Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Tag: morte (page 5 of 10)

Fernando Brant faz travessia e nos deixa com pura saudade

Fernando-Brant-400x

Por Fabian Chacur

Perdemos um dos grandes poetas da história da MPB na noite desta sexta-feira (12). Fernando Brant fez sua travessia final e se foi aos 68 anos, deixando como legado canções maravilhosas das quais nunca nos cansaremos de ouvir. Seu corpo está sendo velando no Palácio das Artes e será enterrado neste sábado (13) no cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte.

Formado em Direito, Fernando Brant entrou no mundo da música pelas mãos de um amigo, ninguém menos do que Milton Nascimento, que quis ser seu parceiro musical. A primeira obra dos dois tornou-se um clássico da MPB, Travessia, música que em 1967 abriu as portas da fama nacional para o Bituca de Três Pontas. Era o início de uma parceria brilhante.

Milton e Fernando escreveram juntos maravilhas do naipe de Aqui é o País do Futebol, San Vicente, Caxangá, Saudades dos Aviões da Panair (Conversando No Bar), Maria Maria, Encontros e Despedidas, Sentinela, Bola de Meia Bola de Gude, Raça, Maria Solidária, Canção da América e Nos Bailes da Vida, só para citar algumas. É uma obra-prima atrás da outra!

De quebra, Brant também compôs com outros amigos mineiros sucessos maravilhosos do calibre de Para Lennon e McCartney (Brant, Lô e Márcio Borges), Paisagem da Janela (Brant, Lô Borges), Paixão e Fé (Brant e Tavinho Moura), Feira Moderna (Brant, Beto Guedes e Lô Borges) e O Medo de Amar é o Medo de Ser Livre (Brant e Beto Guedes). Que acervo! Foram mais de 200 composições em sua trajetória.

As letras de Fernando Brant falavam sobre amor, liberdade, sonhos, amizade, saudade e as dúvidas que frequentam nossas mentes. Encontros e Despedidas, Sentinela e Canção da América tocam fundo nas idas e vindas da vida, e do momento no qual fazemos a passagem para o outro lado. Agora, chegou a vez de ele nos deixar. Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar, eis a única certeza da vida!

Bola de Meia Bola de Gude– 14 Bis:

Aqui é o País do Futebol– Milton Nascimento:

Ponta de Areia– Milton Nascimento:

Raça– Milton Nascimento:

Caxangá– Milton Nascimento e Elis Regina:

Morre Louis Johnson, um dos melhores baixistas do mundo

louis johnson-400x

Por Fabian Chacur

Morreu nesta quinta-feira (21) de causas ainda não divulgadas o baixista, cantor e compositor americano Louis Johnson. Ele havia completado 60 anos de idade em abril. Trata-se de um ex-integrante da banda funk The Brothers Johnson, e um dos mais influentes músicos da história da música pop, com um currículo enorme como uma lista telefônica.

E que currículo. Em sua carreira, Louis participou de discos de sucesso e importância artística. Tipo Off The Wall e Thriller, de Michael Jackson, Give Me The Night, de George Benson, e Rise, de Herb Alpert, só para citar alguns fundamentais. Cria do maestro e produtor Quincy Jones, ele também gravou com artistas distintos entre si como Sergio Mendes, Bjork, The Carpenters, Stanley Clarke, Paul McCartney e John Mellencamp, entre um caminhão de outros.

Mas ele também teve sucesso por via própria, como integrante do duo The Brothers Johnson, incumbindo-se dos vocais e baixo e tendo a seu lado o irmão George Johnson na guitarra e vocais. Eles começaram atuando como banda de apoio de astros como Bobby Womack, The Supremes e Billy Preston, até que atraíram as atenções de Quincy Jones.

O primeiro álbum do duo, Lookin’ Out For #1 (1976) chegou ao top 10 americano e emplacou o single I’ll Be Good To You. Até 1980, lançaram outros três álbuns de sucesso e empolgaram os fãs da funk music com balaços do naipe de Ain’t We Funky Now, Strawberry Letter 23, Ride O Rocket e Stomp, sendo esta última seu maior hit, lançada em 1980. A seu lado, só músicos do primeiríssimo time.

O som dos Brothers Johnson conseguia unir grande sofisticação musical a um balanço irresistível e pesado, dividido entre funks sacudidos, baladas certeiras e até um tema instrumental aqui e ali. O estilo de Louis de tocar, valendo-se de um recurso técnico desenvolvido por ele e chamado slap bass (apelidado de estilingada no Brasil) se mostrou muito influente e lhe valeu o apelido de Thunder Thumbs.

