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Martinho da Vila vai receber uma homenagem em evento

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Por Fabian Chacur

Martinho da Vila, um dos grandes mestres da música brasileira, receberá uma merecida homenagem em breve, segundo nota publicada na edição desta terça-feira (18) do jornal Folha de S.Paulo. O tributo ocorrerá na edição 2015 da Flink Sampa, festa dedicada a literatura e cultura afro prevista para ocorrer de 13 a 15 de novembro em São Paulo, no Memorial da América Latina, com entrada gratuita.

Com 77 anos de idade, mais de 50 de carreira e mais na ativa do que nunca, Martinho da Vila tem uma trajetória simplesmente irretocável. Ajudou a consolidar o samba no Brasil como gênero musical popular e de alta qualidade artística, aumentando o nível técnico das gravações do gênero e oferecendo ao público um repertório repleto de clássicos.

Fácil citar boas músicas desse cantor, compositor e músico nascido em Duas Barras (RJ) em 12 de fevereiro de 1938. Segure Tudo, Disritmia, Batuque na Cozinha, Canta Canta Minha Gente, Mulheres e Aquarela Brasileira são apenas algumas das canções marcantes que fizeram sucesso em suas gravações. Seus mais recentes trabalhos são os retrospectivos e luxuosos Sambabook (2013) e Enredo (2014).

Vale lembrar que além de cantor e compositor, Martinho também é autor de 13 livros, além de ter escrito artigos em jornais. A Flink Sampa será realizada pelo terceiro ano consecutivo, e ocupará 12 espaços do Memorial da América Latina, com direito a debates literários, lançamentos de livros, espetáculos de teatro e de dança, exibição de filmes e a entrega,(na Sala São Paulo), do 13º Troféu Raça Negra.

Segure Tudo– Martinho da Vila:

Seleção de Partido Alto– Martinho da Vila:

Você Não passa de uma mulher– Martinho da Vila:

Aquarela Brasileira– Martinho da Vila:

Larissa Cavalcanti lança o CD com canções de Caetano JR.

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Por Fabian Chacur

Larissa Cavalcanti é uma cantora e compositora paulista que estreia em disco após anos de experiência cantando em bares e teatros. E seu começo no mundo do disco não poderia ser mais personalizado. Ela interpreta 13 composições inéditas do também promissor compositor e músico Caetano Júnior.

Pele Morena e Azul- Larissa Cavalcanti Canta Caetano Júnior é um trabalho muito bom de se ouvir, com direito a MPB da mais pura qualidade. Saiba tudo sobre o disco, Larissa e também sobre Caetano Júnior, que Larissa chama pelo primeiro nome, Murillo.

Mondo Pop- Onde você nasceu? E como a música entrou na sua vida?
Larissa Cavalcanti
– Sou de Mairinque (SP), uma pequena cidade deliciosa onde cresci correndo e subindo em árvores! Uma infância privilegiada! A música entrou muito cedo. Aos sete anos já cantava na igreja e foi nesta época que entrei no conservatório da minha cidade, chamado Carlos Gomes, para aprender piano e violão. Mal sabia que ali começava minha história musical…

Mondo Pop- Quais são as principais influências que você sente em seu trabalho como cantora?
Larissa Cavalcanti
– Sou apaixonada pela musica popular brasileira e me identifico muito com ela. Adoro samba. Desde pequena escuto a boa musica e aprendi a ouvir e gostar de Elis Regina, Cartola, Pixinguinha, Noel Rosa, Tom Jobim, Ivan Lins, entre tantos outros. Nosso Brasil tem muita coisa boa.

Mondo Pop- Você aprimorou seu talento cantando na noite e em diversos shows, interpretando repertório alheio. Fale um pouco da importância desse aprendizado.
Larissa Cavalcanti
– Com certeza, a noite é um imenso palco e uma verdadeira escola! Com isso aprendi muito com todos os músicos que passaram pela minha vida, carrego comigo um ensinamento de cada um deles. Sou muito grata a todos eles, a vida e ao Universo!

