Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Search results: "david crosby" (page 5 of 6)

CSNY lança disco ao vivo seminal

  Fabian Chacur

Em 2006, lançou o ácido álbum Living With War, resposta musical ao governo beligerante de George W. Bush. Ao preparar a turnê para divulgar o polêmico CD, convidou os velhos amigos David Crosby, Graham Nash e Stephen Stills para participarem da turnê. Os shows foram registrados e geraram o impressionante documentário Déjà Vu, dirigido pelo próprio Young e que flagra o evidente conflito entre os americanos a favor e os contra o presidente. O clima pesado tinha como auge a música Let’s Impeach The President(vamos impedir o presidente), que chuta o balde e chama o cidadão de mentiroso e o acusa de abusar de seu poder. Vaias e aplausos eram a tônica durante sua apresentação, e o roqueiro teve a honestidade de registrar opiniões dos dois extremos, como que deixando claro seu apoio à liberdade de expressão. Pena que, no filme, as músicas não sejam tocadas na íntegra. Esse problema acaba agora, com o lançamento de sua trilha sonora, Déjà Vu Live, um trabalho excepcional repleto de garra, competência e urgência.

O repertório de Déjà Vu Live inclui 16 faixas, sendo sete de Living With War, duas vinhetas instrumentais e sete clássicos do grupo ou de seus integrantes. Além do quarteto, mais cinco ótimos músicos de apoio. As músicas novas de Young são todas ótimas, e o vigor injetado em maravilhas como Wooden Ships, Military Madness (de Nash), Déjà Vu, Teach Your Children, Find The Cost Of Freedom, What Are Their Names? (que abre o album a capella, só vozes e a participação da platéia batendo palmas) e For What It’s Worth (do Buffalo Springfield) torna esta trilha um dos grandes discos de rock do ano. E é lindo ouvir essas músicas agora, quando George W. se prepara para deixar a Casa Branca, após oito anos de violência, mentiras e uma das administrações mais patéticas da história dos EUA.

 

Confira videoclipe de Déjà Vu ao vivo:

 

http://br.youtube.com/watch?v=BdqpceBvm6g

 

Caixa de Graham Nash a caminho

Mais um artista do time Crosby, Stills, Nash & Young irá receber o tratamento caixa retrospectiva, em breve. Trata-se de Graham Nash. Está prevista para chegar às lojas americanas em fevereiro de 2008 uma box set contendo 65 músicas do artista, com o título Reflection.

Com escolha de repertório e supervisão a cargo do próprio artista, trata-se de uma geral em toda a sua carreira, incluindo canções desde 1964, quando o cantor, compositor e músico britânico era integrante dos Hollies, uma das bandas top da chamada British Invasion, até 2004, quando lançou seu mais recente trabalho, Crosby-Nash, em dupla com o velho parceiro David Crosby.

“Escolhi músicas de todas as fases de minha carreira, tem eu solo, eu com Crosby, eu com Neil Young, com Stephen Stills e Neil Young, com Crosby e Stills etc”, declarou ao site www.billboard.com . Além de gravações já conhecidas, também estarão na caixa faixas inéditas e versões diferentes de canções já lançadas anteriormente. No momento, Nash, está fazendo shows ao lado de David Crosby para divulgar Crosby-Nash, e também uma turnê ao lado de Crosby e Stephen Stills, pela Austrália, ainda este ano.

Ele pretende entrar em breve em estúdio, mas não sabe se para um disco solo ou com os amigos. Oito músicas já estão devidamente compostas, sendo que duas, Lost Bird e In Your Name, poderão entrar no repertório dos próximos shows.