Após uma primeira separação em 1982, os irmãos Louis e George gravaram mais dois álbuns, mas sem o mesmo sucesso, e se dedicaram à carreira como badalados músicos de estúdio. A participação de Louis em I Keep Forgettin’ (Every Time You Near), de Michael McDonald, por exemplo, foi sampleada e usada por vários rappers em seus trabalhos.

Ain’t We Funkin’ Now – The Brothers Johnson:

Ride O Rocket– The Brothers Johnson:

Stomp– The Brothers Johnson:

Strawberry Letter 23– The Brothers Johnson:

I keep Forgettin’– Michael McDonald (1983):

B.B. King: o rei e embaixador que deixa um legado dourado

bb king 2007-400x

Por Fabian Chacur

O blues perdeu na noite desta quinta-feira (14) seu rei e seu embaixador maior. Deixou-nos aos 89 anos, vítima de causas geradas por uma diabetes 2 que o afligia há mais de 20 anos, o cantor, compositor e guitarrista americano B.B. King. Se há alguém no meio artístico que merecia o adjetivo “lenda”, era ele. Uma perda incalculável. A saudade dói demais. Um mestre!

A essa altura dos acontecimentos, todos já leram sobre a importância desse gênio, nascido em 16 de setembro de 1925. Ele entrou no meio musical tocando e também como radialista. Na década de 1950, iniciou uma trajetória profissional no meio da música que o manteve na ativa durante mais de 60 anos. Só parou há pouquíssimo tempo, quando a saúde o abandonou.

Considerado o rei do blues, ele também foi denominado por muitos como o embaixador desse seminal gênero musical, pois muita gente o conheceu através dos inúmeros shows e discos lançados por Riley Ben King durante sua mais do que produtiva trajetória. Mas ele nunca foi daqueles artistas restritos a um único jeito de tocar ou cantar.

Em uma entrevista, o Blues Boy afirmou que o grande lance para um artista é incorporar novas influências e experiências ao seu trabalho. “Você não pode ficar no mesmo groove o tempo todo”, dizia. E foi a sua receita para uma vida toda. Em sua carreira, fez parcerias com artistas dos mais distintos estilos e gerações, como poucos na história da música.

Entre outros, fez shows e gravações com astros do naipe de U2, Eric Clapton, The Rolling Stones. Willie Nelson, David Gilmour, Joe Cocker, Heavy D., Mick Hucknall, Ringo Starr, Mick Fleetwood, Stevie Nicks, Stevie Wonder, Grover Washington Jr., Bobby “Blue” Bland, Branford Marsalis, The Crusaders e Albert Collins, só para citar alguns.

King era um talento completo. Compunha bem, embora não tivesse problemas em gravar composições alheias, sempre muito bem escolhidas. Tocava guitarra com um estilo próprio, marcante e influente. E tinha uma voz poderosa, quem sabe sua maior qualidade. Curiosidade: ele não conseguia cantar e tocar ao mesmo tempo. Mas precisava?

Tenho boas histórias para contar dessa lenda da música. A primeira rolou em 1986, quando ele esteve por aqui para fazer alguns shows. Eu e meu amigo José Carlos Dopazo fomos ao hotel Transamérica (SP), onde seria realizada uma entrevista coletiva com o mestre. O taxista que nos levou errou o caminho e chegamos muito atrasados ao local.

A coletiva já havia se encerrado. Como já estávamos ali, ficamos na porta, esperando que ao menos pudéssemos ver o mestre de perto. Os assessores de imprensa do evento nos desestimularam, mas ficamos ali. E não é que King apareceu? Mais: simpático, não só nos deu autógrafos em vários LPs, como também conversou conosco, com rara simpatia.

Em 1989, vi um dos shows que ele realizou no extinto Olympia, em São Paulo. Excepcional. O momento mais divertido ficou por conta de quando ele fez uma tremenda onda e, depois, jogou uma palheta para a plateia, que a disputou avidamente. Ai, pouco depois, começou a arremessar uma atrás da outra, para felicidade dos fãs, que se divertiram com seu bom humor.

