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Graham Nash fala sobre a esperança em A Better Life

graham nash 400x

Por Fabian Chacur

Em 1970, Graham Nash lançou uma de suas canções mais emblemáticas e belas, Teach Your Children, faixa do álbum Déjà Vu, do Crosby, Stills, Nash & Young. Nela, o cantor, compositor e músico britânico fala sobre a esperança de um futuro melhor a partir da educação dos filhos. Agora, ele retoma o tema em um lindo single que acaba de chegar às plataformas digitais, A Better Life.

Nash escreveu esta bela balada folk em parceria com George Merrill, cantor, compositor e músico americano conhecido como integrante do duo pop Boy Meets Girl (do hit Waiting for a Star To Fall, de 1988) e coautor do megahit How Will I Know (de 1985), de Whitney Houston.

Além dele próprio no vocal, a gravação conta com produção e teclados de Todd Caldwell, que participou de turnês do Crosby, Stills & Nash. Thad DeBrock, conhecido por trabalhos com Suzanne Vega, Renee Fleming, David Byrne e Nelly, se incumbiu de guitarra, mandolim e pedal steel, com baixo e bateria a cargo de Adam Minkoff.

Aos 81 anos, Graham Nash ainda permanece com aquele timbre vocal doce e encantador de seus tempos de Hollies e Crosby Stills & Nash, e nos oferece uma canção de esperança em um futuro melhor, algo extremamente bem-vindo em um momento tão difícil como o vivido atualmente pela humanidade. Uma canção que já nasce clássica.

A Better Life– Graham Nash:

Graham Nash celebra 80 anos como um roqueiro elegante

graham nash

Por Fabian Chacur

Em maio de 2012, tive um dos momentos mais sublimes da minha vida. Vi, na extinta Via Funchal, o show dos meus amados Crosby, Stills & Nash (leia a resenha aqui). Dos três ícones do rock, o que parecia estar mais em forma era Graham Nash, então com 70 anos. Ele completa 80 nesta quarta (2) e mostra que continua firme e forte (veja entrevista dele em dezembro de 2021 aqui). Ele acabou de lançar no exterior um livro com fotos feitas por ele, A Life In Focus: The Photography Of Graham Nash.

Uma forma simples de definir a trajetória musical de Graham Nash é chamá-lo de um roqueiro elegante. Sim, ele é cria da primeira geração que cresceu tendo o rock and roll como a principal influência musical e comportamental. Foi inspirado por esse estilo musical que este cantor, compositor, músico e fotógrafo britânico resolveu se dedicar à música. Inicialmente, foi integrante de um dos mais bem-sucedidos grupos da chamada British Invasion, The Hollies, com suas canções melódicas, bem arranjadas e fortemente próximas da música pop.

Depois de aproximadamente cinco anos com a banda, Nash começou a ambicionar voos mais ambiciosos em termos musicais, que refletiram em faixas dos Hollies como King Midas In Reverse, por exemplo. Durante uma viagem aos EUA em 1968, mais precisamente na casa da cantora Mama Cass (dos The Mammas And The Papas) teve a oportunidade de fazer uma jam session com David Crosby (dos Byrds) e Stephen Stills (do Buffalo Springfield). O entrosamento das vozes foi tão imediato que nenhum dos três teve dúvidas: uma parceria importante nascia ali.

E a ideia era a da liberdade, sem amarras. Tanto que o supergrupo foi intitulado Crosby, Stills & Nash. Seu álbum de estreia, de 1969, é um dos melhores de todos os tempos, com canções maravilhosas e icônicas. Marrakesh Express, de Nash, foi um dos grandes sucessos. No ano seguinte, o trio viraria quarteto com a entrada de Neil Young (outro ex-Buffalo Springfield), e lançaria Dèja Vu (1970), cujo maior hit foi a doce Our House, dedicada por Nash a Joni Mitchell, com quem teve um breve, porém marcante relacionamento afetivo.