Mondo Pop-Lançar como primeiro álbum um trabalho tão peculiar como esse estava em seus planos? Como surgiu o convite de Caetano Júnior para gravar essas canções?
Larissa Cavalcanti
– Por mais que planejemos as coisas, às vezes a vida tem outros planos…..e melhores do que aqueles que esperávamos! Conheci o Murillo (Caetano Júnior) sendo apresentadora de TV, e foi empatia à primeira vista! Desde então começou a me assistir nos shows e gostou muito do meu trabalho. Depois disso, surgiu o convite, começamos a trabalhar e acreditar naquilo que fazíamos. Foi bom demais! Aliás, está sendo!

Mondo Pop- Não é muito comum uma cantora estrear gravando apenas músicas inéditas de um único compositor ainda desconhecido do grande público. Como foi para você encarar esse desafio?
Larissa Cavalcanti
– Imaginei que meu primeiro CD fosse uma mistura de vários compositores, mas quando o Murillo me fez o convite pra cantar o CD todo dele, fiquei muito feliz, honrada e assustada! (risos) O Murillo tem composições lindas e de diversos estilos, foi uma preocupação no começo e um desafio também, mas com o tempo ele me deixou muito à vontade e fui ficando cada vez mais confiante. Trabalhar com o Murillo é muito gratificante!

Mondo Pop- A escolha de repertório do CD foi feita por você e pelo Caetano Júnior ou só por ele? As 13 músicas foram escolhidas a partir de um universo de quantas? E qual o critério para selecioná-las?
Larissa Cavalcanti
– Na verdade o Murillo estava com as músicas na manga! (risos) Ele fez uma adaptação pro meu estilo, o que me deixou muito feliz, e peneiramos algumas, mas ele teve maior participação nisso, apenas confiei nele, e deu certo!

Mondo Pop- Você teve a oportunidade de ser produzida pelo experiente Alexandre Fontanetti e de ser acompanhada por vários músicos importantes neste CD. Como foi essa experiência?
Larissa Cavalcanti
– Essa experiência foi realmente maravilhosa! Músicos incríveis e escolhidos a dedo pelo Fonta, como o chamamos carinhosamente. Só posso agradecer muito! O Alexandre Fontanetti, além do grande talento, tem um coração muito generoso, uma pessoa gostosa de se trabalhar! Todos no estúdio sempre com bom humor e uma energia bonita. Momentos que vão ficar para sempre registrados no meu coração!

Mondo Pop- Como surgiu a ideia de ilustrar a capa e o encarte do CD com o trabalho da Patricia Domingues (Patii)?
Larissa Cavalcanti
– Essa pergunta também é pro Murillo! (risos) Conheci a Pati através dele, e gostei muito da ideia. O resto também foi na confiança, e todos elogiaram muito. A capa tem muito a ver comigo, me identifico demais com o mar. Ilhabela foi meu primeiro palco, e o mar meu primeiro público!

Mondo Pop- Fale um pouco sobre a sua atuação como apresentadora de TV, e se esse lado continua sendo explorado por você em termos profissionais no momento.
Larissa Cavalcanti
– A TV foi um presente de Deus que caiu no meu colo! Devo muito ao Jesus Bertolini, um músico maravilhoso que trabalhou muitos anos comigo, acho que sempre devemos ser gratos às pessoas, pois isso faz bem ao nosso próprio coração! O Jésus, como também chamo carinhosamente, achou que eu tinha o perfil. Tenho uma trajetória maluca, mas completamente feliz! (risos).Apesar de a música fazer parte desde a infância, fiz dois anos de Engenharia na FEI, quatro anos de Medicina na UNISA, e conclui a ULM ( Universidade Livre de Musica). Acho que me acharam anormal (risos), mas eu e a câmera nos demos muito bem, e era o que estavam procurando. Trabalhei 4 anos na NGT (Nova Geração de Televisão) , e foi também um laboratório incrível em minha vida. Foi maravilhoso trabalhar com eles. Tive que parar por força maior, mas isso ainda está nos meus planos.