Vi o mestre novamente em 2006, em entrevista coletiva em um hotel na região da avenida Paulista. Simpático e carismático, flertou com as jornalistas presentes. Ao final, distribuiu autógrafos. Aproveitei para pegar mais um, o cumprimentei e afirmei que nunca mais lavaria as mãos, após ter tocado as mãos do rei do blues. Ele deu boas risadas. O show novamente foi maravilhoso, desta vez na Via Funchal, também extinta casa de shows paulistana.

B.B. King é um exemplo para muitos artistas metidos a besta por aí, que não tem um centésimo de seu talento e que, no entanto, esbanjam arrogância e antipatia. Com todo o seu currículo, era acessível e camarada com todos que o abordavam. Dessa forma, elevou o blues a um patamar dos mais altos. Um mestre que nos deixa como herança grandes gravações e bela lição de vida.

The Thrill Is Gone– B.B. King:

When Love Comes To Town– B.B. King & U2:

Rock Me Baby -B.B.King/Eric Clapton/Buddy Guy/Jimmy Vaughan:

Riding With The King– B.B. King & Eric Clapton:

Into The Night – B.B. King:

BB King & Bobby “Blue” Bland – Let The Good Times Roll:

Morre Errol Brown, vocalista da banda pop Hot Chocolate

hotchocolate-400x

Por Fabian Chacur

Foi anunciada nesta quarta-feira (6) pelo manager Phil Dale a morte aos 71 anos de Errol Brown, conhecido mundialmente por ter sido o vocalista, principal compositor e líder da bem-sucedida banda britânica Hot Chocolate. Ele (1º à esquerda na foto) estava em sua casa nas Bahamas ao lado da família, e foi vítima das consequências geradas por um câncer no fígado.

Nascido na Jamaica e radicado na Inglaterra a partir dos 12 anos de idade, Errol entrou no mundo da música pop em parceria com o cantor, compositor e baixista Toni Wilson. Juntos, fizeram uma releitura de Give Peace a Chance que entusiasmou de tal forma o seu autor, John Lennon, que o ainda beatle os convidou a gravá-la pela Apple, com o nome The Hot Chocolate Band.

Logo a seguir, Brown e Toni resolveram montar uma banda de verdade, adotando o nome Hot Chocolate e contando com Harvey Hinsley (guitarra), Larry Ferguson (teclados), Patrick Olive (percussão) e Tony Connor (bateria). O primeiro sucesso veio em 1970 com Love Is Life, que atingiu o sexto lugar na parada britânica. Isso era só o começo do sucesso desse grupo que misturava brancos e negros em sua formação.

Entre 1970 e 1984, o Hot Chocolate emplacaria nada menos do que 30 hits nos charts ingleses, com direito a 18 deles entre as 20 mais vendidas. Foram 14 anos consecutivos com pelo menos um sucesso por ano na parada britânica, um recorde até hoje não igualado por outros grupos. A maior parte de suas canções era de Errol Brown.

A marca registrada da banda era a voz grave e de timbre inconfundível de Brown, que em uma época repleta de cabeleiras masculinas imensas, costeletões e quetais ousava usar a cabeça completamente raspada e um bigodão. O som do grupo era um misto de soul music, funk, disco music, rock e pop, sempre com melodias acessíveis e pegajosas.

Entre outras, os caras conseguiram emplacar nas paradas maravilhas do naipe de You Sexy Thing (que voltaria às paradas em 1997 na trilha do filme The Full Monty), It Started With a Kiss, Brother Louie, Every 1’s A Winner, Emma, Disco Queen, Going Through The Motions, No Doubt About It e A Child’s Prayer, boa parte delas tendo Brown como autor ou coautor.

Brown e sua turma conseguiram fazer sucesso nos quatro cantos do mundo. Nos EUA, ocorreu uma situação curiosa: Brother Louie, hit deles na Inglaterra, fez sucesso por lá na releitura da banda Stories, que atingiu o primeiro lugar. No entanto, essa banda nunca mais conseguiu outro êxito do mesmo porte, enquanto o Hot Chocolate emplacou vários hits na terra de Richard Nixon. Seria praga dos caras? Vai saber…

Em 1985, Errol Brown saiu do grupo e passou a investir em uma carreira solo que não teve tanta repercussão. O cantor também buscava um pouco mais de tranquilidade em sua vida. Tido como extremamente simpático e simples, ele era o oposto da imagem que se costuma fazer de um pop star, especialmente de alguém com tantos sucessos em sua bagagem. Ele recebeu em 2003 a MBE (medalha do Reino Britânico) e em 2004 o prestigiado prêmio Ivor Novello.

