Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Author: Ricardo Marques

O poder da mídia digital

weird.jpgVocê lembra de um cantor chamado Renato Barbosa, intitulado por Silvio Santos como o Rei da Paródia? Provavelmente, não. Tudo bem, não se espante. Isso faz aproximadamente 20 anos e o Rei da Paródia nunca conseguiu gravar um LP que alcançasse tamanha vendagem para lhe valer a alcunha de Rei.

Mas se o Rei da Paródia, falecido em 2003, estivesse vivo hoje? A chance dele se virar proprietário de um trono da mais alta estirpe aumentaria consideravelmente. Duvida?

Então analise o caso do músico Weird Al Yankovic, famoso por suas paródias. Depois de ralar por mais de 30 anos e lançar (acreditem) 12 álbuns, nosso digníssimo Yankovic conseguiu um feito desejado por muitos artistas de ponta: emplacou um álbum entre os 10 mais vendidos da Billboard, a bíblia da música norte-americana.

Straight Outta Lynwood , o tal álbum, tomou de assalto a décima posição da Billboard 200, que lista semanalmente os 200 álbuns musicais mais vendidos. Como ele conseguiu esse feito? A resposta está na ponta da língua: seu sucesso está totalmente ligado a popularidade que conseguiu por meio da internet. E mais, o single White and Nerdy ficou em nono lugar na lista Billboard Hot 100!!!!

Tamanha repercussão transformou o bravo parodiador em celebridade instantânea, com direito a entrevista no site da mega corporação das comunicações CNN. “O vídeo ( White and Nerdy ) ganhou muita atenção, e a proliferação em lugares como o YouTube foram de grande ajuda”, comentou. Outro meio bastante utilizado por ele foi o MySpace, site de relacionamentos do qual o músico faz parte desde julho de 2006 e no qual até hoje já incluiu mais de 210 mil contatos.

E tem mais, na loja do iTunes, usada proprietários de iPod, White and Nerdy ficou entre o Top 5 de músicas mais baixadas por diversas semanas.

Diferente de outros músicos que adoram criticar a internet em razão da questão dos direitos autorais, Yankovic está rindo a toa. Nunca fez tanto sucesso (entenda por shows), deu tanta entrevistas, foi tão popular e, como conseqüência, faturou tanto. 

No site do artista, http://www.weirdal.com, é possível baixar versões gratuitas das músicas You’re Pitiful , paródia de You’re Beautiful , de James Blunt, que não pôde entrar no novo CD, além de Don’t Download This Song , que fala das redes de compartilhamento de arquivo.
Confira o clipe de White and Nerdy:
http://www.youtube.com/watch?v=rWs1FF-BS7c
Acesse o site do figura:
http://www.weirdal.com/

Conheça mais da vida dele:
http://en.wikipedia.org/wiki/%22Weird_Al%22_Yankovic

Dan Nakagawa – O Primeiro Círculo (Lua Music)

dan.jpgO CD de estréia de Dan Nakagawa, O Primeiro Circulo , mostra todo o potencial desse cantor paulistano, que vem sendo cultuado por nomes com Ney Matogrosso e Nando Reis. Entender o motivo dessa euforia é fácil quando escutamos esse trabalho. Dan se sai muito bem ao misturar a sua MPB, pitadas de rock, folk e música eletrônica. Tudo dosado na medida certa, sem os habituais exageros que as “novas promessas” da MPB adoram cometer, para passar um ar cosmopolita, multicultural e moderninho. O Primeiro Círculo começa muito bem, com a faixa Neblina do Samba , que tem a participação de Paula Lima. Uma espécie de samba nordestino com uma roupagem eletrônica, que ganha um brilho ainda maior graças aos sempre bem colocados vocais de Paula.Deitado Num Girassol , uma das mais belas composições do disco (todas as músicas inéditas são de autoria do próprio Dan), promove uma mudança de 180º. Quase todos os recursos eletrônicos são deixados de lado e abrem espaço para guitarra, violão, baixo e bateria. Um ar meio retrô domina os arranjos, e a música ganha um clima de leveza, como a letra que aborda as sensações da paixão.

