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Fábio Jorge mostra repertório de Aznavour com show em SP

Fábio Jorge - Foto Marco Máximo 2019 (6) VT-400x

Por Fabian Chacur

Fábio Jorge lançou recentemente, nas plataformas digitais e em caprichada edição em CD, o excelente álbum Aznavour, no qual relê com grande categoria canções do repertório do grande Charles Aznavour (1924-2018), um dos maiores ícones da música francesa. Este é o mote do show que ele realizará em São Paulo neste sábado (5) às 20h no Teatro Brincante (rua Purpurina, nº 412- Vila Madalena- fone 0xx11-3816-0575), com ingressos a R$ 60,00. O espetáculo será no formato voz e piano, com o cantor sendo acompanhado pelo talentosíssimo músico Alexandre Vianna.

Com quase 20 anos de carreira (leia mais sobre ele aqui), Fábio Jorge mostrará nessa apresentação algumas canções mais conhecidas do repertório de Aznavour, como She e Que C’Est Triste Venise, mescladas a outras pinçadas com olhar de profundo conhecedor, entre as quais Come Ils Disent e Trousse Chemise. Um ótimo intérprete esbanjando paixão e classe.

La Bohème– Fábio Jr:

Fábio Jorge faz uma preciosa homenagem no CD Aznavour

fabio jorge aznavour 400x

Por Fabian Chacur

Nada mais lindo e inspirador do que ver um profissional que gosta do que faz e realiza esse ofício do seu jeito, dentro das suas próprias regras e transbordando prazer e total domínio de suas ferramentas. Lógico que esse hipotético ser precisa ter talento, senão, não rola. E eis uma descrição exata para a trajetória musical do cantor Fábio Jorge, que há 19 anos desenvolve uma trajetória impecável. A mais nova prova é o álbum Aznavour, disponível em lindíssima edição física e nas plataformas digitais.

Filho de uma francesa (a saudosa dona Renée) e um brasileiro, Fábio canta habitualmente em francês, e em seus trabalhos mescla o cancioneiro daquele país europeu com músicas brasileiras vertidas para esse idioma (leia mais sobre ele aqui). Em seu álbum anterior, o lindo O Tempo (2021- leia a resenha aqui), ele cantou em português canções brasileiras.

Em seu sexto álbum, o intérprete faz uma linda homenagem a um dos grandes baluartes da canção francesa de todos os tempos, o saudoso Charles Aznavour (1924-2018). Ele mergulhou em um vasto universo de mais de 850 composições e selecionou 12 obras do mestre francês, sendo quatro escritas sozinho e outras oito assinadas com sete parceiros diferentes.

O repertório traz três canções mais conhecidas do público médio e outras escolhidas a dedo. A mais famosa é uma das bem-sucedidas incursões de Aznavour pelo idioma inglês, a encantadora She, que estourou nos anos 1970 com o próprio autor e depois teria inúmeras regravações, incluindo a de Elvis Costello em 1999. As outras são as icônicas Que C’Est Triste Venise (divulgada por um delicioso clipe) e La Bohème.

Com produção do próprio cantor e direção musical, piano, arranjos, gravação e mixagem a cargo de Alexandre Vianna, com quem tem trabalhado de forma constante, o álbum traz como marca arranjos elegantes e de extremo bom gosto, tendo o piano como centro e o auxílio luxuoso de músicos do gabarito de Toninho Ferragutti (acordeon), Rafael Lourenço (bateria) e Ubaldo Versolato (clarinete), entre outros.

Com essa roupagem musical, Fábio Jorge consegue a façanha de não clonar as interpretações marcantes do próprio autor, sem no entanto subverter suas melodias e letras. Ele incorpora as canções e dá a elas interpretações cativantes, nas quais mostra ter um controle absurdo em relação a seus recursos vocais, usando-os com aquela categoria que só os craques possuem.

Aznavour, o álbum, é para se ouvir de ponta a ponta, pois equivale a um show, com uma faixa se encadeando à outra de forma orgânica e proporcionando um prazer auditivo imenso. As sutilezas dos arranjos são muito inteligentes, como abrir o álbum e a faixa Que C’Est Triste Venise com um solo de acordeon, um dos instrumentos mais imediatamente ligados à música francesa tradicional.

