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Os Incríveis celebram 50 anos de estrada gravando um DVD

Por Fabian Chacur

Os Incríveis, uma das melhores e mais importantes bandas da história do rock brasileiro, está comemorando 50 anos de carreira. Como forma de celebrar essa impecável trajetória, eles irão gravar ao vivo um DVD nesta quarta-feira (28) às 21h no Teatro Bradesco (rua Turiassu, nº 2.100- 3º piso do Bourbon Shopping- fone 4003-1212), com ingressos custando de R$ 50 a R$ 70.

Mantendo apenas o baterista Netinho de sua formação original, o grupo teve origem na banda de rock instrumental The Clevers, fez parte do programa Jovem Guarda de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa e depois teve sua própria atração de TV. Lançou até filme, Os Incríveis Nesse Mundo Louco, e marcou época no rock brasileiro por várias razões.

Entre elas, o fato de mesclar temas instrumentais com canções, algo nada comum no rock de então, possuir músicos de alto calibre técnico e versatilidade impressionante. Sua formação clássica incluiu Netinho (bateria), Manito (sax e outros instrumentos), Nenê (baixo), Mingo (vocal) e Risonho (guitarra), uma verdadeira seleção do rock and roll à brasileira.

Entre seus inúmeros sucessos, temos Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles e os Rolling Stones (revivida anos depois pelos Engenheiros do Hawaii), Vendedor de Bananas, O Milionário e a célebre Eu Te Amo Meu Brasil. A escalação do time hoje inclui, além de Netinho, seu filho Sandro Haick (guitarra), Leandro Weingaertner (baixo e vocal), Wilson Teixeira (sax), Rubinho Ribeiro (vocal e guitarra) e o convidado Bruno Cardoso (teclados).

Em entrevista exclusiva concedida por e-mail a Mondo Pop, Netinho dá dicas de como será o show e o DVD e também relembra momentos decisivos na carreira dos Incríveis.

MONDO POP- Como você avalia os 50 anos de estrada dos Incríveis? Você concorda que sua banda é uma das pioneiras do que podemos chamar de “rock brasileiro”, pelo fato de sempre terem misturado o rock com elementos da música brasileira, sem copiar o que se fazia lá fora?
NETINHO– Nos anos 60, nasciam as primeiras bandas de rock com baixo e guitarra elétrica, e assim aconteceu também The Clevers, com músicos mais experientes em orquestras e conhecimento musical teórico. E assim fomos muito felizes, tudo dava certo, onde tocávamos arrasávamos, até no exterior, porque misturávamos vários estilos e inclusive humor.

Como será o repertório do show? Teremos alguma música inédita? Como rolou a seleção das músicas, e qual critério foi seguido por vocês para fazer isso?
NETINHO– O repertório foi escolhido no sentido de homenagear a história da banda, mesclando os sucessos vocais com os instrumentais de sax e guitarra e também alguns hits dos anos 60 e 70.

Uma das marcas dos Incríveis nos anos 60 e 70 era a qualidade e versatilidade de seus músicos. Vocês acham que são os responsáveis por elevar o nível técnico do nosso rock?
NETINHO– Bem, nos anos 60 existiam bandas fantásticas de jazz e MPB, e nos espelhávamos neles também. Por isso, talvez essa vantagem no rock, no qual as bandas eram mais simples e a maioria vindas das garagens.

Como será a homenagem aos ex-integrantes do grupo, especialmente àqueles que infelizmente nos deixaram?
NETINHO– Sim, no meio do show faremos uma pequena homenagem aos três integrantes que já nos deixaram, Mingo, Manito e Nenê com imagens deles e da banda num telão de Led de 11 x 3,5 mts.

Os Incríveis tiveram várias formações durante sua trajetória. Gostaria que você falasse um pouco da clássica, dos anos 60, e da atual.
NETINHO– No início The Clevers e Os Incríveis com Mingo, Manito, Neno, Risonho e Netinho. Em 65, entrou o Nenê no lugar do Neno e em 70 o Aroldo no lugar do Risonho. Mas alguns músicos participaram nas vezes em que alguém tinha que se ausentar, geralmente por doença, como foi o caso do Pique Riverti, que diversas vezes substituiu o Manito, e o Tinho no vocal e baixo em 90, quando voltamos com o Sandro na guitarra.