Vale lembrar que em agosto de 1969 Crosby, Stills & Nash, em sua segunda apresentação ao vivo (já com Young no time), tiveram grande destaque no mitológico festival de Woodstock, ganhando fama mundial após o lançamento do documentário que imortalizou o evento. Livre para voar musicalmente, Graham Nash passou, a partir da saída dos Hollies, a alternar parcerias com os amigos com trabalhos individuais, com direito a canções românticas e também brados de inspiração política como Military Madness e Chicago.

Além de grande cantor e compositor, o astro britânico sempre encontrou tempo para defender causas ecológicas e políticas das mais justas, mas sem perder a ternura jamais. Dos integrantes do Crosby, Stills & Nash (com ou sem o Young), sempre se mostrou o mais simpático, acessível e tranquilo. Em 1983, até teve um breve retorno com os Hollies, que gerou um álbum de estúdio e alguns shows.

Graham Nash é a prova de que um artista de rock pode ser romântico, doce e delicado, sem no entanto deixar o lado vigoroso e contestador do rock de lado. No momento, dedica-se a lançar livros com fotografias que tirou desde que era criança, uma paixão paralela à da música. Ele promete mais uma publicação para breve. Pena que sua briga com David Crosby há não muito tempo parece ter encerrado para sempre o Crosby, Stills & Nash. Mas, com esses caras, nunca se sabe… Bem, pelo menos pude ver um de seus shows, pena que sem uma companhia essencial a meu lado. Parabéns a ele, com votos de muitos anos mais de vida com saúde, paz e produtividade.

Nota de última hora: em solidariedade ao velho amigo e parceiro Neil Young, Graham Nash também vai tirar as suas músicas da plataforma digital Spotify.

Our House– Crosby, Stills & Nash:

Como turnê do Buffalo Springfield virou CSN

Por Fabian Chacur

Em entrevista concedida ao site americano da Rolling Stone, Stephen Stills revelou que o Buffalo Springfield deveria ter feito uma turnê com ao menos 30 shows durante 2012. No entanto, o reencontro de um dos grupos mais bacanas dos anos 60 acabou durando um total de apenas sete apresentações, realizadas entre 2010 e 2011,incluindo uma elogiada no badalado festival de Bonnarooo, nos EUA.

Após o show realizado em outubro de 2010 no evento beneficente Bridge School (promovido por Young) que deu início ao reencontro de Neil Young, Stephen Stills e Richie Furay, os remanescentes da banda que existiu originalmente entre 1966 e 1968 e lançou três álbuns deveriam ter dado continuidade a um projeto mais longo, segundo Stills.

“Não criaria uma infraestrutura tão grande para apenas sete shows, nossa equipe incluía mais de 100 pessoas, e quando Neil resolveu desistir do projeto, no meio de 2011, fiquei completamente na mão”, disse Stills, falando pela primeira vez à imprensa sobre o tema, que seu ex-colega já havia abordado em entrevistas em 2011.

Conhecido por sua capacidade de largar um trabalho e iniciar outro praticamente do nada, Neil Young se mandou do projeto de retorno do Buffalo Springfield e se uniu novamente aos velhos companheiros do Crazy Horse, após nove anos distantes, lançando dois álbuns durante este ano- Americana e Psychedelic Pill.

A sorte de Stills é a de ter dois amigos mais do que fiéis, David Crosby e Graham Nash. Eles iriam iniciar uma turnê como Crosby & Nash e já estavam até agendando datas quando souberam do rolo entre os dois amigos.

Nash disse que, em pouco tempo, o que seria um duo virou de novo trio. Surgia do nada uma nova turnê de Crosby, Stills & Nash, que para alegria dos brasileiros passou por aqui em maio.

Apesar dos pesares, Stephen Stills não demonstrou mágoa em relação ao imprevisível Young. Na entrevista, ele demonstrou serenidade e calma. “Ele falou bem de mim no livro que lançou recentemente. Foi muito gentil. Trabalhar com ele é um privilégio, não um direito”.