Preparado para mais uma mudança? Medo e Coragem é a típica música de roda de violão. Não é a toa que ela aparece em duas versões: “acampamento” e “pista-rock”. Na versão acampamento, é fechar os olhos e se sentir em torno de uma fogueira, sentado entre amigos. Já “pista-rock” é densa e triste, como a letra da música.

Um cano de Revolver, rock clássico e muito envolvente, está cotado para entrar no novo trabalho de Ney Matogrosso. Na releitura de Cotidiano , de Chico Buarque, outra mudança radical, numa roupagem mais funk. E até Camila Morgado se sai bem em Apartamento 133 , onde participa recitando a intrigante letra.

Tá achando tudo muito maluco? Então, quando abrir o CD, vá direto para a faixa 10: a cantiga de roda Se Essa Rua . Aqui, ela virou um mantra eletrônico. Escute ela calmamente, relaxe e se deixe envolver por esse cantor de Música POP Brasileira, muito inventivo, nada exagerado e tão menos pedante.
Site oficial do artista:http://www.dannakagawa.com.br/

Dan no site da gravadora Lua Music:
http://www.luamusic.com.br/dan.htm

Rock-se! agita noite paulistana

Banda independente lança seu primeiro CD, grava DVD e surge no mercado nacional com um pop rock de qualidade

rockit.jpgForam mais de duas horas de show e um público fiel que lotou o Maavah, na Zona Leste de São Paulo, para acompanhar o lançamento do primeiro CD da Rock-se! O grupo formado por Tchê (vocal e baixo), Ferdu (guitarra), Paschoal (guitarra), Éder (bateria) e Edu Marck (guitarra, violão e gaita) aproveitou a data para gravar o seu primeiro DVD, já em fase final de produção.

A noite começou em grande estilo, com a Rock-se! tocando clássicos do pop rock internacional e levantando a platéia desde os primeiros acordes. Bad Love (Eric Clapton), Start Me Up (Rolling Stones), Get Back (The Beatles) e Crazy Little Thing Called Love (Queen) mostraram a força dos rapazes e Edu Marck, um dos últimos músicos a entrar na banda, pôs em prática toda sua habilidade na guitarra.

Mas não foram só os sucessos internacionais que animaram o público. Músicas pouco conhecidas, como Boeing 723897, do grupo Joelho de Porco, comprovaram todo o carisma do vocalista Tchê, que em poucos minutos fez a massa cantar o refrão desse clássico da década de 70. Agora Só Falta Você, sucesso na voz de Rita Lee, atestou a versatilidade da banda, que tocou desde canções mais agitadas até baladas mais calmas sem deixar a animação cair. E por falar em animação, SOS (Raul Seixas) e Maior Abandonado (Barão Vermelho), foram a pílula de energia que faltava para que a casa toda dançasse sem parar.

A gravação do DVD aconteceu na segunda parte do show, com a Rock-se! apresentando 10 músicas do seu próprio repertório. Tudo Vai Mudar, Retrô, Você S/A, Sem Caminho e Ego ratificaram o potencial dos rapazes, que começam a escrever seu nome no cenário musical.

Para encerrar, clássicos como I Saw Her Standing There (The Beatles), Mrs. Robinson (Simon & Garfunkel) e Living After Midnight (Judas Priest). Show, repertório e musicalidade de primeira!

Confira mais informações no site da Rock-se!:
http://www.rock-se.com.br

Goo Goo Dolls – Let Love In (2006)

googoo.jpgPersistência. Essa é a melhor palavra para definir o trio norte-americano Goo Goo Dolls. Foram 12 anos de muita ralação até conseguirem emplacar um sucesso. E que hit. A belíssima Iris , trilha sonora do filme Cidade Dos Anjos, tomou de assalto as rádios em 1998, levando o grupo ao primeiro lugar das paradas em todo o planeta.

