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Category: Resenhas (page 6 of 70)

U2 relê 40 hits de sua carreira no álbum Songs of Surrender

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Por Fabian Chacur

O U2 resolveu mergulhar em seu repertório de quatro décadas para selecionar as músicas para um novo álbum, Songs Of Surrender, que será lançado em vários formatos pela Universal Music no dia 17 de março (saiba mais aqui). Com curadoria e produção a cargo do guitarrista The Edge, foram escolhidas 40 canções para receberem novos arranjos, gravações e até alguns novos versos, em certos casos.

Algumas das regravações já estão disponíveis nas plataformas digitais, e tem em comum o vocalista Bono usando regiões mais graves de sua extensão vocal. O resultado certamente levará alguns fãs a preferir de longe as versões originais, mas uma frase do grupo Roupa Nova ao fazer um trabalho com este mesmo enfoque em 1999 (Agora Sim!) pode ser usado aqui: “as releituras não invalidam as versões originais, nem o contrário”.

Entre outras, temos em Songs Of Surrender canções como Beautiful Day (ouça aqui), One (ouça aqui), With Or Without You (ouça aqui) e Pride (In The Name Of Love). É ouvir e tirar suas próprias conclusões.

Pride (In The Name Of Love)-U2:

Arlo Parks mostra levada hipnótica em Impurities

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Por Fabian Chacur

Para quem acha que a música atual é absolutamente desprezível, vale a pena pesquisar um pouco mais. Sempre é possível se encontrar novos e promissores valores. Como Arlo Parks, por exemplo. A cantora e compositora britânica de 22 anos estreou com tudo em 2021 com o álbum Colapsed in Sunbeams, que lhe valeu prêmios, duas indicações ao Grammy e o 3º posto na parada britânica. E a moça se mostra a todo vapor, se levarmos em conta suas novidades.

Parks anunciou para o dia 26 de maio o lançamento de seu 2º álbum, My Soft Machine, pela Transgressive Records. A primeira amostra, Weightless (ouça e veja o clipe aqui), agradou em cheio. E ela agora nos apresenta mais uma amostra para atiçar os nossos ouvidos.

Impurities traz uma levada rítmica hipnótica e leves toques de música ambient e oriental, com a voz doce e deliciosa da cantora britânica dando o tom geral. Em press release enviado à imprensa, ela explica a motivação em torno desta canção:

“Trata-se de estar perto de pessoas que fazem você se sentir como se sua feiura interior e falhas e erros não importassem, que o levantam e o fazem rir, que o fazem se sentir bem e limpo”.

Para a felicidade de quem gosta de conferir novos talentos em suas fases iniciais, Arlo Parks estará em breve no Brasil. Ela é uma das atrações do C6 Festival no dia 19 de maio em São Paulo, evento que também terá no elenco Kraftwerk, Caetano Veloso e Samara Joy, entre outros.

Impurities (clipe)- Arlo Parks:

Belchior é bem apresentado em Apenas Um Coração Selvagem

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Por Fabian Chacur

Os dez últimos anos da vida de Belchior (1946-2017) foram tão marcados pelo sensacionalismo da mídia em geral que todos os projetos que forem feitos em prol de reabilitar a sua imagem como um seminal cantor, compositor e músico devem ser louvados. E esse é precisamente o caso de Apenas Um Coração Selvagem, documentário de Camilo Cavalcanti e Natália Dias que será exibido no canal a cabo Curta! neste sábado (4) às 15h45 e domingo (5) às 22h15.

Com 90 minutos de duração, o documentário se vale de diversas entrevistas concedidas pelo autor de Apenas Um Rapaz Latino Americano durante a sua vida para servirem como narração, através da qual é apresentada a sua trajetória. O material foi muito bem pesquisado, e é legal poder conferir as memórias e pontos de vista de Belchior em várias fases de sua vida.

Além dos ótimos depoimentos dele, também temos apresentações ao vivo em shows e em programas de TV, que servem como bons exemplos não só da excelência e peculiaridade da obra do artista cearense, mas também para registrar o quanto ele era não só um inspirado compositor, mas também um extremamente competente intérprete, no seu estilo de trovador eletrônico.