O Hot Chocolate foi essencialmente uma banda de singles. Seus álbuns de maior sucesso, não por acaso, foram quatro coletâneas, que venderam mais de 500 mil cópias cada: Hot Chocolate 14 Greatest Hits (1976, nº6 no Reino Unido), 20 Hottest Hits (1979- nº3 no Reino Unido), The Very Best Of Hot Chocolate (1987- primeiro lugar no Reino Unido) e Their Greatest Hits (1993- primeiro lugar no Reino Unido).

Brother Louie– Hot Chocolate:

No Doubt About It – Hot Chocolate:

Going Through The Motions– Hot Chocolate:

You Sexy Thing – Hot Chocolate:

It Started With a Kiss– Hot Chocolate:

Morre Mike Porcaro, 59 anos, ex-baixista da banda pop Toto

mike porcaro toto bass player-400x

Por Fabian Chacur

Morreu neste domingo (15) aos 59 anos o baixista americano Mike Porcaro, ex-integrante da banda Toto, da qual fez parte de 1982 até 2007. Ele foi vítima dos efeitos da “esclerose amiotrópica lateral” (doença de Lou Gehric), doença degenerativa que o afastou da música e contra a qual lutou durante quase dez anos.

O guitarrista Steve Lukather, seu ex-parceiro de banda, expressou via Twitter sua tristeza com a partida do amigo. “Meu irmão Mike Porcaro está agora em paz. Irei sentir muito mais falta dele do que eu poderia expressar em palavras. O meu mais profundo amor para a sua família. Deus o abençoe”. A informação é do site Pitchfork.

Nascido em 29 de maio de 1955, Mike é filho do baterista e percussionista de jazz Joe Porcaro (tocou com Frank Sinatra, Stan Getz, Gladys Knight e Madonna, entre outros) e irmão de dois outros ex-integrantes do Toto, o baterista Jeff Porcaro (1954-1992) e o tecladista Steve Porcaro. Antes de tocar oficialmente com o grupo dos irmãos, Mike acompanhou Seals & Crofts, Larry Carlton e Boz Scaggs.
joeparcaro1

Mike entrou no Toto em 1982 no lugar do baixista e vocalista David Hungate, que saiu logo após gravar o álbum Toto IV, famoso pelos megahits Rosanna e Africa. O baixista estreou em disco com o time no CD Isolation (1984) e participou de sucessos da banda como o rock Stranger In Town e a balada I’ll Be Over You, entre outros, além de tocar em várias turnês com eles.

Além do trabalho com o Toto, Mike Porcaro também atuou bastante como músico de estúdio. Uma de suas atuações ocorreu no disco Bombom (1983), de Rita Lee e Roberto de Carvalho, gravado em Los Angeles e cujas faixas mais conhecidas são Desculpe o Auê e On The Rocks. Ele saiu da banda em 2007 por causa dos problemas de saúde.

Mike Porcaro fala sobre seus irmãos Jeff e Steve Porcaro:

I’ll Be Over You – Toto:

Stranger In Town – Toto:

Lesley Gore, de It’s My Party, morre aos 68 anos nos EUA

Part Time Pop Star

Por Fabian Chacur

Morreu nesta segunda-feira (16) nos EUA vítima de câncer a cantora Lesley Gore, segundo informações do site americano da revista Billboard. A intérprete tinha 68 anos, e ficou conhecida graças ao estouro do inesquecível sucesso pop It’s My Party, em 1963, que vendeu mais de um milhão de cópias e ficou conhecida no mundo todo.

Nascida em 2 de maio de 1946, Lesley Gore foi descoberta pelo lendário produtor Quincy Jones, e mostrou poder de fogo logo de cara ao gravar It’s My Party. Com forte apelo pop, a canção atingiu o primeiro lugar na parada americana entre os singles. O hit foi seguido por You Don’t Own Me (nº2), Judy’s Turn To Cry (nº5) e She’s a Fool (nº5), entre outros.

A fase positiva se encerrou em 1967, quando California Nights atingiu a posição de nº16 nos charts americanos, última vez que subiu tão alto. A canção foi interpretada por ela em um dos dois episódios dos quais participou da série clássica de TV Batman, nas quais atuou como Pussycat, uma das companheiras da gloriosa Mulher Gato.