Mondo Pop- O álbum já está sendo divulgado com shows? E quais são os seus próximos planos em termos musicais? Você também compõe?
Larissa Cavalcanti
– O álbum já está sendo divulgado, mas estamos aguardando alguns detalhes para divulgarmos os shows. E também como os CDs estão sendo muito bem vendidos e com boa repercussão, as pessoas estão começando a aprender as músicas, assim no show estarão cantando junto. Em relação aos planos musicais, estou fazendo shows normalmente, mas a cobrança do show do CD é grande, o que me deixa muito feliz, mas tudo tem a hora certa! Começei a compor aos 13 anos, e participei de muitos festivais com prêmios significativos. Por um tempo a vida me levou pra outro lado, mas a própria vida me trouxe pra musica novamente. Era pra ser! (risos) E agora estamos todos colhendo os frutos! Brinco que já nasci feliz, sou feliz e agora estou mais ainda!

Todos Os Santos, com Larissa Cavalcanti:

Baixe de forma legal/gratuita a nova música de Elza Soares

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Por Fabian Chacur

Há quase seis décadas na estrada, Elza Soares continua mais ativa do que nunca, para alegria de seus milhões de fãs mundo afora. Em breve ela lançará um novo álbum. Como forma de dar uma prévia, o portal Natura Musical disponibiliza o primeiro single a ser extraído desse trabalho, Maria da Vila Matilde (Porque Se a Da Penha é Brava, Imagina a da Vila Matilde!) para download legal e gratuito que você pode fazer aqui.

Maria da Vila Matilde é uma espécie de mistura de samba de breque com pegada roqueira, e tem como autor Douglas Germano. A música traz como tema a violência contra a mulher, com versos direto como “você vai se arrepender de levantar a mão para mim”, entre outros. Trata-se de uma das onze faixas do álbum A Mulher do Fim do Mundo, que está previsto para sair no mês de outubro.

O repertório traz apenas canções inéditas, e teve como núcleo criativo os músicos e compositores Kiko Dinucci, Marcelo Cabral e Rodrigo Campos, com direção artística de Celso Sim e Rômulo Fróes e produção a cargo de Guilherme Kastrup. São todos atuantes na atual cena musical paulistana, onde o CD foi gravado, nos estúdios da Red Bull Station.

Ousadia, forte assinatura própria e muito estilo são as marcas dessa grande intérprete. Além de canções do núcleo criativo, também foram selecionadas composições de Cacá Machado, Clima, Douglas Germano e José Miguel Wisnik. O álbum foi selecionado pelo primeiro edital exclusivo de São Paulo do Natura Musical, e os shows de lançamento de A Mulher do Fim do Mundo também terão apoio desse mesmo projeto.

Veja em streaming o DVD Beba-me, de Elza Soares:

Paulinho da Viola fará o show gratuito em Campo Limpo-SP

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Por Fabian Chacur

Paulinho da Viola iniciou em 2014 uma turnê comemorativa de seus 50 anos de carreira. O mestre zen do samba passará por São Paulo para show único e gratuito no próximo domingo (17) às 19h no Sesc Campo Limpo (rua Nossa Senhora do Bom Conselho, 120- Campo Limpo- fone 0xx11-5510-2700). Tipo do programa dos mais recomendáveis para quem curte MPB de primeira linha.

O repertório que o cantor, compositor e músico carioca apresentará conta com clássicos de sua carreira do naipe de Dança da Solidão, Pecado Capital, Coração Leviano e Sei Lá Mangueira, além de sambas de compositores considerados por Paulinho como os mais importantes da música brasileira, entre os quais Cartola, Noel Rosa, Nelson Cavaquinho, Wilson Batista e Geraldo Pereira.

A banda que acompanhará Paulinho da Viola, com um perfil familiar, inclui em sua escalação João Rabello (violão), Dininho Silva (baixo), Ricardo Costa (bateria), Adriano Souza (piano), Mário Seve (sopros), Celsinho Silva (ritmista), Hercules Nunes (percussão), Luiza Adnet (vocais) e Beatriz Faria (vocais). O show deve durar 90 minutos.