Nesse aspecto, dois momentos são particularmente arrepiantes. Um é Bel (como seus amigos mais próximos o chamavam) mostrando toda a sua categoria como cantor em Paralelas.

Outro é uma performance simplesmente sensacional de Elis Regina interpretando Como Nossos Pais. As gravações de Elis dessa música e de Velha Roupa Colorida abriram o caminho para o compositor enfim estourar nacionalmente, já aos 30 anos de idade, com o antológico Alucinação (1976).

Como os autores optaram por não colher depoimentos atuais sobre Belchior, a excelente montagem feita pelo craque Paulo Henrique Fontenelle nos dá um clima de como se estivéssemos absorvendo as informações no tempo em que as mesmas estavam ocorrendo.

Isso evita um tom de endeusamento do artista, mostrando até mesmo momentos em sua carreira nos quais a crítica foi ácida com ele, e suas reações em relação a isso, sempre com muita classe e também uma pitada de acidez bastante compreensível para quem chegou a ser avacalhado.

Quem teve a oportunidade de conhecer e conviver com Belchior sabe o quanto ele era acessível, simpático e inteligente, e essas características surgem naturalmente durante Apenas Um Coração Selvagem.

A boa sacada fica por, na parte final do documentário, mostrar apenas de passagem aqueles dez anos de folclorização da vida particular do artista, vendido como um fujão, picareta e maluco. Esse período surge com citações rápidas de programas de TV e imagens de matérias de jornais e revistas.

Aquilo foi muito triste, pois entre o fim dos anos 1980 e o início dos anos 2000, Belchior ficou praticamente no limbo, ignorado por TVs, rádios e quetais, mesmo sendo acessível e tendo o que falar. Virar personagem de programas sensacionalistas nos seus anos finais foi realmente algo que ele não merecia, independente do que ocorreu naqueles anos dolorosos.

Belchior Apenas Um Coração Selvagem é uma bela forma de apresentar às novas gerações um dos grandes nomes da nossa cena cultural, alguém que soube usar a música e a poesia de forma inspiradíssima e própria, gerando assim uma obra que certamente permanecerá.

Lógico que não esgota o assunto, o que seria impossível em um único filme, mas certamente se torna indispensável para quem quer ter uma ideia de quem foi esse artista como também para quem, como eu, tem muita saudade daquele rapaz latino americano tão talentoso e tão gente boa.

Leia mais sobre Belchior aqui.

Belchior Apenas Um Coração Selvagem- trailler:

City And Colour divulga bela faixa de seu futuro álbum

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Por Fabian Chacur

Com 42 anos de idade, o cantor, compositor e músico canadense Dalla Green esbanja talento em duas frentes. Uma, como integrante da banda alternativa Alexisonfire. A outra em uma trajetória individual que ele batizou como City And Colour, brincando com o seu nome- Dallas, a cidade, e Green (verde), a cor. Seu trabalho é um dos mais consistentes de sua geração, e mais uma vez eles nos dá provas disso com o single Fucket Up, recém-lançado.

A canção é uma balada folk tocante, com melodia encantadora e uma letra profunda sobre os relacionamentos afetivos que ele explica em press-release enviado à imprensa:

“Eu queria escrever uma canção lúdica sobre as provações e atribulações de estar em um relacionamento. Quando você é jovem, você é vendido sobre esta ideia do que a vida deve ser… casar, ter filhos e viver feliz para sempre. Mas isso não é a vida real. Você muda. A vida evolui e você evolui com ela. Esta canção é para todos que estão passando por isso”.

Essa faixa incrível integrará o álbum The Love Still Held Me Near, que será lançado no dia 31 de março pela Still Records e Dine Alone Records (saiba mais informações sobre os formatos aqui).

Fucked Up (clipe)- City And Colour:

Lana Del Rey lança um single hipnótico e voltará ao Brasil

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Por Fabian Chacur

Lana Del Rey voltará ao Brasil em breve. Ela será uma das atrações do festival MITA, que rola no dia 27 de maio no Rio de Janeiro e no dia 3 de junho em São Paulo. A badalada cantora e compositora norte-americana lançará no dia 24 de março seu novo álbum, Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean BLVD, e para estimular seus fãs pelo mundo afora, acaba de divulgar mais uma faixa deste trabalho.