No entanto, o autor de For What It’s Worth e tantos outros clássicos do rock deu uma resposta bem diferente da de Young sobre um possível retorno do Springfield. Enquanto o roqueiro canadense disse que os shows feitos em 2010/2011 foram a semente para algo que poderá frutificar de novo no futuro, o astro americano não teve dúvidas.

“Para o propósito dessa entrevista, só posso dar uma resposta referente à possibilidade de um retorno do Buffalo Springield: não!”

Rock And Roll Woman/Child Claim To Fame, com o Buffalo Springield em 2010:

Crosby,Stills & Nash tocam 1º CD na íntegra

Por Fabian Chacur

Em maio, o brasileiro teve a honra de ver e ouvir ao vivo, pela primeira vez, uma das mais talentosas e importantes bandas da história do rock, o Crosby, Stills & Nash. Os shows foram maravilhosos. O trio, no entanto, reservou uma belíssima surpresa aos fãs de Nova York que certamente deixou todos os outros morrendo de inveja.

Além de dar aquela belíssima viagem pelo passado, presente e até futuro do trio (músicas inéditas fizeram parte do set list dos shows) que vimos por aqui, CSN tocaram no último de uma série de cinco shows no mítico Beacon Theatre nova-iorquino, no último domingo (21), nada menos do que o repertório de seu álbum de estreia, Crosby, Stills & Nash. Na íntegra.

Lançado em 1969 e considerado um dos melhores álbuns de estreia de todos os tempos, além de ser também um dos marcos da discografia do rock and roll, esse álbum inclui maravilhas do naipe de Suite: Judy Blue Eyes, Guinnevere, You Don’t Have To Cry, Helplessy Hoping, Wooden Ships e Long Time Gone, só para citar algumas.

Foi a primeira vez que David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash realizaram essa difícil tarefa em toda a sua consagradora carreira, e o presente acabou sendo dado ao público presente naquele que foi o último show da atual turnê mundial do trio, que contou com um total de 80 apresentações espalhadas por diversos países.

Segundo matéria publicada no site americano da revista Billboard, Nash não escondeu o orgulho de o grupo ter concretizado essa missão, até ressaltando o fato de aquilo ter sido inédito. Crosby também ressaltou isso, quando o grupo iniciava 49 Bye-bye’s, última faixa daquele fantástico álbum, um dos meus favoritos de todos os tempos. Nova York sortuda!

Suite: Judy Blue Eyes, com Crosby, Stills & Nash, ao vivo em 2012:

Guinevere, com Crosby, Stills & Nash, ao vivo em Belo Horizonte, 2012:

Deja Vu, com Crosby, Stills & Nash, ao vivo em São Paulo, 2012:

Mais sobre Crosby, Stills & Nash em SP

Por Fabian Chacur

O show de Crosby, Stills & Nash realizado em São Paulo na noite desta quinta-feira (10) marcou tanto as pessoas que o viram que achei interessante acrescentar coisas e fatos ao que escrevi na minha resenha.

Farei de forma desorganizada e sem me prender a uma ordem específica. Trata-se apenas de uma desculpa para escrever mais sobre um show que realmente marcou a sensibilidade de muita gente boa.

De cara, vamos a uma análise mais pormenorizada do repertório apresentado por eles. Do álbum Crosby, Stills & Nash (1969), que marcou a estreia do trio, tivemos Marrakesh Express, Long Time Comin’, Wooden Ships, Helplessy Hoping, Guinevere e Suite: Judy Blue Eyes.

De Dèja Vu (1970), primeiro álbum creditado a Crosby, Stills, Nash & Young, marcaram presença no show Carry On/Questions, Dèja Vu, Our House, Almost Cut My Hair e Teach Your Children.

The Lee Shore e Love The One You’re With podem ser encontrados em Four Way Street (1971), álbum duplo ao vivo do Crosby, Stills, Nash & Young, sendo que a segunda teve sua versão de estúdio registrada no primeiro álbum solo do Stills, intitulado Stephen Stills (1970).