Coração Leviano– Paulinho da Viola:

Dança da Solidão– Paulinho da Viola:

Veja em streaming o documentário Meu Tempo é Hoje (2003):

Alcione interpreta standards da música francesa em show

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Por Fabian Chacur

Alcione se consagrou de tal forma cantando samba e música romântica que muita gente pode até não ter ideia da versatilidade dessa grande artista. Uma boa oportunidade de se conferir tal talento irá ocorrer nos dias 7 e 8 de abril às 21h no Teatro de Câmara da Cidade das Artes (avenida das Américas, 5.300- Barra da Tijuca-RJ- fone 0xx21-4003-1212), quando ela fará shows que integram o projeto Inusitado, criado e com curadoria do consagrado midas da MPB André Midani.

Midani, que das décadas de 1950 a 1990 teve atuação decisiva no comando de gravadoras para o desenvolvimento do melhor da música brasileira feita naquela época, concebeu esse projeto como forma de mostrar lados incomuns de grandes nomes da música. Alcione inicia a terceira temporada do projeto, que já contou com Ney Matogrosso, Erasmo Carlos e Paula Toller.

E qual será o tema do show da Marrom? Um repertório composto exclusivamente por standards da música francesa, interpretadas naquela língua. Algo que Midani relembra ter visto a cantora maranhense fazer ao conferir apresentações dela na noite carioca em 1969, quando de quebra ela ainda tocava (e bem) pistão.

O set list incluirá clássicos dos repertórios de Charles Aznavour, Edith Piaf, Yves Montand e Michel Legrand, com direito a maravilhas sonoras do naipe de Ne Me Quittes Pas, Ton Nom, Non Je Ne Regrette Rien, Je T’Aime e L’Ate 42, entre elas. O acompanhamento, que terá teor intimista e delicado, ficará a cargo de alguns dos integrantes da Banda do Sol, que acompanha Alcione em suas turnês.

Para quem está fora do Rio e não puder ver esses shows, um consolo. O Canal Bis irá gravar os espetáculos, para posterior exibição em sua grade de programação e também lançamento nos formatos CD e DVD. O lançamento está previsto para ocorrer em 2016, em parceria do selo Biscoito Fino com o selo da cantora, o Marrom Music.

Ne Me Quittes Pas (ao vivo)- Alcione:

Sururu na Roda lança clipe e esbanja swing e alto astral

Sururu na Roda - Foto Ana Quintella (1)-400x

Por Fabian Chacur

Fazer samba pra cima, com qualidade artística e swing envolvente não é coisa muito fácil de se fazer. Portanto, o grupo Sururu na Roda pode se gabar de fazer parte de um seleto time capaz dessa façanha. A nova prova é o clipe feito para sua canção Sururu Formado. Uma delícia.

Faixa inédita incluída no quinto e mais recente trabalho do trio carioca, Sururu Na Roda Ao Vivo (lançado nos formatos CD e DVD), Sururu Formado é um descontraído e contagiante convite à alegria, à festa e ao samba de roda. O clima do clipe é de roda de samba, com direito a alguns músicos famosos no meio.

Entre outros, aparecem durante o vídeo feras do naipe de Nelson Sargento, Monarco, Moacir Luz, Tia Surica, Serjão Loroza e até mesmo o roqueiro Guto Goffi, sendo que o baterista do Barão Vermelho aparece vestindo uma camisa de seu time de coração, o Flamengo.

As gravações do clipe tiveram como base o Jardim Estúdio do Laranjeiras Records, incluindo também cenas captadas no Clube Renascença (Samba do Trabalhador), Oficina de Percussão de Maracatu Brasil e Cafofo da Surica.

Criado em 2000 nos jardins da UNIRIO, o Sururu na Roda é integrado por Nilze Carvalho (cavaquinho e voz), Fabiano Salek (percussão e voz) e Silvio Carvalho (percussão e voz). Eles já se apresentaram nos EUA, ajudaram a injetar energia nova no samba e são bem reconhecidos no meio musical por seus colegas.

Afinal de contas, não é qualquer um que pode se gabar de ter tido participação especial em seus discos de gente como Chico Buarque e Zeca Pagodinho, além de músicas em atrações globais. O mais novo trabalho do Sururu Na Roda traz as presenças de Diogo Nogueira, Péricles, Monarco e Dona Ivone Lara.

