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Sylvia Patricia esbanja classe em belo DVD comemorativo

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Por Fabian Chacur

Sylvia Patricia surgiu no cenário musical brasileiro em 1989 graças ao lançamento de seu álbum de estreia, que chegou com o aval de nomes do porte de Cazuza e Caetano Veloso (que depois até gravaria com ela em 1992, no CD Curvas & Retas). Vinte e cinco anos depois, a cantora, compositora e musicista baiana se aprimorou ainda mais, como prova o excelente DVD/CD Sylvia, comemorativo dessa trajetória e lançado por seu selo Speciarias Musicais em parceria com o Canal Brasil. Especiaria musical de fato.

O som de Sylvia Patricia é um hibrido com tempero próprio contendo rock, pop, MPB, música latina e folk, só para citar algumas influências contidas na mistura. A cereja no bolo é sua voz, suave, envolvente e sempre bem colocada. Sua “baianidade” é muito sutil, sendo ela muito mais uma cidadã do mundo em termos musicais do que qualquer outra coisa. De quebra, sabe se acompanhar de bons músicos.

Nesses anos todos, gravou pouco (seis álbuns, sendo um ao vivo), mas sempre bem. No currículo, também temos um DVD, Sessão Extra, lançado em 2009 em parceria com o pianista Fernando Marinho e no qual sai do seu repertório habitual. Ou seja, este Sylvia é de direito seu primeiro DVD solo, e é repleto de pontos positivos.

Logo de cara, o repertório dá uma geral em sua trajetória com 13 faixas, sendo uma delas a inédita (e ótima) Quisera. A seleção traz desde clássicos do primeiro álbum como Marca de Amor Não Sai e Cenas de Violência e Tensão como canções um pouco mais recentes, do naipe de Lady Pank e Amor É…(Amor é Foda).

O time que a acompanha é de primeira linha, formado por Cesinha (bateria, bandolim e bateria eletrônica), Marcus Nabuco (guitarra, guitarra semiacústica, violões de aço, nylon e 12 cordas e sax), Fernando Nunes (baixo, programações, vocais e direção musical) e André Valle (guitarra, violão de aço e nylon), além da própria Sylvia nos violões de aço e nylon, ukulelê e guitarra. Um time entrosado e com fome de bola.

Temos algumas participações bacanas. A percussionista e cantora Lan Lan, que tocou com Cassia Eller, está em Cenas de Violência e Tensão (voz e pandeiro) e De Vuelta (bongô). Marcio Lomiranda (piano Rhodes e clarinete) e Paulo Rafael (violão aço) estão em Quero Outra Vez, Beto Saroldi briha no sax soprano solo em Outro Inverno, e Zelia Duncan se encaixa feito luva no vocal em dueto na faixa Meus Olhos.

A gravação do trabalho foi feita ao vivo em um estúdio carioca em clima descontraído no qual Sylvia mostra que sua voz se mantém cativante, assim como seu swing e suavidade. Entre as músicas, temos em vídeo breves comentários dela sobre a carreira, com algumas cenas de sua carreira enxertadas aqui e ali. Só faltou ao DVD um making of mais elaborado. De resto, um trabalho digno dessa comemoração.

Amor é… (videoclipe)- Sylvia Patricia:

Sua Mãe, Uma TV e um Gato (ao vivo)- Sylvia Patricia:

Quero Outra Vez (clipe)- Sylvia Patricia:

Cenas de Violência e Tensão (clipe original)- Sylvia Patricia:

Crendice– Sylvia Patricia e Fernando Marinho (DVD Sessão Extra):

Negra Li fará o primeiro DVD com produção de JM Bôscoli

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Por Fabian Chacur

Uma das melhores e mais bem-sucedidas crias do cenário hip hop brasileiro nos últimos anos está preparando uma bela novidade para seus inúmeros fãs. Negra Li anunciou que está em pleno processo de produção de seu primeiro DVD. Mais: esse trabalho terá como produtor João Marcello Bôscoli, conhecido por sua atuação com a gravadora Trama. Vem coisa boa por aí.

O repertório ainda não foi divulgado e está em fase de seleção, mas dá para se esperar uma geral em suas músicas mais conhecidas, com o acréscimo de algumas faixas para surpreender a todos. O DVD, que deve ser gravado ao vivo, marcará a comemoração de 20 anos da cantora e compositora, iniciada como integrante do Virtude Negra.