Nova caixa dos Byrds traz DVD e inéditas

Sairá em setembro nos EUA uma caixa retrospectiva dos Byrds, uma das mais importantes bandas da história do rock, com clássicos, novidades e DVD.Em seus quase dez anos de carreira, os Byrds conseguiram deixar uma marca indelével na história do rock and roll. Sua mistura de rock, folk, country, pop, psicodelismo e até pitadas de jazz mostra-se até hoje atual, influente e cativante. Como forma de cativar novos fãs e também atiçar os fiéis seguidores, o selo Columbia/Legacy (da Sony/BMG) promete lançar nos EUA no dia 26 de setembro uma caixa retrospectiva trazendo quatro CDs e um DVD. São 99 faixas de áudio, que se dividem entre clássicos do naipe de Mr.Tambourine Man, Turn!Turn!Turn!, Eight Miles High e I’ll Feel a Whole Lot Better, versões alternativas nunca antes lançadas e também gravações inéditas ao vivo de músicas como He Was a Friend Of Mine, Baby What You Want Me To Do e I Trust. O DVD traz 10 faixas, registros raros de performances da banda com sua formação original, em programas de tevê entre 1965 e 1967, em músicas como Mr.Spaceman, I’ll Feel a Whole Lot Better e Eight Miles High. Integra o pacote um livreto com informações, fotos e depoimentos de fãs ilustres como Tom Petty. A supervisão ficou por conta de dois dos integrantes originais da lendária banda, o cantor e guitarrista Roger McGuinn e o baixista Chris Hillman, que tiveram a seu lado na fase clássica David Crosby (vocal e guitarra), Gene Clark (vocal, falecido em 1991) e Mike Clarke (bateria, falecido em 1993). Esta é a segunda caixa retrospectiva da carreira da banda. A primeira saiu em 1990.
The Byrds cantam The Times They Are a Changin’ no programa de tevê Hullaballoo (1966): http://www.youtube.com/watch?v=Yhx44GyeWWY%20
The Byrds cantam Turn! Turn! Turn! no The Ed Sullivan Show em dezembro de 1965:
http://www.youtube.com/watch?v=_UMj-mibX4c
Site oficial de Roger McGuinn:
http://www.byrds.com/%20

Furioso libelo anti-guerra

Gravado de forma rápida e com som básico, Living With War é um dos discos mais políticos e viscerais da carreira de Neil Young.

Neil YoungCanções com temática política sempre foram uma constante na trajetória musical de Neil Young. O cantor, compositor e músico canadense criou alguns dos melhores momentos desse nem sempre feliz casamento rock-política, como Ohio, Rockin’ In The Free World e Alabama. Desta vez, inspirado por uma violenta aversão a George W.Bush e sua política de guerra por todo o planeta, o lendário roqueiro compôs dez novos petardos e os gravou no melhor formato guitarra-baixo-bateria, tendo como complementos trompete e um coral luxuoso composto por cem vozes. O resultado é Living With War, um de seus melhores trabalhos nos últimos tempos, e um disco repleto de energia e fúria contra a violência sem sentido das guerras.

As letras da nova obra de Neil Young investem em diversos aspectos da atual saga sanguinária das guerras pelo mundo, como o perigo da destruição do planeta, as mentiras proferidas pelos políticos, o sofrimento das crianças e das esposas dos militares, a insegurança dos soldados etc. Tem também o pedido direto de impeachment para o “presidente” e a busca por um líder político que preste. Textos tão duros e diretos receberam como moldura um country rock ardido, com momentos rock balada aqui e ali e uma abordagem direta, sem frescuras. O country rock After The Garden (digno de entrar em qualquer antologia do astro), a virulenta Families, a incendiária Looking For A Leader , a agressiva Let’s Impeach The President e a balada rock Roger And Out são pontos altos de um disco urgente, básico e direto, sem perder, no entanto, a qualidade artística. Discaço, cujas músicas vem sendo tocadas durante a turnê que Young tem feito ao lado de David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash pelos EUA.