Com Vendedor de Bananas, vocês ajudaram na criação do que hoje é chamado de samba rock ou swing. Como surgiu a ideia de gravar essa música (do Jorge Ben), e o que você acha desse estilo musical, que tem toda uma cultura em torno dele?
NETINHO– Estávamos gravando no estúdio da RCA na rua Dona Veridiana quando apareceu o Jorge Ben. Papo vai e vem, ele resolveu mostrar uma nova música que tinha acabado de compor. Não deu outra, gostamos tanto que na mesma hora resolvemos gravar, e foi de prima.

Como é tocar ao lado do Sandro Haick, um dos melhores guitarristas brasileiros e também seu filho?
NETINHO-Meu Deus! (risos). É ao mesmo tempo simples, porque desde os 8 anos que o Sandro me acompanha nos ensaios e também no palco principalmente nos carnavais, que desde 67 eu costumava reunir músicos feras e montar uma grande banda pra tocar nas quatro noites de Carnaval de clubes. E ao mesmo tempo uma benção de Deus ter colocado o Sandro ao meu lado. Acredito que ele seja um dos principais motivos de eu continuar tocando e evoluindo.

Quando vocês pretendem lançar esse novo DVD, quem irá lançar (selo próprio, alguma gravadora etc) e como será a divulgação do mesmo (se vai rolar uma turnê, quando irá começar etc)?
NETINHO– Não sabemos ainda a data de lançamento, mas com certeza será em breve. Após o show, vamos pro estúdio refazer os erros, depois mixar, masterizar, preparar fotos e arte da capa e entregar para a gravadora Eldorado pra ser lançado. Estamos ansiosos pela qualidade que imaginamos ter, pois será o primeiro DVD da banda Os Incríveis, que é pioneira em ter seu próprio programa de TV, primeira a fazer filme longa metragem (primeiro filme brasileiro a cores filmado na Europa- Os Incríveis Neste Mundo Louco) e agora o primeiro DVD.

Uma das marcas dos Incríveis é a divisão entre músicas com vocais e músicas instrumentais. Como surgiu essa ideia, levando-se em conta que, na época (a década de 1960), geralmente os grupos iam ou por um caminho ou pelo outro, nunca juntando os dois?
NETINHO– Por termos músicos bons, optamos no início pelo instrumental e aos poucos e também por influencia da gravadora começamos a cantar. Até eu gravei cantando uma homenagem ao Jimi Hendrix, Adeus Amigo Vagabundo (que tocaremos no show).

Eu Te Amo Meu Brasil foi provavelmente o maior sucesso comercial da carreira de vocês. Analisada friamente hoje, trata-se de uma música muito boa, e gravada de forma esplêndida por vocês, mas ficou com aquela conotação de ‘apoiando a Ditadura Militar’. Como você avalia isso tudo hoje? Continuam tocando Eu Te Amo Meu Brasil nos shows? Vão regravá-la no DVD?
NETINHO– Sim, vamos regravá-la, da mesma maneira como a gravamos em 70 em homenagem à Copa. Essa foi a nossa única intenção, não tinha nada a ver com política.

De todos os discos que os Incríveis gravaram, qual é o melhor, na sua opinião, e porquê?
NETINHO– Gravamos muita coisa boa assim como também gravamos muito lixo por imposição da gravadora, mas gosto bastante do disco que tem a música Que Coisa Linda (Os Incríveis, lançado em 1969).

Netinho, você é um guerreiro, que superou muitas dificuldades para chegar onde chegou, inclusive em termos de saúde. Qual o conselho que dá a quem por ventura esteja em uma fase difícil da vida no momento?
NETINHO– Três coisas: nunca desistir, se você ama a música. Nunca pensar somente no sucesso e no dinheiro. E estudar, praticar e assistir/ouvir bons músicos.