Paciência. Essa definição cai como uma luva para os fãs de John Rzeznik (guitarra e vocal), Robby Takac (baixo e vocal) e Mike Malinin (bateria). Afinal, foram quatro anos sem lançar um disco de estúdio, só com canções inéditas, já que o último trabalho desse tipo havia sido Gutterflower , em longínquos 2002. Tudo bem, antes teve o registro do belo show Live In Buffalo, de 2004, gravado na terra natal dos caras, em pleno quatro de julho, Dia da Independência norte-americana. Mas o repertório era basicamente de bons velhos hits.

Diz o ditado que a pressa é inimiga da perfeição. Let Love In está próximo de comprovar esta tese. O vocalista Johnny Rzeznik, em entrevista à Rolling Stone, contou que para compor as canções desse novo trabalho se enclausurou durante seis meses em uma casa velha “com quase cem anos e um bocado sinistra!”. Depois, já com as 11 canções que compõem o CD definidas, voou para Los Angeles para, ao lado do produtor Glen Ballard, o mesmo de Alanis Morissette, Aerosmith, Live e Dave Matthews Band, trabalhar em cada uma das faixas. Um processo que durou aproximadamente um ano. 

Resultado: lindas músicas, como Better Days , utilizada pela CNN como tema dos esforços feitos para a recuperação dos estragos causados pela passagem do furacão Katrina em New Orleans.

Stay With You, single de Let Love In, é envolvente, um pop clássico, com um refrão infernal, no melhor sentido da palavra. Em Feel The Silence , destaque para a guitarra de John Rzeznik, que começa tímida e ganha força no final, assim como os vocais. Without You Here , balada romântica; Can’t let You Go , uma espécie de folk rock; e Give a Litlle Bit , outra balada pop certeira gravada originalmente pelo Supertramp, merecem destaque especial. Imperdível!  
Relembre de Iris, assistindo ao clipe

http://www.youtube.com/watch?v=zkdEWYhtpIY
Agora, Better Days

http://www.youtube.com/watch?v=6Zwptt7oleQ

Apollo Nove – Res Inexplicata Volans (ST2)

apolo_nove.jpgNo currículo, ele já atuou como produtor/músico de artistas do naipe de Chico Science, Otto, Seu Jorge e Planet Hemp, entre tantos outros. Na cabeça, uma infinidade de botões e sintetizadores. No CD, uma mistura de tudo isso, cuja explicação pode estar no próprio nome do seu primeiro disco solo: Res Inexplicata Volans . Algo parecido com “objeto voador inexplicado”. (Em 1997, o Vaticano criou essa expressão para se atualizar e se aproximar da linguagem usada por nós, simples mortais…..)

E assim é a cabeça de Apollo Nove, ou, se você preferir, Francisco Carvalho, o mais novo queridinho da chamada MPB moderna. Uma mistura de influências, um mergulho em experimentações, uma imprevisibilidade comprovada em cada faixa.

A música que dá título ao CD foi composta por Rita Lee, e é cantada pelo próprio Apollo e Céu (Maria do Céu), uma jovem promessa paulistana com voz de veludo. Por falar em Rita, de uma maneira bem simplória, Apollo poderia ser classificado como uma espécie de Mutantes da música digital.

Mas nem só dos teclados e sintetizadores de Apollo Nove vive Res Inexplicata Volans . Músicos rodados deram a sua contribuição, como o guitarrista Lanny Gordin (da época da Tropicália), o baterista/percussionista João Parahyba (Trio Mocotó) e o tecladista Juarez Santana. Eles, aliás, costumam acompanhá-lo ao vivo.

Nos vocais também figuram artistas das mais diferentes cenas, como Cibelle, Seu Jorge, Tita Lima, Holly (norte-americana) e Fred 04. A canção I’m a Rocker , gravada originalmente pelo AC/DC ( Rocker ) e aqui interpretada por Holly, é disparada a melhor do CD, com direito a solo de sax (Ubaldo Versolato) e scratches (DJ Zegon) sendo executados de forma simultânea. Capoeira , com um comedido Seu Jorge nos vocais, é outra música bem interessante.