Outra sacada inteligente ficou por conta de tornar She a única interpretação voz e piano do álbum, diferenciado-a das versões mais conhecidas da mesma. E vale também registrar a ótima ideia de incluir em Comme Ils Disent um texto em português de Fábio no qual ele traduz o conteúdo da letra da canção, que fala sobre um personagem de Paris que de dia é decorador e estilista e à noite transformista, em uma boate, com a marcante frase na qual a pessoa se define como “homossexual, como eles dizem”.

Ouvir um trabalho como este é um privilégio, como ressalta o belíssimo texto assinado pelo produtor musical Thiago Marques Luiz no encarte do CD. É a obra de alguém que não faz concessões para poder oferecer ao seu público o que ele tem de melhor. Tive a honra de entrevistar Charles Aznavour, e tenho certeza de que ele amaria ouvir esta bela homenagem. Deve estar ouvindo no céu, e parabenizando dona Renée pelo seu talentoso filho.

Que C’Est Triste Venise (clipe)- Fábio Jorge:

Fábio Jorge esbanja classe e muita poesia no álbum O Tempo

fabio jorge tempo capa cd

Por Fabian Chacur

No início de 2020, o cantor Fábio Jorge (leia mais sobre ele aqui) celebrou 50 anos de vida sem nem ao menos imaginar o que estava se aproximando ali na esquina. Sim, veio a terrível pandemia do novo coronavírus, capaz de chacoalhar e apavorar o mundo. Uma das 1ª vítimas dessa terrível doença em nosso país, uma das mais de 600 mil que nos deixaram precocemente, foi a sua querida mãe. Em meio a essa dor insuportável, ele viu como forma de externar seus sentimentos mais profundos gravar um novo álbum. Eis a semente que gerou O Tempo, disponível nas plataformas digitais e com belíssima tiragem limitada em CD físico.

O 5º álbum do intérprete marca o fato de ter, pela primeira vez, quase todo o seu conteúdo em português, ele que até então se concentrava em canções escritas no idioma pátrio de sua mãe, o francês. Desta vez, a única música nesta língua é La Mamma, clássico sessentista do repertório do ícone da canção francesa Charles Aznavour. As outras nove canções foram selecionadas com precisão cirúrgica e muito bom gosto por Fábio, que fugiu de opções mais óbvias.

Ouvidas como um todo, as canções equivalem a um bom bate-papo com o ouvinte, envolvendo temas como a passagem do tempo, as idas e vindas do amor, as tristezas, as perdas e também a esperança de uma volta por cima e de seguir em frente com muita felicidade e fé, apesar dos pesares. Tudo com arranjos sucintos, de muito bom gosto e executados por músicos extremamente capacitados e sensíveis como Alexandre Vianna (piano), Joan Barros (violão), Thadeu Romano (bandoneon) e Rovilson Pascoal (também responsável por gravação, mixagem e masterização).

Do sempre inspirado Guilherme Arantes, temos a clássica Cuide-se Bem (1976), recado cada vez mais atual, e uma joia não tão conhecida, a intensa Nosso Fim Nosso Começo (1989), profunda análise de um relacionamento que fica em suspenso devido aos problemas de percepção típicos dos seres humanos. Ah, como seria bom dar um pé na porta dessas concepções medrosas e encarar a paixão de peito aberto! Eis o que essa música nos incentiva a fazer, nas suas maravilhosas entrelinhas, que Fábio nos oferece com finesse.

Do grande Gonzaguinha, que o intérprete já homenageou em show só com suas canções, temos a maravilhosa Pra Fazer o Sol Adormecer, que Maria Bethânia gravou em 1983 em seu álbum Ciclo. Outra canção do tipo dor-amor e centrada em contradições que se encaixam com rara felicidade é a absurdamente inspirada A Paz, parceria dos geniais Gilberto Gil e João Donato lançada nos anos 1980 e que tinha uma versão definitiva na voz de Zizi Possi. Tinha. Agora, a minha favorita é esta aqui. Ouçam e tentem não se emocionar, não ver as lágrimas vertendo de seus olhos sem que você as controle. Apenas tentem…

A melancólica e linda O Tempo foi defendida por seu autor, Reginaldo Bessa, no festival global Abertura, aquele vencido por Como Um Ladrão, na voz de Carlinhos Vergueiro, e não é de se estranhar que tenha sido escrita em plena ditadura militar que nos assolou naqueles anos de chumbo. Outras canções que vem daquele período são as ótimas Porta Estandarte (Geraldo Vandré, 1966) e Canção do Medo (Gianfrascesco Guarnieri-Toquinho, de 1972). A primeira virou um belo dueto de Fábio com Consuelo de Paula.