Última pergunta: como você avalia a música brasileira no momento, e o rock brasileiro, em especial? Você gosta de algum artista atual? Quem?
NETINHO– Pergunta difícil! Acho que sempre existiu a música brega e a música ruim fazendo sucesso rápido e logo caindo, só que hoje parece que todos preferem ganhar rápido e tudo logo é descartado. A vida voa, então acontece isso que se ouve no rádio e na TV = cocô (desculpe, mas não achei palavra melhor). Foi isso que eu ouvi de um dos maiores empresários ao apresentar nosso CD autoral inédito em 2012. Ele me disse: “é muito bom, não dá para eu comprar! Faz merda que eu compro!” É de chorar, né? Como diz o Sandro; Não existe música tão ruim, existe música mal tocada.

Ouça na íntegra em streaming Os Incríveis, LP de 1970:

Vendedor de Bananas, com Os Incríveis:

Djavan esbanja classe em DVD ao vivo

Por Fabian Chacur

Aos 65 anos de idade, Djavan vive certamente uma das melhores fases de sua carreira. Após lançar o excelente álbum Rua dos Amores (2012), saiu em turnê para divulgá-lo (leia entrevista com ele falando sobre esse CD aqui). Agora, é a vez deste DVD e CD, Rua dos Amores Ao Vivo, gravados ao vivo em shows no HSBC-SP nos dias 8 e 9 de novembro de 2013. Outro golaço em sua trajetória musical.

Hugo Prata, responsável pela direção do DVD, classifica o trabalho do cantor, compositor e músico alagoano como elegante. Eis uma definição muito pertinente. O som concebido pelo autor de Oceano mistura elementos de samba, funk de verdade, jazz, soul, bossa nova e MPB em geral com tanta inspiração e capricho que acabaram gerando um híbrido, o “Djavan sound”, imitado por tantos, igualado por rigorosamente ninguém. Nessa praia, o cara é rei.

Novamente acompanhado por músicos que havia tocado com ele por volta de uma década e dos quais estava separado há muito tempo, Djavan nos oferece um show delicioso, repleto de swing, belas melodias, interpretações vocais maduras e envolventes e a sensação de quem está se divertindo muito no palco, sem exageros ou histrionismos que pudessem atrapalhar.

Ele passa as quase duas horas de show se dividindo entre violão, guitarra e momentos nos quais se dedica exclusivamente a cantar, aproveitando a deixa para dançar de forma solta e sóbria. Perfeccionista, proporciona aos fãs seis músicas de Rua dos Amores (além da faixa título, usada como vinheta de abertura do show) e canções de todas as fases de sua carreira, todas com arranjos compatíveis com sua fase musical atual.

Os veteranos Marcelo Mariano (baixo e vocal), Carlos Bala (bateria), Torcuato Mariano (guitarra), Marcelo Martins (flauta, saxofone e vocal), Glauton Campello (teclados, piano e vocal) e Paulo Calasans (teclados, piano e vocal), além do novato na banda Jessé Sadoc (flugelhorn, trompete e vocal) são um verdadeiro dream team, dando ao patrão uma moldura sonora versátil e envolvente.

Difícil citar momentos marcantes do show, pois na verdade todos os são, mas a recente e maravilhosa Já Não Somos Dois, os clássicos Oceano, Se e Acelerou e o lado B Doidice merecem ser reverenciados. Em alguns momentos, o público não resiste e canta junto, para nítida felicidade do anfitrião, que em vários desses instantes não disfarça a emoção por ser acarinhado de forma tão sincera.

Nos extras do DVD, temos um excelente documentário intitulado Um Olhar Íntimo.Doc, no qual temos entrevistas com Djavan, seus músicos e os envolvidos no projeto, com direito a uma bela visita a Alagoas, onde o artista relembra momentos bacanas de sua trajetória por lá. Um dos melhores making ofs de DVDs musicais nacionais já feitos. Coisa de profissional.

O DVD traz 24 músicas (incluindo a vinheta Rua dos Amores), enquanto o CD nos traz uma seleção de 15 faixas do espetáculo e também uma canção inédita registrada em estúdio, a ótima Maledeto, que poderia perfeitamente tocar em rádios. Elegante demais, musical demais, classudo demais, eis o Djavan 2014, um artista cada vez mais refinado e bom de se ver e ouvir.