Negra Li completou 36 anos no último dia 17 de setembro, e ficou conhecida a princípio por sua atuação com o grupo de rap RZO. Seu primeiro trabalho, Guerreiro Guerreira (2004), foi gravado em dupla com um dos integrantes daquele time de rap, Helião. Depois, lançou dois CDs solo, Negra Livre (2006) e Tudo de Novo (2012), com ótima repercussão de público e crítica.

A cantora também participou do filme Antonia (2006) e de sua respectiva trilha sonora, além de ter lançado em 2014 Você Vai Estar Na Minha-Duetos, coletânea que reúne suas parcerias com artistas do calibre de Caetano Veloso, Charlie Brown Jr., Akon, Sérgio Britto e Skank, entre outros. Atualmente, ela é semifinalista da Dança dos Famosos, do Domingão do Faustão.

Você Vai Estar na Minha– Negra Li:

Beautiful– Negra Li e Akon:

Telefonema– Negra Li e Caetano Veloso:

Procurando Sugar Man chega ao formato DVD com extras

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Por Fabian Chacur

A saga de Sixto Rodriguez é daquelas que supera de longe qualquer tipo de ficção, com alternativas dignas dos melhores novelistas e roteiristas de cinema. Essa história fantástica é o mote do documentário vencedor do Oscar em 2013 Procurando Sugar Man (Searching For Sugar Man), que chega ao Brasil no formato DVD com belos extras. E o enredo não para de ganhar novos e bons capítulos.

Para quem não conhece, vale relatar a trajetória do cantor, compositor e músico americano descendente de latinos Sixto Rodrigues. Nascido em 10 de julho de 1942, ele ganhou experiência tocando em bares na cidade de Detroit, lar da Motown Records. Tocando uma mistura de folk, rock e bittersweet rock, foi descoberto pelos músicos e produtores Dennys Coffey e Mike Theodore, ambos egressos da Motown.

Contratado pela gravadora Sussex, de outro oriundo da Motown, Clarence Armant, Rodriguez lançou em 1970 Cold Fact. Embora elogiado, o LP não vendeu nada, assim como seu sucessor, Coming From Reality, produzido por Steve Rowland e lançado em 1971. Pior: foi logo a seguir demitido da gravadora. Um final que parecia infeliz.

Se não teve sucesso algum em sua terra natal, o que Rodriguez não soube na época é que Cold Fact não só foi lançado como se transformou em um enorme sucesso de vendas na longínqua África do Sul, vendendo algo em torno de 500 mil cópias por lá e o tornando mais popular naquele país do que Elvis Presley e os Rolling Stones.

Só que ninguém no país africano sabia nada sobre Rodriguez. Havia, inclusive, mitológicas explicações sobre seu sumiço, do tipo “botou fogo no próprio corpo” ou “atirou na própria cabeça durante um show”. Como se tratava de um país que viveu durante anos oprimido por uma violenta ditadura, sem contatos efetivos com o exterior, a lenda se manteve.

Até que, em meados dos anos 1990, o fã Stephen Segerman (que recebeu o apelido Sugar em função da música Sugar Man, do artista americano) foi questionado por uma amiga sul-africana que estava morando nos EUA onde poderia comprar uma cópia de Cold Fact. Ele descobriu que ninguém sabia desse disco nos EUA, e nem quem era o tal de Rodriguez, que para eles era um astro americano, e não um ninguém.

Aí, Segerman criou um site na então ainda emergente internet tentando encontrar pistas de Rodriguez. De quebra, fez o texto para o encarte do lançamento em CD de Coming From Reality, alertando para a falta de informações sobre Rodriguez e “convocando” detetives musicais para resolver aquele mistério. E o jornalista sul-africano Craig Bartholomeu-Strydom topou o desafio.

Conseguiram, depois de muita batalha, o contato do produtor Dennis Coffey, e ligaram para ele em Detroit. Lá, tiveram a notícia inesperada: Rodriguez ainda estava vivo. Logo em seguida, em mensagem publicada no site de busca, ninguém menos do que uma das filhas de Rodriguez entrou em contato com eles, passando os contatos dela e dele.

Resumo da ópera: Rodriguez foi convidado a se apresentar na África do Sul em 1998, foi tratado como um astro do rock e lotou ginásios em três shows por lá. Desde então, voltou e fez mais de 30 shows. Ele também ficou popular na Austrália, onde se apresentou em 1979 e 1981, mas em escala menor do que no país africano.