Em 1980, assinou em parceria com o irmão Michael Gore (ele não é parente do Martin L. Gore do Depeche Mode) duas músicas da trilha sonora do filme Fama (Fame, 1980), respectivamente Hot Lunch Jam e Out Here On My Own. Esta última concorreu ao Oscar, e esteve nas paradas de sucessos nas gravações de Irene Cara (faz parte do álbum com a trilha do filme) e Nikka Costa.

Lesley voltou a gravar um álbum em 2005, quando Ever Since quebrou um hiato iniciado em 1976 sem trabalhos com músicas inéditas em sua voz. Ela também ficou conhecida ao apresentar programas de TV, e chamou a atenção ao admitir em 2006 que era lésbica, sendo que ela manteve uma união do gênero durante mais de 20 anos.

It’s My Party– Lesley Gore:

You Don’t Own Me– Lesley Gore:

California Nights – Lesley Gore:

Morre Sam Andrew, o eterno guitarrista da diva Janis Joplin

Sam-Andrew-and-Janis-Joplin

Por Fabian Chacur

O mundo do nosso amado rock and roll volta a ficar de luto. Morreu nesta quinta-feira (12), vítima de complicações geradas por um ataque cardíaco e uma operação que acabou sendo mal sucedida, o guitarrista americano Sam Andrew. Ele tinha 73 anos, e se notabilizou como um dos integrantes dos grupos Big Brother And The Holding Company e Kosmic Blues Band, que tiveram Janis Joplin como sua vocalista.

Nascido em 18 de dezembro de 1941, Sam Andrew foi um dos fundadores do grupo californiano Big Brother And The Holding Company em 1965, cuja formação clássica contava com ele na guitarra e vocais e mais James Gurley (guitarra), Peter Albin (baixo e vocais) e David Getz (bateria). Em junho de 1966, eles aceitaram a sugestão de seu empresário e contrataram uma vocalista, no caso a então ainda desconhecida texana Janis Joplin. Deu super certo.

Até novembro de 1968, a parceria entre o grupo e Janis rendeu dois ótimos álbuns, Big Brother & The Holding Company (1967) e o multiplatinado Cheap Thrills (1968), este último responsável por eles chegarem ao estrelato algum tempo depois de uma histórica participação no festival de Monterrey em 1967. Com muita raça superando técnica não tão apurada, a banda se mostrou ideal para acompanhar o verdadeiro vulcão protagonizado por Joplin.

Pressionada pelo empresário Albert Grossman e também pela gravadora Columbia a partir para uma carreira solo acompanhada por músicos melhores em termos técnicos, Janis cedeu e saiu do Big Brother em novembro de 1968, mas levou Sam Andrew consigo para montar uma nova banda de apoio, que ganhou o nome de Kozmic Blues Band.

A nova formação lançou em 1969 o álbum I Got Dem Ol’ Kozmic Blues Again Mama!, um sucesso de vendas que incorporou a soul music e metais à sonoridade blues rock da cantora. O grupo faria vários shows e acompanharia Janis em sua malsucedida participação no festival de Woodstock em agosto de 1969. Pouco depois, Sam sairia fora.

Com o intuito de voltar ao Big Brother, Sam Andrew saiu da banda de Janis. O grupo prosseguiu até 1972, quando teve sua primeira separação. Eles voltaram à ativa em 1987, e a partir daí continuaram em cena, embora sem sua principal estrela nunca tenham emplacado outros álbuns de sucesso ou hits nas paradas de sucesso. A banda tocou em São Paulo na Virada Cultural em 2010.

Veja o filme Janis, de 1974:

Janis Joplin ao vivo na Alemanha, Frankfurt:

Combination Of The Two– Big Brother & The Holding Company- Virada Cultural 2010:

Morre aos 68 anos na Grécia o cantor egípcio Demis Roussos

demis roussos-400x

Por Fabian Chacur

Morreu na madrugada deste domingo (25) em um hospital em Atenas, na Grécia, o cantor e compositor egípcio Demis Roussos, que estava radicado naquele país desde a adolescência. A notícia foi divulgada pelo site da BBC londrina e teve confirmação por parte de parentes do astro, que tinha 68 anos de idade. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Nascido em 15 de junho de 1946, Artemios Ventouris Roussos iniciou sua ligação com a música em corais de igreja, e mergulhou na carreira artística ao se mudar com a família da cidade de Alexandria, no Egito, onde nasceu, rumo à Grécia. Lá, após atuar em alguns grupos obscuros, conheceu em 1966 o tecladista e compositor grego Vangelis Papathanassiou, e eles resolveram criar algo próprio.