Já Não Somos Dois (ao vivo), com Djavan:

Jeff Beck faz show sublime no Best Of Blues

Por Fabian Chacur

A segunda noite da edição 2014 do Samsung Best Of Blues Festival trouxe como grande atração o lendário Jeff Beck, que aos 69 anos exibiu a energia e o tesão de um garoto no palco, encantando os fãs e mostrando que ninguém é considerado um dos maiores nomes da história do rock de graça. Foi o auge de uma noite de música muito, mas muito bacana mesmo, em fria noite de sábado (10) no WTC Golden Hall, em São Paulo, com casa cheia.

Tudo começou às 20h20 com uma performance bem bacana da cantora e compositora Céu, com seu som fortemente influenciado pelo reggae e repleto de elementos de MPB, rock, pop, psicodelismo e o que mais pintar. A voz da moça se mantém doce e encantadora, e sua banda de apoio esbanja pique e competência. O show acabou às 21h13 e equivaleu a uma bela abertura para o que viria depois.

Com a matadora dobradinha The Chokin’ Kind e Super Duper Love, Joss Stone entrou em cena às 21h40 com pinta de quem não estava ali para vacilar. De vestido branco, muito bem humorada e com muito pique, a jovem soul woman britânica logo soltou a voz e mostrou o porque é considerada uma das grandes revelações da última década. Com direito a maravilhas como (For God’s Sake) Give More Power To The People (hit dos Chi-Lites nos anos 70), a moça levou o público à loucura.

E aí, veio o momento histórico. Em sua terceira passagem pelo Brasil, Jeff Beck resolveu nos proporcionar um show mais roqueiro, com espaços para soul aqui e ali. Loaded abriu os trabalhos com força, destacando um ótimo vocalista e com o ex-integrante dos Yardbirds já dando provas do que viria no decorrer da apresentação, iniciada às 23h40.

Entre faixas instrumentais e outras com vocais, o repertório trouxe maravilhas do álbum Truth (1968), do Jeff Beck Group, como I Ain’t Superstitious e You Shook Me, homenagens a Jimi Hendrix do naipe de Little Wing e Foxy Lady e uma fantástica releitura instrumental de A Day In The Life, que ele gravou no álbum In My Life (1998), de George Martin, produtor dos Beatles e do próprio Beck.

Joss Stone participou do show em uma versão arrepiante do clássico I Put a Spell On You, hit de Screamin’ Jay Hawkins e também regravada pelo Creedence Clearwater Revival. Tivemos também A Change Is Gonna Come (de Sam Cooke), Wild Thing (dos Troggs e também regravada por Jimi Hendrix) e, acreditem, Nessum Dorma, clássico da música operística.

A técnica de Jeff Beck como guitarrista é uma coisa absurda. Ele tem um amplo ferramental que permitem ir desde solos melódicos mais, digamos assim, “convencionais”, até escalas rapidíssimas, riffs pesados e acordes jazzísticos, tocados sempre na hora certa e sem exibicionismo. Aliás, ele abriu bons espaços para seus excelentes músicos de apoio.

Quando o espetáculo chegou ao fim, às 01h08, deu vontade de ajoelhar e agradecer a Deus por ter tido a chance de presenciar uma performance tão intensa, tão demencial e tão tecnicamente perfeita ao mesmo tempo. Fica a torcida para que esse gênio possa voltar mais vezes ao Brasil para mostrar toda essa genialidade para que nós, mortais, possamos apreciar novamente.

I Put a Spell On You, com Jeff Beck e Joss Stone:

Pitty volta ao rock com álbum Setevidas

Por Fabian Chacur

Pitty lançará em breve seu primeiro álbum solo em cinco anos (o anterior foi Chiaroscuro, de 2009). Nesse meio, tempo, a cantora e compositora baiana se dedicou ao projeto paralelo acústico e melódico Agridoce. Setevidas sai via Deck e terá sua pré-venda no iTunes iniciada a partir desta terça-feira (13), e chegará ao mercado no dia 27 de maio (formato digital) e 3 de junho (CD). O lançamento em vinil deverá ocorrer em um futuro não muito distante.