As escolhas mais recentes do repertório, que teve como consultor artístico o grande mestre Thiago Marques Luiz, são Tempestade (Zélia Duncan, 1994), com um arranjo surpreendente que ressalta sua letra densa, e Tá Escrito (2009), sucesso do grupo Revelação e de autoria do talentosíssimo Xande de Pilares (hoje em carreira-solo) que também surge aqui bem longe de seu clima de samba original, e belíssima.

Eis o momento de ressaltar o valor do dono da festa. A forma como Fábio Jorge resolveu botar pra fora suas dores, inseguranças e esperanças não poderia ter sido mais bem realizada. Com interpretações maravilhosas nas quais usa sua voz de veludo sempre na medida exata, sem excessos nem faltas, ele parece acariciar cada melodia, cada verso, nos fazendo entender todo o contexto da coisa. É coisa de craque, de talento absoluta.

Espero que esse trabalho possa ter dado a Fábio Jorge o alívio de que ele tanto necessita. Perder um ente querido é uma dor que nunca passa, nunca cicatriza, mas com a qual a gente aprende a conviver. E, na verdade, esses entes queridos permanecem vivos nas boas lembranças que nos deixaram, e que nos ajudam a suportar suas ausências. Dona Renée, onde estiver, deve estar sorrindo, orgulhosa do filho. E nós, ouvintes, somos gratos por tanta generosidade do filho dela de dividir esse processo artisticamente maravilhoso conosco.

Em tempo: que capa maravilhosa!

Ouça O Tempo, de Fábio Jorge, em streaming:

Fábio Jorge canta clássicos da MPB vertidos para o francês

Fábio Jorge - Foto Marco Máximo 2019 (6) VT-400x

Por Fabian Chacur

Fábio Jorge é fruto do amor entre um brasileiro e uma francesa. Essa fusão, típica da bela miscigenação que marca o povo brasileiro, se apresenta plena na trajetória musical deste cantor e compositor paulistano formado em Letras e nascido em 1970. Em seus 15 anos de carreira, ele investe em canções do songbook francês, sempre com um toque brasileiro na mistura. Em seu quarto CD, Connexions, a simbiose se mostra perfeita, com o artista interpretando clássicos da música popular brasileira com letras vertidas para a língua popularizada em termos musicais por mestres do porte de Charles Aznavour e Édith Piaf.

Das 14 faixas, 13 foram versionadas pelo próprio Fábio. A seleção de repertório tem na abrangência sua marca, pois traz desde pérolas da bossa nova até hits dos anos 2000. São canções popularizadas por artistas como Elis Regina, Tom Jobim, Dalto, Alcione, Milton Nascimento, Djavan e Marisa Monte, entre outros. Uma interessante amostra do nosso cancioneiro popular, e sem cair em preconceitos, incluindo canções da seara mais popular, muito bem pinçadas, por sinal.

Os arranjos instrumentais são precisos, primando pelo bom gosto e pela delicadeza, assinados por Alexandre Vianna, João Henrique Baracho, Rovilson Pascoal e Daniel Bondaczuk (os de cordas). Com inteligência, souberam captar o estilo da música francesa tradicional e adaptá-lo para um repertório brasileiro, trazendo características de cada um desses universos sem despencar em caricatura ou diluição barata para turista ver (e ouvir). Aqui, é tudo a vera.

O destaque fica por conta das interpretações de Fábio Jorge, que possui voz de timbre aveludado e extremamente boa de se ouvir que ele conduz com categoria típica de quem fez a lição de casa. Aqui aparece provavelmente a maior influência que ele traz de sua origem francesa: aquela desenvoltura elegante típica de intérpretes como Charles Aznavour, a capacidade de cantar como se estivesse batendo um papo agradável com pessoas queridas.

