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Rita Lee tem seu álbum acústico lançado em vinil duplo laranja

rita lee acustico 400x

Por Fabian Chacur

Nos dias 4 e 5 de junho de 1998, Rita Lee gravou no Teatro João Caetano no Rio de Janeiro o seu acústico na MTV. Acompanhada por uma super banda comandada pelo maridão Roberto de Carvalho, ela deu uma linda geral em vários de seus clássicos, com participações especiais estreladas. Na época, Acústico não saiu em vinil, pois o formato estava em desuso. Essa lacuna acaba de ser preenchida pela Universal Music, em uma edição em LP duplo na cor laranja avermelhada.

Entre as várias edições do programa da emissora musical, este da agora saudosa Tia Rita foi um dos mais badalados, pois trouxe parcerias das mais significativas, todas reverenciando essa artista tão especial. Os Titãs, por exemplo, uma das bandas favoritas dela, entrou em cena para defender Papai Me Empresta o Carro, em uma performance adorável que agradou a todos.

Muito tímida, Cássia Eller assim mesmo mostrou todo o seu talento em Luz Del Fuego. Outra representante do rock brasileiro dos anos 1980 foi Paula Toller, na releitura de Desculpe o Auê. E Milton Nascimento encantou a todos com uma emocionante interpretação de Mania de Você, um dos momentos mais marcantes deste álbum, na verdade todo marcante.

Papai Me Empresta o Carro (ao vivo)– Rita Lee e Titãs:

Cássia Eller (1990) ganha uma reedição em vinil vermelho

cassia eller lp400x

Por Fabian Chacur

Um dos álbuns de estreia mais impactantes da história da nossa música tem como título o nome da própria artista, Cássia Eller (1990). Um trabalho ousado, no qual a grande cantora mesclou composições de autores da chamada Vanguarda Paulistana com outras de roqueiros cariocas e clássicos do rock internacional.

Este disco icônico acaba de ser relançado no formato vinil vermelho, acrescentando uma faixa à edição original em LP, Tutti Frutti, standard rocker consagrado por Little Richard (saiba mais aqui).

Embora não tenha tido um resultado comercial sequer próximo ao que outros discos de Cássia Eller obteriam nos anos subsequentes, este álbum mostra a capacidade da cantora de pegar material alheio e dar ao mesmo uma cara própria e bem particular.

O melhor exemplo é Por Enquanto, da Legião Urbana, que com ela ganhou versão voz e violão e abertura com trecho de I’ve Got a Feeling, dos Beatles, adquirindo alma e intensidade sequer sugeridas por Renato Russo e seus asseclas na gravação contida em seu também disco de estreia de 1985.

Rockão em Não Sei o Que Eu Quero da Vida, reggae em Eleanor Ribgy, funk-rock em Rubens e lirismo folk em Lullaby (única faixa assinada por ela, em parceria com Marcio Faraco), temos um trabalho que se recusava a dialogar com padrões comerciais e modismos. Quem sabe por isso, e pela incrível personalidade de Cássia, tenha se tornado perene.

Eis as faixas de Cássia Eller (1990):

Lado A:

1 – Já deu pra sentir / Tutu (Itamar Assumpção/ Marcus Miller)

2 – Rubens (Mário Manga)

3 – Barraco (Frejat/ Jorge Salomão) *Part. Especiais: Frejat e Peninha

4 – Que o Deus venha (Frejat/ Cazuza/ Clarice Lispector)

5 – Eleanor Rigby (John Lennon/ Paul McCartney)

Lado B

1 – Otário (Bocato)

2 – Por enquanto (Renato Russo)

3 – O dedo de Deus (Mário Manga/ Arrigo Barnabé)

4 – Lullaby (Cássia Eller/ Márcio Faraco)

5 – Não sei o que eu quero da vida (Hermelino Neder/ Arrigo Barnabé)

6 – Tutti Frutti (Lubin/ Penniman/ La Bostrie)

Por Enquanto– Cássia Eller:

Cássia Eller (1994) ganha nova versão, desta vez em vinil duplo

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Por Fabian Chacur

Embora ótimos, os dois álbuns iniciais de Cássia Eller não conseguiram um bom resultado em termos comerciais. Esse era o desafio a ser enfrentado por Cássia Eller (1994), o 3º trabalho desta incrível cantora, e foi vencido de forma impecável, ultrapassando as 100 mil cópias vendidas e rendendo a ela um disco de ouro. Este álbum terá uma nova roupagem e será lançado no final deste mês no formato LP duplo de vinil (saiba mais, inclusive o preço, aqui).