A faixa-título, cujo clipe já pode ser conferido na rede, foi filmado no Bom Retiro, em São Paulo, e é basicamente uma performance ao vivo da cantora com seus músicos de apoio usando máscaras. Trata-se de um rock pesado com refrão certeiro. Essa representação tem a ver com o espírito do álbum, que foi gravado com todos os instrumentos sendo tocados simultaneamente, no estúdio Madeira (SP).

A produção ficou a cargo de Rafael Ramos, sendo que o inglês Tim Palmer, conhecido por seus trabalhos com Pearl Jam, U2, David Bowie, Robert Plant e Ozzy Osbourne, incumbiu-se da mixagem. “O resultado é um som grande, mas garageiro, era a linguagem que queríamos”, afirma a roqueira, na estrada há mais de dez anos e uma das figuras femininas mais emblemáticas do rock brasileiro.

Setevidas é definido por Pitty como um álbum contendo rock cru, direto e com elementos psicodélicos em sua sonoridade, além de trazer instrumentos normalmente associados aos ritmos africanos como agogô e caxixi e outras experiências que marcam seus trabalhos mais recentes. Os shows específicos de lançamento devem ocorrer a partir de agosto.

Veja o clipe de Setevidas, com Pitty:

Clube do Balanço lançará novo CD em SP

Por Fabian Chacur

Quando o assunto é samba rock, o nome de Marco Mattoli vem à tona quase que de forma instantânea. Ele não inventou o estilo, mas há mais de 20 anos é um de seus mais fiéis e talentosos discípulos. Atualmente, encabeça o ótimo grupo Grupo do Balanço, que irá lançar o seu quarto CD, intitulado Menina da Janela, pela gravadora YBmusic. Novo banho de swing a caminho, com certeza.

Menina da Janela, já disponível no formato digital e cuja versão física estará disponível no fim de maio, inclui dez músicas inéditas, composições dos integrantes da banda e buriladas com garra, paciência e carinho entre maio e dezembro de 2013 em ensaios abertos. A produção ficou a cargo do experiente produtor e baixista Jesus Sanchez, conhecido por seus trabalhos com Los Pirata, Pélico e Bárbara Eugênia.

O show de lançamento do novo álbum do Clube do Balanço será realizado no dia 31 de maio no Clube Homs, conhecido por abrir espaço para bailes de samba rock há mais de 30 anos. O time traz, além de Mattoli no vocal, violão e guitarra, Tereza Gama (vocal), Edu Salmaso Peixe (bateria e vocal), Gringo Pirrongelli (baixo), Marcelo Maita (piano), Fred Prince (percussão), Tiquinho (trombone e arranjos de metais) e Reginaldo 16 (trompete e vocais).

O repertório do show trará músicas do novo CD como Te Dou Bola, Vício Perfeito e De Chinelo e também hits do grupo como Paz e Arroz, Aeroporto e Saudade da Preta. Além do Clube do Balanço, Mattoli também liderou outro grupo bem bacana nessa praia, Mattoli e os Guanabaras, que teve boa repercussão durante a década de 90. Swing é com esse cara. Quer dançar no melhor estilo MPB de luxo? É jogo ganho.

Ouça Paz e Arroz, com o Clube do Balanço:

Elza Soares homenageia Lupicinio em shows

Por Fabian Chacur

Lupicínio Rodrigues completaria cem anos de idade em 16 de setembro deste ano. Como forma de homenagear o histórico e genial compositor gaúcho, que nos deixou em 27 de agosto de 1974, Elza Soares preparou o show 100 Anos de Lupicínio Rodrigues, que apresentará no Teatro Rival, no Rio, e no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, São Paulo. Desde já, absolutamente imperdíveis.

Amiga do saudoso mestre da música popular brasileira, Elza escolheu uma de suas músicas para seu primeiro single, Se Acaso Você Chegasse, lançado em 1960. Um sucesso certeiro que certamente estreitou os lanços entre os dois em termos artísticos. No repertório do show, teremos, além desse primeiro sucesso, clássicos como Esses Moços e Nervos de Aço, só para citar dois do autor de Nunca, Felicidade e tantas outras pérolas musicais.

