Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Category: Colunas (page 4 of 5)

Siouxsie assina com Universal e prepara-se para gravar CD

siouxie.jpgSiouxsie Sioux, vocalista e líder do grupo Siouxsie & The Banshees, assinou contrato com o selo W14, parte integrante do grupo Universal Music, e se prepara para entrar em estúdio.

O primeiro CD do novo acordo começa a ser gravado em breve, e tem lançamento previsto para 2007. O que ainda não ficou claro é se o mesmo será creditado a Siouxsie & The Banshees, ou se teremos enfim o primeiro disco solo da cantora, que já gravou também ao lado do baterista e marido Budgie no duo The Creatures. “Estou realmente excitada acerca de fazer novas canções, tenho vários colaboradores em mente, e me sinto empolgada em voltar aos estúdios de gravação”, afirmou ao site http://www.billboard.com/.

O disco mais recente da artista de repertório inédito é Hai! , do The Creatures, lançado em 2003 pela via independente. O co-produtor será o mesmo John Williams que trabalhou com a cantora e compositora britânica em Peep Show (1989), do grupo, e Boomerang (1989), do The Creatures. Foi lançado recentemente no Brasil Nocturne , DVD com material gravado pelo grupo nos anos 80 (leia resenha em http://mondopop.net/blog/?p=62). Siouxsie & The Banshees estiveram no Brasil em 1986 e 1996.
Clipe da música The Passenger :
http://www.youtube.com/watch?v=aHs9NBxH7F8
Clipe de Christine :
http://www.youtube.com/watch?v=fBxWWeJC5lc
Clipe de Dazzle :
http://www.youtube.com/watch?v=vSm2U37LUHA

MTV vai para a Pitty que o partiu

vma.jpgQuando surgiu, em 1990, a MTV Brasil parecia ser uma daquelas doses de energia e renovação de que nossa música, em especial a endereçada ao público jovem, precisa de tempos em tempos para se reciclar. E durante alguns anos, foi exatamente isso o que ocorreu. O ápice rolou em 1995, com a primeira premiação da emissora para os melhores clipes, que coroou Segue o Seco , de Marisa Monte, e revelou a hoje saudosa banda The Teahouse Band.

O problema é que, com o passar dos anos, esse evento, o VMB, tornou-se tão institucional e careta como um Troféu Imprensa, aquele do Silvio Santos. Pior: descambou para uma espécie de ação entre amigos, na qual basicamente os mesmos artistas concorrem e ganham sempre, com novos queridinhos surgindo aqui e ali. O VMB 2006 não saiu dessa toada: teve troféu para o Jota Quest e Los Hermanos, que nem ao menos se dignaram a ir lá recebê-los, Sepultura, Marcelo D2, CPM 22…. Da nova geração de “peixinhos”, Pitty mais uma vez saiu repleta de troféus, três, para ser mais específico. Isso, mesmo cantando feito uma gralha, sendo feia feito o capeta chupando manga e não oferecendo nada além de um rock pesado fraco, sem imaginação e nem ao menos atitude.

A premiação foi chatíssima, e nem o fato de Daniela “Transo no Mar, e Daí?” Cicarelli ter sido uma das apresentadoras proporcionou um clima menos tedioso, com os insuportáveis Casé e Marcos Mion se incumbindo de piorar o que já era ruim.

Agora, a piada máxima, a tal “banda dos sonhos”, com a seguinte escalação: Pitty para os vocais, Champignon (ex-Charlie Brown Jr.) no baixo, Japinha (CPM 22 e Hateen) na bateria e Fabrizio Martinelli (do Hateen) na guitarra. Se o dream team é esse, é como John Lennon já disse há 36 anos, o sonho acabou! Resultado: audiência baixa, pouca repercussão e a confissão de Caetano Veloso, que participou de novo da festa, de que nos camarins o povo ficava entre ver a premiação e o debate entre os candidatos à presidência da República. Que disputa: Pitty versus Picolé de Xuxú e Heloísa Meméia Helena……. Tô fora!