Veja o clipe de Sururu Formado– Sururu na Roda:

Grupo Fundo de Quintal lança novo CD de inéditas em breve

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Por Fabian Chacur

Foram oito longos anos de espera, mais precisamente desde o álbum Pela Hora. Mas finalmente chegou a hora de ouvirmos um novo trabalho de composições inéditas e gravado em estúdio do Grupo Fundo de Quintal. Um dos mais importantes grupos da história do samba, o time promete esse CD de inéditas para dezembro, com 14 faixas inéditas e lançamento pela gravadora LGK Music. O estúdio é o Cia dos Técnicos (RJ).

O disco marca o retorno de Mário Sérgio (cavaquinho e vocal) ao grupo, ele que havia saído há cerca de uma década para se dedicar a projetos individuais. O cara volta a ficar ao lado de Ronaldinho (banjo e voz), Ademir Batera (bateria), Bira Presidente (pandeiro e voz), Ubirany (repique de mão e voz) e Sereno (tantã e voz), uma das formações mais consistentes dos 35 anos de carreira do Grupo Fundo de Quintal.

Além de canções dos integrantes Mário Sérgio, Sereno e Ronaldinho, o novo trabalho também trará músicas de autoria de nomes bacanas das novas gerações do samba, como Mauro Júnior (do grupo Revelação), Leandro Fab, Renan Pereira, Picolé e Pretinho, entre outros. Nem é preciso dizer que o samba solto e consistente será a marca desse trabalho. O produtor é o genial Rildo Hora, outro guru do samba.

De quebra, o Fundo de Quintal também fará parte do Samba Book de Dona Ivone Lara com uma releitura da música Preá Comeu. Considerados inovadores do samba ao introduzir novos instrumentos nesse ritmo, a banda mantém três integrantes de sua formação original, os mestres Ubirany, Sereno e Bira Presidente, verdadeiras sumidades da música brasileira e simpáticos até a medula.

Ouça na íntegra O Mapa da Mina (1986), do Grupo Fundo de Quintal:

Zeca Pagodinho ganha discos de ouro e platina

Por Fabian Chacur

Zeca Pagodinho continua com sua carreira em alta. O cantor e compositor carioca lançou há aproximadamente um mês seu novo trabalho, o CD/DVD Multishow Ao Vivo- Zeca Pagodinho- Vida Que Segue, pela Universal Music. E mesmo com tão pouco tempo no mercado, o trabalho já possui números significativos de vendas.

Somados, os formatos de vídeo e áudio já renderam quase 90 mil exemplares vendidos no Brasil. Graças a isso, o atual rei do samba faturou um disco de ouro e um DVD de platina, que se juntarão aos inúmeros prêmios conquistados por ele nesses anos todos. Nada como ter personalidade e não seguir modismos ou tendências passageiras.

Na foto que ilustra este post, Zeca está entre, respectivamente, José Eboli, presidente da Universal Music, e Max Pierre, diretor musical do projeto. O trio comemora mais um êxito na parceria entre o cantor e a gravadora, que se mantém desde meados da década de 1990, sempre com números mais do que satisfatórios.

Vida Que Segue comemora os 30 anos de carreira profissional de Zeca Pagodinho, e traz releituras de clássicos da MPB dos anos 40 a 50 do século passado, de autores como Candeia, Sinhô, Cartola, Paulo Vanzolini, Adoniran Barbosa, Geraldo Pinheiro, Noel Rosa, Zé Kéti e outros do mesmo altíssimo calibre.

Gravado ao vivo tendo como cenário uma reprodução do Rio Antigo, o CD/DVD conta com participações especiais de Marisa Monte, Paulinho da Viola, Yamandú Costa, Rildo Hora e Hamilton de Holanda. Entre outras músicas, maravilhas do naipe de O Sol Nascerá (A Sorrir), Batuque na Cozinha, Aquarela Brasileira e Opinião.

Veja cenas do DVD Vida Que Segue, de Zeca Pagodinho:

Paulinho da Viola: 70 anos do Mestre Zen

Por Fabian Chacur

Trabalhar como jornalista especializado em música já me proporcionou alguns momentos de raro prazer. Entre eles, coloco as oportunidades que tive de entrevistar alguns grandes nomes. Entre eles, destaco Paulinho da Viola, que nesta segunda-feira (12) completa 70 anos de idade. É o Mestre Zen da MPB.