Só faltava o resto do mundo conhecer essa história fascinante, e isso ocorreu quando o jovem aspirante a diretor e roteirista de cinema sueco Malik Bendjelloul ficou sabendo dessa história através de Segerman e resolveu encarar o desafio de fazer um documentário. Foram quatro anos de muitas dificuldades e investimentos próprios. Até que seu sonho virou realidade.

Procurando Sugar Man estreou no mítico festival de Sundance nos EUA e desde então conquistou o mundo. Ganhou o Oscar de melhor documentário em 2013, merecidamente. E conta essa história com riqueza de detalhes, entrevistas suculentas, belas cenas de arquivo e criativas artes para ilustrar momentos importantes não documentados. E tem as músicas, belíssimas.

Fica difícil entender o porque Rodriguez não fez sucesso nos anos 1970. Seu trabalho tem tudo a ver com o espírito daquela época, um bittersweet rock recheado de afinidades com os trabalhos de Cat Stevens, James Taylor, Bob Dylan e Jose Feliciano (cujo timbre vocal é bem semelhante ao seu) e canções sublimes como Sugar Man, I Wonder, I Think Of You, I’ll Sleep Away e outras.

O mais curioso é saber que, nessas décadas longe dos holofotes, Rodriguez criou as três filhas trabalhando no ramo da construção civil, dando duro e carregando geladeiras nas costas, por exemplo. Sua postura zen, no entanto, não nos leva a crer que ele tenha encarado isso como sofrimento. Aguentou tudo, e soube encarar o sucesso tardio.

Os dois álbuns dele foram relançados nos EUA depois do sucesso do filme. Juntos, venderam mais de 300 mil cópias, e a trilha do documentário também vendeu muito bem. Ele tem feito shows pelos EUA e Europa e participado dos programas de TV de maior audiência, e não está descartada a hipótese do lançamento de um novo disco de canções inéditas.

Mas Procurando Por Sugar Man não teve apenas desdobramentos positivos. Malik Bendjelloul ganhou o Oscar com seu primeiro longa, mas não segurou a onda. Começou a trabalhar como roteirista em Hollywood e se afastou dos amigos e das pessoas mais próximas. Voltou a Estocolmo e, no dia 13 de maio de 2014, jogou-se nos trilhos do metrô da cidade, suicidando-se aos 36 anos de idade. Uma tragédia horrível.

Chega a ser difícil ver, nos extras do DVD, a boa entrevista concedida por Malik à TV alemã na qual fala sobre como fez o filme, suas experiências anteriores e seus planos para um futuro que, hoje sabemos, não viria. O making of do filme também é repleto de cenas com ele, Rodriguez e os entrevistados. Triste fim para um autor tão promissor, e mais um capítulo em uma saga simplesmente fascinante. Tipo do DVD essencial para os fãs de cinema e de música.

Sixto Rodriguez -Cold Fact – CD em streaming:

Coming From Reality- Sisto Rodriguez (CD em streaming):

Dead Men Don’t Tour – Rodriguez in South Africa 1998 (TV Documentary):

– Veja Procurando Sugar Man:

Annie Lennox cativa em show com músicas de CD Nostalgia

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Por Fabian Chacur

Annie Lennox lançou em 2014 o belíssimo álbum Nostalgia, no qual releu de forma personalizada standards do soul e do jazz que a encantaram na infância, adolescência e vida adulta (leia resenha de Mondo Pop aqui). Em 28 de janeiro deste ano, a cantora mostrou esse repertório ao vivo, e o resultado está no esplêndido DVD An Evening Of Nostalgia With Annie Lennox, que a Universal Music acaba de lançar no Brasil. Imperdível!

Ex-vocalista do grupo Eurytmics, que fez grande sucesso nos anos 1980, Annie completou 60 anos de idade no último dia 25 de dezembro. Ela iniciou a carreira solo em 1992 com o excelente álbum Diva, e desde então só grava quando realmente tem algo bom a apresentar. Nesse meio tempo, lá pelos idos de 1999, teve rápida volta com o grupo, mas logo voltou a ser solo.

An Evening Of Nostalgia With Annie Lennox traz o registro do único show no qual a cantora escocesa mostrará na íntegra o repertório de 13 músicas do álbum Nostalgia. Para acompanha-la, uma orquestra composta por 19 músicos, incluindo metais, vocais de apoio e toda a parafernália necessária para uma embalagem sonora de luxo.