“Rádios rock”: sempre mais do mesmo

rock_radio.jpgOs 40 anos do álbum Revolver tem sido celebrado pelos amantes da música em todos os cantos do planeta (acabo de ouvir “Good Day Sunshine” numa rádio dos EUA), mas o fato passou quase que desapercebido por aqui. Aliás, pergunte a um garoto de 16 anos qual a canção dos Beatles que ele mais gosta. A resposta certamente será “Twist and Shout”, isso se ele souber quem são os Fab Four.

Ah, sim. Os grandes responsáveis pela formação musical dos jovens neste País ainda são as indefectíveis “rádios rock”, cuja a programação segue a mesma irracionalidade há mais de vinte anos. E qual a linha que seguem os programadores destas emissoras seguem? Apostar em uma ou duas canções de algumas bandas “famosas”, e principalmente, garantir parte de seu horário reservado para o “jabá”, e é isso. 

O resultado é óbvio. Apostando na mesmice, outras grandes canções de grandes bandas são simplesmente ignoradas por esse sistema podre que forma ouvintes com conhecimentos musicais cada vez mais limitados, e que por conta desta total escassez de influências acabam produzindo músicas “pasteurizadas” quando chegam aos estúdios. 

OK, agora a Internet permite que você ouça a uma rádio de Manchester, baixe uma música de uma banda nova da Escócia, e se liberte deste círculo vicioso. Pois faça isso, liberte-se. Não é possível que os Guns N’ Roses continuem a ser mais cultuados que os Beatles por aqui, ou que todas as bandas nacionais tenham a mesma sonoridade de uma banda pós-punk californiana (só falta o falso sotaque britânico) por mais dez anos.

Um misterioso silêncio

megaupload2.jpgVolta e meia as jurássicas grandes gravadoras que ainda insistem em seus velhos métodos de divulgação, e formatos falidos armam verdadeiras ‘caça às bruxas’ contra usuários, provedores de Internet, a fim de coibir a violação dos direitos autorais de suas obras (não seriam os direitos autorais pertencentes aos seus autores?). O fato é que mesmo os badaladíssimos myspace.com e youtube.com são alvo de críticas por parte das outrora poderosas gravadoras multinacionais.

O que me intriga é o silêncio com relação àqueles serviços de discos virtuais, como o alemão Rapidshare, e o norte-americano Megaupload (ambos estão entre os sites mais acessados da Internet). Aparentemente, estes serviços servem para que sejam armazenados grandes arquivos em seus servidores, e as empresas de telecomunicações lucram com o tráfego através de suas redes internacionais através de tarifas de interconexão (muitas vezes altíssimas).

A verdade é que dezenas terabytes de conteúdo protegido passam a cada dia por estes serviços e ninguém diz absolutamente NADA sobre isso. Gostaria de saber quanto estas empresas de Webhosting + Webspace lucram, e, principalmente, o porquê de sua “imunidade”. Quem souber, por favor, faça o upload da resposta.

A importância do Clipe

 

Desde os anos 60 (tudo começou com os Beatles), o vídeo clipe é usado pelos músicos não apenas como forma de divulgação mas também para firmar sua imagem perante a seu público.

Ninguém pode responder se Thriller, de Michael Jackson, seria um dos maiores álbuns da história sem a força dos espetaculares videoclipes. O que seria de Madonna sem a imagem? Difícil dizer se apenas as suas canções, sem o apelo visual dos clipes, fariam dela a grande estrela que ela ainda é.