Para ouvir trechos das músicas, acesse o site: http://apollonove.calabashmusic.com/

Ou faça o download de algumas faixas em:

http://www.crammed.be/zir/21/index.htm

Maskavo – Transe Acústico (2006)

MascavoA banda de Brasília Maskavo, ex-Maskavo Roots, chega ao seu quinto CD e primeiro DVD com um som fortemente influenciado pelo reggae, mas com uma roupagem muito mais pop. Essa mudança de estilo deu uma nova vida à música dos rapazes, que mostram maturidade nesse Transe Acústico. Hoje, os “ex-reggaeros” soam mais como uma banda de rock com pitadas de reggae e ska aqui e ali. Não que eles tenham abandonado suas raízes, mas deram um passo importante na musicalidade, subindo muitos degraus quando comparados com outras bandas do gênero.Gravado no belíssimo Theatro São Pedro, em Porto Alegre, as duas sessões estiveram lotadas e as apresentações serviram também para o primeiro DVDs dos caras, lançado pela Orbeat Music.

Marceleza, o vocalista, arrisca no seu primeiro trabalho acústico e embora não tenha uma das melhores vozes – principalmente num disco nesses moldes esse é um item fundamental -, se sai bem na interpretação de sucessos como Asas, Folhas Secas, Velhos Sinais e Dade Dade, respeitando sempre os seus limites.

Os arranjos são muito bem construídos e todas as regravações (das 15 canções, duas são inéditas) receberam uma nova roupagem. Muito Melhor, uma das novas composições, é extremamente envolvente e a letra traz uma característica presente em quase todas as faixas do Maskavo: falar de amor e paz, de forma simples e direta. “É muito melhor para nós dois deixar o tempo andar, e se precisar me procurar, Deus é quem vai marcar”, ensina. Minha Moeda, a outra inédita, é mais acelerada, bem diferente do restante do disco, mas nem por isso menos bacana.

Uma pena ver músicas como Tempestade (tocada pelo Skank em seus shows) e Escotilha (trilha da Malhação-TV Globo), presente nos primeiros trabalhos do Maskavo, ficarem de fora de um registro tão importante. No DVD, show, making of, videoclipes e o documentário Reggaestória, com cenas do início da carreira da banda.

 

Confira Asas, do DVD Transe Acústico:
http://www.youtube.com/watch?v=RXKUZHJzuS0%20

Um trecho de A Nosso Favor, uma das mais belas do grupo:
http://www.youtube.com/watch?v=RXKUZHJzuS0%20

Confira o site:
www.maskavo.com.br

The Beautiful Girls – Learn Yourself (2003)

The Beautiful GirlsÉ uma pena que um trio tão competente tenha apenas dois dos seus CDs lançados por aqui. Learn Yourself, o segundo trabalho dos australianos do The Beautiful Girls (TBG), chega ao País esse ano graças ao esforço da Tronador Music, uma das empresas que mais aposta na nova safra da chamada surf music.

O TBG é um grupo que, ao contrário do que o nome sugere, é formado apenas por homens. Figurinhas carimbadas de 10 em cada 10 trilhas sonoras de filmes de surf, esses rapazes de Sydney conquistaram a Costa Leste australiana com um som que mistura influências como Willie Nelson, Johnny Cash e Tijuana Brass (banda antiqüíssima que dava a temas “pop” uma sonoridade mexicana), à música praticada por bandas locais como Hoodoo Gurus ou Ganggajang. Adicione a isso, um pouco de reggae e hip hop, outra forte presença no som dos caras. Acha que acabou? Ben Harper, Donavan Frankenreiter e Jack Johnson, influências mais recentes, contribuem com um tempero aqui e ali.