A edição original do 3º álbum dessa saudosa cantora carioca que nos deixou prematuramente em 2001 saiu em CD, fita-cassete e vinil simples. A reedição provavelmente se vale do formato LP duplo como a chance de dar um pouco mais de espaço aos sulcos de cada uma das 13 faixas, teoricamente proporcionando uma melhor qualidade técnica de som ao ouvinte. Algo a ser conferido posteriormente, vale ressaltar.

A faixa que impulsionou este disco rumo ao topo das paradas de sucessos foi Malandragem, parceria até então inédita de Cazuza e Frejat que anteriormente havia sido oferecida a Angela Ro Ro, que optou por não gravá-la por não se sentir muito adequada à letra. Cássia encarou, e se deu muito bem, curtindo assim o seu primeiro hit radiofônico de fato.

Outro destaque do álbum foi E.C.T., primeira canção de Nando Reis gravada por ela, momento que daria início a uma parceria das mais produtivas na carreira de ambos. Merecem ser devidamente reverenciadas ainda as releituras de Coroné Antonio Bento e Try a Little Tenderness, grandes hits nas vozes de respectivamente Tim Maia e Otis Redding.

Eis as faixas de Cássia Eller (1994):

Disco 1

Lado A:
1.Partners
2.Malandragem
3.E.C.T.

Lado B:
1.Try A Little Tenderness
2.1º De Julho
3.Na Cadência Do Samba
4.Lanterna Dos Afogados

Disco 2

Lado A:
1.Coroné Antonio Bento
2.Metrô Linha 743
3.Socorro

Lado B:
1.Blues Do Iniciante
2.Música Urbana 2
3.Pétala

Malandragem (clipe)- Cássia Eller:

Cássia Eller em bela versão inédita de Espírito do Som

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Por Fabian Chacur

No próximo dia 29, completaremos 20 longos anos sem Cássia Eller. A incrível cantora, que teria soprado 59 velinhas no último dia 10, nos deixou uma discografia das mais respeitáveis. Como forma de celebrar essa artista de assinatura personalizada, chegou às plataformas digitais uma versão inédita de Espírito do Som, composição de Péricles Cavalcanti e Chico Evangelista que fez sucesso na voz de Rosa Marya Colin e integrou o álbum Vagando (1980), relançado em 2018 como material bônus do CD de inéditas Rosa pela Gravadora Eldorado/Nova Estação (leia a resenha aqui).

O registro de Cássia interpretando esse efervescente blues rock foi feito em 1985 em uma fita-cassete, no melhor estilo voz e violão. Como forma de dar à gravação uma roupagem mais caprichada, Chico Chico (filho da intérprete), Rodrigo Garcia e Pedro Fonseca produziram um novo acompanhamento instrumental. Participaram dele Rodrigo Garcia (violão), Pedro Fonseca (piano e órgão), Cesinha (bateria), Marfa Kurakina (baixo) e Kadu Mota (guitarra).

O engenheiro de som Bruno Giorgi fez o possível para dar ao vocal e violão de Cássia a melhor condição técnica possível. Se o resultado não ficou perfeito, tendo às vezes um clima meio fantasmagórico, especialmente no início, a performance visceral e potente da intérprete compensa tais problemas, assim como o ótimo acompanhamento instrumental da banda. E o lançamento exclusivamente nas plataformas digitais também justifica esse resultado não 100% perfeito em termos técnicos. O clipe foi dirigido por Rafael Saar.

Espírito do Som (clipe)- Cássia Eller:

Chico Chico lança versão voz e violão do hit Maria Bethânia

chico chico capa do single

Por Fabian Chacur

O Chicão cresceu, assumiu o nome artístico de Chico Chico e tem mostrado que não nega seu DNA. Para quem não se lembra, ele é filho de dois saudosos nomes da nossa música, a grande Cássia Eller e o também brilhante baixista Tavinho Fialho. Seu mais recente lançamento é uma releitura de Maria Bethânia, clássico do repertório de Caetano Veloso de 1971, com clipe já disponibilizado nas plataformas digitais.