A democratização dos meios digitais permitiu que mesmo os artistas iniciantes possam gravar um vídeo clipe com qualidade dispondo de um baixo orçamento. Você não precisa de um equipamento profissional para começar a filmar. Com uma simples câmera fotográfica digital é possível fazer um vídeo, que pode ser melhorado e editado depois em qualquer PC. Nem mesmo a dependência da MTV, que era praticamente o único canal de divulgação de clipes, é mais uma barreira. Sites como o You Tube e o My Space, disponibilizam vídeos de bandas de todo o planeta de forma gratuita e eficiente.

Até mesmo artistas mais consagrados, como os portugueses do Toranja (veja abaixo), têm usado o clipe de uma forma mais simples, e como complemento do seu trabalho, não fazendo que a imagem se torne mais importante que a canção. Aliás, o mundo não precisa de outra Madonna, ou de seus clones malsucedidos.

Sua banda não tem um CD ainda? Grave um clipe.

 

Pela diversidade do gosto musical

Como deve ser nossa relação com a música? Essa é uma pergunta meio besta, e que pouca gente pensa em fazer para si mesmo. Mas deveria. Vou dar algumas das minhas respostas. É, respostas, uma só complica tudo, simplifica demais. Eu quero a diversidade criativa dos Beatles. A melancolia melódica e intensa de Laura Nyro. O swing sofisticado do Simply Red. A ironia urbana e agressiva/poética de Lou Reed. O caos organizado e melódico/psicodélico do Jefferson Airplane. A poesia agressiva/romântica de Gonzaguinha. O rock básico do riff man Chuck Berry. O samba esporte fino de Paulinho da Viola. O violão acústico e as canções de João Bosco.

As melodias maravilhosas e poesias marcantes de Ivan Lins-Vitor Martins. O rock direto e desencanado e as power ballads de Bryan Adams. A poesia simples, as baladas marcantes e a voz de Sarah McLachlan. O rock dançante e alto astral do Franz Ferdinand. O rock dançante e alto astral 2-a missão do Kaiser Chiefs. O mix rock-folk-country-psicodelismo dos Byrds. As harmonias vocais maravilhosas de Crosby Stills & Nash (com ou sem Young). As baladas de Kate Bush. O soul-funk mortal dos Isley Brothers. A eterna insatisfação criativa do eterno David Bowie. O swing e as harmonias sempre imprevisíveis de Gilberto Gil. O supra sumo da disco do Chic. O beat dançante e os vocais irresistíveis do Shalamar. O mix glam rock-soft funk do Roxy Music. A bossa nova renovada de Marcos Valle.

Perceberam o saco de gatos acima? É artista de tudo quanto é época, tudo quanto é estilo, tudo quanto é popularidade. Em comum, adoro todos eles, acho suas músicas ótimas. Para mim, esse é o caminho: goste sem preconceitos, esteja sempre aberto a ouvir coisas novas para você, que de repente pode tanto ser o primeiro MP 3 de uma banda que surgiu ontem, como um disco da Billie Holiday dos anos 30. Viva a boa música, de ontem, de hoje, de amanhã…..de sempre!

Lemonheads de Evan Dando voltam em breve

evan_dando.jpgConsiderado um dos galãs do rock dos anos 90, o problemático (porém, talentoso) Evan Dando está reativando a banda que o tornou famoso, os Lemonheads. Deve sair no dia 26 de setembro nos EUA o primeiro disco do trio desde Car Button Cloth , de 1996. O título? The Lemonheads . No CD, Dando, que canta e toca guitarra, é acompanhado pela cozinha rítmica do grupo independente Descendents, o baixista Karl Alvarez e o baterista Bill Stevenson. Marcam presença dois nomes ilustres do rock ianque, o guitarrista J Mascis (do grupo Dinosaur Jr.,que sola nas faixas No Backbone e Steve’s Boy ) e o tecladista Garth Hudson, do mítico The Band, presente nas canções Black Gown e December . O primeiro single é Become The Enemy . Na turnê de divulgação, que se iniciará em novembro na terra de George W.Bush, o roqueiro terá a seu lado Josh Lattanzi (baixo) e John Kent (bateria).