Entre outras, vale destacar L’Eternité (Pessoa, hit com o autor, Dalto, e também com Marina Lima), Les Bateaux Sur La Mer (Arrastão, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes e estouro com Elis Regina) e Mon Énorme Folie (Estranha Loucura, de Michael Sullivan e Paulo Massadas e hit com Alcione).

De quebra, o intérprete convidou três ótimas cantoras para dividirem canções com ele. Respectivamente, Márcia em Notres Printemps (Primavera, de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes), Diva Maria em Dans Ma Rue (Pela Rua, de Dolores Duran) e Edith Veiga em J’Ai Le Mal De Toi (Briguei com Você, da própria Edith em parceria com Dora Lopes. As três cantam suas partes em português, ressaltando a parceria Brasil-França que está no DNA deste excelente Connexions.

L’Eternité (Pessoa) (clipe)- Fábio Jorge:

Gonzaguinha terá um tributo de Fábio Jorge em São Paulo

Fabio Jorge - Foto Marco Maximo 2015 HZ-400x

Por Fabian Chacur

Se estivesse ainda entre nós, Gonzaguinha, que nos deixou em 1991, teria completado 70 anos neste 2015. Como forma de louvar sua belíssima obra, o cantor Fábio Jorge fará nesta sexta-feira (20) às 21h no Teatro do Ator (Praça Roosevelt, nº 172- Consolação- fone 0xx11-3257-3207) o show tributo Um Mergulho na Obra de Gonzaguinha- Eu Apenas Queria Que Você Soubesse, incluindo apenas canções do autor de Explode Coração e de tantos outros clássicos da MPB. Os ingressos custam R$ 40,00.

Para Fábio, a homenagem que fará ao cantor, compositor e músico carioca nascido em 1945 é repleta de justificativas. “Considero Gonzaguinha um dos cinco maiores compositores do Brasil. Versátil e sensível, em sua obra abraçou todas as verves do cotidiano: sócio-político, sentimental, cronista ou tão apenas um expectador da vida, celebrando a mesma em todos os seus aspectos, festivos ou contemplativos, irônicos ou sinceros”.

O espetáculo contará com as participações especiais das consagradas cantoras Claudette Soares e Milena. Vale lembrar que Fábio gravou Jeu de Blâme, versão em francês para Grito de Alerta, de Gonzaguinha, em seu CD Chanson Française 2 (2011). Com dez anos de careira, o artista lançou três CDs solo, e cita como influências Edith Piaf, Charles Aznavour, Paralamas, Cazuza, Guilherme Arantes e Zizi Possi.

Bravo Pour Le Clown (ao vivo)- Fabio Jorge:

La mer (ao vivo)- Fábio Jorge & Orquestra Pinheiros:

Jorge Du Peixe lança álbum homenageando Luiz Gonzaga

jorge du peixe 400x

Por Fabian Chacur

Paralelamente a seu trabalho com o grupo que o consagrou, a Nação Zumbi, o cantor Jorge Du Peixe nos mostra uma outra faceta da sua personalidade musical com o álbum solo Baião Granfino, lançado pelo selo Babel. O artista pernambucano fez releituras das músicas do repertório de um dos mestres máximos da nossa música, Luiz Gonzaga. Ele apresenta o repertório desse álbum em show neste domingo (5) às 18h no Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros (rua Paes Leme, nº 195- Pinheiros- fone 0xx113095-9400), com ingressos de R$ 12,00 a R$ 40,00.

Como seria de se esperar de um artista criativo que ajudou a fundar o mangue beat pernambucano, Du Peixe fez uma incursão criativa em torno do repertório do grande Gonzagão, mesclando canções mais conhecidas como Assum Preto a outras escolhidas a dedo de seu vasto repertório, como Baião Granfino e Cacimba Nova. Os arranjos são diferenciados, e a voz grave do intérprete dá o tom a um trabalho dos mais interessantes.