No melhor estilo voz e violão de cordas de aço, Chico Chico imprime à belíssima canção em inglês, lançada em um sublime álbum que Caetano gravou durante seu exílio na Inglaterra e uma espécie de carta musical à sua irmã, uma forte acentuação de blues, com resultado bastante interessante.

A regravação faz parte do projeto Vale a Pena Gravar de Novo, que celebra os 20 anos do selo fonográfico Astronauta e traz releituras de clássicos da nossa música. A idealização, produção e direção artística ficaram a cargo de Leonardo Rivera, com engenharia de áudio de Pedro Garcia. As gravações ocorreram no bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, no estúdio Cantos do Trilho.

Com 26 anos de idade, Chico Chico apareceu com destaque durante o show de sua mãe no Rock In Rio em 2001, durante a incendiária releitura que ela fez de Smells Like Teen Spirit, sugestão do garoto, por sinal. Desde 2015 com o novo nome, ele participou de discos de Ana Cañas e Gastão Villeroy.

Além disso, participou dos grupos 2×0 Vargem Alta, com a qual lançou em 2015 um álbum autointitulado, e mais recentemente do 13.7. Ele voltou ao Rock In Rio em outubro deste ano, no espaço Ford, marcou presença em show ao lado de integrantes das bandas Fresno, NX Zero, Cachorro Grande e Vanguart, cantando músicas como Sujeito de Sorte, de Belchior, e Lithium, do Nirvana.

Maria Bethânia (clipe)- Chico Chico:

A cantora Thathi homenageia Cássia Eller com show no Rio

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Por Fabian Chacur

Cássia Eller morreu em 29 de dezembro de 2001 com apenas 39 anos. No entanto, deixou para os fãs uma obra consistente e repleta de emoção e grandes momentos. A cantora e guitarrista baiana Thathi fará um show em homenagem à intérprete de Por Enquanto e tantos outros sucessos em show no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (20) às 21h30 no Solar do Botafogo (rua General Polidoro, nº180- Botafogo-RJ- fone 0xx21-2543-5411), com ingressos custando R$ 25,00 e R$ 50,00.

Intitulado Cássia Eller Por Thathi, a apresentação oferecerá ao púbico uma interpretação pessoal por parte da artista baiana, que dará uma geral em momentos importante do repertório de Cássia, com direito a Malandragem, ECT e All Star, entre outras. Embora seu timbre vocal lembre o da saudosa intérprete, a ideia é mostrar uma versão personalizada desses sucessos, sem cair na mera imitação.

Thathi possui uma carreira na qual estão computados três álbuns lançados até o momento. Seu mais recente trabalho é um EP que conta com participações especiais de Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, e da cantora e compositora Isabella Taviani. A produção ficou a cargo de Ricardo Feghali, conhecido como tecladista do Roupa Nova.

Malandragem (ao vivo)- Thathi:

All Star (ao vivo)- Thathi:

DVD ajuda a matar saudades de Cássia Eller

Por Fabian Chacur

Cássia Eller nos deixou em um triste 29 de dezembro de 2001, com apenas 39 anos. Sua curta trajetória nos deixou ótimos trabalhos e a força de uma intérprete que sabia mesclar como poucas rock, MPB, soul, jazz e o que mais pintasse na sua frente, sempre de forma intensa e original. Duro ficar sem ela.

Como forma de matar saudades desse verdadeiro furacão musical, chega às lojas um novo DVD que mescla material inédito e já lançado anteriormente. O título é Do Outro Lado do Avesso – Cássia Eller Solo (Universal Musical), e serve como boa amostra de um talento simplesmente arrasador.

As 12 faixas inéditas foram extraídas do show Luz do Solo, que a cantora fez em março de 2001 valendo-se apenas de voz e violão. Em apenas uma música ela conta com o apoio de um saxofone. De resto, só ela, ela e ela. E quem será capaz de reclamar? Eu, com certeza, não serei uma dessas hipotéticas pessoas.

Com seu jeito tímido e desencanado, Cássia nos apresenta interpretações intensas de músicas como All Star (Nando Reis), Gatas Extraordinárias e Diamante Verdadeiro (ambas de Caetano Veloso), Queremos Saber (Gilberto Gil) e You’ve Changed (Bill Carey e Carl Fischer).