Com o acréscimo do baterista Lukas Sideras, que entrou no time em 1968, nascia a banda Aphrodite’s Child, que tinha como objetivo inicial se radicar na Inglaterra, mas por problemas burocráticos acabou escolhendo Paris como rumo. O primeiro single, Rain And Tears, invadiu as paradas de sucesso, seguido por Marie Joulie e outras.

No fim de 1970, o grupo começou a gravar o ambicioso álbum duplo 666, que só chegaria às lojas em junho de 1972. Nele, temos um trabalho calcado no rock progressivo e no qual Vangelis se destacava, compondo o álbum conceitual com letras de Costa Ferris. Roussos se destacou em músicas como o rockão Babylon. E a banda logo foi vencida pelas desavenças. Mas 666 é um belo legado, com ousadia e temas fortes.

Naquele mesmo 1972, Demis Roussos já se dedicava à carreira solo, lançando singles de sucesso como Forever And Ever, My Friend The Wind, We Shall Dance e Someday Somewhere, nos quais continuava na linha de baladas que tornou sua ex-banda famosa. Em 1975, tornou-se um fenômeno de vendas no Reino Unido, emplacando vários hits por lá.

No Brasil, Roussos se destacou com ótima participação na edição de 1972 do FIC (Festival Internacional da Canção), no qual obteve o terceiro posto com a música Velvet Morning, que por aqui ganhou o apelido de “Tric Tric Tric” por causa do refrão. Ele também gravou em nosso país em 2005 um DVD/CD duplo ao vivo em Curitiba, lançado com o título Live In Brazil em 2006 por um selo daqui.

Com visual extravagante no qual se destacavam largas batas, Roussos chegou a pesar mais de 150 quilos, que depois perderia em famoso regime que gerou até um célebre “método Demis Roussos de emagrecimento” que fazia anúncios em diversas revistas brasileiras. E vale a lembrança pessoal: o compacto com a sensacional When I’m a Kid foi um dos primeiros que comprei na vida, lá pelos idos de 1972/1973.

When I’m a Kid– Demis Roussos:

Velvet Mornings – Demis Roussos:

Babylon – Aphrodite’s Child:

Morre aos 70 anos a lenda de Woodstock, a fera Joe Cocker

joe cocker-400x

Por Fabian Chacur

Joe Cocker e o meu saudoso irmão Victor tinham algo em comum: a data e o mês de nascimento, 20 de maio, sendo que o primeiro nasceu no ano de 1944 e o segundo em 1954. Agora, infelizmente possuem uma segunda afinidade: ambos já se encontram do outro lado do mistério. O intérprete de With a Little Help From My Friends e tantos outros sucessos morreu nesta segunda-feira (22), vítima de câncer. Ele tinha 70 anos. Victor era fã dele. Eu também.

O britânico Cocker iniciou sua carreira fonográfica em 1964 ao lançar um single com bela releitura de I’ll Cry Instead, dos Beatles. O compacto não vendeu nada, mas ele não desistiu, e montou a Grease Band, da qual também faziam parte o baixista e tecladista Chris Stainton e o guitarrista Henry McCullough (que depois tocaria nos Wings; é dele o célebre solo da gravação original de My Love). Em 1968, sua sorte começaria a mudar.

Com nova regravação de uma música dos Beatles, desta vez uma explosiva nova roupagem blues rock para With a Little Help From My Friends, Joe Cocker entrou com força nas paradas de sucesso do Reino Unido, e sua participação em 1969 no Festival de Woodstock o tornou ainda mais conhecido, especialmente após o lançamento do filme.

Com uma voz rouca inconfundível, uma performance de palco destrambelhada e irresistível e muito carisma, Cocker logo se tornou um dos destaques do rock. Entre 1969 e 1971, fez shows com uma trupe de mais de 30 músicos, liderados pelo tecladista Leon Russell e com o título Mad Dogs And Englishmen. O álbum ao vivo da turnê chegou ao segundo lugar nos EUA.

Completamente exausto devido ao número excessivo de shows e também pelo alto consumo de drogas e bebidas alcoólicas, o cantor aos poucos foi se enrolando em termos de carreira nos anos 1970, mas conseguiu lançar diversos hits marcantes, entre os quais Delta Lady, High Time We Went, Midnight Rider, Woman To Woman e You Are So Beautiful.

