fã do Pato Fu).

Palco– Pato Fu:

Zé Brasil mostra seu primeiro disco solo com show em SP

Ze Brasil (cantor e compositor) - Foto Marcos Trojan 2017 PB (3)-400x

Por Fabian Chacur

Em sua canção Orra Meu, Rita Lee disse que “roqueiro brasileiro sempre teve cara de bandido”. Na verdade, eles tem é cara de heróis. Pelo menos, aqueles pioneiros, oriundos das décadas de 50, 60 e 70. Tipo o cantor, compositor e músico Zé Brasil. Na estrada há mais de 40 anos, o cara continua aí, firme e forte. Ele é a atração em São Paulo neste sábado (12) às 19h na Sala Olido (avenida São João, nº 473- Centro- fone 0xx11-3331-8399), com ingressos a módicos R$ 10,00 (meia) e R$ 20,00 (inteira).

Nesse show, Zé Brasil mostrará o repertório de seu 1º disco solo, autointitulado. O disco traz uma profissão de fé em rock consistente, ora energético, ora viajante, com direito a vocais na melhor linha Bob Dylan e letras que vão direto ao assunto em termos de amor, paz, rebeldia do bem e esperança em um futuro melhor. Ao seu lado, Julio Manaf (guitarra), Mário Baraçal (baixo), Jimmy Pappon (teclados) e Silvia Helena (voz e percussão), esta última esposa e talentosa parceira.

O álbum conta com participações especialíssimas de, entre outros, Edgard Scandurra (Ira!), Rolando Castello Junior (Patrulha do Espaço), Adriano Grineberg, Akira S e Billy Forghieri (Blitz). e traz 11 faixas bem bacanas, entre as quais Segredo da Vida, Borocoxô, Big Brother, Passarinho Rock And Roll, Victor e Louco de Rock, todas inéditas, além da releitura de Novo Eden, dueto do Zé com Silvia que é a faixa mais conhecida do artista em termos discográficos.

Embora só tenha lançado um álbum solo agora, Zé Brasil é figura conhecidíssima no cenário rocker brasileiro desde os anos 1970, tendo integrado bandas como Apokalypsis, Space Patrol (Patrulha do Espaço) e UHF. Ele também capitaneia o belo projeto 70 de Novo, que procura resgatar os elementos que tornaram o rock daquela era tão especial. E, além de tudo isso, é uma figuraça, um daqueles caras com quem você é capaz de conversar durante horas, sem sentir.

Zé Brasil-Zé Brasil (CD na íntegram em streaming):

Rio Novo Rock celebra 3 anos com um show muito especial

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Por Fabian Chacur

O projeto Rio Novo Rock completa três anos computando várias conquistas, incluindo um público fiel, a participação de bandas bacanas e a consolidação de uma plataforma que serve como vitrine para talentos emergentes. A comemoração dessa efeméride rola no Rio de Janeiro nesta quinta (13) às 20h, não por coincidência o Dia Internacional do Rock, com shows de três bandas bem expressivas da safra atual.

O local será a sede habitual dessa verdadeira celebração ao novo rock carioca e brasileiro, o badalado Imperator- Centro Cultural João Nogueira (rua Dias da Cruz, nº 170- Meier- fone 0xx21-2597-3897), com ingressos a R$ 25,00 e R$ 50,00. Saiba mais aqui. Também participam a DJ Priscila Dau e o VJ Miguel Bandeira.

O elenco, como não poderia deixar de ser, foi escolhido a dedo. O grupo Medulla (FOTO), por exemplo, mescla paulistas e pernambucanos em sua escalação, tem dois álbuns em seu currículo, e procura explorar sonoridades extraídas do rock, jazz, hip hop, rap, hardcore e folk para criar uma marca registrada própria.

Carlos Posada e o Clã vem de Pernambuco, e conseguiram atrair a atenção do público indie com o seu álbum de estreia, lançado em 2013 e marcado por um estilo hipnótico e sutil. Quem curtiu esse trabalho deve estar ansioso para a chegada do próximo, que a banda promete para breve, provavelmente ainda para este ano.

Na ativa desde 2004 e oriundo da cidade de São Cristóvão (Sergipe), o The Baggios faz provavelmente o som mais pesado dessa trinca, com um blues rock visceral somado a elementos do rock da década de 70 e da MPB, oferecendo assim ao público um trabalho com bastante pique e repleto de riffs de guitarra, energia e virulência.

Posada e o Clã- 1º álbum em streaming:

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