Elza Soares dispensa apresentações. Há mais de 50 anos na ativa, é uma de nossas mais originais e swingadas cantoras, com versatilidade e jogo de cintura para interpretar samba, bossa nova, boleros, marchinhas, blues, rock e até mesmo música eletrônica, nunca comprometendo sua musicalidade própria. Ela se recuperou de uma operação na coluna e está nova em folha, felizmente, no auge de seus 76 anos de idade muito bem vividos, por sinal.

Os shows no Rio serão nos dias 2 e 3 de maio, sempre às 19h, no Teatro Rival (rua Álvaro Alvim, 33/37-Cinelândia- fone 0xx21-2240-4469), com ingressos de R$ 40,00 a R$ 80,00. Em São Paulo, as apresentações terão como palco o Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros (rua Paes Leme, 95-Pinheiros- 0xx11-3095-9400- www.sescsp.org,br ) nos dias 9 e 10/5 (às 21h) e 11/5 (às 18h), com ingressos de R$ 10,00 a R$ 50,00.

Se Acaso Você Chegasse, com Elza Soares (versão original):

David Crosby esbanja vitalidade em novo CD

Por Fabian Chacur

David Crosby é acima de tudo um sobrevivente. Para muitos e durante muito tempo, ele acabaria se tornando mais um daqueles roqueiros que nos deixaram antes do tempo, como Jim Morrison, Brian Jones, Jimi Hendrix, Janis Joplin e tantos outros. Esteve mesmo a ponto de seguir essa sina, mas felizmente isso não ocorreu. Hoje, aos 72 anos, esbanja vitalidade e criatividade, como prova seu novo CD solo, o maravilhoso Croz.

Trata-se do primeiro álbum solo de estúdio lançado pelo cantor, compositor e músico americano desde 1993, quando Thousand Roads chegou às lojas de todo o mundo. Nesse período, esteve em franca atividade, fazendo shows e lançando novos trabalhos com o Crosby, Stills & Nash, Crosby, Stills, Nash & Young e o CPR, além de realizar muitos shows e turnês.

Aliás, é curioso notar que, até meados dos anos 80, Crosby era o menos produtivo dos integrantes do CSN. A partir do lançamento de seu segundo álbum solo, Oh Yes I Can (1989), o jogo virou, e hoje ele trabalha e produz muito mais do que os velhos amigos e colegas Stephen Stills e Graham Nash. A parceria com James Raymond pode explicar um pouco essa atividade toda.

Além de excelente cantor, compositor e tecladista, Raymond também é filho do ex-integrante dos Byrds, um filho que ele só foi descobrir na segunda metade dos anos 90. Junto com o guitarrista Jeff Pevar, eles criaram o seminal trio CPR, que lançou dois ótimos discos de estúdio e dois certeiros álbuns ao vivo entre 1998 e 2001. O novo CD solo é um desdobramento desse trabalho, de certa forma.

Além do filho, os músicos que acompanham Crosby em Croz são integrantes da banda de apoio que atuou na última turnê do Crosby, Stills & Nash, aquela que passou pelo Brasil em maio de 2012. Isso explica o ótimo entrosamento do time. Curiosamente, o autor de Guinevere não toca violão no álbum, sendo muito bem substituído por Marcus Eaton na função. Ele toca apenas guitarra, e em apenas uma única faixa (If She Called).

Isso pode explicar o porque o desempenho vocal do velho mestre é tão bom, pois ele se dedicou exclusivamente a ele, e às composições, que se dividem entre ele, Raymond e os músicos de apoio. A voz de Crosby, como pudemos conferir ao vivo em 2012, está melhor do que nunca, aproveitando cada deixa melódica para se mostrar, sem exageros e com precisão cirúrgica.

O álbum traz duas participações especialíssima: Mark Knopler, ex-Dire Straits, dá um banho de sutileza na guitarra na jazz-folk What’s Broken, enquanto o jazzista de ofício Wynton Marsalis (que já gravou e fez shows com Sting, por sinal, e está sempre aberto a experiências sonoras) faz um solo inspiradíssimo de trumpete na belíssima Holding On To Nothing.