Trata-se de A&W, hipnótica, com mais de 7 minutos de duração e letra polêmica. A canção foi escrita em parceria com Jack Antonoff, conhecido por ter integrado as bandas Fun e Bleachers, ser vencedor de 8 troféus Grammy e de trabalhar com a própria Lana e também Tailor Swift, Lorde e Carly Rae Jempsen. Embora longa, a música te envolve e passa voando.

Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean BLVD será disponibilizada nas gloriosas plataformas digitais e terá também diversos formatos físicos (saiba mais aqui).

A&W– Lana Del Rey:

Duca Belintani incorpora o espírito do blues em novo CD

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Por Fabian Chacur

Meu professor de violão, o grande e saudoso Ruy Weber, me disse certa vez que esse instrumento era o mais fácil de se tocar….mal! Ou seja, com poucos acordes você já sai enganando por aí. Agora, tocar bem, aí é outra história. É possível dizer o mesmo do blues, levando-se em conta sua estrutura aparentemente simples e básica. Para ser craque, no entanto, é preciso muita dedicação. E Duca Belintani faz parte do restrito time de músicos brasileiros que brilham nessa área.

Com quase quatro décadas de estrada, este cantor, compositor, guitarrista, educador, produtor e escritor (leia mais sobre ele aqui) mostra todo o seu talento em um novo e excelente CD. Trata-se de Electric Delta, desdobramento do single lançado anteriormente por ele exclusivamente em vinil com as músicas A Long Time e I’m Back.

A inspiração para este álbum veio da viagem que Duca fez em 2019 à trilha do blues nos EUA de Chicago a New Orleans, durante a qual se apaixonou de uma vez por todas pelo som do delta do Mississipi. Nessa viagem, ele inclusive tocou no lendário Blue Front Cafe em Bentonia. Suas maiores influências no novo CD foram os mestres Muddy Waters e RL Burnside.

Cantando e tocando guitarra, Belintani tem como banda base nas 9 faixas de Electric Delta Vinas Peixoto (bateria, percussão, coprodução e dono do estúdio onde foram realizadas as gravações) e Benigno Sobral (baixo). O álbum também conta com as participações especiais de Otávio Rocha (guitarra, do Blues Etílicos), Luiz Bueno (guitarra, do Duofel), Matheus Schanovski (teclados),Ulisses da Hora (bateria) e Ricardo Scaff (gaita).

Autor de todas as faixas, Duca nos oferece um vocal áspero e intenso, na melhor tradição do blues americano. Sua performance na guitarra é pautada por bom gosto na escolha dos timbres, bases sólidas e solos que dizem muito sem esbanjar notas, com uma concisão típica de quem tem muita rodagem e sabe exatamente o necessário para obter um grande resultado.

Belintani esbanja conhecimento do blues elétrico, e não perde tempo com exageros técnicos ególatras, valendo-se de convenções e riffs tradicionais com muita personalidade e fugindo da mera cópia ou caricatura. O que ele toca e canta vem do fundo da alma, e só assim para ser relevante nessa área.

A levada seca e contagiante de Seven Dollars, o hard blues Just An Old Man, a quase hipnótica A Long Time, a linda homenagem Muddy’s Goove (com direito a citação de clássicos de Muddy “Mississipi” Waters) e a sensacional I’m Going Down In Mississipi (gravada ao vivo) são destaques de um CD de padrão internacional. Coisa de quem fez a lição de casa, e muito bem feita.

I’m Going Down To Mississipi (live)– Duca Belintani:

The Revivalists retornam com o single Kid e um álbum vem aí

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Por Fabian Chacur

Há bandas que estouram de um dia pro outro, e outras que vão aos poucos construindo uma trajetória elogiável e consistente. The Revivalists se encaixam feito luva na segunda descrição. Na ativa desde 2007, este octeto oriundo de Nova Orleans, Louisiana (EUA) conquistou nesses anos todos uma boa reputação na cena do rock alternativo. Eles voltam à cena com um ótimo single, Kid, e prometem seu 5º álbum, Pour It Out Into The Night, para o dia 2 de junho.