Ouça/veja Let’s Impeach The President, do CD Living With War:

http://www.youtube.com/watch?v=NfZM3Zc05UA&search=neil%20young%20
Novo clipe (2004) para Rockin’ In The Free World:
http://www.youtube.com/watch?v=NShK_BjeRU8&search=neil%20young%20
Site oficial de Neil Young onde Living With War pode ser ouvido na íntegra:
www.neilyoung.com

Rufus Wainwright relê um belo clássico de Neil Young, Harvest

rufus wainwright single 400x

Por Fabian Chacur

Em 22 de julho, o excelente cantor e compositor Rufus Wainwright completará 50 anos de idade. Como uma espécie de presente para si próprio, ele resolveu convidar alguns de seus artistas favoritos e gravar um álbum, Folkocracy, previsto para sair no dia 2 de junho. Uma faixa desse trabalho acaba de ser divulgada, Harvest, linda balada folk que ele canta ao lado dos amigos Chris Stills e Andrew Bird.

Harvest é a composição que deu nome ao célebre álbum lançado por Neil Young em 1972, o mais bem-sucedido em termos comerciais de sua carreira e um dos melhores em sua extensa carreira. Uma curiosidade nessa linda releitura, que preserva a sonoridade acústica da gravação do autor, é a participação de Chris Stills, que é filho de Stephen Stills, parceiro de Neil Young no Crosby, Stills, Nash & Young.

Com produção a cargo do experiente Mitchell Froom (trabalhou com Suzanne Vega, Paul McCartney e Elvis Costello, entre outros), Folkocracy traz como convidados craques do porte de David Byrne, Chaka Khan, Sheryl Crow e Susanna Hoffs (das Bangles), e será lançado em diversos formatos no exterior pela gravadora BMG.

Eis as faixas de Folkocracy:

– Alone (featuring Madison Cunningham)
– Heading for Home (featuring John Legend)
– Twelve-Thirty (Young Girls Are Coming to the Canyon) (featuring Susanna Hoffs, Chris Stills and Sheryl Crow)
– Down in the Willow Garden (featuring Brandi Carlile)
– Shenandoah
– Nacht und Träume
– Harvest (featuring Andrew Bird and Chris Stills)
– Going to a Town (featuring Anohni)
– High on a Rocky Ledge (featuring David Byrne)
– Kaulana Nā Pua (featuring Nicole Scherzinger)
– Hush Little Baby (featuring Martha Wainwright and Lucy Wainwright Roche)
– Black Gold (featuring Van Dyke Parks)
– Cotton Eyed Joe (featuring Chaka Khan)
– Arthur McBride
– Wild Mountain Thyme (featuring Anna McGarrigle, Chaim Tannenbaum, Lily Lanken, Lucy Wainwright Roche and Martha Wainwright)

Harvest (clipe)- Rufus Wainwright, Andrew Bird e Chris Stills:

Graham Nash fala sobre a esperança em A Better Life

graham nash 400x

Por Fabian Chacur

Em 1970, Graham Nash lançou uma de suas canções mais emblemáticas e belas, Teach Your Children, faixa do álbum Déjà Vu, do Crosby, Stills, Nash & Young. Nela, o cantor, compositor e músico britânico fala sobre a esperança de um futuro melhor a partir da educação dos filhos. Agora, ele retoma o tema em um lindo single que acaba de chegar às plataformas digitais, A Better Life.

Nash escreveu esta bela balada folk em parceria com George Merrill, cantor, compositor e músico americano conhecido como integrante do duo pop Boy Meets Girl (do hit Waiting for a Star To Fall, de 1988) e coautor do megahit How Will I Know (de 1985), de Whitney Houston.

Além dele próprio no vocal, a gravação conta com produção e teclados de Todd Caldwell, que participou de turnês do Crosby, Stills & Nash. Thad DeBrock, conhecido por trabalhos com Suzanne Vega, Renee Fleming, David Byrne e Nelly, se incumbiu de guitarra, mandolim e pedal steel, com baixo e bateria a cargo de Adam Minkoff.

Aos 81 anos, Graham Nash ainda permanece com aquele timbre vocal doce e encantador de seus tempos de Hollies e Crosby Stills & Nash, e nos oferece uma canção de esperança em um futuro melhor, algo extremamente bem-vindo em um momento tão difícil como o vivido atualmente pela humanidade. Uma canção que já nasce clássica.