O álbum tem um clima melódico e reflexivo, centrado em canções com inspiração country, rock, jazz e folk. Radio, que o CSN tocou em seus shows no Brasil e durante a turnê de 2012, aparece aqui em impecável versão de estúdio. The Clearing, Dangerous Night e Slice Of Time são outros destaques, mas o álbum se sustenta como um todo, sem nada jogado fora.

Nesse momento, David Crosby está fazendo alguns shows para divulgar Croz, e em breve deve voltar à estrada com o CSN. Nada melhor do que ver um músico com o seu currículo e a sua envergadura ainda disposto a trabalhar duro para nos oferecer novas canções, novas vocalizações, novos shows. Eis um sobrevivente que merece todos os aplausos possíveis.

Vale o aviso: Croz, um lançamento do selo independente Blue Castle Records, não teve até o momento uma edição nacional, sendo disponível apenas em lojas que trabalham com álbuns importados. Uma pena, mas vale cada centavo que você pagar por essa versão importada, com direito a capa tripla digipack e encarte luxuoso com direito a letras e ficha técnica completa.

Ouça o álbum Croz na íntegra em streaming:

Exposição faz Bowie virar herói em SP

Por Fabian Chacur

O mundo muda, e nem sempre para pior, como costumamos imaginar de forma pessimista. No início dos anos 1980, quando resolvi colecionar a obra de David Bowie, lembro muito bem de como era difícil e caro obter material sobre esse genial cantor, compositor e músico britânico. Aliás, eram poucos os que conheciam de fato sua exemplar trajetória artística até aquele momento. Poucos e bons.

Hoje, podemos comemorar o fato de sermos o terceiro país no mundo a receber a exposição David Bowie, com algo em torno de 300 itens fundamentais relativos aos trabalhos do autor de Heroes. Melhor do que isso: o evento se tornou histórico, pois em seu período de duração, entre 30 de janeiro e 20 de abril, conseguiu atrair 80.190 pessoas ao Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo.

Lógico que isso só se tornou possível graças ao visionário André Sturm, aquele mesmo do maravilhoso Cine Belas Artes (que deve voltar à ativa em breve) e atualmente diretor-executivo e curador-geral do MIS. Ele apostou nesse projeto, conseguiu os apoios necessários e deu aos fãs de David Bowie essa maravilhosa oportunidade de conferir memorabilia do mais alto valor.

A exposição merece nota máxima por sua ambiência multimídia, que possibilitou ao visitante um verdadeiro mergulho no universo bowie, com direito a roupas, quadros, calçados, instrumentos musicais, cartazes, manuscritos, clipes, entrevistas e muita música. O visitante saía do MIS com a alma lavada. Quem é fã, ficou mais, e quem não era, provavelmente virou.

Com ingressos a preços baixos, assim como o belíssimo catálogo da exposição, uma preciosa lembrança do evento vendida a apenas R$ 40,00 , a exposição se tornou um programa obrigatório para todo o fã do astro e também para as pessoas interessadas em moda, cultura pop, teatro, cinema e artes em geral. Valeu cada minuto que se esperou em filas, por sinal organizadas e sem grandes tumultos, no geral.

O êxito das mostras de David Bowie e a anterior, dedicada no mesmo local ao cultuado cineasta Stanley Kubrick e visitada por 80.972 pessoas (números divulgados pela assessoria do MIS) durante 79 dias, prova que existe, sim, público para eventos dedicados a artistas importantes, mesmo que fora do mainstream artístico atual. Que venham outros do mesmo alto nível. Biscoitos finos para as massas, mesmo!

Vale lembrar que essa exposição de David Bowie coroou um processo de crescimento da popularidade do artista por aqui que teve como marcos seus shows em solo nacional em 1990 e 1997, além do relançamento de sua discografia e também dos lançamentos simultâneos de seus novos trabalhos. Um sonho de gente como a adorável Rosa Kaji, presidente do melhor fã-clube de Bowie existente por aqui nos anos 80 e que deixou o Brasil por volta de 1987 para realizar o sonho de ver o Camaleão ao vivo. Por onde andará ela, por sinal?