Atualmente com 39 anos, Evan Dando iniciou sua banda na década de 80, mas viveu seu auge em termos comerciais na primeira metade dos anos 90, quando o cover de Mrs.Robinson , sucesso de Simon & Garfunkel, e hits próprios como Into Your Arms invadiram as paradas. Seu folk-pop-rock conseguiu projeção em plena era do grunge de Nirvana, Pearl Jam e afins, e álbuns como It’s a Shame About Ray (1992) e Come On Feel The Lemonheads (1993) conquistaram fãs para eles em todo o mundo. Só o líder se manteve constante em todas as formações.

Os Lemonheads nos visitaram pela primeira vez em 1998, e estive presente em entrevista coletiva concedida por Evan Dando no antigo Palace, atual Citi Bank Hall, em São Paulo. Confesso: nunca vi um artista tão bêbado/drogado ou coisa que o valha em uma entrevista. Dando balbuciava frases desconexas, pedia drinks e fazia os repórteres rirem à vontade. Inesquecível.
Videoclipe de Mrs. Robinson :
http://www.youtube.com/watch?v=o6KLpIDbfTw
Into Your Arms ao vivo em 2005 :
http://www.youtube.com/watch?v=wj8yEvyd9aM
Site oficial de Evan Dando e dos Lemonheads :
http://www.evandando.co.uk/

Gravadoras: Pra quê? Pra quem?

Tatuí, agosto de 1996. Ouço uma música no rádio, me apaixono pela canção, pego a bicicleta e vou correndo para a loja de discos comprar o álbum da banda, e volto pra casa para ouvir.

São Paulo, agosto de 2006. O mesmo fã de rock ( este que vos escreve) ouve uma música numa webradio de Cincinnati, EUA, se apaixona por ela, e vai ao Google atrás de mais informações sobre o artista, e onde conseguirá aquela canção.

Sim, muita coisa mudou nestes 10 anos. A pessoas não saem atrás de música. As canções, que se materializaram na forma de arquivos, estão a disposição de todos aqui (no mesmo lugar onde você agora lê sobre música).

No backend muita coisa mudou também. Um quarto, alguns microfones, um PC poderoso, e alguns softwares são o suficiente para a gravação de um Nevermind. E as gravadoras? Mudaram? Sim, e não.

Seu papel já não é o mesmo, definitivamente. O marketing da banda, o intercâmbio com outros artistas pode ser feito por eles mesmos em sites como o MySpace.com , tramavirtual.com , entre outros.

ipod.jpgAs gravadoras podem fazer o que elas já vinham fazendo, e que dificilmente seria feito por outros com competência, que é a distribuição dos CDs. CDs? Alguém ainda compra CDs, num mundo de memórias Flash, HDs gigantes e players minúsculos?

Poucas almas ainda vagam atrás de CDs (pelo menos os originais). O momento é de transição. As lojas virtuais ainda não decolaram por aqui como aconteceu com o itunes lá fora, mas tudo mostra que o caminho é esse.

Se levarmos em conta o histórico descaso das majors com a música brasileira, tudo leva a crer que a mudança será para melhor.

Joy Division com David Byrne nos vocais

clapEm seu disco de estréia, auto-intitulado, o grupo americano Clap Your Hands Say Yeah investe em uma energética mistura de Joy Division, Talking Heads e Velvet Underground.
Graças à ótima divulgação obtida através do badalado site http://www.myspace.com/e do seu próprio, o Clap Your Hands Say Yeah conseguiu vender mais de 20 mil cópias de seu disco de estréia, mesmo sem gravadora. Pouco depois, assinaram com um selo independente, e o álbum, auto-intitulado, chegou às lojas dos EUA em setembro de 2005. Clap Your Hands Say Yeah , o CD, acaba de sair no Brasil via Sum Records, e agrada, embora possua influências muito nítidas e facilmente detectáveis por quem acompanha pop rock há mais tempo.