Mas isso não significa megalomania ou exagero. Os arranjos são extremamente delicados, sem exagerar na massa sonora e dando a moldura perfeita para que o vozeirão de Miss Lennox brilhe de forma intensa. E a belíssima loira de cabelos adoravelmente curtinhos não nega fogo, mostrando-se em plena forma e com muito tesão no palco.

Com muita elegância e carisma, a intérprete relê com incrível classe músicas maravilhosas como Memphis In June, Georgia On My Mind, Summertime, September In The Rain e Mood Indigo, cativando a plateia presente no lindo Orpheum Theatre em Los Angeles, que simplesmente baba ao ver um espetáculo com direito a bela iluminação e cenário e, principalmente, muita música boa.

Na hora do bis, Annie oferece uma bela surpresa: canta, acompanhando-se ao piano, dois clássicos dos Eurythmics (Here Comes The Rain Again e Sweet Dreams Are Made Of This) e dois de sua carreira individual (No More I Love You’s e Why). Em No More I Love You’s, ela encanta ao reger a plateia fazendo o coro que tornou essa canção um dos maiores hits de sua trajetória individual. Impressionante.

Este DVD é a prova de que Annie Lennox continua sendo uma das principais intérpretes de sua geração, capaz de reler canções alheias com assinatura própria da mesma forma que sempre nos oferece composições próprias da melhor qualidade. Essa é diva mesmo, com voz e presença de palco dignas do rótulo. E eu a vi cantar de pertinho em 1990!(saiba mais aqui).

Memphis In June (live)- Annie Lennox:

September In The Rain (live)- Annie Lennox:

Mood Indigo (live)- Annie Lennox:

Vespas Mandarinas esbanjam pique em ótimo DVD ao vivo

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Por Fabian Chacur

Após o lançamento de seu álbum de estreia, o ótimo Animal Nacional, a banda Vespas Mandarinas nos oferece agora o registro de um visceral show realizado no palco do Centro Cultural São Paulo em 27 de julho de 2013. Animal Nacional Ao Vivo é um DVD necessário para quem por ventura ainda tem dúvidas em relação ao futuro do rock nacional. A depender desse quarteto aqui, será de glórias, riffs e pura emoção. Coisa finíssima!

Desde o seu início, há quase cinco anos, esse grupo vem dignificando o rock brazuca. Suas armas: dois ótimos vocalistas e guitarristas que se alternam, os ótimos e carismáticos Chuck Hipolitho e Thadeu Meneghini, e uma sólida cozinha rítmica formada por André Dea (bateria e vocais) e Flávio Guarnieri (baixo). Não são músicos do tipo virtuoses. Eles jogam a favor do trabalho em grupo e das boas canções que compõem. Bela aposta, vencida com categoria.

Animal Nacional Ao Vivo aproveita bem o mitológico espaço do Centro Cultural São Paulo e flagra os músicos bem próximos do público, com direito a belos closes e entrada na intimidade das performances deles. Nada além de alguns poucos efeitos de iluminação são usados. O que vale aqui é a visceralidade dos quatro caras, sem rodeios nem frescuras.

O repertório traz as músicas do CD de estreia mais Sasha Grey, lançada em um EP em 2011. Adalberto Rabelo Filho, parceiro dos integrantes da banda na maior parte de suas composições, marca presença no show, assim como os integrantes da banda baiana Vivendo do Ócio. Não Sei o Que Fazer Comigo, Santa Sampa, Antes que Você Conte Até Dez, Cobra de Vidro, O Inimigo, é uma bala atrás da outra.

Como forma de dar um tom apocalíptico à parte final do show, ninguém menos do que Edgard Scandurra entra em cena para tocar e cantar com as Vespas Mandarinas três clássicos do Ira!, as eternas Gritos na Multidão, Dias de Luta e Núcleo Base, encerrando de forma brilhante um show que mostra uma banda promissora em belíssimo momento de sua ainda curta trajetória. Vem mais coisa boa por aí.

De quebra, o DVD nos proporciona os cinco clipes que divulgaram faixas de Animal Nacional, todos muito legais, com destaque para os de Santa Sampa (ambientado no histórico Bar Riviera) e Não Sei o que Fazer Comigo. Animal Nacional Ao Vivo é a prova concreta de que as grandes bandas do rock brasileiro dos anos 1980 enfim tem seguidores à altura.