Dessa grande salada musical surge algo com muito suingue e groove, intercalado com momentos, digamos, mais tranqüilos. Em todas as faixas, uma característica comum: solos e instrumentais muito bem tocados.

Difícil é escolher a melhor faixa de Learn Yourself. Das 10 presentes, impossível não babar ao som de So It Seems, Music, La Mar (The Ocean), Less, Cash Money e Black Bird. Agora é torcer para que o primeiro álbum, Morning Sun, que traz a melhor faixa do TBG, Periscopes, também pinte por aqui. Com sorte, você pode encontrá-la em algum servidor de MP3.

Apenas como curiosidade, a afinidade deles com o Brasil é tanta que em 2004, Felipe Kmiecik, acompanhou a banda durante toda turnê australiana tocando gaita harmônica.

Acesse o site da banda
http://www.thebeautifulgirls.com%20

Acompanhe a canção Music
http://www.youtube.com/watch?v=JZI9fxd8wZ8%20

Fresno – Ciano

cd_fresno.jpgNo próximo dia 19 de agosto, quem comparecer para assistir ao show dos americanos do YellowCard, que se apresentam na Via Funchal, em São Paulo, pode se surpreender com a performance de um quarteto gaúcho que subirá ao palco momentos antes, na abertura.Trata-se da banda Fresno, composta por Lucas Silveira (voz), Gustavo Mantovani (guitarra), Pedro Cupertino (bateria) e Bruno Teixeira (baixo), que acaba de lançar o seu terceiro CD, Ciano, com um rock eficiente.

Figurinha carimbada do cenário independente gaúcho, eles passaram mais de seis anos tocando ao vivo e, como dizem, treinando para lançar um trabalho que surpreende pela guitarra bem tocada e pelos arranjos simples, mas sem cair na mediocridade.

Produzido por Rodrigo Del Toro, ex-integrante da banda punk Tequila Baby, o álbum traz 14 faixas, sendo três bônus, todas compostas pelo próprio vocalista. Talvez esse seja o único equívoco de Ciano: seria mais interessante abrir espaço para outros compositores, com características diferentes.

Bobagens de estilo à parte (emorock, emocore, emoqualquercoisa), o som que os caras fazem é pesado, com letras que falam do cotidiano de qualquer pessoa. Existe um diferencial importante, quando comparados com essa enxurrada de novas promessas que surgem por ai: o CD é bem tocado, bem produzido e muito bem acabado. Canções como A Resposta, Logo Você, Soneto para Petr Cech e Quebre as Correntes (uma das melhores) são provas desse acerto. A cansativa Infância reflete a imaturidade do grupo, mas nada que prejudique este bom trabalho.

Acompanhe o clipe de Quebre as Correntes:
http://www.youtube.com/watch?v=xLhiPteGCMY

Veja o site oficial dos caras:
http://www.fresnorock.com.br

Keane – Under The Iron Sea (2006)

KeaneForam dois anos colhendo os frutos do disco Hopes and Fears (2004) que, entre outras coisas, rendeu aos ingleses do Keane indicações para o Brit Awards e para o Grammy, uma espécie de Oscar da música. Durante esse período, diversas aparições na mídia, muitos shows e, ao mesmo tempo, inúmeras críticas. Os mais radicais não se cansavam de questionar: o que fazia esse trio ter tanto sucesso, se o som que eles apresentam é uma cópia descarada do praticado por bandas supostamente melhores, como o Coldplay ou Radiohead?Independente de que lado você vai estar, uma coisa é certa: o Keane apresenta o seu novo CD, Under the Iron Sea, apostando no rock melancólico, introspectivo, com letras, digamos assim, um pouco mais profundas do que estamos acostumados. Um prato cheio para fãs e detratores do grupo de Tom Chaplin (vocais), Tim Oxley-Rice (piano) e Richard Hughes (bateria).