Quando parecia ter virado apenas uma relíquia do passado, Cocker voltou à tona com tudo em 1982 quando gravou em dueto com a cantora Jennifer Warnes a balada Up Where We Belong, que chegou ao primeiro lugar na parada americana e ganhou um Grammy e um Oscar, este último como tema do filme A Força do Destino (An Officer And a Gentleman).

A partir daí, a sorte voltou a sorrir para ele, com novos sucessos e shows pelos quatro cantos do mundo. Outro tema de filme, You Can Leave Your Hat On (9 Semanas e 1/2 de Amor), e também Unchain My Heart (releitura do hit de Ray Charles), When The Night Comes (de Bryan Adams) e Edge of a Dream o fizeram frequentar as paradas de todo o mundo nos anos 1980.

A carreira de Joe Cocker se manteve bastante ativa nas últimas décadas, com direito a novos álbuns e turnês. O mais recente CD saiu em 2012, Fire It Up. Se a voz já não era a mesma, ele compensava com experiência e jogo de cintura. O astro tocou no Brasil em 1977, 1991 (no Rock in Rio II- eu estava lá, bela performance!)e em 2012. Fique com Deus, mestre, e mande um abraço pro Victor, que era seu grande fã!

You Can Leave Your Hat On– Joe Cocker:

When The Night Comes – Joe Cocker:

Woman To Woman – Joe Cocker:

Morre Bob Crewe, coautor de clássicos do pop rock mundial

bob crewe 400x

Por Fabian Chacur

Morreu nesta quinta-feira (11) nos EUA aos 83 anos de causas não reveladas o cantor, compositor, produtor musical e designer Bob Crewe. A notícia foi divulgada pelos sites Broadway.com e Frontiers L.A. . O artista é um dos nomes mais bem-sucedidos do pop-rock americano, com grande envolvimento com Frankie Valli & The Four Seasons.

Nascido em Newark, New Jersey, em 12 de novembro de 1930, Bob Crewe começou sua carreira como designer de capas de discos. Em 1957, tornou-se parceiro de Frank Slay Jr. e com ele compôs os hits Silhouette, que estourou com o grupo vocal The Rays, e Daddy Cool, cuja releitura com o grupo vocal The Diamonds, um dos mais bem-sucedidos daquele período.

O sucesso, no entanto, veio mesmo com força a partir de 1962, quando se tornou produtor e coautor (ao lado de Bob Gaudio) dos grandes sucessos do grupo Frankie Valli & The Four Seasons. Entre outras, leva sua assinatura clássicos do naipe de Sherry, Big Girls Don’t Cry, Walk Like a Man, Rag Doll e a mitológica Can’t Take My Eyes Off You, esta última gravada por Valli como artista solo.

Crewe também trabalhou para outros artistas e compôs com outros parceiros. Estão no seu currículo trabalhos importantes como a produção do single Good Morning Starshine, hit extraído da trilha do musical Hair e sucesso na voz do cantor Oliver, e a icônica Lady Marmalade, estouro em 1975 com o grupo vocal Labelle e que ele escreveu em parceria com Kenny Nolan. Foi um dos primeiros grandes hits da disco music.

Como cantor e band leader, ele prosperou com pelo menos dois projetos. Nos anos 60, o grupo The Bob Crewe Generation estourou com músicas como Music To Watch Girls By (usada em comerciais de TV), Barbarella (tema do filme homônimo) e Theme For a Lazy Day, com uma sonoridade que posteriormente seria rotulada como lounge music.

Nos anos 70, foi a fez de outro grupo de estúdio, Disco-Tex And The Sex-O-Lettes, que em 1975 lançou um disco de muito sucesso no qual se sobressaiu a irresistível Get Dancin’, mistura de rock e disco music que tocou bastante aqui no Brasil e fez bastante sucesso pelo mundo afora. De forma discreta, Crewe também foi um ativista da causa gay. Ele também apoiou o musical da Broadway Jersey Boys, que recentemente recebeu versão cinematográfica já exibida no Brasil.

Can’t Take My Eyes Off You– Frankie Valli:

Get Dancin’ – Disco Tex And The Sex-O-Lettes:

Lady Marmalade– Labelle:

Music To Watch Girls Go By– The Bob Crewe Generation:

Older posts Newer posts

© 2024 Mondo Pop

Theme by Anders NorenUp ↑