Não Sei o Que Fazer Comigo (clipe)- Vespas Mandarinas:

Gritos na Multidão (ao vivo)- Vespas Mandarinas e Edgard Scandurra:

Núcleo Base (ao vivo)- Vespas Mandarinas e Edgard Scandurra:

Pela Fresta traz bastidores do ótimo CD Setevidas, de Pitty

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Por Fabian Chacur

De 2011 a 2013, Pitty deixou sua faceta rocker de lado para investir em um duo acústico e folk, o Agridoce, com seu guitarrista Martin. Lançado em 2014, o CD Setevidas é o primeiro de inéditas da roqueira baiana desde 2009 (Chiaroscuro) em seu modo rock and roll. Belo disco, cujos bastidores surgem no também muito bacana DVD Pela Fresta, lançado pela Deck.

O DVD registra todo o processo de criação de Setevidas, abrangendo desde os ensaios iniciais até as gravações, em um processo definido pelos músicos como “orgânico, natural e rápido”. No melhor estilo “som na caixa”, mas sem avacalhação. Os arranjos são bacanas, os detalhes são sempre caprichados e o resultado final soa visceral.

Aliás, fica claro que Pitty, na verdade, funciona como uma banda de verdade, na qual a cantora e guitarrista Pitty Leone é a líder, mas na qual seus parceiros- Martin (guitarra e vocais), Duda (bateria), Guilherme (baixo) e Paulo Kishimoto (percussão, teclados e vocais)- tem voz ativa e possibilidade de expressão artística.

Um ponto ressaltado durante o documentário é o fato de os músicos se reencontrarem renovados e com novas ideias, após participarem de outros projetos. Boa parte do processo de criação e gravações rolou com todos tocando juntos ao mesmo tempo, no melhor espírito ao vivo, o que deu ao resultado final um pique muito grande e uma unidade sonora altamente apreciável.

O trabalho com o produtor Rafael Ramos, com Pitty desde o começo na Deck há mais de dez anos, e com o engenheiro americano de mixagem Tim Palmer, em Austin, Texas, é bem apresentado, assim como detalhes das canções, explicitando as raízes baianas da música Serpente ou as versões diferentes de Setevidas até chegar ao resultado final.

De quebra, temos Pitty e sua turma tocando ao vivo no estúdio nove das dez músicas de Setevidas, com direito a efeitos de iluminação que tornam a apresentação muito atrativa em termos sonoros e visuais. Setevidas é um álbum ao mesmo tempo pesado e repleto de sutilezas, mais uma prova do talento de Pitty, que voltou com tudo ao rock and roll. E Pela Fresta registra bem a concepção deste CD.

Um Leão (clipe)- Pitty:

Veja o DVD Pela Fresta em streaming :

Sharon Corr toca no Juventus para lançar DVD feito em SP

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Por Fabian Chacur

Quando veio ao Brasil pela primeira vez, há dois anos, Sharon Corr não imaginava que teria uma interação tão grande com seus fãs deste lado do mundo. A afinidade entre eles foi tão grande que rendeu o DVD gravado ao vivo Live In São Paulo, lançado pela Music Brokers Brasil. Como forma de divulga-lo, ela toca nesta sexta (13) no Clube Atlético Juventus (rua Juventus, 690- fone 0xx11-2271-2000), com ingressos de R$ 200,00 a R$ 300,00.

Live In São Paulo é o primeiro DVD da carreira solo da ex-integrante do consagrado grupo irlandês de Corrs, ela que já lançou dois CDs individuais. “Quando vim ao Brasil pela primeira vez, fiquei contagiada pelo entusiasmo dos meus fãs, e vi que fazia sentido gravar um DVD aqui. A alegria do povo brasileiro é quase viciante”, disse a cantora.

Sharon também ressalta a importância da participação do público para o ótimo resultado final obtido com o DVD. “O vídeo registrou a comunhão entre o artista e a plateia, um grande momento para mim, acho que aflorei como cantora e violinista, tudo que fiz anteriormente foi uma preparação para chegar a esse ponto”, reflete.

O DVD traz músicas de seus álbuns solo, com ênfase no material do mais recente (The Same Sun-2013), músicas que gravou com os Corrs (Dreams, Radio) e uma boa surpresa para os brasileiros: uma releitura em português de As Rosas Não Falam, de Cartola, que ela conheceu tocada pelo grupo infantil do Centro Cultural Cartola, no Rio.