A canção Is It Any Wonder, bastante tocada nas rádios brasileiras, soa como uma espécie de popzinho do U2, uma das influências dos rapazes que, em meados de 1997, se apresentavam pela Inglaterra fazendo covers do Oasis, Beatles e, claro, a banda irlandesa. Mas basta dar uma avançada para chegar até Hamburg Song, linda canção, piano e voz, que não pode passar despercebida. O mesmo pode ser dito de Atlantic, faixa que abre o CD e é introspecção pura!

Leaving So Soon, The Frong Prince e Crystal Ball são a vertente pop do Keane e abusam dos sintetizadores (não são guitarras, pelo menos é o que garante Oxley-Rice) para dar aquela encorpada na música.

Na verdade, Under the Iron Sea é basicamente isso. Melancolia e introspecção, interrompidas por momentos de uma alegria controlada, porém envolvente. Talvez, venha daí essa relação de amor comedido e ódio exacerbado entre fãs e críticos.

Veja o making of do videoclipe de Is It Any Wonder
http://www.youtube.com/watch?v=0aylD07R1kk

Os caras tocando a música ao vivo e um fã alucinado gravando
http://www.youtube.com/watch?v=ZhIuvnvhzYw

Dê uma olhada no site oficial
www.keanemusic.com

Donavon Frankenreiter – Move By Yourself (2006)

DonavonAté pouco tempo, ele era conhecido como o amigo bacana de Jack Johnson. Essa definição fazia algum sentido se pensarmos que Donavon Frankenreiter e Johnson têm algumas coisas em comum: são ex-surfistas profissionais que abandonaram uma carreira promissora para se dedicar por completo à música. O californiano Donavon, em meados de 1996, fundou o Sunchild, que tinha além dele na guitarra, Matt Hamilton (guitarra), Tristan Michael (vocais e baixo), Scott Owen (vocais, guitarra acústica e teclados) e James Rhinehart (bateria).

No ano seguinte, o grupo apresentou o álbum Barefoot and Live, que trazia um som fortemente influenciado por artistas dos anos 60 e 70. Em 2004, Donavon partiu para carreira solo, lançando um álbum que leva o seu nome, com a simpática canção Free. Este CD, produzido por Jack Johnson e Mário Caldato Jr (o mesmo de Beastie Boys e Marisa Monte), fez Frankenreiter ser admirado pelo seu som acústico e vocais que, por muitas vezes, confundiam-se com o do próprio Johnson. Daí, mais uma vez, a sua ligação com o surfista galã.

Ponto. Pára por aqui. Move By Yourself traz mudanças significativas: ele deixou a Brushfire Recordings, produtora de Johnson, e assinou com a Lost Highway. Além disso, foi o próprio cantor quem produziu o CD, num processo assim definido: “Precisava ter sucesso ou falhar pelos meus próprios méritos”.

E as diferenças são grandes. Seu novo trabalho soa muito mais com o praticado pela Sunchild. A faixa título é puro swing, com fortes influências da dance music. E segue nessa linha em The Way It Is, com uma linguagem funk e uma vocalização suave.

Para quem gostava mais do estilo surf music, By Your Side, These Arms, Girl Like You e Everytime, têm baixo, bateria, guitarra e teclado, daquele jeitinho semi-acústico. Mas Move By Yourself vai além. É swing em Fool e Let It Go, rock dançante em That´s Too Bad, gospel em All Around Us…. Se o público vai aceitar bem, difícil dizer. Certo é que os fãs que estavam acostumados com luau, violão e música de fundo, irão estranhar. Afinal, nunca passou pela cabeça de ninguém colocar uma canção do Donavon Frankenreiter para agitar uma balada de sábado à noite. A aposta foi feita. Agora, é esperar pelos resultados.

Assista o clipe de Move By Yourself do novo álbum de Frankenreiter:
http://www.youtube.com/watch?v=hRmDg5exUag%20

Ouça a canção River Green, do Sunchild, do álbum Barefoot and Live:
http://www.youtube.com/v/CF6m7ns5dJo

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