Bluebird e For What’s Worth foram gravadas em suas versões originais de estúdio pelo grupo Buffalo Springfield, respectivamente Buffalo Springfield Again (1967) e Buffalo Springfield (1966). So Begins The Task é do álbum Manassas (1972), do grupo liderado por Stills e Chris Hillman (dos Byrds), e As I Come To Age é do álbum solo Stills (1975).

Crosby Nash (2004), belíssimo álbum duplo da dupla que não foi muito badalado na época de seu lançamento (uma injustiça, pois o disco é ótimo!!!), contribuiu com duas músicas, Lay Me Down e Jesus Of Rio.

Military Madness, que o trio e o quarteto tocaram em diversos shows, é do disco solo de Graham Nash Songs From Beginners (1971). Já a bela e quase progressiva Cathedral vem de CSN (1977).

Girl From The North Country é de Bob Dylan e foi lançada originalmente no álbum The Freewheelin’ Bob Dylan (1963).

E duas canções interpretadas no show são inéditas em disco: Radio, de David Crosby, e Almost Gone (The Ballad Of Bradley Manning), de Graham Nash e James Raymond. Esta última possui até clipe.

Durante o show, David Crosby aprsentou duas músicas com especial deferência: Girl Of The North Country e As I Come Of Age, que ele definiu como suas canções favoritas de, respectivamente, Bob Dylan e Stephen Stills.

Dos três, Stills foi de longe o que mais vezes saiu do palco. No entanto, foi ele quem demonstrou certa insatisfação quando David Crosby, aparentemente de forma inesperada, saiu do palco pelo lado esquerdo. “Where’s the fucking Crosby?”, disse ele, ao não ver o colega no palco. Sorte que o ex-Byrds logo voltou e ficou tudo por isso mesmo.

Graham Nash, por sua vez, é aparentemente o mais simpático, e sem dúvida quem está em melhor forma física, fato ressaltado por seu visual (camiseta preta básica e jeans) e pelo fato de cantar descalço, o que não o impediu de dar umas corridas pelo palco bem elogiáveis.

Se estava meio rouco, Stills deu um banho de categoria em seu desempenho como músico. Dos vários violões e guitarras que tocou durante o show, minha favorita foi a guitarra modelo strato na cor verde limão. Linda, e da qual ele tirou sons simplesmente arrepiantes e virulentos, especialmente em Bluebird.

Veja o clipe de Almost Gone (The Ballada Of Bradley Manning):

Crosby, Stills & Nash em SP: arrepiante

Por Fabian Chacur

Às 22h05 da noite de 10 de maio de 2012, um bela quinta-feira, o meu sonho de ver ao vivo um show de Crosby, Stills & Nash começava a se tornar realidade. Às 00h57 desta sexta (11), tudo estava consumado. Valeu a pena esperar tantos anos para enfim apreciar essa lendária banda em cena.

Desde o princípio, com Carry On/Questions (faixa de abertura do sublime álbum Dèja Vú, de 1970), ficou claro que a noitada no palco da Via Funchal em São Paulo seria mesmo inesquecível. Razões não faltaram para isso.

A banda de cinco músicos que acompanha o trio que encantou Woodstock em 1969, por exemplo, provou estar à altura da missão. James Raymond (teclados e vocais) é filho de Crosby e parceiro do pai e do guitarrista Jeff Pevar no grupo CPR, do qual, por sinal, o baterista Steve Distanislao também participou. Alias, ele é o batera que tocou com David Gilmour (ex-Pink Floyd) no álbum On An Island e na sua respectiva tour, nos idos de 2005/2006.

Shane Fontayne (guitarra) já tocou com Bruce Springsteen e outros cobras da música, enquanto Kevin McCormick (baixo) trabalhou durante anos com Jackson Browne, grande nome do folk-country rock americano. O tecladista Todd Caldwell, que gravou e fez shows com Stephen Stills em sua carreira solo, completa bem o time.

Já passando dos 70 anos, David Crosby e Graham Nash impressionaram pela qualidade de suas vozes, que continuam tão boas como nos velhos e bons anos 60, 70 e 80. O desempenho deles individualmente em Almost Cut My Hair (Crosby) e Cathedral (Nash) e em dupla em Guinevere comprovou esta afirmação de forma contundente.