No show desta sexta-feira, Sharon irá basicamente tocar o repertório do DVD, mas promete surpresas. “O show não será exatamente igual ao do DVD, o artista sempre quer criar novas coisas, uma música inédita pode aparecer. Isso me ajuda a me manter animada, o público nota esse entusiasmo do artista e acaba se contagiando pela energia”.

No momento, a cantora começa a compor músicas para um próximo álbum de estúdio. Ela continua com a mesma opinião sobre as razões que levaram os Corrs a encerrarem a carreira em 2006. “Vendemos 45 milhões de discos e conquistamos muita coisa em quase 20 anos de estrada. Mas o meu relógio biológico falou mais alto, queria ter filhos, precisava começar uma família, partir para descobrir minha individualidade, era a hora certa de parar. Quem sabe não possamos nos reunir novamente no futuro?”, diz.

We Could Be Lovers– Sharon Corr:

Dreams (versão acústica ao vivo)-Sharon Corr:

DVD registra auge dos Wings em turnê histórica de 1976

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Por Fabian Chacur

Em 1976, Paul McCartney viveu uma das fases mais bem-sucedidas de uma carreira repleta de grandes momentos. Naquele ano, seu grupo pós-Beatles, o Wings, tornou-se provavelmente a banda mais popular do mundo, coroando uma era iluminada com turnê pela América do Norte simplesmente arrasadora. O registro histórico dessa tour está em Rock Show, DVD que acaba de ser lançado no Brasil pela Eagle Rock/ Som Livre.

Rock Show foi lançado nos cinemas em 1980, e o fato de ter sido registrado com equipamento cinematográfico facilitou a tarefa de remasterização e restauração da fita original realizada neste DVD. O resultado é simplesmente excepcional, com apenas uma ou outra cena granulada, e qualidade de áudio arrasadora. Qualidade técnica digna do conteúdo artístico.

A turnê dos Wings daquele 1976 divulgavam o então mais recente álbum do quinteto, Wings At The Speed Of Sound, e flagram uma fase bem diferente do Macca, se comparada com os shows que passou a fazer a partir de 1989, quando voltou após hiato de quase dez anos. Um detalhe que chama a atenção é a quantidade de músicas dos Beatles contidas aqui.

Quando começou a fazer shows com os Wings, McCartney inicialmente não tocava rigorosamente nada escrito pelo Beatles. A muito custo, foi encaixando um ou outro clássico da banda em seu set list. Vamos comparar: em Rock Show, temos um total de 30 músicas, sendo apenas 5 dos Beatles. Na turnê Out There (2014), do cantor, baixista e compositor britânico, em um set list com 39 músicas, 25 são dos Fab Four. Quanta diferença!

A formação dos Wings naquela época é certamente a melhor da história da banda. Além do seu líder inconteste nos vocais, baixo, violão, guitarra e teclados, temos Linda McCartney (vocal e teclados), Denny Laine (guitarra, baixo, violão, vocal, teclados), Jimmy McCulloch (vocal, guitarra, violão e baixo) e Joe English (bateria e vocal). Um timaço!

Com o auxílio de um naipe de metais integrado por Tony Dorsey (trombone), Howie Casey (saxofone, amigo de Paul de Liverpool), Steve Howard (trompete e flugelhorn) e Thaddeus Richard (sax, clarinete e flauta), os caras mostram, além das 5 dos Beatles, 4 de Wings At The Speed Of Sound, 9 de Venus And Mars (1975), 5 de Band On The Run (1973), outras 5 do grupo e de McCartney solo e dois covers.

Aos 34 anos de idade, Paul estava no auge como cantor, simplesmente arrasando em músicas como Let Me Roll It, Call Me Back Again, My Love, Soily e Beware My Love, só para citar algumas. O ótimo guitarrista McCulloch se mostra bom cantor em Medicine Jar, enquanto Denny esbanja carisma em Richard Cory, de Simon & Garfunkel.

Gravado em grandes ginásios, o show não tem recursos visuais tão sofisticados, mas a performance da banda é tão boa que isso fica em segundo plano. Rock Show é provavelmente o melhor registro de um show de Paul McCartney existente no mercado, e é obrigatório para todos aqueles que cultuam esse verdadeiro mestre do rock and roll. Maravilhoso é pouco!