Boys Keep Swinging, com David Bowie:

Som Livre lançará DVDs da Eagle Rock

Por Fabian Chacur

A gravadora Som Livre anunciou que adquiriu os direitos para lançar no Brasil o catálogo da Eagle Rock Entertainment, a maior empresa independente do mundo especializada no lançamento de DVDs e Blu-rays de música. São mais de 800 títulos, de artistas do primeiríssimo escalão, como Paul McCartney, The Rolling Stones, U2, Peter Gabriel, Queen, The Doors, The Who e inúmeros outros.

A parceria preencherá uma lacuna existente desde 2013, quando a distribuidora brasileira ST2, que durante mais de dez anos distribuiu no Brasil com muita competência os títulos da empresa com sede na Inglaterra, saiu de cena por problemas administrativos. Desde então, novos produtos da Eagle Rock só eram encontrados por aqui em versões importadas e de forma bastante restrita.

Surgida em 1997, a Eagle Rock também tem em seu acervo séries maravilhosas como Classic Albums, que conta a história de álbuns clássicos do rock e do pop, e Live In Montreux, com registros históricos de shows realizados no célebre festival de jazz sediado na Suíça. Estão previstos para sair, ainda este ano, títulos como Rock Show, registro da turnê americana de 1975-76 dos Wings pela América do Norte, Sweet Summer Sun Hyde Park, dos Rolling Stones, e The Million Dollar Piano, de Elton John.

Band On The Run, dos Wings, do DVD Rock Show:

Jair Oliveira brilha em DVD retrospectivo

Por Fabian Chacur

Quem olha para o rosto de moleque de Jair Oliveira pode ter dificuldade em acreditar que o cara tem 30 anos de carreira. No entanto, basta lembrar sua participação no grupo Turma do Balão Mágico para sentir que o cara está na estrada desde criança. Como forma de celebrar essa trajetória de sucesso, ele está lançando o DVD Jair Oliveira 30 (S de Samba/Som Livre), uma completa delícia musical.

Como forma de dar um mergulho em todas as fases de sua carreira, Jair abre o show com uma interpretação emocionada de Disparada, música que tornou seu pai, Jair Rodrigues, conhecido nacionalmente. Em seguida, convida o pai coruja para um dueto em Io e Te, e logo a seguir, a ex-colega de Balão Mágico, Simony, para releituras bacanas de Coração de Papelão (Puppy Love), gravado por eles em dupla, e Superfantástico, o maior hit da Turma do Balão Mágico.

Dando continuidade à festa, ele coloca em cena os Artistas Reunidos, grupo informal que se apresentava na noite paulistana nos anos 90 e que revelou, além dele próprio, nomes como a irmã Luciana Mello, Pedro Mariano, Daniel Carlomagno, Max de Castro e Wilson Simoninha. Após o revival, com músicas como Assim Que Se Faz, Samba Raro, Simples Desejo e Voz no Ouvido, é a vez dos anos solo.

Na trajetória individual, Jair Oliveira brilhou com um estilo entre a soul music brasileira e a MPB swingada de Djavan, e músicas como Bom Dia Anjo, Zazá, Passeando com o Papai, O Samba Me Cantou e Tiro Onda servem como uma boa amostra desse período. Durante o show, ele esbanja ótima voz, presença de palco segura e um violão tocado com desenvoltura e bastante versatilidade, além de muita simpatia.

Uma segunda versão da ótima e sacolejante Tirando Onda aparece como extra do DVD, trazendo a participação de todos os convidados. No futuro lançamento no formato Blu-ray, será incluído um documentário trazendo bastidores da gravação do show, depoimentos de amigos e parceiros como Tom Zé e Ed Newton (que dirigiu o programa de TV da Turma do Balão Mágico, nos anos 80) e Jair Rodrigues interpretando Falso Amor, de autoria do filho.

No geral, o DVD, gravado ao vivo em 23 de julho de 2011 no Auditório Ibirapuera, nos mostra um artista ainda muito jovem e com um futuro imenso pela frente, mas já bastante maduro e com uma obra da qual certamente deve se orgulhar. Se isso aqui foi apenas o começo, será muito bom acompanhar seus próximos passos musicais nos anos que virão, se Deus quiser.

Bom Dia Anjo, com Jair Oliveira, do DVD Jair Oliveira 30:

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