A Better Life– Graham Nash:

Licorice Pizza, filme com uma das trilhas mais interessantes do ano

licorice pizza capa trilha

Por Fabian Chacur

Programado para estrear nos cinemas nos EUA no final de dezembro, Licorice Pizza foi escrito e dirigido por Paul Thomas Anderson, e tem a sua trama situada no início dos anos 1970 em San Fernando Valley, Califórnia (EUA). O centro das atenções é o romance entre dois adolescentes feiosos, papeis vividos por Alana Haim e Cooper Hoffman. Sean Penn, Tom Waits, Bradley Cooper e Bennie Safdie também marcam presença no elenco. E a trilha sonora, já disponível nas plataformas digitais, chama e muito a atenção dos mais atentos.

De cara, o trailer divulgado (veja aqui) cativa e emociona por ter como música de fundo nada menos do que Life On Mars, um dos grandes clássicos do repertório de David Bowie. E a trilha nos oferece grandes canções das décadas de 1940 aos 1970 (com ênfase nesta última), de nomes como Paul McCartney & Wings, Seals & Crofts, The Doors, Chuck Berry, Bing Crosby & The Andrew Sisters, Donovan e Nina Simone, em um total de 20 faixas.

Além desses clássicos todos, o tema principal do filme, também intitulado Licorice Pizza, é de autoria de Jonny Greewood, do grupo Radiohead, uma belíssima e delicada faixa instrumental das mais sedutoras. Outro item interessante é o fato de o filme homenagear uma famosa loja de discos californiana, o que acrescenta um elemento a mais aos fãs dos discos de vinil. A grande Ana Maria Bahiana já viu e fez bons elogios ao filme. Fiquemos na espectativa.

Eis as faixas da trilha sonora de Licorice Pizza:

1-July Tree- Nina Simone

2-Stumblin’ In-Chris Norman & Suzi Quatro

3- Sometimes I’m Happy- Johnny Guarnieri

4- Ac-Cent-Tchu-Ate The Positive (Single Version) [feat. Vic Schoen & His Orchestra]-Bing Crosby & The Andrews Sisters

5-Blue Sands [feat. Buddy Collette]- Chico Hamilton Quintet

6-But You’re Mine- Sonny & Cher

7- My Ding-A-Ling (Live At Fillmore Auditorium, San Francisco, CA/1967) [feat. Steve Miller Band]- Chuck Berry

8- Peace Frog- The Doors

9-Let Me Roll It- Paul McCartney And Wings

10- Life On Mars? David Bowie

11- Slip Away- Clarence Carter

12- Diamond Girl (Album Version)- Seals and Crofts

13- Greensleeves- Mason Williams

14- Barabajagal- Donovan

15- Softly Whispering I Love You- The Congregation

16- Licorice Pizza- Jonny Greenwood

17- If You Could Read My Mind- Gordon Lightfoot

18- Walk Away- The James Gang

19- Lisa, Listen To Me- Blood Sweat & Tears

20- Tomorrow May Not Be Your Day- Taj Mahal

Licorice Pizza- Jonny Greenwood:

Peter Tork, dos Monkees, o gente boa que tocava baixo, banjo etc

Peter Tork 2-400x

Por Fabian Chacur

Em 1966, Stephen Stills era um músico folk buscando um rumo para a sua carreira. No sufoco em termos financeiros, encarou uma audição para o papel de integrante de um grupo fictício de rock para uma série de TV. A produção gostou dele, mas cismou com seus dentes, e o vetou. De forma quase cruel, perguntaram a Stills se ele não conhecia alguém com suas mesmas características físicas, mas com dentes melhores. Generoso, o futuro integrante do Buffalo Springfield e Crosby, Stills. Nash & Young lembrou-se imediatamente de um amigo que fez no circuito folk de bares. Um certo Peter Tork, que infelizmente nos deixou nesta quinta-feira (21) aos 77 anos, possivelmente vitimado por um raro tipo de câncer.