Rock Show- Paul McCartney & Wings DVD (em streaming):

Edu Lobo celebra aniversário com DVD histórico e classudo

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Por Fabian Chacur

Se há uma palavra que define Edu Lobo é discreto. Ao contrário de colegas de geração como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Milton Nascimento, este genial cantor, compositor e músico carioca sempre se manteve o mais distante possível do burburinho da mídia. Mantendo essa postura, ele comemorou 70 anos de vida com um ótimo DVD, Edu 70 Anos (Biscoito Fino). Coisa de craque, de quem põe a música sempre em primeiro lugar.

Desde o início de sua carreira, na década de 1960, Edu Lobo sempre se pautou por uma abordagem bastante particular e criativa da música brasileira, misturando com muita classe bossa nova, samba e especialmente ritmos nordestinos, valendo-se de elementos de jazz e música erudita oriundos de seu aprendizado formal como músico. Popular e sofisticado ao mesmo tempo.

Nessa trajetória, proporcionou ao público discos de alto gabarito e trilhas para teatro, balé e cinema. Compondo sozinho ou em parcerias com gente do naipe de Chico Buarque, Capinan, Aldyr Blanc, Paulo Cesar Pinheiro e Torquato Neto, entre outros, concretizou uma obra repleta de clássicos, canções que entraram para o cancioneiro nacional e de lá não sairão jamais.

Em Edu 70 Anos, o mestre relê 26 músicas acompanhado por uma orquestra de cordas e um grupo liderado pelo sempre inspirado tecladista e diretor musical Cristóvão Bastos. Os arranjos são classudos, e as interpretações de Edu, que se concentra nos vocais por não tocar mais violão ao vivo, são doces, precisas e bem melódicas.

Algumas participações especiais marcam o show, que foi gravado ao vivo em 29 de agosto de 2013 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Maria Bethânia marca presença em Ciradeiro e Pra Dizer Adeus. O parceiro fiel Chico Buarque é a atração em A História de Lily Braun, Lábia e Choro Bandido. A cantora Monica Salmaso está em A Mulher de Cada Porto, Coração Cigano e Valsa Brasileira.

Completa o time o filho de Edu, Bena Lobo, que mostra muito talento em No Cordão da Saideira e Ponteio. Os convidados também marcam presença na última faixa do show, Na Carreira. O repertório também inclui maravilhas como Chegança, Vento Bravo, Zanzibar, Frevo Diabo e Ave Rara. Lógico que faltam alguns clássicos, entre os quais Lero-lero e Viola Fora de Moda, mas Edu 70 Anos celebra com categoria uma carreira repleta de brilho.

Veja cenas do DVD Edu Lobo 70 Anos:

Rogerio Rochlitz mostra o seu swing no Central das Artes-SP

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Por Fabian Chacur

Se hà um artista brasileiro atualmente capaz de fazer mùsica instrumental com sofisticação, swing e acessibilidade ao público médio, ele atende pelo nome de Rogèrio Rochlitz. Ele mostra o repertòrio de seu mais recente DVD, Cores Ao Vivo (leia a crìtica aqui) em show nesta terça-feira (16) às 21h no bar e restaurante Central das Artes (rua Apinajès, 1.081- Sumaré- fone 0xx11-3670-4040), com couvert artístico a R$ 20,00.

Com mais de 20 anos de estrada, Rogerio Rochlitz tocou com vários artistas antes de se dedicar a uma produtiva e consistente carreira solo que já rendeu quatro CDs, sendo o mais recente o excelente Mòbile (leia a crìtica aqui). Sua capacidade de misturar vários estilo da mùsica brasileira sem cair no rotineiro ou no rebuscado demais è altamente elogiável, e o resultado è um som que pode te fazer dançar ou curtir atentamente. Coisa de craque.

No show de hoje, Rogèrio terá a seu lado uma banda afiada e composta por João Poleto (flauta e sax), Amílcar Rodrigues (trumpete e flugelhorn), David Rangel (baixo) e o consagrado João Parahyba (timbatera), este ùltimo conhecido por seu trabalho ao lado de feras como Jorge Benjor e Ivan Lins e integrante do Trio Mocotó. No repertòrio, mùsicas do DVD e também algumas do próximo CD, que Rochlitz promete para 2015.

De Casa Pra Rua– Rogério Rochlitz e grupo:

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