Simpático, inteligente e articulado, Paulinho é daqueles entrevistados dos sonhos, pois facilitam e muito a tarefa do repórter. Sua humildade é impressionante. Após a primeira ocasião em que tive a honra de entrevistá-lo, pedi um autógrafo em uma coletânea de vinil com seus maiores sucessos. Olha o que ele escreveu: “obrigado pelo papo”. Eu é quem deveria agradecer!

Nascido em 12 de novembro de 1942 no Rio, Paulinho começou a se tornar conhecido do grande público nos anos 60, e estourou em termos de popularidade com o espetacular samba Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida, em 1970. A partir daí, suas músicas ganharam as paradas de sucesso, aliando qualidade artística e apelo comercial.

O primeiro disco dele que eu comprei foi o compacto simples com Guardei Minha Viola (1973). Esse é apenas um dos vários clássicos lançados por ele nesse período, entre os quais Dança da Solidão, Coração Leviano, Pecado Capital, Argumento e Por Um Amor No Recife, só para citar alguns dos mais significativos.

Mestre como compositor de sambas, ele também soube investir em experimentação, como a fantástica Sinal Fechado prova de forma enfática, e demonstrou categoria na releitura de composições alheias, entre as quais destaco sua reinterpretação simplesmente espetacular de Nervos de Aço, pérola do compositor e cantor gaúcho Lupicínio Rodrigues.

Se viveu o seu auge na década de 70, a produção artística de Paulinho não caiu de qualidade nas décadas seguintes. Ele passou a gravar em quantidade menor, mas sem deixar a qualidade de lado, como atestam álbuns como Eu Canto Samba (1989), Bebadosamba (1996) e Acústico MTV (2007).

Paulinho da Viola felizmente completa 70 anos repleto de saúde, maturidade e capacidade de trabalho. Que venham em breve novos shows, novos discos e novas manifestações de seu enorme talento. E que eu possa voltar a entrevistá-lo em breve, um prazer indescritível.

Guardei Minha Viola, com Paulinho da Viola:

Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida, com Paulinho da Viola:

Nervos de Aço, com Paulinho da Viola:

Morre Roberto Silva, um estilista do samba

Por Fabian Chacur

Em 1976, eu era um assíduo ouvinte de um programa de rádio comandado por Alfredo Borba, radialista e produtor musical. Ele adorava tirar sarro de artistas que achava ruins, e seu lema era “o programa que não tem jabaculê!”, ou seja, que não aceitava suborno para tocar determinadas músicas.

Lógico que todo artista a merecer elogios por parte dele acabava me atraindo a atenção. E um deles era um certo sambista chamado Roberto Silva, cuja interpretação da música Escurinho, de Geraldo Pereira, regravada naquele ano no disco Roberto Silva Interpreta Haroldo Lobo, Geraldo Pereira e Seus Parceiros (Copacabana, 1976), sempre tocava lá.

Desde então, quando tinha apenas 15 anos, aprendi a respeitar esse sambista, nascido no dia 9 de abril de 1920 no Rio. Pois ele infelizmente nos deixou neste domingo (9) no Rio, aos 92 anos, deixando quatro filhos e inúmeros fãs nos quatro cantos do país.

Denominado O Príncipe do Samba por seu estilo classudo de interpretar esse seminal gênero musical, Roberto Silva começou a gravar nos anos 40, e emplacou sucessos como Descendo o Morro, Maria Tereza, O Baile Começa Às Nove, Falsa Baiana e Escurinho, entre outros.

Seo Roberto influenciou muita gente boa, entre eles Paulinho da Viola, que por sinal esteve presente no velório e no enterro do cantor, ocorrido ontem mesmo no cemitério de Inhaúma, subúrbio do Rio onde ele morava há muitos anos. Descanse em paz, mestre!

Ouça Falsa Baiana, com Roberto Silva:

Ouça Escurinho (ao vivo), com Roberto Silva:

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