Tork no início pensou em ignorar a indicação de Stills, mas como também não estava exatamente nadando em dinheiro, resolveu tentar a sorte. Bingo! Foi aprovado, ao lado de Michael Nesmith, Micky Dolenz e Davy Jones, para ser um dos Monkees. O seriado estreou no final de 1966 e logo se transformou em um fenômeno de audiência. De quebra, as músicas cantadas por eles na atração geraram discos que venderam milhões de cópias e invadiram as paradas de sucesso do planeta. Só que o responsável pela produção musical, Don Kirshner, não queria saber de contribuições dos quatro que não fossem os vocais.

Foi exatamente Peter Tork, que começou a tocar piano aos 9 anos e logo investiu em vários outros instrumentos, a quebrar a regra, tocando na faixa Papa Gene’s Blues (de autoria de Mike Nesmith), do 1º LP. Com a saída de Kirshner (considerado no meio musical “o homem dos ouvidos de ouro”), após o lançamento do segundo álbum do grupo, os rapazes passaram a compor e tocar, também. E nesse quesito o nosso herói se mostrou fera, incumbindo-se de baixo, banjo, violão, guitarra, teclados, harpsichord e o que mais pintasse em suas mãos.

Na banda, Tork encarnava o papel do boa praça desencanado. Detonados pela crítica musical, que os rotulava de forma venenosa como os “Prefab Four”, eles no entanto tinham como fãs até os próprios Beatles, cuja fase 1964-1965, especialmente da era Help!, eram sua óbvia inspiração visual e musical.

Eles até trocaram figurinhas com os colegas em Londres, e Peter tocou banjo para a trilha do filme Wonderwall, lançado em 1968 e escrita e gravada por George Harrison. Sua contribuição musical aparece na tela, mas não no álbum, lançado pela Apple Records naquele mesmo ano.

No final de 1968, cansado pelo grande volume de trabalho e pela pressão gerada pelo sucesso, Tork resolveu sair dos Monkees, mesmo sendo obrigado a pagar uma multa pela quebra do seu contrato. A partir daí, teria início uma fase bem difícil e obscura em sua carreira. Ele tentava montar um novo grupo, mas a coisa não fluía. Em 1972, veio o fundo do poço, com uma prisão por posse de maconha que o manteve atrás das grades em torno de três meses.

Para dar a volta por cima, trabalhou como professor de várias matérias, como música, francês, estudos sociais e até basquete, e participou de shows dos ex-colegas de grupo. Em 1980, chegou a iniciar um projeto solo com o apoio da gravadora Sire Records (que lançou Ramones, Talking Heads e outros), mas não deu certo. Seu melhor momento nessa fase foi participar do programa do então iniciante David Letterman, no qual o velho charme se mostrou firme e forte.

Graças à reexibição da série The Monkees na MTV americana, o grupo voltou a ser badalado, o que gerou um retorno do qual participaram Tork, Micky Dolenz e Davy Jones. Além de shows, o projeto gerou a gravação de três músicas inéditas para serem incluídas na coletânea Then & Now…The Best Of The Monkees (1986) e um álbum de inéditas, Pool It! (1987). A partir daí, Peter Tork voltou a ser um músico em tempo integral.

Com os Monkees, lançaria os álbuns Justus (1996, o primeiro a reunir os quatro desde 1968, e também o primeiro com eles tocando todos os instrumentos musicais), Good Times! (2016, que os trouxe de volta ao Top 20 americano após décadas, saiba mais aqui) e o natalino Christmas Party (2018, saiba mais aqui).

Paralelamente ao trabalho com os Monkees (que abandonou novamente entre 2001 e 2011), Tork lançou em 1994 seu primeiro e único álbum solo, o elogiado Stranger Things Have Happened. A seguir, ele montou uma dupla com um músico folk que participou desse CD, o cantor, compositor e ator James Lee Stanley (que atuou na série de TV Star Trek: Deep Space Nine). Juntos, fizeram shows e gravaram os CDs Two Man Band (1996), Once Again (2001) e Live Backstage At The Coffee Gallery (2006).