Complementando os 90 minutos de duração total do DVD, foram incluídas faixas ao vivo extraídas de cinco outros lançamentos anteriores, com um total de 10 faixas adicionais. Dessa forma, temos uma espécie de “melhores momentos ao vivo”, que tornam este DVD uma espécie de coletânea, cartão de visitas ou iniciação, como você preferir definir.

Ouvir Cássia mandando brasa em músicas como Try a Little Tenderness (hit com o soul man Otis Redding), Smells Like Teen Spirit (do Nirvana), Woman Is The Nigger Of The World (John Lennon) e Todo o Amor Que Houver Nessa Vida (Cazuza e Frejat) são provas da incrível personalidade da intérprete, que faz uma falta danada!

Queremos Saber (ao vivo), com Cássia Eller:

As minhas lembranças de Cássia Eller, uma intérprete maravilhosa

Por Fabian Chacur

Se ainda estivesse entre nós em termos físicos, Cássia Eller estaria completando nesta segunda-feira (10) 50 anos de idade. Como ela permanece na memória de todos os fãs da melhor música brasileira, vale celebrar essa data redonda e lembrar um pouco desta artista brilhante, que nos deixou em um triste 29 de dezembro de 2001.

Meu primeiro contato com ela ocorreu graças a uma grande amiga, a Regina Estela Vieira, em 1990. Na época, a Reka (seu apelido) era assessora de imprensa da gravadora Polygram (hoje, Universal Music), e me convidou para ver, no teatro do hotel Crowne Plaza (hoje extinto, ficava na rua Frei Caneca, em São Paulo), o show de uma nova cantora que havia acabado de ser contratada por aquele selo.

Nunca vou me esquecer daquele impactante contato inicial. Aquela moça bela e simples entrou em cena e, acompanhando-se inicialmente só por voz e violão, mandou ver um trecho de I’ve Got a Feeling, dos Beatles, para depois investir em Por Enquanto, obscura música da Legião Urbana de Renato Russo.

Aquele vozeirão incorporou a letra e a melodia da canção de tal forma que me fez gostar de uma composição escrita por um artista e grupo que sempre detestei, a Legião Urbana da Boa Vontade do Pastor Renato Russo. O resto daquele show, com banda, completou o serviço de me tornar fã de Miss Eller.

A partir daquele exato momento, passei a acompanhar passo a passo a carreira de Cássia, com direito a entrevistá-la em pelo menos três ocasiões. Numa delas, a moça veio acompanhada do poeta Wally Salomão, seu produtor no belíssimo álbum em homenagem a Cazuza, Veneno Antimonotonia (1997).

Cássia era tímida, mas quando percebia que você era uma pessoa legal e tinha boas perguntas, acabava se soltando, proporcionando ótimas entrevistas. Minha última vez com ela foi na coletiva organizada para divulgar o álbum Acústico MTV (2001), seu trabalho com melhor resultado em termos comerciais.

Poucas intérpretes brasileiras se mostraram tão efetivas na hora de pegar canções alheias e dar a elas um formato personalizado e próprio como Cássia Eller.Ela não compunha, mas, tal qual Elis Regina, sabia como poucas tomar posse de uma música.

Difícil saber como teria sido se ela tivesse chegado até aqui em termos físicos para comemorar cinco décadas de vida. O mais importante é ver que a obra que Cássia nos deixou continuará servindo como uma bela trilha sonora para nossas vidas.

Por Enquanto, ao vivo em 1990, com Cássia Eller:

Dez anos sem a agridoce e genial Cassia Eller

Por Fabian Chacur

Graças ao convite da minha amiga Regina Estela Vieira, então assessora de imprensa da gravadora Polygram (hoje, Universal Music), tive a oportunidade de ver um dos primeiros shows em São Paulo (bobeou foi o primeiro…) de uma certa Cassia Eller.

Essa apresentação teve como palco o teatro do hotel Crowne Plaza (hoje infelizmente extinto), em 1990. Lembro que logo de cara tomei um susto ao ouvir aquela figura marcante, só na base do voz e violão, interpretando Por Enquanto, de Renato Russo.

Após o show (no qual também foi acompanhada por uma ótima banda), saí encantado com o que vi e ouvi. Como jornalista especializado em música, tive a honra de entrevistar a Cassia em diversas oportunidades, sendo que nas últimas ela me cumprimentou chamando-me pelo nome.

