Por Fabian Chacur

 

Marco Mazzola é o tipo de pessoa que antigamente seria definida como “testemunha ocular da história”. Aliás, testemunha é pouco, pois o cara colocou a mão na massa o tempo todo. Como produtor musical, profissão que aprendeu na prática com grande esforço e mérito, este carioca de 61 anos tem seu nome associado a discos importantes da carreira de astros do naipe de Milton Nascimento, Elis Regina, Ney Matogrosso, Simone, Elba Ramalho, Jorge Ben Jor, Belchior, Marina Lima, Adriana Calcanhoto, Djavan e inúmeros outros. Não satisfeito, ainda montou estúdios de gravação pioneiros e também criou a MZA, gravadora que tornou então jovens e desconhecidos valores como Chico César, Zeca Baleiro e Rita Ribeiro astros de porte nacional. O objetivo de Ouvindo Estrelas (Autobiografia), lançamento da Editora Planeta, é compartilhar com o leitor uma parte das experiências que esse grande profissional teve em sua trajetória profissional. De origem humilde, teve garra e paciência para subir, passo a passo, do início como verdadeiro roadie até se tornar um dos técnicos de gravação mais requisitados do Brasil, e, em seguida, a partir de 1972, produtor daqueles com toque de Midas. O texto do livro é simples e fluente, e possibilita uma leitura rápida e interessante. Você poderá saber, por exemplo, como ele foi decisivo para que sucessos como Papel Machê (João Bosco) e Homem Com H (Ney Matogrosso) fossem gravados, ou seu trabalho com Paul Simon no disco The Rhythm Of The Saints (1990). A se lamentar, apenas uma quantidade acima da média de erros de informação e grafia de palavras que poderiam ter sido evitados com uma revisão mais criteriosa. Ouvindo Estrelas é leitura obrigatória para quem deseja conhecer melhor a atuação de Mazzola, como também sobre os rumos da música brasileira nos últimos quarenta anos.

 

João Bosco canta ao vivo Papel Machê:

 

http://br.youtube.com/watch?v=JOmVwjNZG-M