No mesmo período, integrou a Shoe Suede Blues, banda blueseira que gravou os álbuns Saved By The Blues (2003), Cambria Hotel (2007), Step By Step (2013) e Relax Your Mind (2018). Ele trabalhou bastante, mesmo lutando a partir de 2009 contra um câncer que em determinado momento ele pensou ter superado. Peter Tork é o segundo membro dos Monkees a nos deixar, tendo sido o britânico Davy Jones o primeiro, em 2012.

Obs.: informação do meu mestre Ayrton Mugnaini Jr. aponta que Peter Tork foi o único integrante dos Monkees a se apresentar em show no Brasil, o que ocorreu em fevereiro de 2003 no Bourbon Street e no Venâncio’s Bar, ambos em São Paulo (SP). Ele infelizmente não teve como ir. E eu só soube agora…

Veja Peter Tork e James Lee Stanley ao vivo em um programa de TV em 2006:

New é Paul McCartney em plena forma

Por Fabian Chacur

Em 1986, o excelente Roberto Muggiati escreveu uma bela resenha na saudosa e extinta revista Somtrês do então recém-lançado álbum Press To Play, de Paul McCartney. No texto, o jornalista e escritor tocou em um ponto nevrálgico na hora de se analisar um trabalho de alguém que, na época, já era uma lenda viva: como fugir da comparação de suas obras passadas e avaliar as novas com justiça?

Ele concluía a análise daquele ótimo e injustiçado álbum do Macca dizendo, de forma bem inteligente, que aquele era um excelente álbum daquele novo artista de new wave, um tal de Paul McCartney. Pois 27 anos se passaram, o ex-Beatle viu seu peso artístico aumentar ainda mais e continua sendo obrigado a competir com o seu passado. Só que ele faz isso da forma certa, e New, o novo álbum de inéditas que acaba de lançar, é a prova cabal disso.

Aos 71 anos de idade, McCartney não perdeu a jovialidade, e sempre está disposto a experimentar novos rumos em sua carreira, seja ao trabalhar com novos profissionais, tentar novas sonoridades ou mergulhar em rumos incomuns. Sem, no entanto, se descaracterizar ou tentar ser outro cara que não aquele alegre, talentoso e criativo sujeito que integrou os Fab Four “all those years ago”.

Se muita gente não dá a devida atenção aos trabalhos que o Macca lançou desde que os Beatles saíram de cena, em 1970, azar deles. Aliás, eu adoraria um dia ver um show no qual ele deixasse de lado os clássicos da melhor banda pop de todos os tempos e nos oferecesse apenas obras dos Wings e de sua prolífica trajetória individual. Seria lindo! Sei que não vai acontecer, mas sonhar é preciso.

O legal é que, aparentemente, Paul não liga para esse desinteresse que parte do seu fã-clube tem em relação ao seu trabalho pós-beatle. Continua trabalhando duro, com prazer e sempre nos oferecendo o que ele pode de melhor. Acerta muito, e quando erra, é sempre por razões nobres, e nunca devido a tentativas de ser comercial demais, ou de fazer concessões demais, ou de dar uma de “moderninho demais”. Ele se diverte, sempre, e nos diverte por tabela.

New é um disco simplesmente delicioso, no qual ele troca figurinhas com gente importante da música pop atual, como Paul Epworth, produtor, compositor e músico que tem no currículo parcerias com Adele nos megahits Rolling In The Deep e Skyfall. A dobradinha assina dois petardos do novo álbum, a vigorosa faixa de abertura Save Us e o single matador Queenie Eye, aquele em cujo clipe temos uma festa de celebridades.

Também estão em cena na produção gente como Giles Martin (filho de George Martin, o produtor dos Beatles), Mark Ronson (produtor de Amy Winehouse e filho de Mick Ronson, o guitarrista dos Spiders From Mars de David Bowie) e Ethan Johns (filho de Glynn Johns, produtor de The Who, Rolling Stones, The Eagles e tantos outros, e ele próprio produtor de Kings Of Leon, Crosby Stills & Nash, Kaiser Chiefs etc). Entre os músicos, temos os integrantes de sua atual e ótima banda de apoio.