Mais: em uma delas, autografou para mim de forma personalizada os seus discos. Em um deles, o célebre “chuta essa porra”, do lado da foto na qual ela chutava uma lata de lixo. Não tem preço!

Quando lançou um álbum tributo com músicas de autoria de Cazuza, ainda de quebra conheci o produtor de tal trabalho, o lendário Wally Salomão, outro que infelizmente também já se foi.

E nem é preciso dizer que, naquele 29 de dezembro de 2001, fui um daqueles que tomou um susto horrível ao receber a notícia da inesperada morte daquela estrela, com apenas 39 anos.

Cassia Eller foi um talento ímpar, tipo da artista difícil de ser comparada com outra. Sua voz era potente e ao mesmo tempo doce, combinação perfeita e gerando o agridoce total.

Ela era a mais roqueira das cantoras da MPB, e a mais MPB das cantoras de rock. Não sabia reler igualzinho as músicas dos outros, vide suas versões sensacionais de Por Enquanto, Smells Like Teen Spirit e Try a Little Tenderness, só para citar algumas.

E também sabia lançar novas composições com rara categoria, que o diga o cantor, compositor e músico Nando Reis, que teve várias músicas com sua assinatura lançadas pela saudosa moça do All Star azul.

Triste o fato de Cassia ter morrido no auge de seu sucesso, após ter feito naquele 2001 um show histórico no Rock in Rio e também após ter lançado seu disco de melhor desempenho comercial, Acústico MTV. A moça saiu de cena deixando um amargo gosto de quero mais na boca dos inúmeros fãs.

Fazer o que? Vida que segue. Ao menos, a cantora e violonista nos deixou como legado uma obra impecável, repleta de rocks, baladas, sambas, de música de alta qualidade, enfim. Saudade, muita saudade!

Ouça Por Enquanto, com Cassia Eller:

Novo CD ajuda a matar saudade de Cássia Eller

Por Fabian Chacur

29 de dezembro de 2001 foi um dos mais tristes da história da música brasileira. Nessa data, deixou-nos a maravilhosa Cássia Eller, uma das artistas mais talentosas e efervescentes de todos os tempos.

A cantora e violonista saiu de cena aos 39 anos, evidentemente jovem e com muita coisa ainda a realizar, embora nos tenha deixado um legado repleto de grandes interpretações.

Em seus pouco mais de dez anos de carreira fonográfica, Cássia gravou várias canções de Nando Reis, que a ajudou a se tornar uma ótima vendedora de discos, sem no entanto violentar sua arte.

A bola já estava quicando por aí há algum tempo, e agora, enfim se concretiza uma ideia excelente: reunir em um único CD “as canções que o Nando fez para Cássia cantar”.

A coletânea lançada pela Universal Music e intitulada Relicário nos traz 14 faixas escritas por Nando e interpretadas pela saudosa cantora, sendo 3 delas gravações inéditas.

O próprio Nando, em parceria com Felipe Cambraia, incumbiu-se de dirigir e conceber essa compilação. As faixas inéditas se valem de vocais gravados por Cássia em 1999 e 2000, com o acompanhamento instrumental complementado em 2006 e 2011.

São elas: Baby Love, que conta com a presença de Chicão, o filho de Cássia, UmTiro No Coração e As Coisas Tão Mais Lindas. Todas ótimas e bem encaixadas no contexto geral.

As outras onze são petardos conhecidos por todos, como All Star, O Segundo Sol, Relicário, E.C.T., Nenhum Roberto e Meu Mundo Ficaria Completo (Com Você).

A coletânea ficou uma delícia de se ouvir, pois soa como se fosse um trabalho de carreira de artista, especialmente pelo fato de ter sido montado por alguém que conhecia tanto Cássia como o ex-titã.

Podem ter certeza de que, se a mais roqueira das cantoras da MPB ou a mais MPB das roqueiras tupiniquins não tivesse morrido de forma tão precoce, ela provavelmente teria gravado um álbum só com músicas de Nando.

Como isso não foi possível, Relicário acaba sendo um belo consolo, além de uma forma de estancar um pouquinho a saudade dessa artista fantástica e ser humano simpático, tímido e marcante que se manterá vivo enquanto pudermos ouvir suas gravações maravilhosas. Saudade!

Relicário, com Nando Reis e Cássia Eller:

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