A banda liderada pelo cantor David Shaw e pelo guitarrista Zack Feinberg não lançava um álbum completo desde Vital Signs (2018). E volta com força total, com um single potente, com letra pra cima e com aquela sonoridade que mescla rock, folk e um pouco do swing da soul music que leva a associações com bandas como The Waterboys e The Pogues.

Em termos comerciais, os trabalhos lançados pela banda estadunidense ainda não renderam grandes vendagens, mas ao menos valeram a criação de um fã-clube fiel e de muitos elogios por parte da crítica especializada.

De quebra, eles abriram alguns shows nos EUA de ninguém menos do que os Rolling Stones, um belíssimo aval. Que eles possam ter mais sorte com Pour It Out Into The Night.

Kid (clipe)- The Revivalists:

Norah Jones e Logic gravam em parceria um swingado single

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Por Fabian Chacur

O rapper, compositor e produtor estadunidense Logic e Norah Jones tem em comum a capacidade de interagir constantemente com outros artistas. Ela já gravou com Foo Fighters, Ray Charles, Willie Nelson, Herbie Hancock, Dolly Parton e Billie Joe Armstrong (Green Day), entre outros, enquanto ele já fez registros com Eminem, Imagine Dragons, Alessia Cara, Khalid e Ryan Tedder. Amigos virtuais há algum tempo, nada mais natural do que eles enfim gravarem juntos.

A dupla se reuniu em algum momento de 2022 no Woodshed Studios para gravar Paradise II, que equivale a uma continuação de Paradise (ouça aqui), lançada originalmente em 2015 no álbum do rapper estadunidense intitulado The Incredible True Story.

O resultado agrada em cheio, com seu swing de certa forma remetendo ao que se rotulou de acid jazz nos anos 1990, ou seja, influenciado por funk dos anos 1970 e pelo hip hop. A parceria deu super certo, e não estranhe se pintar mais alguma coisa dos dois futuramente.

Com 33 anos de idade, Logic lançará no próximo dia 24 seu 8º álbum de estúdio, College Park. Ele concorreu a dois troféus Grammy (não saiu vencedor), e emplacou dois de seus CDs no topo da parada americana, Everybody (2017) e Confessions of a Dangerous Mind (2019).

Paradise II- Logic & Norah Jones:

Laure Briard investe em um pop solar na bela Smell of Your Hair

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Por Fabian Chacur

Na ativa desde 2016, o selo e produtora musical PWR Records busca abrir espaços para o trabalho musical de mulheres e de minorias de gênero. Após lançar trabalhos de artistas como Mariana Cavanellas, Tori e Mulamba, a empresa brasileira nos apresenta sua primeira contratação internacional. E não poderiam ter começado melhor, a se levar em conta a qualidade do single The Smell of Your Hair, da cantora e compositora francesa Laure Briard.

Com um tempero do pop sessentista mais delicado e melódico, essa canção é simplesmente deliciosa, e conta com um clipe criativo e divertido dirigido e criado por Benjamin Marius Petit e Clara Villegas. O vocal suave e afinadíssimo de Laure amarra todas as pontas, com um resultado que cativa logo nos primeiros momentos desta impecável gravação.

O single fará parte do repertório de Ne Pas Trop Rester Bleu, 4º álbum da artista e que será o sucessor dos anteriores Révélation (2015), Sur la Piste de dance (2016) e Un peu plus de l’amour s’il vous plaît (2019).

Laure tem boa ligação com nosso país, e temos dois bons elementos para ressaltar isso. O primeiro é Ciel Mer Azur (veja o clipe aqui), outra canção já divulgada do novo álbum cuja letra foi inspirada pelo Brasil.

O outro é o lançamento nas plataformas digitais, em 2022, do EP Eu Voo, com canções em português e produção a cargo de Benke Ferraz, integrante da badalada banda indie brasileira Boogarins.

Smell Of Your Hair (clipe)- Laure Briard:

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