O repertório da edição de New lançada no Brasil, a Deluxe, traz 15 faixas, sendo três delas incluídas como bônus (Scared, a última, entrou de forma “secreta”, pois não é listada no encarte ou na contracapa do álbum). Os climas variam, indo de rock eletrônico energético a baladas folk ou até um envolvente blues mais rústico (Get Me Out Of Here).

Os fãs dos Beatles certamente vão tirar o lenço e deixar cair boas lágrimas ao ouvir a balada folk Early Days, na qual Paul relembra seus primeiros tempos no universo musical de uma forma lírica como só ele sabe fazer. New, a faixa título, é pura energia, Hosanna é som pop com tempero caprichado, e por aí vai. E vai bem. Cada audição nos dá mais prazer.

O segredo é esse. Quando você for ouvir o novo álbum de Paul McCartney, esqueça de tudo o que ele já fez e tente se ater apenas ao presente, como nos ensinou em 1986 o grande Roberto Muggiatti. Dessa forma, fica fácil entender o porque esse cara é quem ele é: um gênio que não se cansa de nos proporcionar novas pérolas pop de altíssimo quilate, mesmo sem precisar, tendo em vista tudo o que já fez de bom. Tem artistas por aí que dariam um braço para ter em suas discografias um álbum como esse New. E nunca terão. Nunca terão!

Veja o clipe de Queenie Eye, de Paul McCartney:

Sexo, drogas e soft rock nos anos 60 e 70

Por Fabian Chacur

Rótulos não faltam para definir esse tipo de som: country rock, soft rock, bittersweet rock……. Seja como for, a mistura gerada por country, folk, rock e pop aliada a letras confessionais e eventualmente amargas deu forte liga, e desde o final dos anos 60 está sempre presente no cenário musical, com mais ou menos força, dependendo da era.

Para quem tem interesse nas origens da fonte que revelou gente como James Taylor, Crosby, Stills, Nash & Young, Jackson Browne, Joni Mitchel, The Eagles, Flying Burrito Brothers e tantos outros, recomendo com entusiasmo o livro Hotel California-The True-Life Adventures Of Crosby, Stills, Nash, Young, Mitchell, Taylor, Browne, Ronstadt, Geffen, The Eagles and their many friends (Wiley editora- www.wiley.com ), do britânico radicado nos EUA Barney Hoskyns. Só disponível em inglês, pode ser encontrado em livrarias brasileiras como a Cultura.

Hoskins, autor de outro clássico da literatura rock, a excepcional biografia do The Band intitulada Across The Great Divide-The Band And America, vale-se de inúmeras entrevistas feitas por ele próprio e também em vasto material de pesquisa. Dessa forma, abre o leque e dá detalhes de como o bittersweet rock surgiu. Mais: mostra bastidores, a briga de egos, o mergulho nas drogas e os tórridos romances entre alguns dos astros. Exemplo: Joni Mitchell, que entre outras escapadas deixou um apaixonado Graham Nash para trás e o traiu com Stephen Stills.

A vida do empresário David Geffen também surge em minúcias. O enfoque é na cena de Los Angeles, principal pólo do soft rock americano. O título do livro é o da música dos Eagles, banda que se tornou a campeã máxima do estilo em termos de venda de discos. O livro não se prende apenas aos artistas mais conhecidos, e aponta a importância de pioneiros como Gram Parsons, os grupos Poco e Flying Burrito Brothers e de clubes como o Troubador e o Roxy, espaços nos quais boa parte desses artistas iniciou suas carreiras.

Veja o clipe de Sin City, dos Flying Burrito Brothers:

[youtube]RCqxq6xqoXI&hl=en[/youtube]

« Older posts Newer posts »

© 2024 Mondo Pop

Theme by Anders NorenUp ↑