No show, Jorge Du Peixe será acompanhado por Bruno Buarque (bateria), Lello Bezerra (guitarra), Sthe Araújo (percussão e voz), Victória dos Santos (percussão e voz), Fábio Pinczowski (baixo) e Nanda Guedes (sanfona). Além das músicas do álbum, também entraram no set list outras do mesmo universo musical, como as icônicas Festa e Erva Rasteira, ambas de Gonzaguinha e gravadas pelo seu pai com maestria.

Assum Preto– Jorge Du Peixe:

Victor Biglione Trio faz um show nesta sexta (29) no Rio de Janeiro

victor biglione trio - creditos claudio miranda-400x

Por Fabian Chacur

O formato trio é um dos mais desafiadores para os músicos de jazz, blues, rock etc. Nele, os músicos ficam mais expostos, e precisam mostrar muito jogo de cintura para conseguir dar conta da demanda. Isso, no entanto, é sopa para o Victor Biglione Trio, liderado pelo cantor e guitarrista Victor Biglione, um dos grandes nomes do instrumento por aqui. Ele e seus parceiros tocam no Rio de Janeiro nesta sexta (29) às 19h no Centro Cultural dos Correios (rua Visconde de Itaboraí, nº 20- Candelária-RJ- fone 0xx21-2253-1580), com ingressos a R$ 15,00 (meia) e R$ 30,00 (inteira).

Nascido na Argentina e radicado há muito no Brasil, onde se naturalizou, Victor possui um currículo invejável, como os leitores de Mondo Pop tiveram a oportunidade de conferir quando da resenha de seu mais recente álbum, o excelente Classic Rocks From Brazil (leia aqui).

Ao lado desta fera da guitarra, temos dois músicos à altura do desafio de acompanhá-lo. O baixista Jorge Pescara é também diretor musical, professor e autor de livros e uma videoaula didática sobre o instrumento, além de ter tocado e gravado com nomes como Ithamara Koorax, Eumir Deodato e Ney Matogrosso, entre outros. Ele lançou recentemente seu 3º álbum solo, o ótimo Grooves In The Eden, nos formatos CD e digital.

Autodidata, o baterista e percussionista Fábio Cezanne tem 25 anos de estrada, com atuação em diversos grupos. Além de tocar com Biglione desde 2017, ele também participa como percussionista dos corais Popcoro e de Nova Iguaçu, e do grupo progressivo Knight Prog, este último ao lado de Jorge Pescara.

No repertório do show desta sexta (29), teremos quatro clássicos de Jimi Hendrix- Little Wing, Voodoo Child, Foxy Lady e Red House e também maravilhas do naipe de Take Five (Paul Desmond, hit máximo do grupo de Dave Brubeck), Status (Billy Cobham) e Soul Sacrifice (Santana).

Voodoo Child (live)- Victor Biglione Trio:

Hanna lança CD em homenagem a João Gilberto com show no RJ

hanna_0045sa- creditos Antonio Guerreiro - 400x

Por Fabian Chacur

Há quatro anos, a cantora Hanna, uma alagoana radicada no Rio, lançou um álbum em homenagem a João Gilberto. A repercussão do trabalho foi tão boa que ela resolveu mergulhar mais uma vez no universo musical do consagrado cantor, compositor e violonista baiano, e assim surgiu O Amor É Bossa-Nova- Homenagem a João Gilberto Volume 2, cujo show de lançamento no Rio de Janeiro será nesta sexta (7) às 21h na Casa Julieta de Serpa (praia do Flamengo, nº 340- Flamengo- fone 0xx21-2551-1278), com ingressos a R$ 30,00 (meia) e R$ 60,00 (inteira).

Com 23 faixas, o disco duplo traz como trunfos duas composições de João Gilberto, Bim Bom e Hó-Ba-La-Lá, cujas regravações foram devidamente autorizadas pelo autor, algo não muito frequente. Ela também escolheu composições de outros autores que o Papa da Bossa Nova consagrou em seu repertório, entre elas Eu Vim da Bahia, Fotografia, O Samba da Minha Terra, Pra Que Discutir Com Madame, Águas de Março, Insensatez e Retrato Em Preto e Branco.