O “fraldinha” do trio, Stills (aod 67 anos), estava com níticos problemas na garganta, o que o impediu de ter um desempenho perfeito nos vocais, mas o respaldo e o apoio dos colegas o ajudou a segurar a onda. Como guitarrista, no entanto, o ex-integrante do Buffalo Springfield se mostrou encapetado, extraindo solos vigorosos de suas várias guitarra e violões. Ele provou que ninguém recebe o apelido Captain Manyhands por acaso.

O repertório do show, que foi dividido em duas partes de aproximadamente 1h15 cada, mesclou grandes sucessos como Marrakesh Express, Wooden Ships, Teach Your Children e Love The One You’re With a canções inéditas como as belíssimas In Your Name (da Nash) e Radio (de Crosby), além de pérolas resgatadas do repertório deles como Lay Me Down e um cover certeiro de Girl Of The North Country, de Bob Dylan.

A interpretação fantástica de Dèja Vú, com direito a solos inspirados de todos os músicos, o desempenho impactante de Stills solando em Bluebird (do Buffalo Sprinfield), a delicadeza arrepiante de Guinevere (na qual Nash e Crosby tinham apenas o violão de Crosby no acompanhamento ibstrumental) e o trio no esquema violão (Stills) e vozes (o trio) mergulhando na épica Suite: Judy Blue Eyes nunca mais sairão da minha lembrança.

Set List do show de Crosby, Stills & Nash na Via Funchal em 10 de maio de 2012:

Primeira parte:

– Carry On – Questions

– Marrakesh Express

– Long Time Comin’

– Military Madness

– Southern Cross

– Lay Me Down

– Almost Gone

– The Lee Shore

– Radio

– Bluebird

– Dèja Vú

– Wooden Ships

Segunda parte

– Helplessy Hoping

– In Your Name

– Girl From The North Country

– As I Come Of Age

– Guinevere

– Jesus Of Rio

– So Begins The Task

– Cathedral

– Our House

– Almost Cut My Hair

– Love The One You’re With

– For What It’s Worth

– Teach Your Children

– Suite: Judy Blue Eyes

Crosby,Stills & Nash enfim virão ao Brasil!

Por Fabian Chacur

Há notícias que você sonha divulgar, mas que imagina não serem possíveis. Pois eis uma que teclo com os dedos tremendo de emoção: Crosby, Stills & Nash vão tocar no Brasil em maio!

É, meus caros, o trio que gravou algumas das mais arrepiantes e intrincadas harmonias vocais da história da música popular finalmente virá ao Brasil, confirmou a produtora Planmusic, a mesma que nos proporcionou os inesquecíveis shows de Paul McCartney por aqui em 2010 e 2011.

O primeiro show confirmado irá rolar no dia 10 de maio de 2012 em São Paulo, na Via Funchal, com ingressos de R$ 140 a R$ 390 (www.viafunchal.com.br). Outros devem ser divulgados nos próximos dias, e devem ser realizados no Rio e em Belo Horizonte.

Criado em 1968, o trio surgiu graças à união de três músicos que já tinham um pedigree enorme na época: David Crosby, ex-The Byrds, Stephen Stills, ex-Buffalo Springfield, e Graham Nash, ex-The Hollies.

Em 1969, eles lançaram um dos 10 melhores álbuns de rock de todos os tempos, o seminal Crosby, Stills & Nash, no qual misturaram vocalizações criativas e arrepiantes e canções fantásticas com elementos de rock, folk, country, hard rock e até jazz.

Em seu segundo show, eles encararam a multidão do festival de Woodstock, em agosto de 1969, levando o público à loucura graças a músicas como Suite: Judy Blue Eyes e Long Time Gone.

Eles também gravaram e fizeram belos shows tendo como quarto integrante Neil Young (Crosby, Stills, Nashy & Young), uma espécie de D’Artagnan desses três mosqueteiros do rock, mas o trio original interage de forma mais completa, com mais liga.