O vocal de Alec Ounsworth tem timbre e entonação extremamente semelhantes aos de David Byrne, ex-líder dos Talking Heads. Por sua vez, a sonoridade da banda americana baseada em Nova York (Brooklin, para ser mais preciso), que também conta com Lee Sargent, Robbie Guertin, Tyler Sargent e Sean Greenhalgh, possui fortes afinidades com as de Velvet Underground e especialmente Joy Division. O baixo anguloso e bem na frente da mixagem, a batida andamento pós-punk e os vocais angustiados e ardidos dão o tempero a boas músicas, como Let The Cool Goddess Rust Away , The Skin Of My Yellow Country Teeth , In This Home On Ice e Upon This Tidal Wave Of Young Blood . A energia que os integrantes do CYHSY transferiram para o disco é contagiante, e mesmo o crítico mais cético terá de admitir que se trata de uma banda de rock vigorosa e com bom potencial. São menos de 40 minutos de música no total (12 músicas), mas sem notas jogadas fora.

In This Home On Ice – o vivo no programa de tevê de Conan O’Brien:
http://www.youtube.com/watch?v=wxyqn7mqmQg&search=clap%20your%20hands%20say%20yeah

Site oficial da banda:
http://www.clapyourhandssayyeah.com/

Sobre Todas As Coisas volta às lojas

zizi_possi.jpgDurante a década de 80, Zizi Possi tornou-se uma cantora de bastante popularidade, graças a uma voz personalizada e hits comerciais e não excessivamente apelativos como Perigo , Noite , Meu Amigo Meu Herói e outros. Após lançar um disco com enfoque mais ousado, o irregular Estrebucha Baby (89), saiu da multinacional Polygram disposta a buscar outros rumos para sua carreira. Realizando diversos shows que atraíram as atenções do público mais antenado, a cantora percebeu que tinha um material de alto nível artístico na mão, e foi à luta negociar um contrato com a liberdade artística necessária para gravar um novo disco. A Gravadora Eldorado foi a escolhida. Em 1991, chegava às lojas Sobre Todas As Coisas , um verdadeiro clássico da MPB recente. O disco volta às lojas, pelo mesmo selo, mas desta vez com distribuição a cargo da Distribuidora Independente, ligada à gravadora Trama.

Sobre Todas As Coisas é encarado por alguns como um precursor da onda acústica que tomou de assalto a música brasileira a partir de então, e é sem dúvidas um dos melhores trabalhos jamais feitos neste formato. Os sofisticados arranjos tem tom intimista/camerístico, com ênfase no cello de Lui Coimbra e no piano, tocado alternadamente por Jetter Garotti, Alex Meirelles e Pier Francesco Maestrinni. Coimbra também se incumbe de violão e charango, enquanto a percussão fica por conta de Marcos Suzano.

Tal moldura instrumental dá ênfase total à voz de Zizi, que se mostra sóbria, fluente, no auge do seu domínio interpretativo. O clima se divide entre samba, blues, baladas e momentos mais balançados, com um espírito extremamente jazzístico, sem cair em improvisos exagerados. O repertório é impecável, incluindo maravilhas do naipe de Gato Gaiato (Não Minto Pra Mim) , A Paz , O Que É O Que É , Sobre Todas As Coisas e Barato Total . Se só tivesse gravado este disco, Zizi já mereceria ser incluída no panteão das melhores cantoras do planeta. Imaginem, então, com a discografia que tem, impecável. Um relançamento mais do que oportuno de uma intérprete que merece ser muito mais reverenciada do que já foi.

Site oficial da cantora:
http://www.zizipossi.com.br/

Zizi cantando ao vivo Lamentos (2006):
http://www.youtube.com/watch?v=Lkq6h_t21c8&search=zizi%20possi

Older posts Newer posts

© 2024 Mondo Pop

Theme by Anders NorenUp ↑