No show, Hanna será acompanhada por Lulu Martin (piano), Jorge Pescara (contrabaixo), Tinho Martins (sax e flauta) e Fabio Cezanne (bateria). Com mais de 30 anos de carreira, a cantora teve músicas em trilhas de filmes e novelas, além de shows pelo Brasil e em países como Itália, Suíça, Grécia e França. Sentimentos foi gravada por ela e entrou na trilha da novela global Partido Alto (1984), tendo sido tema da personagem vivida pela atriz Cristiane Torloni.

Eu Vim da Bahia (clipe)- Hanna:

20 discos lançados em 2018 e recomendados por Mondo Pop

antonio adolfo-400x

Por Fabian Chacur

A cada doze meses é a mesma coisa: eis as listas com os melhores discos do ano, os melhores livros do ano, filmes do ano etc. Cada vez mais, para quem pensar com um pouco mais de calma, ficará claro que esse procedimento se trata de algo realmente arrogante. Como definir o que é melhor, em um universo tão grande de lançamentos? E quem, no caso da música, ouviu tudo o que se lançou para se meter a fazer uma seleção realmente relevante?

Quer saber? Já me enchi disso. Não ouvi nem 10% do que saiu durante 2018, se tanto. E olha que eu tive a oportunidade de conferir bastante coisa. Mas ainda assim esse bastante é pouco.

Então, para não fugir ao questionamento de “o que foi o melhor da música nos últimos doze meses”, serei menos arrogante. De tudo que conferi, eis 20 (só de sacanagem, saio dos 10 tradicionais) discos lançados entre 2017 e 2018 (e que eu ouvi em 2018) que eu adorei e recomendo com entusiasmo.

Vocês verão que tem realmente de tudo, desde trabalho de veteraníssimos até de gente de gerações mais recentes, com direito a rock, soul, MPB etc. É uma listinha muito aleatória. Mas quem ouvir esses trabalhos certamente irá curtir. Uma curiosidade: boa parte desses CDs envolve dois ou mais artistas. Coincidência ou marca do ano em termos musicais? Você decide!

E o legal: poucos deles constam das listas oficiais das grandes publicações. Divirtam-se, os links das resenhas seguem abaixo:

Leny Andrade Canta Fred Falcão- Bossa Nova:

Leny Andrade incorpora belas composições de Fred Falcão

Invento Mais- Zelia Duncan e Jaques Morelenbaum:

Zélia Duncan mostra essência do som de Milton Nascimento

Edu, Dori e Marcos- Edu Lobo, Dori Caymmi e Marcos Valle:

Edu, Dori & Marcos é uma boa e peculiar reunião de gênios

Sebastiana- Ricardo Bacelar:

Ricardo Bacelar mostra swing e bom gosto em Sebastiana

Trinca de Ases- Gilberto Gil, Gal Costa e Nando Reis:

Trinca de Ases, bela união de Gil, Nando Reis e Gal Costa

Arembi- Jorge Ailton:

Jorge Ailton lança o seu 3º CD solo com “arembi” elegante

50- Joyce Moreno:

Joyce Moreno relê seu álbum de estreia de forma sublime

Punkids- Griswolds:

Griswolds dá um toque punk a hits das trilhas de animações

Azul Anil- Nila Branco:

Nila Branco nos delicia com as suas canções folk-pop-rock

Zé Brasil- Zé Brasil:

Zé Brasil, o roqueiro classudo, lança primeiro CD solo em SP

Encontros- Antonio Adolfo e Orquestra Atlântica:

Antonio Adolfo grava CD com a ótima Orquestra Atlântica

Tênis + Clube- Lô Borges:

Lô Borges resgata um de seus álbuns clássicos em belo DVD

Expresso Della Vita- Solare- Maestrick:

Maestrick mostra como fazer prog metal bom de se ouvir

60 Anos de Bossa Nova- Claudette Soares e Alaíde Costa:

ClaudetteSoares-AlaídeCosta são realmente o fino da bossa

Quebra Cabeça- Bixiga 70:

Bixiga 70 destila grooves com categoria em Quebra-Cabeça

Alimente a Vida- Los Três Plantados:

Los 3 Plantados unem lindas mensagens ao rockão perfeito

Welcome To The Blackout- David Bowie:

David Bowie em um CD duplo gravado ao vivo em tour de 78

Dos Navegantes- Edu Lobo, Romero Lubambo, Mauro Senise:

Edu Lobo faz belas releituras de clássicos com parceiros ilustres

Gota Onde Nada o Peixe- Tania Grinberg e Fabio Madureira:

Tânia Grinberg e Fabio Madureira lançam CD com show em Sampa

Sky Trails- David Crosby:

David Crosby e seu Sky Trails, mais um desses CDs incríveis

DVD de Rogério Rochlitz é cativante

Por Fabian Chacur

Descobri Rogério Rochlitz por acaso, ao vê-lo fazer excelente abertura para um show de Guilherme Arantes em dezembro de 2012. Bela descoberta. Desde então, acompanho com atenção o seu trabalho, e inclusive já resenhei aqui em Mondo Pop seu excelente CD Móbile (leia aqui). Agora, é a vez de dar a minha opinião referente a seu DVD Cores ao Vivo (Itaú Cultural/Tratore/Independente) e só tenho elogios para o mesmo. Coisa finíssima mesmo!

Com pouco mais de 40 anos de idade, Rogério é um cara com sólida formação técnica como músico e bastante versátil como profissional, pois atua como tecladista, compositor, arranjador e produtor, sempre com nível de excelência dos mais altos. Integrou nos anos 90 a ótima banda Jambêndola e tocou com gente do naipe de Elton Medeiros, Paula Lima e Danilo Caymmi, além de integrar o célebre Trio Mocotó.

Sua carreira solo é centrada na música instrumental, e ele mostra mais uma vez que dá para investir nessa seara sem cair no virtuosismo excessivo ou no que alguns apelidam de “música só para músicos”, repletas de acordes e levadas rítmicas difíceis que, no entanto, pouco cativam o público neófito ou sem tanto conhecimento teórico. Rochlitz não cai nessa armadilha, e faz música para todos, sem amarras ou restrições.

Seu DVD traz músicas que fundem jazz, forró, baião, bossa nova, samba, pop, chorinho e o que mais pintar sempre de forma fluente e boa de se ouvir. Os instrumentos entram sempre nas horas certas e dialogam entre si com o objetivo de servir cada tema, sem arroubos ou exageros metidos a besta. Os solos e acompanhamentos elaborados ocorrem, mas de forma a gerar prazer nos ouvidos alheios. E como geram!

A abordagem que Rogério Rochlitz e sua banda mostram em termos de ritmos brasileiros é deliciosa, mesclando-os sem medo de ser feliz com funk de verdade e jazz, por exemplo. Dá para dançar, para ouvir atentamente ou para curtir com a pessoa amada. Faixas como Simbora, Mashish, Filarmônica da Chipônia, Maré, Estrela Azul e Suíte Baião são bons destaques dessa fusion brazuca contagiante e levada da breca.

O músico também mostra Tempo e Meio Sonho no esquema piano solo, e demonstra muita técnica, sensibilidade e swing, elementos que me conquistaram logo na primeira vez que o ouvi se apresentando ao vivo. Impressionante como o cara toca piano e como o cara respeita o seu instrumento, dosando as notas e as harmonias e dividindo generosamente com a plateia o prazer que esbanja ao tocar.

A banda que o acompanha é impecável, com Fábio Sá (baixo), João Poleto (sopros), Amílcar Rodrigues (sopros) e o lendário João Parahyba (percussão), fundador do Trio Mocotó e célebre por participações marcantes em discos de artistas como Jorge Ben Jor e Ivan Lins, só para citar dois. Só o baile percussivo dessa fera já valeria o DVD, que no entanto tem mais, muito mais.

Cores Ao Vivo é um documento concreto de como a música instrumental brasileira pode mergulhar em caminhos igualmente elaborados, criativos e acessíveis ao ouvido médio, permitindo a quem o ouve ter o mesmo tipo de reação que nossos pais e avós tinham ao ouvir os mestres geniais do chorinho como Altamiro Carrilho, Luperce Miranda e tantos outros, que criavam genialmente e entretinham com habilidade ao mesmo tempo.

Veja o clipe de Prince No Sambão, com Rogério Rochlitz:

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