Nas últimas décadas, o grupo vai e volta, enquanto seus integrantes se dividem entre suas carreiras solo e outros projetos. A qualidade artística, no entanto, continua a mesma.

Tipo do show que o fã de rock não pode se dar ao luxo de perder. Aliás, não será um show, e sim uma verdadeira aula! Lógico que você lerá mais coisas sobre eles aqui em Mondo Pop nas próximas semanas!

Ouça três grandes clássicos de Crosby, Stills & Nash:

Crosby Stills & Nash lançam ótimo CD de demos

Por Fabian Chacur

Crosby, Stills & Nash é certamente um de meus cinco grupos favoritos. Isso mesmo, na formação que deixa Neil Young de fora e inclui David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash. Em trio, embora com individualidades bem a mostra, eles se completam como poucos. Young só bagunça a coisa, embora o CNS & Y também seja beeeeeem legal.

O elemento perfeccionista faz parte do DNA dos trabalhos feitos por esses três amigos, e se mostra presente até em um trabalho como o lançado por eles em 2009 e só agora descoberto (e adquirido) por este que vos tecla. O título não deixa margem a dúvidas sobre seu conteúdo: Demos.

São 12 gravações inéditas de canções posteriormente lançadas por eles ou como trio, ou como quarteto, ou ainda em suas carreiras solo. Algumas são bem conhecidas, enquanto outras, nem tanto. Mas a edição, a cargo de Nash e de Joel Bernstein, dá ao álbum uma fluência elogiável. Os registros foram feitos entre 1968 e 1971.

Características pessoais aparecem mais claras para quem por ventura não as percebeu nas gravações originais. Marrakesh Express, por exemplo, ressalta a habilidade de Crosby e Nash em concatenar vocalizações. Stills, aqui, fica só no baixo.

Em Long Time Gone, na qual Crosby e Stills se dividem em vários instrumentos, o duelo de guitarras entre os dois é excitante, com o primeiro improvisando alguns versos que não entraram na roupagem da canção que conhecemos através do álbum Crosby Stills & Nash (1969).

O mais fraco (embora não ruim) no violão deles é Nash, como se pode constatar em Be Yourself, na qual ele está sozinho se acompanhando. Solo também em Chicago, ele demonstra ser mais habilidoso com os teclados. Mas a sua voz é aquela coisa maravilhosa de sempre.

David Crosby toca um violão personalizado, no qual belíssimos acordes oriundos do jazz misturados a elementos de folk, country e rock dão a suas canções uma riqueza enorme, mesmo só com ele na voz e violão.

Se tiver dúvidas em relação a isso, ouça sua versão solitária de Dèja Vu, cuja estrutura da gravação definitiva já aparece toda definida nesta demo, com os espaços devidamente reservados para baixo, guitarra, bateria e vocalizações. Arrepiante.

Um verdadeiro virtuose no violão, Stephen Stills esmerilha em You Don’t Have To Cry, My Love Is a Gentle Thing e Love The One You’re With, nas quais ele vai na base do eu, eu mesmo e o Stills. E quase deixei de citar Singing Call, a melhor das quatro, na qual sua performance no violão é fluente e deliciosa, lembrando um pouco a de um clássico incluído em Dèja Vu, a tocante 4+20.

Neil Young aparece em uma faixa. Trata-se da gravação bruta de Music Is Love, da qual também participam Nash e Crosby, e que aparece, em sua versão com overdubs feitas por Young posteriormente, no primeiro álbum solo do ex-integrante dos Byrds, o seminal If I Could Only Remember My Name, de 1971.

Na verdade, nove das 13 faixas inclui apenas um dos músicos. Alguns poderão reclamar disso. Não eu. Nos trabalhos em que esses caras estão envolvidos, qualquer acorde, qualquer vocalização, qualquer canção é sempre bem-vinda. Sabe porque? Pelo fato de eles sempre, sempre e sempre respeitarem os fãs. E esse é, mais uma vez, o caso, aqui nessa maravilha de Demos.

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